Palavras-chave: ensino de História; conceitos; aprendizagem.



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Transcrição:

Doi: 10.4025/7cih.pphuem.1432 ENSINO DE HISTÓRIA E A IMPORTÂNCIA DOS CONCEITOS HISTÓRICOS Ayla Alves Chanthe 1 Cristiane Brito Santana Alves 1* Elton Pedroso Correa 1 Felipe Gurgatz 1 Gustavo Salomao 1 Glas Araujo 1 Maria Romilda Santelli 2. 1 Universidade Estadual de Maringá PR, *e-mail: cris.brito.ane@gmail.com 2 Secretaria Estadual da Educação Governo do Estado do Paraná. RESUMO: Para que o aluno possa construir o conhecimento histórico, é imprescindível que os conceitos históricos que permeiam o discurso do professor também sejam compartilhados pelo aluno. Nota-se que o simples verbalismo, explicando um conceito com outro, não atende satisfatoriamente essa necessidade. Ambientes de ensino onde existe a centralização da figura do professor se mostram desestimulantes para a construção de conceitos, entendido aqui como condição para aplicar esquemas gerais a situações particulares, e por outro lado, assimilar situações particulares a esquemas gerais disponíveis. O presente trabalho teve inicio no ano de 2014 no Colégio de Aplicação Pedagógica (CAP) da Universidade Estadual de Maringá, com um grupo de bolsistas do PIBID em História, juntamente com a professora supervisora. Após várias discussões, concluiu-se que é necessário trabalhar conceitos históricos com os alunos, visto que o entendimento desses conceitos é fundamental para à aprendizagem dos conteúdos de História. O grupo fez uma compilação de alguns conceitos históricos essenciais para o ensino nas séries do fundamental II, tendo como referência o livro didático em uso no colégio. A partir desse levantamento, questionários foram elaborados e aplicados, visando obter informações sobre o nível de conhecimento dos alunos. Após analisar os dados obtidos, métodos e estratégias de ensino devem ser elaborados para proporcionar uma aprendizagem significativa dos conceitos históricos. Palavras-chave: ensino de História; conceitos; aprendizagem. Financiamento: PIBID/CAPES INTRODUÇÃO 3339

Nosso projeto vem sendo elaborado e desenvolvido no Colégio de Aplicação Pedagógica (CAP) da Universidade Estadual de Maringá. O Colégio de Aplicação Pedagógica da Universidade Estadual de Maringá, localizado no Campus da Universidade Avenida Colombo, 5790, em Maringá-PR, foi criado em 1974 pelo Governo do Estado do Paraná, por meio do decreto número 5.537/74, de 29 de maio e atualmente conta com ensino Fundamental I e II e ensino Médio. De acordo com o Projeto Político Pedagógico da instituição, uma das finalidades de criação do CAP é atender estagiário dos diferentes cursos da UEM, necessidade reafirmada pela lei nº 11.788/2008, que assegura a importância desse ato educativo. Além do estágio obrigatório, o colégio também tem abertura para outros programas que contribuam no processo de ensino e aprendizagem e para o envolvimento da comunidade escolar (CAP-UEM, 2014). A comunidade escolar do Colégio é composta por uma população heterogênea, são atendidos alunos de diversas classes sociais, sendo eles filhos de funcionários da Universidade Estadual de Maringá, trabalhadores de diversas profissões da cidade de Maringá e da região, como de professores (da educação infantil ao nível superior), comerciantes, empresários, funcionários públicos (estaduais, municipais e federais), profissionais autônomos, motoristas, costureiras, vendedores, técnicos administrativos, bancários, técnicos e auxiliares de laboratório, advogados, contadores, dentistas, administradores de empresas, engenheiros civis, agrônomos, agricultores, eletricistas, mecânicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem, policiais, vigias, zeladores/serventes e de outras profissões com menos número e representantes. O Colégio obteve pontuação 6,0 nas séries finais do ensino fundamental, no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) de 2011, se colocando em 6º lugar entre as dez melhores escolas públicas do Paraná. Para obtermos mais dados e informações sobre os alunos, fizemos uso de um levantamento de dados realizado pelo grupo do PIBID de Geografia no mês de julho deste ano, orientado pela professora Marlei Rosa Deleuterio (LORENZZI et al., 2014). Estes dados foram levantados com base em um questionário sociocultural aplicado em uma sala de cada série (fundamental I e II e Ensino 3340

