EFEITO RESIDUAL DE DIFERENTES DOSES E TIPOS DE BIOFERTILIZANTES NAS CARACTERÍSTICAS VEGETATIVAS DA CULTURA DA ALFACE

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Transcrição:

EFEITO RESIDUAL DE DIFERENTES DOSES E TIPOS DE BIOFERTILIZANTES NAS CARACTERÍSTICAS VEGETATIVAS DA CULTURA DA ALFACE Ivan Isidório de Almeida 1, Francisco Márcio Lopes Aráujo 1, Antônia Euzimar Amorim Sobreira 1, Jorge Luis de Souza Alves 1, Carlos Newdmar Vieira Fernandes 2 RESUMO: Objetivou-se nesse trabalho avaliar o efeito residual de diferentes doses e tipos de biofertilizantes nas características vegetativas da cultura da alface. O experimento foi realizado na área experimental do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará - Campus - Iguatu utilizando um delineamento experimental em blocos ao acaso com quatro repetições, em esquema fatorial (5x2), sendo cinco doses de biofertilizante líquido equivalentes a (0, 300, 600, 900 e 1.200 ml planta -1 semana -1 ) e dois tipos de biofertilizantes: Biofertilizante misto a base de esterco bovino - B1 e biofertilizante misto a base de esterco ovino - B2. A doses de biofertilizantes foram aplicadas durante um ciclo de cultivo da cultura da abobrinha, sendo a alface plantada em sequência para avaliação do efeito residual. Foram avaliadas as seguintes características vegetativas: Altura da planta, diâmetro da parte aérea, diâmetro do caule, massa fresca e seca da raiz. As características vegetativas responderam positivamente aos dois tipos de biofertilizantes. PALAVRAS-CHAVE: Lactuca sativa, produção, adubação orgânica. RESIDUAL EFFECT OF DIFFERENT DOSES AND TYPES OF BIOFERTILIZERS IN THE VEGETATIVE CHARACTERISTICS OF LETTUCE CULTURE ABSTRACT: The objective of this work was to evaluate the residual effect of different doses and types of biofertilizers on the vegetative characteristics of the lettuce crop. The experiment was carried out in the experimental area of the Federal Institute of Education, Science and Technology of Ceará - Campus - Iguatu using a randomized complete block design with four replications, in a factorial scheme (5x2), with five doses of biofertilizer equivalent to 0, 300, 600, 900 and 1,200 ml plant-1 week-1) and two types of biofertilizers: Mixed fertilizer based on bovine manure - B1 and mixed biofertilizer based on sheep manure - B2. The doses of biofertilizers were applied during a cycle of culture of the zucchini, with the lettuce planted in sequence to evaluate the residual effect. The following vegetative characteristics were evaluated: Plant height, shoot diameter, stem diameter, fresh and dry root mass. The vegetative characteristics responded positively to the two types of biofertilizers. KEYWORDS: Lactuca sativa, Production, Organic fertilization. INTRODUÇÃO Os biofertilizantes são compostos bioativos, resultados da biodigestão de compostos orgânicos de origem animal e vegetal. Em seu conteúdo são encontradas células vivas ou latentes de microrganismos de metabolismo aeróbico, anaeróbico e fermentação (bactérias, 1 Graduando em Tecnologia em Irrigação e Drenagem, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará, IFCE Campus Iguatu, Ceará, CE. Fone (88) 35821000. e-mail: ivanfilho.acopiara@hotmail.com 2 Prof. Doutor, Depto de Ensino, IFCE, Campus Iguatu, CE.

