Assédio Moral e outras formas de Violência



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Transcrição:

Assédio Moral e outras formas de Violência Apresentação das Conclusões do Colóquio As esferas doméstica e laboral, por serem círculos de relacionamento mais restritos, encerram, com alguma frequência, situações de violência que assumem diversas formas, desde as mais subtis às mais explícitas. Os comportamentos agressivos de natureza psicológica e continuada são devastadores e manifestam-se de forma, cada vez mais, evidente, muito embora a sua fraca visibilidade relativamente aos ataques físicos. A fraca consciência e o desconhecimento destes fenómenos, nomeadamente a noção de assédio moral (ou psicológico) no local de trabalho e os seus impactos sociais, mas também a complexidade inerente aos processos de violência no seio familiar, exigem por parte da sociedade civil e das entidades públicas uma especial atenção e uma atitude proactiva para os tentar combater. Foi neste sentido, que a Associação C. S. Sagrado Coração de Maria do Ferro realizou (no âmbito do projecto de Igualdade de Oportunidades entre Homens e Mulheres) um colóquio subordinado ao tema Assédio moral e outras formas de violência, que decorreu no dia 20 de Janeiro de 2005, no Auditório da Biblioteca Municipal da Covilhã. A sessão de abertura foi conduzida pelo representante da Governadora Civil de Castelo Branco (Dr. António Carvalho Chefe de Gabinete) e pela Vereadora da Cultura, Educação e Acção Social da Câmara Municipal da Covilhã (Dra. Maria do Rosário Pinto da Rocha) que frisaram a importância e a pertinência do tema na sociedade actual, louvando a iniciativa como um bom contributo para uma mudança cultural necessária. O primeiro painel sobre Violência doméstica: estratégias de actuação e instâncias de apoio foi orientado pela Dra. Conceição Lavadinho (Coordenadora do II Plano Nacional Contra a Violência Doméstica). O segundo painel sobre Assédio Moral e Sexual no Local de Trabalho foi conduzido pelo Dr. Pedro Faria (jurista da CITE Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego). Esta acção contou com a presença de uma centena de participantes, representantes de diversas entidades públicas e privadas da região, das áreas da saúde, acção social, ensino, cultura, meio empresarial, e público em geral (sobretudo alunos do Ensino Recorrente do Concelho da Covilhã). Das várias intervenções, dos oradores e dos participantes no debate, ressaltaram as seguintes conclusões: 1.º Painel Violência doméstica: estratégias de actuação e instâncias de apoio Antes de serem apresentados os recursos e estratégias/ propostas de actuação face à problemática da violência doméstica, efectuou-se uma abordagem teórica acerca do tema.

Definiu-se violência doméstica como o tipo de violência (física, sexual e psicológica) que ocorre em ambiente familiar, entre os membros de uma mesma família, ou que partilhem o mesmo espaço de habitação. Também prefiguram situações de violência doméstica praticadas sobre homens, crianças, pessoas idosas e pessoas com deficiência, no entanto as mulheres são a grande maioria das vítimas de violência em meio familiar. O fenómeno é explicado mediante 3 perspectivas diferentes: - individual (patologias do autor do acto violento ou da vítima); - familiar transgeracional (interiorização de experiências familiares desajustadas) e - sociocultural (valores e crenças que emergem das desigualdades de género ao longo da história). A violência doméstica caracteriza-se como sendo crónica, cíclica e crescente na sua intensidade. O ciclo da violência doméstica processa-se da seguinte forma: 1ª Fase O desencadear da crise (tensões/discussões); 2ª Fase Episódio agudo (explosão da violência); 3ª Fase Lua-de-mel (arrependimento/reconciliação) Quanto maiores proporções este ciclo tomar, mais difícil se torna a intervenção. A violência doméstica é um problema social complexo. É um problema social, pois afecta não uma mas muitas famílias. É um problema complexo, porque assenta numa ambivalência de sentimentos; por um lado, gosta-se das partes boas do relacionamento conjugal ou familiar, por outro lado, ninguém gosta de ser agredido. Considerou-se que existem determinados factores de risco, que podem impulsionar conflitos e comportamentos violentos no seio da família, sendo eles os seguintes: - Factores culturais (falta de poder por parte das mulheres, estereótipos rígidos de masculinidade e feminilidade); - Factores sociais relativos à vítima (dependência económica, isolamento social, escasso apoio institucional e vitimação secundária); - Factores sociais relativos aos autores dos actos violentos (desemprego, dificuldade de compreensão do sexo oposto, legitimação por parte de algumas instituições que reproduzem o modelo autoritário ); - Factores familiares (o carácter privado do meio familiar, a forma como são repartidas as responsabilidades e tarefas, as expectativas geradas a nível conjugal, ); - Factores individuais (interiorização de um modelo masculino rígido e estereotipado, visão excessivamente romântica das relações amorosas por parte da mulher, determinadas perturbações ou traços de personalidade ).

