Editorial. Rodrigo Rosistolato EDITORIAL

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Transcrição:

Editor-chefe da Revista Contemporânea de Educação O número 28 da Revista Contemporânea de Educação apresenta 20 artigos, além de 1 resenha, todos recebidos em fluxo contínuo. Em conjunto, os textos convergem para a construção de um debate profícuo sobre alfabetização, usos da linguagem, aprendizado da escrita, trabalho docente, materiais didáticos e questões curriculares no Brasil. Sintetizam, portanto, preocupações inerentes ao campo da pesquisa educacional e também relacionadas às ações práticas desenvolvidas em salas de aula e redes de ensino na educação básica. O texto Práticas alfabetizadoras contadas pelo armário secreto de uma professora experiente, escrito por Taís Aparecida de Moura, analisa o trabalho de uma professora com uma turma do ensino fundamental. O objetivo é revelar elementos constituintes das práticas alfabetizadoras, com foco direcionado para as concepções, os métodos e os saberes docentes necessários para a alfabetização de crianças. O artigo Gêneros textuais na alfabetização: explorando poemas e cordéis, escrito por Ana Cristina da Silva Rodrigues e Lisiane Fernanda de Moraes Guilardi Paiva, apresenta um estudo de caso sobre o uso de poemas e cordéis em sala de aula. As autoras enfatizam a pertinência desse modelo de formação de estudantes e indicam que a valorização de poetas e escritores pertencentes ao mesmo contexto em que as escolas estão inseridas contribui diretamente para que as crianças aproximem-se da cultura local e reconheçam-se como parte dela. Na sequência, Filomena Elaine Paiva Assolino, em Professoras alfabetizadoras: memórias de leitura e prática pedagógica, apresenta os resultados de uma pesquisa de pós-doutorado sobre a relação que professoras alfabetizadoras estabeleceram com a leitura durante a infância. A autora argumenta que as professoras que valorizam suas próprias experiências com a leitura durante a infância tendem a desenvolver práticas pedagógicas que conduzem os alunos à condição que ela classifica como intérpretes historicizados. O trabalho de Priscila Dantas Fernandes e Verônica do Reis Mariano Souza, 549

O ensino da leitura e da escrita: desafios do PNAIC, analisa um conjunto de questões relacionadas ao Programa Nacional de Alfabetização na Idade Certa (PNAIC), considerando os desenvolvimentos das ações do programa em um município do Estado de Sergipe. O foco do trabalho é o ensino da língua portuguesa, pensado com base nas visões de professores alfabetizadores em formação, além de reflexões sobre as peculiaridades da implementação do PNAIC. Adalgisa Cristina Marques Boni, Halana Carolina Maia e Maria Peccinin Barbosa, em A importância da prontidão para ler e escrever, apresentam os resultados de um estudo qualitativo na cidade de Limeira, São Paulo. O objetivo do estudo era mapear habilidades psicomotoras, cognitivas e linguísticas entre crianças de 6 ou 7 anos de idade, com base em um protocolo de avaliação de habilidades, desenvolvido pelas autoras. Os dados apontam uma correlação entre o desenvolvimento das habilidades medidas pelo instrumento e o desenvolvimento da leitura e da escrita. Em O caso do ditado das quatro palavras e uma frase na alfabetização, Patricia Camini realiza uma abordagem histórico conceitual sobre o ditado das quatro palavras e uma frase. A autora apresenta uma série de debates sobre a alfabetização de crianças, além de descrever e analisar as discussões acadêmicas nacionais relacionadas à temática da alfabetização. O artigo Contribuições do professor para a aprendizagem de atos de escrita, escrito por Érika Chrsitina Kohle, Stela Miller e Cleber Barbosa da Silva Clarindo, apresenta uma reflexão sobre as ações docentes relacionadas à produção textual de crianças do sexto ano em uma escola pública localizada no interior de São Paulo. O artigo revela uma série de questões sobre as interações entre docentes e discentes no decorrer do ensino para produções textuais. Sílvia Regina Rodrigues e Márcia Regina do Nascimento Sambugari apresentam um estudo da produção bibliográfica relacionada à linguagem escrita no contexto da educação infantil. O artigo, Linguagem escrita na educação infantil: produções apresentadas na ANPED (2000-2017), é uma análise bibliográfica que localiza, principalmente, os debates sobre a possibilidade de alfabetizar as crianças no decorrer da educação infantil. Marcela de Oliveira Abreu Fontinele e Neide Cavalcante Guedes, no artigo Letramento da criança no ciclo de alfabetização: contribuições do ensino de matemática, discutem possíveis contribuições do ensino de lógica e raciocínio matemático no 550