leveduras, algas e fungos filamentosos) e também metabólitos e quelatos organominerais em solutos aquoso (Medeiros & Lopes, 2006). Em geral, os trabalhos que testam a eficiência de adubos orgânicos avaliam mais o efeito desses fertilizantes no primeiro cultivo. Entretanto, o estudo do efeito residual dos estercos se torna importante, porque fornece informações sobre o potencial de liberação de nutrientes pelos adubos orgânicos, nos cultivos seguintes (Figueroa, 2008). Diante do exposto, objetivou-se no presente trabalho avaliar o efeito residual de diferentes doses e tipos de biofertilizantes, utilizados durante um ciclo de cultivo da cultura da abobrinha, nos atributos químicos do substrato e na produção da cultura da alface. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi realizado na área experimental do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará/Campus Iguatu, localizado no município de Iguatu na região Centro-Sul do estado do Ceará, nas coordenadas 6 21 34 de latitude sul e 39 17 55 de longitude oeste, altitude de 217,8 m, em relação ao nível do mar, no período de Novembro a abril de 2017. O experimento foi realizado em vasos plásticos com capacidade de 25 litros, distribuídos em um delineamento experimental do tipo blocos ao acaso. Os tratamentos, num total de dez, foram provenientes de um esquema fatorial (5x2), sendo cinco doses de biofertilizante líquido equivalentes a (0, 300, 600, 900 e 1.200 ml planta -1 semana -1 ) e dois tipos de biofertilizantes mistos bovino - B1 e ovino - B2. Em cada bloco, num total de quatro, era composto por dez parcelas, sendo cada parcela composta por três vasos com uma planta cada. O material utilizado como substrato foi oriundo de uma mistura de areia, argila e esterco curtido, na proporção 1:1:1, respectivamente. Os biofertilizantes foram produzidos na área experimental, sob fermentação aeróbica em duas caixas d água de polietileno com capacidade de 500 L, cada. Os ingredientes utilizados foram esterco bovino ou ovino, esterco de ave, cinza e água, diluídos na proporção de 1:1 cada, por um período de trinta dias, com agitação manual diária. O plantio inicial foi realizado com a cultura da abobrinha (Cucurbita pepo L.), híbrido Corona F1 da topseed Premium, sendo que a aplicação das doses dos biofertilizantes teve início aos sete dias após o transplantio (7 DAT) e perdurou até 56 DAT, totalizando oito aplicações, que resultaram na aplicação de zero, 2.400, 4.800, 7.200 e 9.600 ml planta -1

semana -1. A colheita teve início aos 38 DAT, sendo finalizada aos 64 DAP. No segundo cultivo com a cultura da alface (Lactuca sativa L.), cultivar Elba, as mudas foram confeccionadas em bandejas de polietileno expandido de 400 células, sendo semeadas no dia 14 de fevereiro de 2017 e transplantadas para os vasos aos 30 DAP, também com uma planta por vaso, com colheita realizada aos 28 DAT. Avaliou-se as seguintes variáveis da cultura da alface: massa fresca da raiz, massa seca da raiz, diâmetro da parte aérea, diâmetro do caule e altura da planta. Realizou-se análise de variância pelo teste F, a 1 e 5% de probabilidade e quando verificado efeito significativo, os dados foram submetidos ao estudo de regressão. RESULTADOS E DISCUSSÃO Na Tabela 1 estão expostos os valores dos quadrados médios da análise de variância. Verifica-se que o diâmetro do caule foi influenciado significativamente pelo teste F pela interação entre as doses e os tipos de biofertilizantes. Já a variável diâmetro da parte aérea foi influenciado significativamente somente pelas doses de biofertilizantes, enquanto que a massa seca da raiz foi influenciada de forma significativa pelo efeito isolado tanto das doses como dos tipos de biofertilizantes. A massa fresca da raiz e a altura da planta não foram influenciadas pelos fatores avaliados. Tabela 1. Resumo da análise para massa fresca (MFR) e seca (MSR) da raiz, diâmetro do caule (DCA), diâmetro da parte aérea (DPA) e altura de planta (AP) da alface em função de diferentes doses e tipos de biofertilizantes. IFCE/Campus Iguatu, Ceará, 2017. Quadrado médio FV GL MFR MSR DCA DPA AP Biofertilizantes (B) 1 53,68 ns 8,48 * 0,41 ns 109,72 ns 7,51 ns Doses (D) 4 33,03 ns 3,74 * 3,19 ns 114,08 * 8,50 ns B x D 4 3,57 ns 0,33 ns 7,58 * 22,65 ns 16,27 ns Blocos 3 29,548 ns 1,23 * 0,09 * 24,28 ns 13,85 ns Resíduo 27 17,46 1,98 2,13 39,73 13,06 Total 39 - - - - - CV% - 48,54 66,98 16,42 20,79 19,82 **Significativo a 1% pelo teste F; *Significativo a 5% pelo teste F; ns Não significativo pelo teste F. FV - Fonte de variação; GL - Grau de liberdade. As respostas da massa seca da raiz encontram-se na Figura 1 (A e B) em função das doses e tipos de biofertilizantes respectivamente. A dose de 1.200 ml planta -1 semana -1 proporcionou as maiores médias com valores de 2,56 e 3,35 g, respectivamente para os biofertilizantes mistos B1 e B2, com modelo de melhor ajuste linear, com valores de R 2 = 0,83 para o biofertilizante misto - B2 e 0,54 para o biofertilizante misto - B1.

