QUALIDADE DE VIDA EM ACADÊMICOS DE FISIOTERAPIA COM DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR MARGARIDA, Byanca dos Santos Lopes¹, MAKHOUL, Kelly Duarte Lima², BOAVENTURA, Cristina de Matos³, CARDOSO FILHO, Geraldo Magela³, MAGAZONI, Valéria Sachi ³ ¹Acadêmica do curso de Fisioterapia do Centro Universitário do Triângulo UNITRI MG, Brasil. (byancamargarida@hotmail.com). ² Orientadora e professora do curso de Fisioterapia do Centro Universitário do Triângulo UNITRI MG, Brasil. (kellyduartelima@hotmail.com). ³ Co orientadores e Professores do curso de Fisioterapia do Centro Universitário do Triângulo- UNITRI-MG, Brasil. (valeriasachi@gmail.com) RESUMO Introdução: A disfunção temporomandibular (DTM), se origina através de hábitos que excedam as atividades fisiológicas do sistema estomagnático; seus sinais e sintomas geram limitações dos movimentos articulares, dores orofaciais, espasmos musculares, presença de ruídos ou crepitações ao movimentar a articulação. Acredita-se que os graduandos constituem um potencial grupo de risco para o desenvolvimento da DTM, devido aos altos níveis de ansiedade gerados quando passam por períodos de provas, seminários e a rotina clínica. Com isso, a literatura tem demonstrado que a gravidade da DTM reflete em maior comprometimento da qualidade de vida. Objetivo: objetivo deste projeto foi diferenciar e classificar nos acadêmicos de fisioterapia os diferentes graus da disfunção temporomandibular, buscando correlaciona-la segundo a expectativa da qualidade de vida em diferentes domínios. Método: a pesquisa foi realizada com os alunos matriculados no curso de Fisioterapia, no 1º semestre de 2018, através da aplicação do Índice de Fonseca, onde foram classificados conforme os graus de DTM: ausente, leve, moderado e severa; e em seguida, o Questionário de Qualidade de Vida SF-36, buscando correlacionar os dados encontrados. Conclusão: conclui-se que houve diferenças significativas entre a qualidade de vida dos acadêmicos com DTM, com maior significância para DTM severa. Palavras chaves: disfunção, qualidade de vida, relação DTM e qualidade de vida em acadêmicos.
2 1. INTRODUÇÃO: A Articulação Temporomandibular (ATM) é uma articulação sinovial constituída de tecidos moles e estruturas ósseas, responsável por conectar a mandíbula ao osso temporal e de promover a realização de todos os movimentos da cavidade oral. (PEREIRA, et. al. 2017) As alterações que interferem no bom funcionamento da ATM e da musculatura mastigatória associada, entre outras estruturas, são denominadas por disfunção temporomandibular (DTM), que pode se originar através de hábitos que excedam as atividades fisiológicas do sistema estomagnático, como onicofagia (habito de roer unhas), atrito dos dentes, bruxismos, hábitos de morder o lábio, mordida cruzada, levam a má oclusão, podendo afetar indivíduos de qualquer faixa etária, entre 20 á 45 anos principalmente o gênero feminino. Os sinais e sintomas da DTM estão às limitações dos movimentos articulares, dores orofaciais, espasmos musculares, fadiga, presença de ruídos ou crepitações ao movimentar a articulação, zumbidos nos ouvidos, má oclusão. (SOUZA, et. al., 2017) Os fatores etiológicos mais comuns são a hiperatividade muscular, causada pela má oclusão, estresse e/ou alterações posturais. Outros fatores que podem levar a DTM são os hábitos parafuncionais, que são os costumes como morder as bochechas, bruxismo, roer unhas, mascar chiclete, chupar o dedo, apoiar-se sobre o queixo entre outros. Porém, os fatores psicológicos parecem ter importante participação na sua etiologia (SOUSA et. al., 2016). A incidência vem aumentando consideravelmente, na atualidade 50 a 75% da população exibe pelo menos um sinal de DTM e 25% possuem sintomas associados. A prevalência é maior no gênero feminino, em 80% dos casos, atingindo a faixa etária de 21 a 40 anos (ABREU et. al, 2016). Já os profissionais de saúde possuem uma rotina estressante, que pode ser observada desde os anos de graduação e que se perpetua durante a sua vida profissional. Os graduandos constituem um potencial grupo de risco para o desenvolvimento da DTM, devido aos altos níveis de ansiedade gerados quando passam por períodos de provas, seminários e a rotina clínica (PINTO et. al, 2015). Atualmente o modelo biopsicossocial tem ganhado destaque, promovendo uma ampla discussão sobre a influência dos fatores emocionais na etiologia da DTM. Neste sentido, a tensão emocional, o estresse, a ansiedade e a depressão têm sido associadas à presença de sinais e sintomas desta disfunção em diferentes populações. Estes fatores, especialmente o estresse e a ansiedade, podem causar hiperatividade muscular e o desenvolvimento de hábitos parafuncionais, levando a microtraumas da ATM e lesões musculares. Estudos recentes