decorrer do ciclo de alfabetização. As autoras argumentam que a matemática permite e incentiva uma série de leituras de mundo que podem contribuir diretamente para a alfabetização plena das crianças. No texto Alfabetização: ler e escrever através do projeto aprendendo a conviver na escola`, Aline do Nascimento Araújo Gonçalves e colaboradores apresentam os dados de uma investigação qualitativa realizada em uma escola no município de Moraújo, no Estado do Ceará. Os autores apontam uma série de questões relacionadas aos processos de convivência vividos na escola e sua relação com a alfabetização. Francisca Mônica Silva da Costa, Janaína Luiza Moreira de Castro e Adriana Leite Limaverde Gomes, no artigo A articulação teoria-prática na formação inicial do professor alfabetizador, discutem a formação de professores alfabetizadores no âmbito da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Ceará. Trata-se de um debate sobre a formação inicial de professores, considerando fundamentalmente a perspectiva dos discentes em formação. Gabriela Medeiros Nogueira e Caroline Braga Michel, no artigo Leitura e escrita como prática social na educação infantil, analisam um conjunto de documentos oficiais que visam regulamentar as práticas de leitura e escrita na educação infantil. As autoras também realizam uma investigação qualitativa em uma escola que desenvolve atividades de leitura e escrita tendo jornais como suportes textuais. Com base nesse conjunto de metodologias, argumentam que os usos de materiais diversos, como jornais, podem proporcionar contatos significativos das crianças com as práticas sociais de leitura e escrita. No texto A desinstitucionalização da escola contemporânea: apontamentos teóricos e consequências perigosas, Gabriel Carvalho Bungenstab realiza um ensaio sobre debates contemporâneos relacionados à desinstitucionalização da escola. Ele argumenta sobre a presença de vertentes que defendem a desinstitucionalização enquanto outras entendem que a escola não deixará de ser uma instituição, mas enfrenta uma crise. Em meio a esses embates, as desigualdades educacionais e escolares no Brasil continuam em plena reprodução. Larissa Lima de Souza, em Estágio em ocupação estudantil: experiências na formação docente de geografia, apresenta uma reflexão sobre o estágio curricular realizado em um ambiente de ocupação estudantil. A autora apresenta um conjunto de reflexões sobre a práxis educativa e os elementos presentes na formação de novos docentes. 551

José Bittencourt da Silva, Elisangela Castro Redig Pinto, Marcio Fernando Duarte Pinheiro, no texto Análise do PPP da escola Bosque, Belém, Pará, realizam uma série de reflexões sobre os conteúdos de Educação Ambiental legitimados durante a atualização do PPP da escola Bosque, uma escola que tem, desde sua gênese, conexões com debates nacionais e internacionais sobre desenvolvimento sustentável. Jérôme Bel e o grau zero: dançar ensinar, viver é um ensaio produzido por Angélica Vier Minhoz com o objetivo de aproximar os procedimentos de Jérôme Bel com a docência. A autora argumenta que Bel propõe uma redução ao grau zero da dança e seria possível também propor uma redução ao grau zero da docência. Diane Schlieck e Martha Kaschny Borges, em Aprendizagem colaborativa mediada pelas tecnologias digitais: protagonismo dos actantes envolvidos, descrevem e analisam duas abordagens que utilizam a pedagogia de projetos com mediação de tecnologias digitais. Os autores argumentam que no mundo contemporâneo os alunos tem contato direto com informações disponíveis no mundo digital. Também apontam que um dos principais desafios da educação contemporânea seria desenvolver práticas de aprendizagem colaborativa. Simone Emiliano de Jesus e Kátia Regina Xavier Pereira da Silva, em Um material didático sobre desengajamento moral e violência de gênero, apresentam a estrutura, fundamentação e o processo de avaliação de pares de um material didático produzido com o objetivo de problematizar e promover a reflexão sobre as mais diversas formas pelas quais a violência de gênero se apresenta nas dimensões cotidianas das relações sociais. No texto Humanidades sitiadas: Filosofia no Ensino Médio brasileiro e Bachillerato espanhol, Maria Fernanda Alves Garcia Montero, com base em análise documental, percepções de professores e alunos em ambos os países, analisa o lugar da filosofia no currículo das escolas. A autora argumenta que no cenário contemporâneo a filosofia tem sido convertida em mais um instrumento para a satisfação das necessidades do mercado. Vilmar Jose Borges, Regina Celi Frechiani Bitte, no artigo Tramas instituintes do estágio supervisionado curricular no Espírito Santo, apresentam um resgate histórico sobre a institucionalização dos cursos de formação docente no Espírito Santo, especificamente na Universidade Federal do Espírito Santo. A proposta é articular a trajetória dos cursos de formação docente à legislação educacional brasileira desen- 552

volvida no mesmo período. Ao final, a resenha escrita por José Luís Schifino Ferraro descreve e analisa os argumentos sobre a relação entre a consolidação da escola como instituição e a modernidade ocidental. Apresenta questões sobre a racionalização dos projetos de ensino e aprendizagem, além de uma análise sobre a progressiva autoridade pedagógica que é construída na escola. Essa edição, portanto, convida os leitores da Revista Contemporânea de Educação a analisarem uma série de processos relacionados à alfabetização, aos usos da linguagem, ao aprendizado da escrita, ao trabalho docente, aos materiais didáticos e às questões curriculares no Brasil e na Espanha. São temáticas aparentemente convergentes e que guardam similitudes por conta do processo de retroalimentação presente nos fenômenos educacionais. A universidade é o locus de formação de novos professores e atualiza-se com base em investigações sobre o trabalho efetivo dos docentes, seus dilemas e caminhos estabelecidos para a formação dos estudantes. Da mesma forma, reconhece que no decorrer das interações entre professores e estudantes nas escolas da educação básica também há produção de conhecimentos específicos, por vezes distantes do escopo da produção universitária. A Revista Contemporânea de Educação pretende contribuir com as reflexões sobre os fenômenos educacionais brasileiros e internacionais, tanto apresentando temáticas consolidadas quanto induzindo a renovação do próprio campo educacional com base na elaboração de novas questões de pesquisa. Boa leitura! Editor chefe da Revista Contemporânea de Educação 553