FACULDADE NOVOS HORIZONTES



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Transcrição:

FACULDADE NOVOS HORIZONTES CONTABILIDADE: HISTÓRIA, INTERAÇÕES E PERSPECTIVAS PROJETO INTERDISCIPLINAR Antonio Eugênio Alves da Silva Leandro Mariano Gonçalves Lucimar de Almeida Rodrigo José Resende Maio/2007 1

FACULDADE NOVOS HORIZONTES CONTABILIDADE: HISTÓRIA, INTERAÇÕES E PERSPECTIVAS CONTABILIDADE: EVOLUÇÃO E PERSPECTIVAS Antonio Eugênio Alves da Silva Leandro Mariano Gonçalves Lucimar de Almeida Rodrigo José Resende CIÊNCIAS CONTÁBEIS / 1º PERÍODO Coordenador do curso: Professor Walter Coelho de Morais Orientador: Professor Eduardo Amat Silva Belo Horizonte - MG, Maio/2007 2

SUMÁRIO Introdução...4 Justificativa...5 Objetivo...6 CONTABILIDADE: EVOLUÇÃO E PERSPECTIVAS. 1 Evolução...7 1.1 Influência Histórica...7 1.2 Período Antigo...8 1.3 Período Medieval...10 1.4 Período Moderno...11 1.5 Frei Luca Patioli...11 1.6 Período Cientifico...12 Contabilidade no Brasil...13 3 Tecnologia...15 3.1 Empresa estendida...17 4 Perspectivas...17 4.1 O Perfil do contador...17 4.2 O Profissional Contábil...20 4.3 Ética Profissional...21 4.4 O Contador Global...23 METODOLOGIA PESQUISA DE CAMPO E ANÁLISE DE DADOS COLETADOS. 5 Pesquisa de campo...24 5.1 Dados do entrevistado e questões elaboradas...24 5.2 Análise dos dados coletados...26 6 Conclusão...27 7 Bibliografia...28 3

INTRODUÇÃO Segundo pesquisa realizada pelo grupo Interdisciplinar, demonstraremos no decorrer deste trabalho, a influência que a Contabilidade teve para o crescimento e desenvolvimento no mundo ao longo dos tempos. 4

JUSTIFICATIVA Mostrar a importância da contabilidade como ferramenta de interesse público e privado para auxiliar o crescimento econômico, desde o início da sua história até a globalização, transformando a profissão de contador de guarda-livros à contador global. 5

OBJETIVO Apresentar os antecedentes sociais, culturais, e tecnológicos que foram necessários para a evolução da contabilidade, bem como descrever as contribuições das civilizações orientais para com a evolução contábil; relacionar os avanços da contabilidade aos progressos da sociedade; reconhecer a origem antiga, nobre e multicultural da contabilidade; sua importância para nossa sociedade; e, por fim identificar as principais diferenças e semelhanças entre o sistema contábil existente no início do século XX e o encontrado atualmente levando em conta suas perspectivas. 6

CONTABILIDADE: EVOLUÇÃO E PERSPECTIVAS. REFERENCIAL TEÓRICO 1. EVOLUÇÃO 1.1 INFLUÊNCIA HISTÓRICA A história da contabilidade é tão antiga quanto a própria história da civilização. Está ligada às primeiras manifestações humanas, da necessidade social de proteção à posse e de perpetuação e interpretação dos fatos ocorridos com o objeto material de que o homem sempre dispôs para alcançar os fins propostos. Deixando a caça, o homem voltou-se à organização da agricultura e do pastoreio. A organização econômica acerca do direito do uso do solo acarretou em separar atividade, rompendo a vida comunitária, surgindo divisões e o senso de propriedade. Assim, cada pessoa criava sua riqueza individual. Ao morrer, o legado deixado por esta pessoa não era dissolvido, mas passado como herança aos filhos ou parentes. A herança recebida dos pais (pater,patris), denominou-se patrimônio. O termo passou a ser utilizado para quaisquer valores, mesmo que estes não tivessem sido herdados. A origem da Contabilidade está ligada a necessidade de registros do comércio. Há indícios de que as primeiras cidades comerciais eram dos fenícios. A prática do comércio não era exclusiva destes, sendo exercida nas principais cidades da antiguidade. A atividade de troca e venda dos comerciantes semíticos requeria o acompanhamento das variações de seus bens quando cada transação era efetuada. As trocas de bens e serviços eram seguidas de simples registros ou relatórios sobre o fato. Mas as cobranças de impostos, na Babilônia já se faziam com escritas, embora rudimentares. Um escriba egípcio contabilizou os negócios efetuados pelo governo de seu país no ano 2000a.C. À medida que o homem começava a possuir maior quantidade de valores, preocupavalhe saber quanto poderiam render e qual a forma mais simples de aumentar as suas posses; tais informações não eram de fácil memorização quando já em maior volume, requerendo registros. Foi o pensamento do "futuro" que levou o homem aos primeiros registros a fim de que pudesse conhecer as suas reais possibilidades de uso, de consumo, de produção etc. Com o surgimento das primeiras administrações particulares aparecia a necessidade de controle, que não poderia ser feito sem o devido registro, a fim de que se pudesse prestar conta do Patrimônio administrado. 7