3 também têm demonstrado que os sintomas de DTM, principalmente a dor, podem promover elevado grau de comprometimento físico e mental, com reflexo negativo sobre a qualidade de vida (QV). Além disso, a literatura tem demonstrado que a gravidade da DTM reflete em maior comprometimento da qualidade de vida relacionada com a saúde oral (QVRSO). (PAULINO, et. al. 2018) Como forma de classificar os indivíduos com a DTM teremos o Índice Anamnésico de Fonseca (IAF), que e um instrumento de fácil compreensão e aplicação e pode ser utilizado em várias faixas etárias, este tem por objetivo diagnosticar em qual grau o individuo se encaixa na classificação de DTM: leve, moderada ou grave. Já como forma de avaliar a qualidade de vida tem se o questionário conhecido como questionário de qualidade de vida (SF-36), que se trata de um teste de fácil compreensão e administração, sendo menos extenso; contém oito domínios: capacidade funcional, aspecto físico, dor, estado geral de saúde, vitalidade, aspectos sociais, aspectos emocionais e saúde mental. Permitindo desta forma ter uma melhor relação da saúde do individuo com a qualidade de vida. O presente estudo tem como contribuição pessoal o aprimoramento sobre meus conhecimentos em relação à disfunção temporomandibular, suas classificações e intervenção na qualidade de vida. Assim como varias pessoas que têm a DTM muitas das vezes não sabem de sua existência, eu como portadora e fisioterapeuta com este projeto consigo compreender mais sobre suas interferências na qualidade de vida possibilitando assim uma melhor orientação, evitando que esta alteração possa agravar-se, proporcionando uma melhora nas condições de vida. Cientificamente, este trabalho confirma-se proporcionando uma adequada percepção das influencias dos sinais e sintomas da DTM na qualidade de vida dos indivíduos, e busca informa-los corretamente o quanto o diagnostico precoce e preciso para que não ocorra maiores complicações. Desta forma, este projeto tem primordial importância social, dado que auxiliara na extensão do conhecimento do sujeito em relação às classificações e consequências nas atividades de vida diárias do cidadão. Com isso, buscou-se avaliar e correlacionar nos acadêmicos de fisioterapia do Centro Universitário do Triângulo UNITRI, através dos questionários que classifica a DTM e a QV levando a observar a interferência dos graus de disfunção na qualidade de vida do acadêmico. 2. METODOLOGIA Realizou-se uma pesquisa de campo com os alunos da graduação do curso de Fisioterapia do Centro Universitário do Triângulo UNITRI, maiores de 18 anos, pois
4 menores de idade precisam da autorização dos pais ou responsável. Foram classificados alunos que tenham algum grau de disfunção temporomandibular, no período de Março a Abril de 2018. A pesquisa deu-se através de dois questionários: Índice Anamnésico de Fonseca que é composto por questões que são possíveis três respostas: sim, não e às vezes; para as quais são preestabelecidas três pontuações 10, 0 e 5, respectivamente. Com base na somatória dos pontos atribuídos obteve-se um índice anamnésico que permitiu classificar os voluntários em categorias de severidade de sintomas: sem DTM 0 a 15 pontos, DTM leve 20 a 40 pontos, DTM moderada 45 a 65 e DTM severa 70 a 100 pontos (CHAVES, et. al. 2008). O segundo teste que foi utilizado e o Questionário de Qualidade de Vida - SF-36 que é um questionário multidimensional formado por 36 itens, englobado em oito escalas ou componentes: capacidade funcional, aspectos físicos, dor, estado geral de saúde, vitalidade, aspectos sociais, aspectos emocionais e saúde mental; apresentando um escore final de 0 a 100, sendo 0 corresponde o pior estado geral de