Médio) os resultados nos fornecem informações importantes sobre a origem e o ambiente de aprendizado dos alunos que frequentam o colégio. A seguir apresentamos os dados de parte da pesquisa: Quanto à etnia ou cor: 54,9% dos alunos se declaram brancos, 3,6% negros, 29,7% pardos, 10,8%, amarelos e 1,0% indígenas. Quanto à moradia: 68,9% residem em casa própria, 26,1% casa de aluguel e 5,0%outras. Quanto à renda familiar: 18,0% possui renda familiar de um a dois salários mínimos, 23,0% de dois a três salários, 27,5% de três a quatro salários e 31,5% mais que quatro salários mínimos. Quanto ao meio de transporte utilizado: 39,3% utilizam carro como meio de transporte, 3,9% motocicleta, 3,9% van escolar, 19,1% transporte público, 4,9% bicicletas e 28,9% a pé. O exercício de repensar o processo de ensino da disciplina de História dentro do contexto social dos alunos deve se apresentar como uma atividade contínua na prática docente. Abarcada na via de mão dupla entre o ensino e a pesquisa, a reflexão contemplada nessa pesquisa se dá a partir da observação da rotina escolar e a sua correlação com o papel da escola dentro da sociedade. Compreendemos que o aluno enquanto sujeito é fruto de seu tempo histórico, das relações sociais em que está inserido e que também é um ser singular, que atua no mundo a partir do modo como o compreende e como dele lhe é possível participar, pensamos também no tempo em que esse sujeito passa na escola durante sua vida e o papel que essa instituição desempenha na vida do aluno enquanto cidadão. A escola pública brasileira assumiu a função, que historicamente justifica sua existência, de atender um número cada vez maior de estudantes oriundos das classes populares, e intensificou a necessidade de discutir o papel do ensino básico no projeto de sociedade que se quer para o país. Segundo os autores de Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Paraná (GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ, 2008), dentro das políticas públicas em vigor, o papel da escola é definido de formas diferentes. Da perspectiva das teorias críticas da educação, as primeiras questões que se apresentam são: Quem são os sujeitos da escola pública? De onde eles vêm? 3341

Que referências sociais e culturais trazem para a escola? E a partir desses questionamentos é que refletimos qual o papel da escola e do professor na vida do aluno e consequentemente as dificuldades encontradas em sala de aula especificamente ao realizar o ensino do conteúdo da disciplina de História. METODOLOGIA Diante de todas as adversidades enfrentadas diariamente pelos professores da escola pública, inclusão, falta de interesse dos alunos pelo conhecimento científico, violência na escola, falta de preparo do professor para estimular situações que favoreçam a aprendizagem e tantos outros problemas que poderiam preencher uma página, é praticamente impossível fazer um recorte, uma pausa para se pensar na forma mais eficiente de ensinar os conteúdos. O que geralmente ocorre é que o professor na ânsia de dar conta do programa chega à sala e faz uma breve introdução ao assunto e começa a despejar fatos, acontecimentos, datas, nomes, enfim, uma enorme quantidade de informações, que na maioria das vezes não possuem continuidade no tempo, nem origem e consequências. O professor de História não deve perder de vista a principal função de sua disciplina: fazer com que o aluno pense e reflita historicamente, ou seja, o aluno deve ter uma consciência histórica que possibilite compreender a realidade contemporânea e as implicações do passado em sua constituição. Segundo Rodrigues (2014), pensar é estabelecer relações de ideias ou conceitos entre si com o propósito de produzir significados, explicações e conhecimentos. Antes de qualquer processo que possa ser mais bem elaborado pelo ato de pensar, faz-se necessário esse exercício simples, mas consciente de articulação de ideias. Portanto, é inconcebível que o professor de História se proponha a ensinar um conteúdo como: Civilizações Antigas, sem antes formular junto aos alunos o conceito de civilização. Quantas vezes o professor de História se utiliza desse termo (civilização) durante o ano letivo? Quantos contextos e relações são ilustrados com a palavra civilização? É exatamente nisso que esse termo se transforma: numa palavra, sem significado, sem conexão, sem relação. Qualquer conteúdo que seja trabalhado sem uma boa formulação dos 3342

