Sessão de Encerramento Congresso APIFARMA 2018 Compromisso com as Pessoas: Mais e Melhor Vida João Almeida Lopes Presidente da Direcção da APIFARMA Quero agradecer a todos os colegas e a todas as companhias farmacêuticas que dão corpo à Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica o forte empenho na realização desta iniciativa. E também agradecer a todo o nosso staff da APIFARMA. Muito obrigado. Os nossos associados entendem bem a importância que as tecnologias de Saúde medicamentos e meios de diagnóstico têm no quotidiano de milhões de pessoas. Também sabemos que os portugueses atribuem à Saúde uma relevância primordial. Cada um de nós, no nosso dia-a-dia, elege a Saúde a grande prioridade. Nesse sentido, perante os desafios e oportunidades futuras, há que amplificar o debate. Página 1 de 6
Há que falar para as pessoas. São elas o princípio e o fim último da inovação na Indústria Farmacêutica. Minhas Senhoras e Meus Senhores, A Europa é uma das regiões do mundo em que o índice de envelhecimento é mais elevado. E todas as previsões apontam para um considerável aumento dos investimentos necessários em Saúde. Este tempo novo, repleto de oportunidades, vem acompanhado de exigências que requerem todo o nosso empenho e sentido de responsabilidade. As novas tecnologias de saúde permitem que vivamos mais tempo, com mais qualidade de vida e contribuem para um envelhecimento saudável e activo dos portugueses. Neste sentido é, para a APIFARMA, uma enorme satisfação promover um estudo absolutamente pioneiro em Portugal e apresentar uma nova perspectiva, uma visão holística, sobre o valor dos medicamentos em Portugal. Pela primeira vez, temos à nossa disposição um estudo que avalia o impacto do medicamento com dados da realidade nacional, dos últimos 25 anos. Permite colocar em evidência o valor, significativo e real, que os medicamentos inovadores proporcionam a Portugal e aos portugueses. Página 2 de 6
Desde 1990 os medicamentos inovadores foram responsáveis pelo acréscimo de 2 milhões de anos de vida saudável. Salvaram mais de 100 mil vidas. Prolongaram a esperança de vida em 10 anos. Milhares de doentes continuaram a comparecer no seu local de trabalho, permitindo que cerca de 280 milhões de euros anuais se mantivessem no rendimento das suas famílias. Possibilitaram poupanças anuais da ordem dos 560 milhões de euros em custos ao evitar hospitalizações e outros encargos. As conquistas são enormes. Representam mais anos de vida produtiva. Representam mais anos de vida social. Representam mais anos de vida em família. Não podemos ignorar este extraordinário mundo novo. E esta reflexão ganha particular relevância perante a aproximação de vagas de tecnologias de saúde inovadoras. Atualmente existem milhares de medicamentos em desenvolvimento e esta nova onda de inovação irá desempenhar um papel fundamental na resposta aos desafios que os doentes e os sistemas de saúde enfrentam. É, por isso, essencial planear. Página 3 de 6
Adequar os orçamentos dos sistemas de saúde e, ao mesmo tempo, considerar a redução de custos associada às vantagens terapêutica e económica e aos ganhos em saúde inerentes aos medicamentos inovadores. E, por isso, insistimos tantas vezes na pedra angular do acesso à inovação, em condição de equidade, para todos os portugueses. Não tenhamos dúvidas: os doentes portugueses ambicionam e vão exigir acesso aos mesmos tratamentos disponibilizados nos restantes países da Europa ocidental. A sustentabilidade do sistema de saúde depende, em grande medida, do empenho e da capacidade de cada um de nós, decisores e agentes, olharmos para a saúde de forma integrada e holística. Da nossa parte, continuaremos a defender o acesso de todos os doentes aos medicamentos que precisam, disponibilizando, em Portugal, soluções adaptadas à nossa realidade económica e às necessidades de saúde dos portugueses. Mas esta responsabilidade não se cinge às empresas farmacêuticas, depende também das prioridades políticas do país. É preciso procurar equilíbrios e é essencial que os sistemas de saúde prevejam com antecedência a entrada de novos medicamentos. A indústria farmacêutica, para além dos contributos evidentes para o bem-estar e aumento da longevidade das populações, contribui de forma destacada para o progresso económico e social do país e dos portugueses. Página 4 de 6
As farmacêuticas são agentes económicos e como tal precisam de saúde financeira, de previsibilidade e de serem sustentáveis para darem o seu contributo à sociedade. O desafio consiste em passar de um paradigma centrado nos custos para um paradigma centrado no valor. Não podemos olhar para o orçamento da Saúde sem contabilizar os ganhos em Saúde e os problemas evitados. Portugal precisa de uma verdadeiro Pacto para a Saúde, como propôs o Senhor Presidente da República. Esse Pacto, abordado no seio da Convenção Nacional da Saúde e materializado na Agenda para a Década, nasce em benefício dos cidadãos e coloca cada um dos portugueses no centro do Sistema de Saúde em Portugal. É pelas pessoas que trabalhamos todos os dias. Pela sua Saúde e bemestar. Portugal pode e deve dar prioridade à saúde dos portugueses. Neste sentido, depois do nosso Congresso, estamos todos mais conscientes da urgência de apresentar uma resposta estrutural para a saúde em Portugal Uma resposta que combata a suborçamentação crónica e que adopte uma nova visão. Página 5 de 6
No fundo, e como hoje de manhã foi salientado, há que ultrapassar o círculo vicioso em que as análises em Saúde teimam em persistir desde há anos a esta parte. Há que investir em prevenção. Há que diagnosticar tão cedo quanto possível. Há que tratar com os melhores meios disponíveis. Em suma, há que considerar o investimento em Saúde uma aposta no futuro, no desenvolvimento da sociedade portuguesa, na qualidade de vida dos cidadãos e na redução e otimização de encargos, a longo prazo, dos serviços de saúde. Muito obrigado pela vossa atenção. Centro de Congressos de Lisboa (Junqueira), Portugal Lisboa, 30 de Outubro de 2018 João Almeida Lopes Presidente da APIFARMA Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica Página 6 de 6