Perante a complexidade do fenómeno, concluiu-se que se deve intervir em dois pólos fundamentais: - Desenvolver intervenção junto das famílias (reaprender a viver em família sem violência) - Apoiar e proteger a vítima de agressões (sobretudo nas situações de crise). Não se devendo descurar, todavia, as acções de sensibilização junto de diversos sectores da sociedade civil e organismos públicos. Recursos existentes: O Centro de Estudos Judiciários tem realizado acções de formação na área da violência doméstica para magistrados. A nível nacional têm sido dados alguns passos no combate à violência doméstica, nomeadamente através de legislação, dos Planos Nacionais da Combate à Violência Doméstica, mediante a implementação de estruturas de apoio e linhas telefónicas SOS. No entanto, considera-se que existe uma desarticulação entre os diversos organismos que intervêm em situações de violência doméstica. Encontra-se em desenvolvimento um portal que possibilitará a centralização da informação e o funcionamento em rede dos organismos de apoio, proporcionando-se, assim, uma resposta mais adequada às vítimas. Na região centro existem alguns núcleos de atendimento e casas abrigo. Muito embora a expressividade dos números da violência doméstica no distrito de Castelo Branco (ver dados estatísticos em anexo), este, apenas, dispõe de um Gabinete de Consulta Jurídica e do Núcleo Mulher Menor da GNR na cidade de Castelo Branco. Por consequência, registam-se grandes dificuldades no encaminhamento das vítimas, devido à inexistência das referidas estruturas de atendimento e acolhimento, assim como devido à falta de apoio às entidades do distrito para poderem promover uma resposta adequada. Respostas/estratégias possíveis a nível regional: - Apresentação de candidaturas ao programa comunitário DAPHNE que incentiva a formação de redes, a nível europeu, para a concretização de projectos, que permitam assegurar a protecção das vítimas e o tratamento dos agressores; - Promover acordos com entidades nacionais que já disponham de estruturas de apoio e acompanhamento especializado, no sentido de estenderem a sua actuação ao distrito de Castelo Branco; - Solicitar o apoio da Segurança Social para criar Centros de Atendimento e uma Casa Abrigo no distrito; - Recorrer a protocolos com as Câmaras Municipais para apoiar o surgimento e o funcionamento destas estruturas;

- Realização de reuniões de rede entre as diversas entidades presentes (e outras a contactar) para cruzamento de informação, articular acções e apresentar propostas conjuntas junto das entidades públicas competentes; - Desenvolver acções conjuntas apresentando propostas e solicitando o apoio e a intervenção dos poderes públicos procurando, assim, reforçar a imperativa necessidade de criar no distrito estruturas de apoio e protecção às vítimas de crimes de violência doméstica. 2.º Painel Assédio Moral e Sexual no Local de Trabalho Os conceitos de assédio moral e assédio sexual aparecem, pela primeira vez, consagrados na legislação laboral portuguesa no artigo 24º do Código do Trabalho, aprovado pela Lei n.º 99/2003, de 27 de Agosto. De acordo com o referido artigo, entende-se por assédio todo o comportamento indesejado e discriminatório praticado no acesso ao emprego, no próprio emprego, trabalho ou formação profissional, com o objectivo ou efeito de afectar a dignidade da pessoa ou criar um ambiente intimidativo, hostil, degradante, humilhante ou desestabilizador. Constitui, igualmente, assédio todo o comportamento indesejado de carácter sexual, sob forma verbal, não verbal ou física, com o objectivo ou o efeito já referidos anteriormente. Os factores de discriminação directa ou indirecta e de assédio são baseados, nomeadamente na ascendência, idade, sexo, orientação sexual, estado civil, situação familiar, património genético, capacidade de trabalho reduzida, deficiência ou doença crónica, nacionalidade, origem étnica, religião, convicções políticas ou ideológicas e filiação sindical. O assédio moral manifesta-se sobre a forma de ridicularização, ameaças, indiferença, exclusão de determinadas actividades ou atribuição de tarefas desqualificantes, lançamento de rumores, etc. Estas manifestações assumem o estatuto de assédio quando ocorrem de forma repetitiva e prologada ao longo do tempo. A prática do assédio moral e/ou sexual a candidato/a a emprego e a trabalhador/a constitui contraordenação muito grave, estando sujeita a pesadas coimas, tornando-se, entretanto, necessário que se obtenham as respectivas provas testemunhais ou documentais. Segundo a experiência da CITE, a prova dos factos é muito difícil e são muito raros os casos que chegam aos tribunais.

Por consequência não nos devemos conformar com a situação, devendo falar-se sobre o tema porque a prevenção é melhor arma para combater o problema do assédio. A salvaguarda mais eficaz dos direitos dos/as assediados/as passa por um melhor e mais profundo conhecimento das normas em vigor e da sua divulgação junto dos trabalhadores, dos gestores e empregadores, sobretudo em sede de negociação colectiva, a fim de que todos possam ter consciência dos seus direitos e deveres, para melhor os respeitar e prevenir situações de assédio. A comunidade como um todo e as suas instituições deve estar informada e ser actuante a este nível, uma vez que as próprias autoridades ainda não interiorizaram o conceito de assédio moral. Desta forma, este debate sobre assédio moral e sexual constituiu-se como uma primeira abordagem à temática, servindo como ponto de partida para muitas outras reflexões que deverão realizar-se, não só sobre o ponto de vista jurídico, mas incidindo, também, sobre aspectos psicossociais e de saúde que envolvem as vítimas. Como conclusão geral, e dada a importância dos temas abordados, determinou-se que as conclusões do colóquio seriam remetidas às instâncias públicas competentes na matéria, procurando, assim, as diversas entidades representadas adoptar uma atitude proactiva e interventiva. Relatora das Conclusões Maria Manuela Gomes Aguilar