conceitos, produzirá um conhecimento fragmentado, deslocado, sem continuidade e fora da realidade. Percebe-se que a sintonia entre o discurso do professor e a assimilação por parte do aluno não ocorre, pois, a fala do professor, carregada de conceitos, não é compreendida e assimilada da mesma forma pelo aluno, faz-se necessário repensar esse processo. Conceitos são necessários, eles são a base para o entendimento do conteúdo e para a devida relação deste com a realidade. A clareza dos conceitos por parte dos alunos possibilita a eles pensar historicamente e consequentemente compreender o mundo. Constatada a importância dos conceitos históricos, eis uma grande questão: como socializar/formular os conceitos com os alunos? Precisamos nos atentar para não incorrer em um grave erro, o de apenas repetir os significados das palavras, pois, como nos esclarece Vigotski: Não menos que a investigação teórica, a experiência pedagógica nos ensina que o ensino direto de conceitos sempre se mostra impossível e pedagogicamente estéril. O professor que se envereda por esse caminho costuma não conseguir senão uma assimilação vazia de palavras, um verbalismo puro e simples que estimula e imita a existência dos respectivos conceitos na criança mas, na prática, esconde um vazio. (Vigotski, 2009, p.247). É claro que a simples repetição de palavras pouco acrescenta ao conhecimento dos alunos, é preciso mais do que isso, o aluno necessita de um exercício mental que o leve a assimilar, associar, desenvolver internamente as informações e depois desse exercício mental, construir o seu conceito com cientificidade. Essa prática deve levar os alunos a compreender que podemos sempre aprender mais sobre os conceitos. E não explicar um conceito com outro conceito. A definição do conceito não pode ser descartada, ela deve estar clara principalmente para o professor, contudo, passar o significado do conceito para o aluno, tira dele a possibilidade de construí-lo mentalmente fazendo com que se torne apenas um amontoado de palavras. A definição, junto aos alunos, deve ser a última parte do processo ela deve ser construída pelo aluno com a mediação do professor, o mediador deve criar estratégias de aprendizagem para que o aluno possa associar as informações e relacioná-las ao contexto em que o conceito se apresenta, mas essa contextualização não deve se limitar 3343

aos acontecimentos passados, mas também se estender aos acontecimentos presentes. RESULTADOS E DISCUSSÃO A reflexão e discussão acerca da importância da compreensão dos conceitos históricos consistem no objetivo geral deste trabalho. A produção de estratégias de ensino que superem a simples repetição de palavras e proporcione uma aprendizagem significativa dos conceitos históricos é o que objetivamos como resultado desta pesquisa. Devemos envolver os alunos em atividades que possibilitem a construção por parte deles dos conceitos científicos. Definitivamente um grande desafio, sobretudo para o 6º ano, (faixa etária do 6º ano que de 10/11 anos) cujo conteúdo envolve conceitos de difícil compreensão, como: Estado, civilização, História, tempo e tantos outros que irão acompanhá-los para sempre. Este trabalho está sendo desenvolvido em diversas etapas. A primeira delas é a identificação dos conceitos fundamentais para cada ano a partir dos conteúdos apresentados no livro didático em uso no colégio (APOLINÁRIO, 2010). A partir desta análise foram realizadas pesquisas e discussões entre os bolsistas do PIBID e a supervisora com a finalidade de atribuir significados aos conceitos, como pode ser observado no exemplo a seguir: "9) Civilização: Resultado de um conjunto de características partilhada por seus integrantes, cujas bases se organizam em: governo, economia, costumes, crenças e valores. Neste sentido, ultrapassa os limites territoriais, unindo diversas regiões que se identificam culturalmente." Baseando-se nesse glossário de conceitos, questionários foram elaborados para testar o conhecimento básico dos alunos desde o 6º até o 9º ano. As questões, previamente montadas, foram sendo modificadas para se adequar ao nível de dificuldade apresentado em cada série. O exemplo a seguir foi extraído do questionário aplicado para o 6 º ano. "8) Civilização constitui: ( ) O conceito usado para nomear um conjunto de seres humanos ao longo do tempo. 3344

