ANEXO (a que se refere o artigo único do Despacho do Almirante Chefe do Estado-Maior da Armada n.º 30/2016, de 26 de abril) REGULAMENTO INTERNO DO MUSEU DE MARINHA CAPÍTULO I Disposições gerais Artigo 1.º Objeto O presente regulamento interno define a estrutura e o funcionamento do Museu de Marinha (MM). Artigo 2.º Natureza O MM é um órgão de natureza cultural. Artigo 3.º Missão O MM tem por missão assegurar a conservação e exposição dos objetos de valor histórico, artístico e documental do património da Marinha, ou confiados à sua guarda, que constituam documentos do passado marítimo dos portugueses e dos serviços por si prestados à civilização e ao progresso da humanidade. Artigo 4.º Ao MM compete: a) Executar, no aplicável, as funções museológicas estabelecidas pela legislação específica dos museus portugueses, designadamente o estudo e investigação, incorporação, inventário e documentação, conservação, segurança, interpretação e exposição e educação; b) Exercer a autoridade técnica na área da museologia, nomeadamente no seguinte: i. Elaborar especificações técnicas sobre incorporação, inventário e classificação, conservação e restauro de peças com interesse museológico; ii. Definir as políticas de conservação e restauro de peças museológicas e de doutrina, normas e procedimentos para a conservação e restauro de material museológico; c) Promover e desenvolver ações de investigação documental histórica e científica; d) Desenvolver planos de atividades didáticas e culturais; e) Promover ações de divulgação cultural, através da organização e realização de exposições temáticas temporárias que evoquem figuras e factos com interesse histórico, associados às atividades no mar, ou que possam contribuir para a divulgação e prestígio da Marinha; f) Cooperar com museus congéneres e outros organismos culturais, nacionais e estrangeiros, na realização de exposições e atividades de caráter temporário com temáticas de relevo, que contribuam para evocar e enaltecer a tradição marítima portuguesa; g) Assegurar a organização e manutenção do registo geral das peças de interesse histórico existentes em todas as unidades, estabelecimentos e órgãos (UEO) da Marinha e 1
do respetivo estado de conservação, enquanto órgão com autoridade técnica na área de museologia; h) Organizar e realizar estágios destinados a pessoal militar ou civil, com vista ao desempenho de funções ou execução de tarefas que interessem especificamente às atividades desenvolvidas pelo MM ou à Marinha em geral, em articulação com a Direção de Formação (DF) e sob a sua orientação técnico-pedagógica. Artigo 5.º Pólos museológicos 1 - O MM integra os seguintes pólos museológicos: a) O edifício da antiga Fábrica Nacional de Cordoaria; b) A fragata D. Fernando II e Glória (FDFG); c) O farol-museu de Santa Marta, em Cascais; d) O museu marítimo Almirante Ramalho Ortigão, em Faro; e) O pólo museológico do farol do Cabo de São Vicente, em Sagres, Vila do Bispo. 2 - Os pólos museológicos são criados e extintos por despacho do Chefe do Estado- Maior da Armada (CEMA), ouvido o Diretor da Comissão Cultural de Marinha (CCM). Artigo 6.º O MM compreende: a) O Diretor do MM; b) A Comissão Técnica Consultiva do MM (CTC-MM); c) A Comissão Técnica Consultiva da FDFG (CTC-FDFG); d) O Departamento de Museologia. Artigo 7.º Diretor do Museu de Marinha 1 - Ao Diretor do MM compete: a) Planear, organizar, dirigir e controlar as atividades do MM; b) Convocar e presidir às reuniões das comissões indicadas nas alíneas b) e c) do artigo anterior; c) Planear e propor superiormente a realização de exposições temporárias; d) Promover a aceitação e propor a incorporação de peças de interesse histórico, artístico ou documental para o património do MM; e) Dar parecer sobre a criação e extinção dos núcleos e pólos museológicos do MM; f) Assegurar a representação do MM em contatos com entidades congéneres. 2 - O Diretor do MM é um oficial na direta dependência do Diretor da CCM. Artigo 8.º Comissão Técnica Consultiva do Museu de Marinha 1 - A CTC-MM é o órgão consultivo do Diretor do MM, ao qual compete emitir pareceres sobre assuntos de caráter técnico no âmbito da investigação histórica e da museologia que lhe sejam submetidos pelo Diretor. 2 - A CTC-MM tem a seguinte composição: a) O Diretor do MM; b) O Chefe do Departamento de Museologia; 2