É importante lembrarmos que naquele tempo não havia o crédito, ou seja, as compras, as vendas e as trocas eram à vista. Posteriormente, empregavam-se ramos de árvore assinalados como prova de dívida ou quitação. O desenvolvimento do papiro (papel) e do cálamo (pena de escrever) no Egito antigo facilitou extraordinariamente o registro de informações sobre negócios. A medida em que as operações econômicas se tornam complexas, o seu controle se refina. As escritas governamentais da República Romana (200 a.c.) já traziam receitas de caixa classificadas em rendas e lucros, e as despesas compreendidas nos itens salários, perdas e diversões. No período medieval diversas inovações na contabilidade foram introduzidas por governos locais e pela igreja. Mas é somente na Itália que surge o termo Contabilitá. Podemos resumir a evolução da ciência contábil da seguinte forma: 1.2 PERÍODO ANTIGO A Contabilidade empírica, praticada pelo homem primitivo, já tinha como objeto, o Patrimônio, representado pelos rebanhos e outros bens nos seus aspectos quantitativos. Os primeiros registros processaram-se de forma rudimentar, na memória do homem. Como este é um ser pensante, inteligente, logo encontrou formas mais eficientes de processar os seus registros, utilizando gravações e outros métodos alternativos. As contas foram provavelmente uma das mais antigas formas de linguagem... O ato de contar nasceu dos dedos, e daí o sistema decimal. As contas provavelmente precedem a linguagem escrita, a matemática, a física e talvez até a língua falada nos termos que a conhecemos hoje. Texto nossa herança oriental, Will Durant(Durant,1963) Os mais velhos símbolos gráficos são os que Petrie encontrou nos vasos e pedras dos túmulos pré-históricos do Egito, da Espanha e do Oriente próximo, aos quais ele a da idade de 7.000 anos. Esta Sinária Mediterrânea compunha-se de 300 sinais, em sua maioria os mesmos em todas as localidades, indicando obrigações comerciais de uma extremidade a outra do mediterrâneo, por volta de 5.000 anos A.C. Não passaram de marcas mercantis de propriedades, de quantidade e outras. Texto nossa herança oriental, Will Durant(Durant,1963) 8

O inventário exercia um importante papel, pois a contagem era o método adotado para o controle dos bens, que eram classificados segundo sua natureza: rebanhos, metais, escravos, etc. A palavra "Conta" designa o agrupamento de itens da mesma espécie. As primeiras escritas contábeis datam do término da Era da Pedra Polida, quando o homem conseguiu fazer os seus primeiros desenhos e gravações. Os primeiros controles eram estabelecidos pelos templos, o que perdurou por vários séculos. Os suméricos e babilônicos, assim como os assírios, faziam os seus registros em peças de argila, retangulares ou ovais, ficando famosas as pequenas tábuas de Uruk, que mediam aproximadamente 2,5 a 4,5 centímetros, tendo faces ligeiramente convexas. Os registros combinavam o figurativo com o numérico, gravava-se a cara do animal cuja existência se queria controlar e o numero correspondente às cabeças existentes. Embora rudimentar, o registro, em sua forma, assemelhava-se ao que hoje se processa. O nome da conta, "Matrizes", por exemplo, substituiu a figura gravada, enquanto o aspecto numérico se tornou mais qualificado, com o acréscimo do valor monetário ao quantitativo. Esta evolução permitiu que, paralelamente à "Aplicação", se pudesse demonstrar, também a sua "Origem". Na cidade de Ur, na Caldéia, onde viveu Abraão, personagem bíblico citado no livro Gênesis, encontram-se, em escavações, importantes documentos contábeis: tabela de escrita cuneiforme, onde estão registradas contas referentes mão-de-obra e materiais, ou seja, Custos Diretos. Isto significa que, há 5.000 anos antes de Cristo, o homem já considerava fundamental apurar os seus custos. O Sistema Contábil é dinâmico e evoluiu com a duplicação de documentos e "Selos de Sigilo". Os registros se tornaram diários e, posteriormente, foram sintetizados em papiros ou tábuas, no final de determinados períodos. Sofreram nova sintetização, agrupando-se vários períodos, o que lembra o diário, o balancete mensal e o balanço anual. Já se estabelecia o confronto entre variações positivas e negativas, aplicando-se empiricamente, o Princípio da Competência. Reconhecia-se a receita, a qual era confrontada com a despesa. Os egípcios legaram um riquíssimo acervo aos historiadores da Contabilidade, e seus registros remontam a 6.000 anos antes de Cristo. A escrita no Egito era fiscalizada pelo Fisco Real, o que tornava os escriturários zelosos e sérios em sua profissão. O inventário revestia-se de tal importância, que a contagem do boi, divindade adorada pelos egípcios, marcava o inicio do calendário adotado. Inscreviam-se bens móveis e imóveis, e já se estabeleciam, de forma primitiva, controles 9

administrativos e financeiros. As "Partidas de Diário" assemelhavam-se ao processo moderno: o registro iniciava-se com a data e o nome da conta, seguindo-se quantitativos unitários e totais, transporte, se ocorresse, sempre em ordem cronológica de entradas e saídas. Pode-se citar, entre outras contas: "Conta de Pagamento de Escravos", "Conta de Vendas Diárias", "Conta Sintética Mensal dos Tributos Diversos" etc. Tudo indica que foram os egípcios os primeiros povos a utilizar o valor monetário em seus registros. Usavam como base, uma moeda, cunhada em ouro e prata, denominada "Shat". Era a adoção, de maneira prática, do Princípio do Denominador Comum Monetário. Os gregos aperfeiçoaram o modelo egípcio, estendendo a escrituração contábil às várias atividades, como administração pública, privada e bancária. 1.3 PERÍODO MEDIEVAL Na Itália, em 1202, foi publicado o livro "Liber Abaci", de Leonardo Pisano. Estudavam-se na época, técnicas matemáticas, pesos e medidas, câmbio, etc., tornando-se um dos homens mais evoluído em conhecimentos comerciais e financeiros. Os sumérios-babilônios plantaram a semente da Contabilidade e os egípcios a regaram, e foram os Italianos que fizeram o cultivo e a colheita. Foi um período importante na história do mundo, especialmente na história da Contabilidade, denominado a "Era Técnica", devido às grandes invenções, como moinho de vento, aperfeiçoamento da bússola, etc., que abriram novos horizontes aos navegadores, como Marco Pólo e outros. A indústria artesanal proliferou com o surgimento de novas técnicas no sistema de mineração e metalurgia. O comércio exterior incrementou-se por intermédio dos venezianos, surgindo, como conseqüência das necessidades da época, o livro-caixa, que recebia registros de recebimentos e pagamentos em dinheiro. Já se utilizavam, de forma rudimentar, o débito e o crédito, oriundos das relações entre direitos e obrigações, e referindo-se inicialmente a pessoas. O processo de produção na sociedade capitalista gerou a acumulação de capital, alterando-se as relações de trabalho. O trabalho escravo cedeu lugar ao trabalho assalariado, tornando os registros mais complexos. No século X, apareceram as primeiras corporações na Itália, transformando e fortalecendo a sociedade burguesa. No final do século XIII apareceu, pela primeira vez a conta "Capital", representando o valor dos recursos injetados nas companhias pela família proprietária. 10