Diametro do caule (mm) Massa seca da raiz (g pl -1 ) Massa Seca da raiz (g pl -1 ) 4,0 3,00 3,5 3,0 2,5 2,0 1,5 1,0 y = 0,0013x + 1,7968 R² = 0,5473 y = 0,0011x + 0,9588 R² = 0,8345 2,50 2,00 1,50 1,64 b 2,56 a 0,5 0 300 600 900 1200 1,00 B1 B2 Dose de biofertilizante (ml plan -1 semana -1 ) Tipo de Biofertilizante B1 Bovino B2 Ovino Figura 1. Massa seca da raiz da alface em função de diferentes doses (A) e tipos (B) de biofertilizantes. IFCE, campus Iguatu, Ceará, 2017. Os resultados obtidos em relação ao diâmetro do caule podem ser observados na Figura 2 em função das doses de biofertilizantes e dos tipos de biofertilizantes respectivamente. Com relação às doses o modelo que melhor se ajustou foi o polinomial para o biofertilizante misto - B2 e linear para o biofertilizante misto - B1, com valores de R 2 = 0,94 e 0,79 respectivamente, a dose que promoveu o maior valor observado foi a de 600 ml planta -1 semana -1 para o biofertilizante misto - B2 com valor de 10,14 mm planta -1, e a dose de 1.200 ml planta -1 semana -1 promoveu o maior valor para o biofertilizante misto - B1 com valor de 9,88 mm planta -1. 12 11 10 9 8 7 6 y = -8E-06x 2 + 0,0082x + 8,1936 R² = 0,9436 y = 0,0016x + 7,825 R² = 0,7909 0 300 600 900 1200 Dose de biofertilizante (ml plan -1 semana -1 ) B1 - Bovino B2 - Ovino Figura 2. Diâmetro do caule em função de diferentes doses de Biofertilizante. IFCE, campus Iguatu, Ceará, 2017. Verifica-se que houve uma queda nos valores nas doses maiores para o biofertilizante misto - B2, tal fato deva-se que essas doses tenham liberado grandes quantidades de nutrientes no substrato, promovendo um desequilíbrio nutricional causando prejuízos ao sistema radicular da cultura Dias (2014).

Diametro da parte aérea (cm) Os resultados obtidos para o diâmetro da parte aérea podem ser observados na Figura 3 em função das doses de biofertilizantes e da média dos biofertilizantes. A dose de 1.200 ml planta -1 semana -1 proporcionou o maior valor de 35,98 cm planta -1, tendo como modelo de melhor ajuste o linear com R 2 =0,95 e o menor valor de 25,61 cm planta -1 obtida pela dose 0 ml planta -1 semana -1 sem a aplicação de biofertilizante. 38 36 34 32 30 28 26 24 y = 0,008x + 25,452 R² = 0,958 0 300 600 900 1200 Figura 3. Diâmetro da parte aérea em função de diferentes doses de Biofertilizante Bovino. IFCE, campus Iguatu, Ceará, 2017. De acordo com Filgueira (2008), a deficiência luminosa provoca um maior alongamento celular, no que resulta o estiolamento, um aumento em altura e extensão da parte aérea. O período de condução do experimento foi marcado por chuvas frequentes, o que reduziu a radiação solar, ocasionando uma maior expansão da área da planta de alface e maior crescimento vertical da parte área Cavalheiro et al. (2015), fatos esses que também foi apresentado neste trabalho. Dose de biofertilizante (ml plan -1 semana -1 ) Batista et al. (2012), avaliaram a influência de diferentes fontes de adubação na produtividade da alface cv. Elba e constataram que as diferentes fontes de adubação orgânica associada á aplicação de biofertilizante via foliar, com uso de esterco bovino incorporado ao solo, promoveu maior média de 26,73 cm planta -1, valor inferior ao encontrado neste trabalho. CONCLUSÕES Houve efeito residual das doses e tipos de biofertilizantes que proporcionou resultados positivos no desenvolvimento da alface, sendo que, de forma geral o biofertilizante misto a base de esterco ovino apresentou resultados superiores ao biofertilizante misto a base de esterco bovino.

REFERÊNCIAS BATISTA, M. A. V.; VIEIRA, L. A.; SOUZA, J. P.; Efeito de diferentes fontes de adubação sobre a produção de alface no município de Iguatu-CE. Revista Caatinga, v. 25, n. 3, p. 8-11, 2012. DIAS, C. N. Cultivo do morango sob diferentes condições de ambientes e Doses de biofertilizante na região do Maciço de Baturité, Ceará. Fortaleza, 2014. 93p. Dissertação de Mestrado. (Mestrado em Engenharia Agrícola) DENA/UFC CE. FILGUEIRA, F. A. R. Novo manual de olericultura: agrotecnologia moderna na produção e comercialização de hortaliças. 3. ed. Viçosa: UFV, 2008. 421 p. FIGUEROA E. A. Efeito Imediato e Residual de Esterco de Ave Poedeira em Culturas de Grãos. Passo Fundo, 2008. 129p. Dissertação (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da UPF. MEDEIROS, M. B.; LOPES, J. S. Biofertilizantes líquidos e sustentabilidade agrícola, Bahia Agrícola, v. 7, n. 3, p. 24-26, 2006.