c) Até sete individualidades de reconhecido mérito em matérias relacionadas com as atividades do MM, designadas pelo Diretor da CCM, sob proposta do Diretor do MM, por períodos de três anos. Artigo 9.º Comissão Técnica Consultiva da fragata D. Fernando II e Glória 1 - A CTC-FDFG é o órgão consultivo do Diretor do MM, ao qual compete emitir pareceres sobre assuntos de caráter técnico no âmbito da investigação histórica, da marinharia e da construção naval em madeira que lhe sejam submetidos pelo Diretor. 2 - A CTC-FDFG tem a seguinte composição: a) O Diretor do MM; b) O Comandante da FDFG; c) Até sete individualidades de reconhecido mérito em matérias relacionadas com a atividade e a manutenção da FDFG, enquanto navio-museu, designadas pelo Diretor da CCM, sob proposta do Diretor do MM, por períodos de três anos. CAPÍTULO II Departamento de Museologia SECÇÃO I Disposições gerais Artigo 10.º 1 - Ao Departamento de Museologia compete: a) Organizar e dirigir a exposição permanente do MM; b) Organizar, apoiar e coordenar a montagem de exposições temporárias; c) Desenvolver investigação histórica no domínio da temática do MM; d) Organizar e realizar cursos e estágios no domínio da museologia; e) Elaborar estudos e pareceres técnicos na área de museologia relativos à organização, temática e museografia dos diferentes núcleos museológicos existentes nas UEO da Marinha; f) Assegurar a conservação preventiva de todo o acervo do Museu, tanto em exposição, permanente ou temporária, como em reserva; g) Garantir o inventário e a classificação do acervo do Museu de Marinha, bem como do restante património histórico da Marinha, mediante informação das UEO detentoras do património, e manter os registos atualizados em base de dados apropriada; h) Assegurar a conservação e restauro do acervo museológico; i) Monitorizar e efetuar o controlo periódico das peças pertencentes ao património museológico da Marinha, em especial daquelas cedidas pelo MM, por empréstimo ou em depósito, a outras entidades, dentro e fora da Marinha; j) Elaborar estudos, pareceres e especificações técnicas relativos à incorporação, inventário e classificação, conservação e restauro de peças com interesse museológico; k) Propor a promulgação de normas e procedimentos que permitam estabelecer doutrinas de incorporação, inventariação, conservação e restauro do material museológico; l) Apoiar atividades culturais de natureza escolar e associativa; m) Desenvolver atividades de caráter didático e pedagógico, tais como ateliers, oficinas, workshops, enquadradas nas temáticas e discurso museológico do MM, dirigidas a públicos diferenciados; 3
n) Efetuar a divulgação das atividades do MM e dos seus serviços, através dos diferentes canais de divulgação ao dispor; o) Efetuar e promover estudos de público, de acessibilidades e propor ações conducentes a uma museologia inclusiva; p) Produzir e fornecer materiais de apoio à visita ao MM; q) Efetuar a marcação de visitas ao Museu de Marinha; r) Garantir o funcionamento da Bilheteira do Museu de Marinha. 2 - O Chefe do Departamento de Museologia é um oficial, no ativo ou na reserva, na direta dependência do Diretor do MM. Artigo 11.º O Departamento de Museologia compreende: a) O Serviço de Investigação; b) O Serviço de Património; c) O Serviço Educativo e de Mediação Cultural. SECÇÃO II Serviço de Investigação Artigo 12.º 1 - Ao Serviço de Investigação compete assegurar as competências mencionadas nas alíneas a) a e) do n.º 1 do artigo 10.º. 2 - O Chefe do Serviço de Investigação é um oficial, na direta dependência do Chefe do Departamento de Museologia. Artigo 13.º O Serviço de Investigação compreende: a) O Centro de Documentação; b) O Gabinete de Pesquisa e Planeamento. Artigo 14.º Centro de Documentação 1 - Ao Centro de Documentação compete assegurar a organização e o arquivo de livros, publicações e outros documentos. 2 - O Chefe do Centro de Documentação é um oficial ou um técnico superior do Mapa de Pessoal Civil da Marinha (MPCM), na direta dependência do Chefe do Serviço de Investigação. Artigo 15.º Gabinete de Pesquisa e Planeamento 1 - Ao Gabinete de Pesquisa e Planeamento compete assegurar as ações de estudo e pesquisa histórica, e de organização e planificação temática de exposições. 2 - O Chefe do Gabinete de Pesquisa e Planeamento é um oficial, na direta dependência do Chefe do Serviço de Investigação. 4