No início do Século XIV, já se encontravam registros explicitados de custos comerciais e industriais, nas suas diversas fases: custo de aquisição; custo de transporte e dos tributos; juros sobre o capital, referente ao período transcorrido entre a aquisição, o transporte e o beneficiamento; mão-de-obra direta agregada; armazenamento; tingimento, etc., o que representava uma apropriação bastante analítica para época. A escrita já se fazia no moldes de hoje, considerando, em separado, gastos com matérias-primas, mão-de-obra direta a ser agregada e custos indiretos de fabricação. 1.4 PERÍODO MODERNO O período moderno foi a fase da pré-ciência. Devem ser citados três eventos importantes que ocorreram neste período: em 1493, os turcos tomam Constantinopla, o que fez com que grandes sábios bizantinos emigrassem, principalmente para Itália; em 1492, é descoberta a América e, em 1500, o Brasil, o que representava um enorme potencial de riquezas para alguns países europeus; em 1517, ocorreu a reforma religiosa; os protestantes, perseguidos na Europa, emigram para as Américas, onde se radicaram e iniciaram nova vida. A Contabilidade tornou-se uma necessidade para se estabelecer o controle das inúmeras riquezas que o Novo Mundo representava. A introdução da técnica contábil nos negócios privados foi uma contribuição de comerciantes italianos do séc. XIII. Os empréstimos, as empresas comerciais, e os investimentos em dinheiro determinaram o desenvolvimento de escritas especiais que refletissem os interesses dos credores e investidores e, ao mesmo tempo, fossem úteis aos comerciantes, em suas relações com os consumidores e os empregados. O aparecimento da obra de Frei Luca Pacioli, contemporâneo de Leonardo da Vinci, que viveu na Toscana, no século XV, marca o início da fase moderna da Contabilidade. 1.5 FREI LUCA PACIOLI Escreveu "Tratactus de Computis et Scripturis" (Contabilidade por Partidas Dobradas), publicado em 1494, enfatizando que à teoria contábil do débito e do crédito corresponde à teoria dos números positivos e negativos. Pacioli foi matemático, teólogo, contabilista entre outras profissões, deixou muitas obras destacando-se a "Summa de Aritmética, Geometria, Proportioni et Proporcionalitá", impressa em Veneza, na qual está 11

inserido o seu tratado sobre Contabilidade e Escrituração. O tratado destacava, inicialmente, o necessário ao bom comerciante. A seguir conceituava inventário e como fazê-lo. Discorria sobre livros mercantis: memorial, diário e razão, e sobre a autenticação deles; sobre registros de operações: aquisições, permutas, sociedades, etc.; sobre contas em geral: como abrir e como encerrar; contas de armazenamento; lucros e perdas, que na época, eram "Pro" e "Dano"; sobre correções de erros; sobre arquivamento de contas e documentos, etc. Sobre o Método das Partidas Dobradas, Frei Luca Pacioli expôs a terminologia adaptada: "Per ", mediante o qual se reconhece o devedor; "A ", pelo qual se reconhece o credor. Acrescentou que, primeiro deve vir o devedor, e depois o credor, prática que se usa até hoje. A obra de Pacioli não só sistematizou a Contabilidade, como também abriu precedente que para novas obras pudessem ser escritas sobre o assunto. É compreensível que a formalização da Contabilidade tenha ocorrido na Itália, afinal, neste período instaurou-se a mercantilização sendo as cidades italianas os principais interpostos do comércio mundial. Foi a Itália o primeiro país a fazer restrições à prática da Contabilidade por um indivíduo qualquer. O governo passou a somente reconhecer como contadores pessoas devidamente qualificadas para o exercício da profissão. A importância da matéria aumentou com a intensificação do comércio internacional e com as guerras ocorridas nos séculos XVIII e XIX, que consagraram numerosas falências e a conseqüente necessidade de se proceder à determinação das perdas e lucros entre credores e devedores. 1.6 PERÍODO CIENTÍFICO O Período Científico apresenta, nos seus primórdios, dois grandes autores consagrados: Francesco Villa, escritor milanês, contabilista público, que, com sua obra "La Contabilità Applicatta alle administrazioni Private e Plubbliche", inicia a nova fase; e Fábio Bésta, escritor veneziano. Os estudos envolvendo a Contabilidade fizeram surgir três escolas do pensamento contábil: a primeira, chefiada por Francisco Villa, foi a Escola Lombarda; a segunda, a Escola Toscana, chefiada por Giusepe Cerboni; e a terceira, a Escola Veneziana, por Fábio Bésta. Embora o século XVII tivesse sido o berço da era científica e Pascal já tivesse 12