( ) Um desenvolvimento cultural, no qual todos os seus integrantes compartilham de características comuns, como valores, organização religiosa e governamental entre outros. ( ) Uma grande organização de pessoas que detém valores e costumes distintos. ( ) O movimento que interligou o mundo pela ascensão tecnológica nas últimas décadas." A aplicação do questionário semiaberto na sala de aula mostrou resultados que foram representados em gráficos, indicando a porcentagem de erros e acertos a respeito de cada conceito. Na Figura 2 é mostrado o resultado obtido para o conceito civilização. Figura 2: Porcentagem de respostas certas e erradas sobre o conceito CIVILIZAÇÃO Analisando os dados coletados iniciou-se um levantamento de estratégias de ensino que pudessem suprir as dificuldades observadas na pesquisa. CONSIDERAÇÕES FINAIS O trabalho desenvolvido pelo grupo de bolsistas do PIBID-UEM deve estar em consonância com o projeto político pedagógico da instituição onde está sendo aplicado. Em sua fundamentação teórica o projeto político pedagógico do CAP-UEM nos orienta a respeito do objetivo do processo pedagógico desse colégio que se fundamenta, entre outros, em Gasparin O processo pedagógico deve possibilitar aos educandos, através do processo de abstração, a compreensão da essência dos conteúdos a serem estudados, a fim de que sejam estabelecidas ligações internas específicas desses conteúdos com a realidade global, com a totalidade da prática histórica (Gasparin, 2005, p.7). Pautados ainda no projeto político pedagógico, encontramos a seguinte orientação a respeito dos aspectos mais fundamentais da disciplina de História: 3345

apropriação de conceitos históricos; aprendizado dos conteúdos estruturantes e dos específicos (CAP-UEM, 2014). Consideramos que este trabalho pode contribuir de forma significativa para a formação de professores de História com competência técnica para o exercício da profissão, já que os alunos bolsistas estarão em estreito contato com a realidade escolar e suas necessidades, contribuirá também na formação continuada dos professores que atuam em sala de aula, pois este entrará em contato direto com o campo da pesquisa, preservando a articulação entre teoria e prática, pesquisa e ensino, por último, mas não menos importante destacamos a contribuição trabalho para a finalidade última da escola que é formar sujeitos conhecedores da totalidade e com condições de intervir de forma consciente no mundo em que vivem. REFERÊNCIAS APOLINÁRIO, M. R. (ed.). Projeto Araribá: História: ensino fundamental, 3. ed., São Paulo: Moderna, 2010. CAP-UEM. Projeto Político Pedagógico, Disponível em: http://www.mgauemaplicacao.seed.pr.gov.br/uploads/bae99ff6-f949-7ec6.pdf. Acesso em: 29/ago/2014. GASPARIN, J. L. Uma Didática para a Pedagogia Histórico-Crítica. 3. ed. Campinas: Autores Associados, 2005. GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ. Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Paraná: Ensino de História. Paraná, 2008. LORENZI, A.; RAMOS, C. V.; SARCETTA, D.; et al. PIBID Geografia: Estudo do Meio e dos Alunos do Colégio de Aplicação Pedagógica UEM. Maringá: [s.n.] UEM, 2014 RODRIGUES, A. W. Conhecendo a História a partir de conceitos: considerações pertinentes para o ensino de história atual. Disponível em: http://www.historiaemperspectiva.com/2011/10/o-ensino-de-historia-partir-de.html, acesso em: 29/ago/2014. VIGOTSKY, L. S. A Construção do Pensamento e da Linguagem. Trad. Paulo Bezerra. 2. ed. São Paulo: WMF, 2009. 3346