saúde e 100 o melhor estado de saúde. Por se tratar de uma pesquisa de caráter qualitativo após a aplicação do questionário houve o selecionamento de cada resultado segundo a classificação de DTM. A coleta de dados sucedeu-se com os alunos do curso de Fisioterapia do Centro Universitário do Triângulo-UNITRI, os dados foram coletados dentro das salas de aula do curso que estão localizadas no Bloco C no campos da faculdade, através do questionário de Fonseca e o SF-36, que foi impresso em folha de papel sulfite A4. As salas são compostas por uma área de 14m e 30 cm de comprimento por 7m e 90 cm de largura cada, duas janelas, 6 ventiladores de teto. Nestas salas estavam disponíveis cadeiras e mesas, onde se aplicou os questionários. O público alvo da pesquisa em questão foram alunos da graduação, do curso de Fisioterapia, tanto indivíduos do sexo masculino quanto do sexo feminino, maiores de 18 anos, do Centro Universitário do Triângulo-UNITRI. Incluíram-se na amostra todos os alunos devidamente matriculados no curso de Fisioterapia, no 1º semestre de 2018, maiores de 18 anos, que não necessitaram de ajuda para o preenchimento do questionário e que assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. Excluíram-se da amostra os alunos menores de 18 anos, que não foram encontrados em sala de aula durante o período de coleta dos dados, que não assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido e que não estiveram devidamente matriculados no curso de Fisioterapia. Participaram da população amostral 252 alunos, conforme o encontrado no levantamento de dados, onde foram separados em dois grupos, o controle e os que
5 apresentaram algum grau de disfunção, pois, ao final eles foram correlacionados e avaliados buscando observar a interferência da disfunção na qualidade de vida do acadêmico. Estes alunos estavam cursando entre o 1º ao 8º período, do curso de Fisioterapia do Centro Universitário do Triângulo UNITRI, matriculados no 1º semestre de 2018. A coleta dos dados realizou-se em sala de aula com a prévia autorização da gestora do curso e do professor presente no local, o aluno que teve interesse recebeu o termo de consentimento livre e esclarecido e os dados foram colhidos através da aplicação do questionário de IAF, os resultados das questões levam a seguinte conclusão: sem DTM 0 a 15 pontos, DTM leve 20 a 40 pontos, DTM moderada 45 a 65 e DTM severa 70 a 100 pontos, podendo desta forma classifica-los. No que se refere o questionário SF-36, segundo as 36 respostas englobado os oito domínios: capacidade funcional, aspectos físicos, dor, estado geral de saúde, vitalidade, aspectos sociais, aspectos emocionais e saúde mental; que se referem a um escore final de 0 a 100, sendo 0 corresponde o pior estado geral de saúde e 100 o melhor estado de saúde, permitindo também sua divisão para melhor classificação. Ambos contendo questões objetivas e de clara compreensão, o mesmo foi impresso em folha de papel sulfite A4 e entregue ao aluno que respondeu com caneta esferográfica de cor azul ou preta com tempo limite de 10 minutos para preenchimento do questionário. A abordagem ocorreu em sala de aula, no momento propício para o preenchimento do questionário, neste momento foi explicado a cada aluno o objetivo e o intuito da pesquisa em questão, após isso o aluno que apresentou interesse recebeu o termo de consentimento livre e esclarecido onde também estava documentado sobre os objetivos da pesquisa. O termo foi assinado pelo aluno que em seguida recebeu o questionário de Fonseca e o SF-36. O projeto foi enviado ao Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário do Triângulo UNITRI, tendo sido aprovado sob o parecer 1.198.173. A estatística descritiva constatou de tabelas de frequência e porcentagens de respostas. Os dados que se apresentaram em escala intervalar foram descritos em termos de médias, de desvios padrão, de valor mínimo, de valor máximo e o intervalo de confiança com alfa = 0,05 (95%). Utilizou-se de gráficos para serem traçados, para melhor compreensão dos resultados. 3. RESULTADOS Participaram desta pesquisa, 252 alunos, que se submeteram a um Questionário de Qualidade de Vida SF-36 e ao Índice de Fonseca, para a verificação do Grau de DTM que apresentavam.