inventado a calculadora, a ciência da Contabilidade ainda se confundia com a ciência da Administração, e o patrimônio se definia como um direito, segundo postulados jurídicos. Nessa época, na Itália, a Contabilidade já chegara à universidade. A Contabilidade começou a ser lecionada com a aula de comércio da corte, em 1809. A obra de Francesco Villa foi escrita para participar de um concurso sobre Contabilidade, promovido pelo governo da Áustria, que reconquistara a Lombarda, terra natal do autor. Além do prêmio, Villa teve o cargo de Professor Universitário. Francisco Villa extrapolou os conceitos tradicionais de Contabilidade, segundo os quais escrituração e guarda livros poderiam ser feitas por qualquer pessoa inteligente. Para ele, a Contabilidade implicava conhecer a natureza, os detalhes, as normas, as leis e as práticas que regem a matéria administradas, ou seja, o patrimônio. Era o pensamento patrimonialista. Foi o inicio da fase científica da Contabilidade. Fábio Bésta, seguidor de Francesco Villa, superou o mestre em seus ensinamentos. Demonstrou o elemento fundamental da conta, o valor, e chegou, muito perto de definir patrimônio como objeto da Contabilidade. Foi Vicenzo Mazi, seguidor de Fábio Bésta, quem pela primeira vez, em 1923, definiu patrimônio como objeto da Contabilidade. O enquadramento da Contabilidade como elemento fundamental da equação aziendalista, teve, sobretudo, o mérito incontestável de chamar atenção para o fato de que a Contabilidade é muito mais do que mero registro; é um instrumento básico de gestão. Entretanto a escola Européia teve peso excessivo da teoria, sem demonstrações práticas, sem pesquisas fundamentais: a exploração teórica das contas e o uso exagerado das partidas dobradas, inviabilizando, em alguns casos, a flexibilidade necessária, principalmente, na Contabilidade Gerencial, preocupando-se demais em demonstrar que a Contabilidade era uma ciência ao invés de dar vazão à pesquisa séria de campo e de grupo. A partir de 1920, aproximadamente, inicia-se a fase de predominância norteamericana dentro da Contabilidade. 13

2. CONTABILIDADE NO BRASIL O desenvolvimento da Contabilidade sempre esteve associado à evolução da humanidade. Esta associação é ressaltada e abordada por estudiosos, sob distintas perspectivas. A opinião de alguns pensadores, e os aspectos por estes identificados são a seguir apresentados, destaca que: Segundo ludícibus: em termos de entendimento da evolução histórica da disciplina, é importante reconhecer que raramente o estado da arte se adianta muito em relação ao grau de desenvolvimento econômico, institucional, e social das sociedades analisadas, em cada época. O grau de desenvolvimento das teorias contábeis e de suas práticas está diretamente associado, na maioria das vezes, ao grau de desenvolvimento comercial, social e institucional das sociedades, cidades ou nações. Iudícibus (1993:31) Em obra de sua autoria, informa que: A Contabilidade nasceu com a civilização e jamais deixará de existir em decorrência dela; talvez, por isso, seus progressos quase sempre tenham coincidido com aqueles que caracterizam os da própria evolução do ser humano. Sá (1997:16) Em trabalho de cunho histórico, Schmidt (2000:12) assevera que: Dentro de um aspecto arqueológico, a Contabilidade manifestou-se há quase dez séculos, portanto, muito antes do próprio homem ter desenvolvido o espírito de civilidade. Assim como o homem progrediu, a Contabilidade, como uma ferramenta indispensável para o progresso da humanidade, perseguiu esse progresso. O epítome do enredo evolutivo da Contabilidade leva ao desfecho de que, assim como qualquer ramo do conhecimento intimamente relacionado com o contexto social, a História do Pensamento Contábil (HPC) é produto do meio social em que o usuário está inserido, tanto em termos de espaço como em termos de tempo. Schmidt (2000:12) 14

Provas do desenvolvimento da Contabilidade associado á evolução da sociedade são as primeiras preocupações com o ensino comercial, o surgimento e a atuação dos pensadores contábeis, os esforços e a necessidade de padronização (cuja conseqüência natural é formulação de regras e a padronização das demonstrações contábeis), a criação dos órgãos de classe e os eventos realizados por estes organismos. Estes movimentos ocorreram também no Brasil, de forma embrionária nos séculos XVI, XVII e XVIII1, e com maior intensidade a partir do século XIX2, principalmente pela vinda da Família Real e como conseqüência de diversos acontecimentos históricos ocorridos no País, em seus estágios políticos de Reino Unido, Império e República. Este artigo se propõe a identificar cronologicamente as primeiras ocorrências no ensino comercial3 no século XIX, o surgimento de pensadores contábeis brasileiros, as discussões pioneiras e as primeiras ações para a padronização contábil e a realização dos Primeiros Congressos Brasileiros de Contabilidade. A evolução da contabilidade sempre esteve atrelada ao desenvolvimento da humanidade, e tal fato histórico também ocorreu no Brasil, com maior vigor a partir do século XIX. A partir da mudança econômica, política e social desencadeada com a vinda da Família Real para o Brasil, e a conseqüente evolução da então Colônia, que depois se tornou Reino Unido, Império e finalmente República, à Contabilidade foram apresentados vários desafios, superados de acordo com os fatos relatados. É possível identificar que as primeiras regulamentações criaram as necessidades iniciais para o ensino comercial, e a demanda por profissionais melhor qualificados foi o ponto de partida para as primeiras ações rumo à organização da profissão e criação dos órgãos de classe. Observou-se que, à medida que o desenvolvimento se intensificou com os passar dos anos e, principalmente, a partir do século XX, novas situações se apresentaram, exigindo respostas mais rápidas e consistentes da Contabilidade e de seus profissionais. Este processo continua nos dias atuais, cuja intensidade é ainda maior, em função da velocidade e do impacto que as mudanças atualmente causam. Na verdade, o desafio de adaptação à realidade é permanente e cada vez maior, e o sucesso da Contabilidade e de seus profissionais em grande parte está ligado à capacidade de percepção e de oferecimento de respostas aos desafios que lhes forem apresentados. Este dinamismo marca o desenvolvimento da sociedade, e por conseqüência da Contabilidade e de seus profissionais. 15