SECÇÃO III Serviço de Património Artigo 16.º 1 - Ao Serviço de Património compete assegurar as competências mencionadas nas alíneas f) a k) do n.º 1 do artigo 10.º. 2 - O Chefe do Serviço de Património é um oficial, na direta dependência do Chefe do Departamento de Museologia Artigo 17.º O Serviço de Património compreende: a) O Arquivo Histórico de Imagens da Marinha; b) O Gabinete de Desenhos e Planos; c) A Secção de Inventário e Catalogação; d) A Secção de Reservas, Conservação e Restauro; e) A Secção de Exposições; f) A Secção das Oficinas. Artigo 18.º Arquivo Histórico de Imagens da Marinha 1 - Ao Arquivo Histórico de Imagens da Marinha compete executar as tarefas de organização, guarda, conservação e atualização do espólio de imagens de interesse histórico, em qualquer tipo de suporte, com exceção das integrantes de documentos e fundos da Biblioteca Central de Marinha e do seu Arquivo Histórico. 2 - O Chefe do Arquivo Histórico de Imagens da Marinha é um assistente técnico do MPCM, na direta dependência do Chefe do Serviço de Património. Artigo 19.º Gabinete de Desenhos e Planos 1 - Ao Gabinete de Desenhos e Planos compete executar as tarefas de organização e arquivo dos desenhos e planos de navios, instalações e modelos. 2 - O Chefe do Gabinete de Desenhos e Planos é um assistente técnico do MPCM, na direta dependência do Chefe do Serviço de Património. Artigo 20.º Secção de Inventário e Catalogação 1 - À Secção de Inventário e Catalogação compete executar as tarefas de classificação, arquivo e atualização da base de dados e fichas das peças que constituem o património histórico da Marinha, com exceção daquele cuja responsabilidade nesta matéria compete a outros órgãos da Marinha. 2 - A chefia da Secção de Inventário e Catalogação é assegurada, em acumulação interna, pelo Chefe da Secção de Exposições, na direta dependência do Chefe do Serviço de Património. 5
Artigo 21.º Secção de Reservas, Conservação e Restauro 1 - À Secção de Reservas, Conservação e Restauro compete executar as tarefas de avaliação do estado de conservação de peças de interesse museológico, da guarda e conservação das peças que constituem a reserva patrimonial, bem como do planeamento e execução de adequadas acções de restauro e manutenção das peças em exposição. 2 - O Chefe da Secção de Reservas, Conservação e Restauro é um assistente técnico do MPCM, na direta dependência do Chefe do Serviço de Património. Artigo 22.º Secção de Exposições 1 - À Secção de Exposições compete executar as tarefas de observação permanente das peças que constituem a exposição permanente, a coordenação das respetivas ações de beneficiação e de conservação e a sua disposição, bem como a separação e preparação de peças para exposições temporárias. 2 - O Chefe da Secção de Exposições é um sargento, em acumulação interna, com o cargo de Chefe da Secção de Inventário e Catalogação, na direta dependência do Chefe do Serviço de Património. Artigo 23.º Secção das Oficinas 1 - À Secção das Oficinas compete executar trabalhos de construção, reparação, e manutenção dos modelos e peças que constituem ou irão constituir a exposição permanente e as exposições temporárias ou itinerantes, bem como dos respetivos expositores. 2 - O encarregado da Secção das Oficinas é um assistente operacional do MPCM, na direta dependência do Chefe do Serviço de Património. SECÇÃO IV Serviço Educativo e de Mediação Cultural Artigo 24.º 1 - Ao Serviço Educativo e de Mediação Cultural compete assegurar as competências mencionadas nas alíneas l) a r) do n.º 1 do artigo 10.º. 2 - O Chefe do Serviço Educativo e de Mediação Cultural é um oficial ou um técnico superior do MPCM, na direta dependência do Chefe do Departamento de Museologia. CAPÍTULO III Disposições complementares Artigo 25.º Património Cultural do MM 1 - O património cultural do MM é constituído pelos seguintes elementos: a) Bens afetos e peças pertencentes ao MM; b) Peças pertencentes a UEO da Marinha que venham a ser extintos ou a unidades navais que venham a ser abatidas e que se revistam de interesse histórico e artístico; c) Peças executadas nas oficinas do MM e as que venham a ser obtidas por compra, doação, herança ou legado. 6
2 - Os bens recebidos em regime de depósito podem ser utilizados pelo MM para os fins próprios, nos termos dos respetivos protocolos. Artigo 26.º Apoio administrativo, financeiro e logístico O apoio administrativo, financeiro e logístico do MM é assegurado pela CCM. Artigo 27.º Cooperação 1 - A cooperação a que se refere a alínea f) do n.º 1 do artigo 4.º deve ser concretizada através da formalização, por escrito, de protocolos assinados pelas partes. 2 - A concretização das iniciativas de cooperação está sujeita a parecer do Diretor da CCM, nos termos definidos no despacho do CEMA que aprova as normas orientadoras para elaboração de protocolos na Marinha. Artigo 28.º Formação Os estágios e outras ações de formação no MM são realizados nos termos do normativo em vigor e em articulação com a Superintendência do Pessoal, e decorrem de acordos e protocolos celebrados pela Marinha. 7