3. TECNOLOGIA A contabilidade sendo uma ciência importante para sociedade como um todo, não poderia deixar de seguir o ciclo natural de evolução e deixar para trás alguns equipamentos que eram tidos como essenciais para o trabalho na época, como a placa de gelatina e a maquina de contabilidade somatoria para entrar em um novo tempo, o da informatização ou informação digital como alguns colocam. Segue abaixo alguns modelos de tecnologias que são empregadas no trabalho contabil hoje em dia. O sistema de informação contábil é um dos componentes do Sistema de Informação Gerencial (SIG, em linguagem da TI ou Tecnologia da Informação). Em geral deverá ser composto das seguintes partes (ou módulos): Contabilidade geral: direcionada ao registro contábil nos moldes do padrão internacional, com o foco nos itens monetários de Balanço (Contabilidade financeira). Pode disponibilizar trabalhos adicionais como a elaboraçãode fluxo de caixa, planilhas de empréstimos, cálculo de juros, etc.); Contabilidade patrimonial: direcionada a informação para a gestão dos chamados itens não monetários do balanço: contas do Ativo Permanente e do Patrimônio Líquido, cálculo da Depreciação, Reavaliação, etc. Contabilidade de custos: integrada a movimentação dos almoxarifados e direcionada a informação sobre a apropriação e os rateios contábeis dos custos e despesas; Contabilidade gerencial: informação para a gestão administrativa com ênfase nas análises financeira e econômica (esta última principalmente em relação aos custos e investimentos), conversão em moeda estrangeira, consolidação de balanços, etc Controladoria: integrada aos Orçamentos de curto-prazo, e direcionadas às informações dos chamados itens controláveis do Balanço; Contabilidade Estratégica: integrada aos Orçamentos e Programas de Longo- Prazo, direcionadas `a informação para a chamada Gestão Estratégica. Como os softwares desse tipo seguem o padrão internacional (vide Contabilidade internacional), as especializações brasileiras como Contabilidade tributária e Contabilidade Pública quando necessárias devem ser adaptadas (customizadas) à "plataforma" original dos programas, o que traz imensas dificuldades aos profissionais contábeis do país. Gerenciamento eletrônico de documentos ou Gestão electrónica de documentos (GED) é uma tecnologia que provê um meio de facilmente gerar, controlar, armazenar, 16

compartilhar e recuperar informações existentes em documentos. Os sistemas GED permitem aos usuários acessar os documentos de forma ágil e segura, normalmente via navegador Web por meio de uma intranet coorporativa, a capacidade de gerenciar documentos é uma ferramenta indispensável para a Gestão do Conhecimento. Documentos formam a grande massa de conhecimentos de uma empresa. O GED permite preservar esse patrimônio e organizar eletronicamente a documentação, para assegurar a informação necessária, na hora exata, para a pessoa certa. O GED lida com qualquer tipo de documentação. Qualquer tipo de empresa, pequena, média ou grande, pode usar o GED, entre: escolas; empresas de advocacia; hospitais; administradoras de condomínios; empresas de recrutamento; escritórios de arquitetura, design e engenharia; assessorias de imprensa e de comunicação; e consultorias. Nas médias e grandes empresas, o GED poderá ser aplicado para setores específicos (RH, Treinamento, Contabilidade, Marketing, Informática). Este serviço avalia as necessidades específicas do cliente e oferece um sistema modular, o que possibilita a implantação gradativa do Gerenciamento Eletrônico de Documentos. 3.1 EMPRESA ESTENDIDA O acesso à intranet de uma empresa através de um Portal (internet) estabelecido na web de forma que pessoas e funcionários de uma empresa consigam ter acesso à intranet através de redes externas ao ambiente da empresa. Uma extranet é uma intranet que pode ser acessada via Web por clientes ou outros usuários autorizados. Uma intranet é uma rede restrita à empresa, que utiliza as mesmas tecnologias presentes na Internet, como e-mail, webpages, servidor FTP etc. A idéia de uma extranet é melhorar a comunicação entre os funcionários e parceiros além de acumular uma base de conhecimento que possa ajudar os funcionários a criar novas soluções. Exemplificando uma rede de conexões privadas, baseada na Internet, utilizada entre departamentos de uma empresa ou parceiros externos, na cadeia de abastecimento, trocando informações sobre compras, vendas, fabricação, distribuição, contabilidade entre outros. 17

4. PERSPECTIVAS 4.1 O PERFIL DO CONTADOR Um dos temas de maior relevância para as relações econômicas dentro da profissão contábil abordados no XV congresso Mundial de Contadores, realizado em Paris em 1997 foi a globalização; e segundo o ilustre Professor Hilário Franco: A globalização da economia e das relações internacionais determinará, indubitavelmente, o progresso ou retrocesso das nações no século XXI, influindo não somente na economia, mas também na própria cultura dos povos. Vencerão o desafio da competição internacional aqueles que estiverem mais preparados para enfrenta-los, isto é, aqueles com melhor formação cultural e técnica. A cultura humanística será a base de todo desenvolvimento e preparação técnica, representada por treinamento e atualização de conhecimentos, será condição sine qua non para a competição eficiente no campo econômico e profissional. (Franco-1999-p.23.) Foi unânime a manifestação dos participantes quanto à necessidade de ser mantida e incentivada a educação profissional continuada, em caráter permanente, para a manutenção do prestígio e da crescente projeção da profissão contábil. Agora os desafios que a profissão enfrentará dentro da globalização será a harmonização das normas internacionais de Contabilidade e Auditoria. Para isso, é necessário que todos os procedimentos contábeis utilizem a mesma linguagem, ou seja, adotem os mesmos princípios e as mesmas normas em seus relatórios e demonstrações contábeis, sendo assim, é indispensável que todos os países estabeleçam suas normas procurando harmonizar-se à as normas internacionais conhecidas por GAAP (Generak Accpted Accounting Prínciples) para poderem operar no mercado financeiro dos Estados Unidos e terem suas ações cotadas nas bolsas de valores. O importantíssimo problema da habilitação profissional, em virtude do baixo nível do ensino e treinamento deficiente, em muitos países entre os quais podemos incluir o Brasil -, não foi esquecido, evidenciando os enormes desníveis existentes entre nações, o que não somente dificulta a harmonização de normas contábeis e de Auditoria, mas principalmente impede o mútuo reconhecimento de qualificações, e a conseqüente impossibilidade, pelo menos por enquanto, da aceitação mútua irrestrita de títulos de habilitação em todos os 18

países da comunidade internacional, especialmente nesta era de globalização. (Franco-1999-p.29.) Outros temas versados no XV Congresso foi a corrupção, sendo assim, a profissão contábil tem enorme responsabilidade para com o público no que diz respeito aos recursos manuseados pelos poderes governamentais, já não se podendo admitir, principalmente em países em desenvolvimento, a inexistência de Auditoria nas contas públicas. "Para fazer face a suas responsabilidades, o Contador precisa ter boa formação ética, e conhecer bem o Código de Ética da Profissão, bem como estar preparado tecnicamente, com treinamento em Contabilidade Governamental. Além da responsabilidade pública, disse o expositor, a profissão contábil tem também grande responsabilidade cívica, em virtude da enorme importância social da profissão, devendo a Classe Contábil, por meio de seus profissionais e entidades, participar da vida social nos países onde atuam. (Franco-1999-p.25.) Nos últimos anos, cresceu em vários setores a discussão sobre a necessidade de preservação do meio ambiente e das riquezas naturais. Na Contabilidade, essa preocupação surgiu por volta de 1970, quando as empresas passaram a dar mais atenção aos problemas ligados à ecologia. Segundo Francis Mer, da França, Presidente de uma Associação de Empresas que protegem o mio ambiente: Empresas que protegem o meio ambiente são bem vistas pelo consumidor e por investidores, já havendo, em alguns países, fundos especializados em investir em empresas que agem dessa forma. Com esse comportamento, as empresas conseguem reduzir custos e riscos de poluição, que poderiam prejudicá-las, no futuro. (Franco-1999-p.38.) Bem: Conforme relata o professor da Universidade de Caxias do Sul (UCS), Fernando 19

O contador, juntamente com seu cliente, identificará o que pode ser feito para minimizar o impacto da empresa no meio ambiente, como a instalação de estações de efluentes e pesquisas de qualidade da água. Através do balanço social, a empresa poderá mostrar o que faz em relação ao meio ambiente. Bem ressalta que já existe uma Norma de Contabilidade sobre o assunto. A NBCT15 trata da divulgação de informações da natureza social ambiental. Entrou em vigor em 1 de janeiro de 2006, e possui todos os elementos que devem ser considerados. (Ben, Fernando. www.jccontabilidade.com.br). 4.2 O PROFISSIONAL CONTÁBIL No século XXI o contabilista assume com mais autonomia os relatórios contábeis, pois agora não é somente para o cliente, mas para uma sociedade capitalista e investidores atrás de lucro fácil. Daí os deveres e obrigações do profissional ficou mais aberto ao público, sendo assim, mais cobrada a sua veracidade, forçando o profissional a procurar mais base através de estudos, não mais na sua área específica débito e crédito. Com isso o conhecimento na área de direito, administração, economia, comunicação, informática e até relações humanas torna-se ano a ano indispensável para o bom desenvolvimento deste profissional. O profissional contábil de antes ficava preso atrás de uma mesa escondido, e com a evolução, surgiram novas expectativas adequando à interações entre o cliente, a sociedade e os investidores. A perspectiva em torno dessa melhor faz com que ele mude de atitude em relação ao desenvolvimento de seu trabalho, pois, torna-se necessário ser mais procurado pela sociedade e investidores. O Contador tornou-se um consultor profissional confiável, cujo aconselhamento é solicitado para ampla gama de assuntos. Para ser bem-sucedido, contudo, os contadores precisam atualmente, ser trinados de forma diferente. Além dos conhecimentos técnicos essenciais, o contador da atualidade precisa também desenvolver habilidades relativos a comunicação as relações humanas e a administração, criando um balanceamento adequado entre a formação teórica e a experiência prática. (Franco-1999-p.82.) O profissional contábil não pode parar diante de problemas encontrados em todo o 20

mundo como: À saúde, a degradação ao meio ambiente, a Aids, as drogas, a fome, a falta de dinheiro, o crime e o terrorismo, contudo, tem que superar e até ignorar esses problemas, pois isso faz parte da estrutura de qualquer lugar do mundo. Fatos estes não impede que o profissional deixe de exercer sua responsabilidade com a sociedade, porém, tendo que superar fronteiras, não com armas em punho, mas com responsabilidade, conhecimento, demonstrações claras e objetivas, pois a cobrança será a mesma em qualquer lugar do mundo. Não há dois mundos, Sr. Presidente; há um só mundo. Nós respiramos o mesmo ar, degradamos o mesmo meio ambiente, compartilhamos o mesmo sistema financeiro, temos os mesmos problemas de saúde. A Aids, o crime, as drogas, o terrorismo, a fome e o dinheiro não param nas fronteiras. Os Contadores também não param nas fronteiras. (Franco-1999-p.32.) Diante das novas perspectivas do profissional contábil, houve novas transformações através do código civil, lei nº 10.406, de janeiro de 2002, fazendo algumas alterações nos procedimentos contábeis das empresas, bem como a responsabilidade civil subjetiva do contador, (Responsabilidade civil e penal do profissional de contabilidade, pág, 69,70 autor Celso Marcelo de Oliveira); sendo indispensáveis para organizações governamentais no que diz respeito à consultoria e assistência em assuntos variados. O profissional contábil na sua história vem sendo super valorizado, tanto nos países subdesenvolvidos como em países de primeiro mundo devido s veracidade das informações submetidas à cobrança cada vez mais exigidas e contribuindo para o desenvolvimento econômico. 4.3 ÉTICA PROFISSIONAL Aristóteles (384-322 a.c) foi o primeiro a utilizar o termo ética para indicar o ramo da filosofia que estuda o comportamento humano e o critério pelo qual avaliamos as escolhas do homem e à conduta moral e seus valores. No século XIX,o filosofo Alemão HEGEL(1770-1831) distinguiu na ética os valores admitidos na historia, tais como família, o estado e a sociedade civil, da moralidade que se refere ao aspecto subjetivo da conduta, da disposição intima do individuo. 21

Moral e a ética são geralmente mais consideradas como sinônimos; porém, moral refere-se à esfera intima da conduta humana, em particular o seu aspecto religioso. Ética refere-se ao aspecto exterior, como o comportamento que pode ser visto e julgado pelos membros da comunidade e por essa razão o termo ética, foi adotado para indicar as regras de conduta empregadas no comportamento das profissões. É importante também ressaltar sobre as regras legais que são Leis locais do país e as regras regulamentares são normas adotadas por entidades, aceita por todos e podem ser modificadas dentro de formalidades previamente estabelecidas; podendo penalizar membros da entidade. A ética profissional vai alem dos princípios morais, foram criadas normas de ética profissional, sendo estabelecidas pelas entidades de classe em cada país, tendo como finalidade fornecer elementos para superar os conflitos que o profissional pode enfrentar em suas atividades. A ética profissional é imposta aos membros que precisam obedecer a essas regras, em virtude da natureza da atividade e o cunho social, a imagem do profissional depende muito da confiança que é depositada ao cliente. A ética profissional nos últimos anos tornou-se desejável como obrigação para o bom profissional, pois uma grande parte das decisões de negócios são baseado na ética do profissional contábil. A ética profissional está tomando rumo internacional, em vários países tenta-se fazer a maior harmonização em diferente à cultura de cada país.o código de ética da IFAC (Federação Internacional de Contadores) é importante para combater todos os problemas que atinjam o nível internacional como o narcotráfico, a lavagem de dinheiro e outros crimes internacionais,as integridades de suas instituições e o fortalecimento de seus governos.a importância de um código internacional de ética esta no fato de que em pouco tempo será impossível administrar negócios em um ambiente ético sem um código internacional obedecido por todos. IFAC determinara pelo menos os princípios gerais a ser seguidos nesse código, espera-se que todos os países sigam sempre todas as regras. Nos Estados Unidos e na Europa basea-se no profissional, na transparência mas na maioria dos asiáticos ainda são conservadores, transparência e a abertura das informações pouco à pouco. A regulamentação da profissão de contabilidade as atribuições dos contabilistas e suas evidentes responsabilidades estão descritas inicialmente no decreto lei nº 9.295/46 que criou o conselho federal de contabilidade e definiu as atribuições do contador e do técnico em 22

contabilidade. O conselho federal de contabilidade expediu a resolução CFC nº 560/83, que dispõe sobre as prerrogativas profissionais de contabilidade de que trata o art. 25 do decreto lei nº 9.295 de 27 de maio e 1946. O código de ética dos profissionais de contabilidade, foi introduzido pela resolução CFC nº 803/96, como uma das fontes em seu art. 2º enumera os deveres e obrigações do profissional no exercício das suas funções. 4.4 O CONTADOR GLOBAL Segundo Hilário Franco no seu livro A Contabilidade na era da Globalização, com seus comentários nos dá uma noção de que o contador global daqui para frente deverá ser multi-profissional, ou seja, não ficará preso só a tributos, débito e crédito, e sim terá que ampliar sua área de envolvimento e conhecimento; com atuação aqui no Brasil e no exterior que além do CRC indispensável o CPA, para atuar no exterior, principalmente nos Estados Unidos e Europa, transformando assim o papel do contador, que anteriormente era conhecido como guarda-livros, hoje no século XXI fica à frente de relatórios, viajando para congressos fora do país e no lugar do livro, computador, discursando em idiomas local demonstrando seu conhecimento e defendendo sua posição e cultura de um diplomata defendendo seu país. 23

METODOLOGIA PESQUISA DE CAMPO E ANÁLISE DE DADOS COLETADOS 5. PESQUISA DE CAMPO A pesquisa de campo adotada foi um questionário contendo dez perguntas elaboradas pelo grupo de acordo com o Projeto Interdisciplinar, realizada via e-mail e direcionada ao profissional da área contábil. O profissional entrevistado é Diretor da empresa Venture Assessoria Contábil e ganhador do prêmio de melhor monografia do ano de 2005 pela Newton de Paiva, assunto: O Neopatrimonialismo. 5.1 DADOS DO ENTREVISTADO E QUESTÕES ELABORADAS Entrevistado: Marcos Fabiano Ferreira Profissão: Empresário, Contador. Empresa: Venture Assessoria Contábil. A seguir, o questionário apresentado e respondido pelo entrevistado: 1ª.) Para um contador é fundamental ter uma visão empreendedora? Por quê? Sim, Primeiro porque é uma exigência de mercado hoje em dia para qualquer profissional que tenha pretensões de ser bem sucedido, e depois por que o contador em geral quando não é empresário, lida direto com os donos ou dirigentes das empresas, que por sua vez tem obrigação de falar muito bem a linguagem do empreendedorismo. 2ª.) Qual é seu interesse em atuar na área contábil? Você se sente realizado? O que poderia melhorar para a categoria? Meu interesse na área contábil começou por acaso, porém aos poucos fui descobrindo que fui parar no lugar certo pois sempre tive vontade de ser empresário e no meu ver o conhecimento contábil para se administrar uma empresa é o principal. Sim. A união e valorização profissional de nós para conosco e com os colegas que nos levaria ao reconhecimento do nosso real valor de forma mais rápida pelo mercado. 3ª.) A classe contábil segue o Código de Ética ou isto é utopia? Acredito que a ética as vezes é mal interpretada, o código de ética sem dúvida precisaria de algumas reformas, mas isso teria que ser precedido de uma compreensão maior dele. 24

4ª.) Com a globalização, você vê no futuro um padronização internacional em toda área contábil? Sem dúvida, porém esse caminho é muito longo e está aí um grande campo de oportunidades para acadêmicos e técnicos, provando mais uma vez que nosso mercado ainda está longe da saturação. 5ª.) O profissional vem sendo desvalorizado ou está se tornando mais necessário devido aos processos de burocratização? Está ganhando valorização, devido principalmente a estabilidade e a globalização que fizeram as estratégias e os controles financeiros, algo de suma importância para a sobrevivência da empresa, diferentemente do que ocorria na época da inflação e reserva de mercado. 6ª.) O que as empresas ou escritórios de contabilidade esperam do profissional contábil? Além dos conhecimentos técnicos de praxe, que fuja do estereotipo do contador do passado, aquele profissional acanhado, tímido, retraído que tinha a certeza que era um peso necessário dentro da empresa e que não assumia sua posição de extrema importância dentro da organização. Que tenha consciência do seu grande potencial, do quanto ele pode agregar valor e que venha pensando em ser o camisa 10 e não o goleiro reserva. 7ª.) Qual a perspectiva do profissional daqui alguns anos?o de vista, este dever do profissional é rigorosamente seguido? As melhores possíveis... Claro que em todas profissões temos profissionais e profissionais, mas temos que tomar a consciência de que Contabilidade é uma ciência e que por tanto, somos cientistas e temos que fazer jus a esse titulo procurando usas as armas que a contabilidade nos oferece para sermos os melhores e mais valorizados dentro das organizações. 8ª.) Você concorda que a ciência contábil está em constante evolução? Sim. Haja vista a Teoria Neopatrimonialista a qual sou militante e estudioso. Tal teoria vem para somar até na evolução da sociedade humana, pois tem condições de auxiliar e muito em questões tão vitais como a tão sonhada sustentabilidade. 25

9ª.) O que a tecnologia tem contribuído para os profissionais da área contábil? No sentido de quebrar as amarras que nos prendiam ao serviço burocrático e mecânico e nos deixar mais livres para termos condições de exercitar a Ciência Contábil propriamente dita. 10ª.) Qual sua mensagem para quem escolher esta profissão? Estude muito, trabalhe muito, lute para dar o melhor de você para a contabilidade e para a sociedade. Tenha em mente que está numa profissão extremamente necessária para todos e isso trará para você inúmeras oportunidades e uma responsabilidade muito grande. Contribua para uma sociedade melhor, uma classe profissional melhor pois sem dúvida você será recompensado na mesma medida. 26

5.2 ANÁLISE DOS DADOS COLETADOS Observou-se que realmente a classe contábil deveria ser mais prestigiada. As obrigações e responsabilidades de um bom contador dependem principalmente de sua formação e da aplicação da ética moral e profissional. As perspectivas de melhores dias para os contadores são grandes, pois de acordo com a experiência do entrevistado, depois da publicação do novo Código Civil os profissionais da área estão caminhando para seu devido reconhecimento perante a sociedade. Este reconhecimento se deve ao fato de o contador moderno ter assumido mais responsabilidades, não se limitando apenas às práticas contábeis e às legislações impostas, mas participando de decisões empresariais que abrangem uma vasta área. O entrevistado mostrou-se profundo conhecedor de seus direitos e obrigações como responsável contábil, tendo ciência de que seu papel é de extrema importância para o bom desempenho e administração de uma empresa, seja qual for sua área de atuação, aplicando sempre o princípio da ética profissional. 27

6. CONCLUSÃO Tendo sido observado as várias fases da contabilidade, levando em consideração os seus primórdios, desde sua aplicação pelas civilizações pré-históricas até os nossos modernos métodos atuais de escrituração digital, observou-se que a idéia principal sempre permaneceu: registrar os fatos contábeis devido a necessidade de gerenciar um negócio. Como pontapé inicial a Revolução Comercial, constatou-se que a Contabilidade estava se expandindo a diversos pólos mercantilistas, obtendo aperfeiçoamentos ao passar dos anos partindo de Luca Paciolli até chegar ao Brasil com a criação do Conselho Federal de Contabilidade. Foi constatado que atualmente o contador não mais é taxado como um simples funcionário, assim com era tratado anteriormente. Nos dias atuais, este possui total padrão técnico para participar na tomada de decisões de uma empresa, sendo esta participação de fundamental importância para o bom andamento dos negócios de seu interesse. Vale ressaltar a questão da ética contábil, que no Brasil, é regulado pelo Conselho Federal de Contabilidade, através do Código de Ética do Profissional Contabilista, onde, constatou-se após análises de fraudes contábeis em algumas grandes empresas a nível internacional, que o contador, infelizmente, ainda se deixa levar por interesses de uma minoria, por motivos fúteis que o desabone perante a sua conduta. Conclui-se neste Projeto Interdisciplinar que o contador seja ele de uma pequena, média ou grande empresa, estará sempre participando de forma ativa, que os caminhos para o devido reconhecimento da profissão estarão sempre abertos, cabendo a cada um honrar a ética profissional e coagir corrupção. 28

7. BIBLIOGRAFIA 1) FRANCO, Hilário: A contabilidade na era da Globalização, (1999). 2) HENDRIKSEM, Elmo So; BREDA, Michel Fo Von: Teoria da Contabilidade (1999). 3) SÁ, Antonio Lopes de: Introdução à ciência da Contabilidade. 4) SANTO, José Luis dos; SSCHIMIDT, Paulo; MACHADO, Nilson Perinazzo: Fundamentos da Teoria da Contabilidade / Edição resumos da Contabilidade. 5) SCHIMIT, Paulo: História do Pensamento Contábil. 6) Iudícibus, Sérgio de; MARION, José Carlos: Introdução a Teoria da Contabilidade.(2002) http://www.cfc.org.br/ http://www.contabeis.com.br/ http://www.crcmg.org.br/ http://www.crcsp.org.br/ 29