Na tabela 1, estão demonstradas as frequências e porcentagens de alunos, de acordo com os Graus de DTM apresentados e resultados totais. 6 Tabela 1 Distribuição de frequências e porcentagens de alunos, de acordo com os sem DTM e os graus de DTM apresentados e resultados totais Graus de DTM Frequências Porcentagens Sem DTM 59 23,41 Leve 116 46,04 Moderado 52 20,63 Severo 25 9,92 Total 252 100,00 Na tabela 1, os resultados demonstram que de 252 a maioria dos acadêmicos apresentaram um grau mais leve de disfunção, seguido dos sem DTM, e logo depois do grau moderado, apresentando poucos acadêmicos com um grau mais severo. Na tabela 2, estão demonstrados os valores de médias e de desvios padrão, obtidos nos oito Domínios do Questionário de Qualidade de Vida SF 36, considerando-se os 4 graus de DTM: sem, leve, moderado, severo. Tabela 2 - Valores de médias e de desvios padrão, obtidos nos oito Domínios do Questionário de Qualidade de Vida SF 36, considerando-se os quatro graus de DTM: sem, leve, moderado, severo. Qualidade de Vida SF-36 Sem DTM (n = 59) DTM Leve (n = 116) DTM Moderada (n = 52) DTM Severa (n = 25) Média DP Média DP Média DP Média DP Capacidade 89,92 17,63 86,32 17,72 83,75 16,11 81,80 17,79 Funcional Aspectos Físicos 86,02 21,41 71,32 33,00 70,19 32,10 65,00 32,27 Dor 77,69 17,97 62,55 20,73 57,71 18,65 47,16 16,27 Estado Geral de 69,68 11,98 58,60 18,67 58,17 12,76 46,52 13,78 Saúde Vitalidade 64,24 19,00 50,09 18,03 44,90 17,75 35,60 15,37 Aspectos Sociais 84,75 20,38 66,47 24,09 66,11 22,05 53,65 23,45 Aspectos Emocionais 72,88 36,87 56,03 38,97 41,02 43,59 46,66 43,03 Saúde Mental 73,36 14,81 58,62 17,72 54,20 18,68 50,08 14,57 Na tabela 2 pode-se observar que quando no grau sem DTM os valores de todos os domínios apresentaram-se acima da média, demonstrando melhor estado de qualidade de vida. Já nos graus leve, moderada e severa, alguns resultados das médias foram abaixo, mostrando uma piora de estado de vida. Sendo mais representativa no grau severo.
7 Com interesse em verificar a existência ou não de diferenças, estatisticamente significantes, entre os valores obtidos nos oito Domínios do Questionário de Qualidade de Vida - SF-36, considerando-se os resultados obtidos nos quatro graus do DTM, foi aplicado o teste U de Mann-Whitney (SIEGEL, 1975), comparando-se os resultados obtidos com os graus de DTM, dois a dois. O nível de significância foi estabelecido em 0,05, em um teste bilateral. Os resultados estão demonstrados na tabela 3. Tabela 3 Probabilidades encontradas, quando da aplicação do teste de Mann-Whitney aos valores obtidos nos oito Domínios do Questionário de Qualidade de Vida - SF-36, considerando-se os resultados obtidos nos quatro graus do DTM. (*) p<0,05 Variáveis Sem x Leve Sem x Moderada Sem x Severa CF 0,0283* 0,0014* 0,0026* LAF 0,0052* 0,0077* 0,0021* Dor 0,0000* 0,0000* 0,0000* EGS 0,0001* 0,0000* 0,0000* VIT 0,0000* 0,0000* 0,0000* AS 0,0000* 0,0000* 0,0000* AE 0,0040* 0,0001* 0,0070* SM 0,0000* 0,0000* 0,0000* De acordo com os resultados demonstrados na tabela 3, foram encontradas diferenças estatisticamente significantes entre todos os valores das variáveis, porém, alguns domínios apresentaram uma analise estatística mais significante quando relacionada às demais, foram elas: dor, estado geral de saúde, vitalidade, aspectos sociais e saúde mental. Já as demais como: capacidade funcional, limites aspectos físicos e aspectos emocionais demonstraram uma analise menos significante estatisticamente. Podemos concluir que todos os resultados deram uma analise estatística com significância, mas, uns apresentaram maior significância do que os outros, sendo os de maior significância: dor, estado geral de saúde, vitalidade, aspectos sociais e saúde mental. 4. DISCUSSÃO O presente estudo buscou classificar os graus de disfunção temporomandibular e em seguida, correlacionar com a qualidade de vida em acadêmicos de fisioterapia. Ao obter os resultados da pesquisa em questão foram divididos os resultados em dois grupos, um controle e outro dos acadêmicos com algum grau de disfunção temporomandibular demonstrando um maior número de acadêmicos com DTM leve, logo
8 depois moderado, e severo segundo a classificação do IAF. De antemão, quando comparado aos domínios referente ao teste de qualidade de vida SF-36, os que apresentaram maior significância estatística foram: dor, estado geral de saúde, vitalidade, aspectos sociais e saúde mental. Nos dados obtidos nessa amostra apresentam que 46,04% dos acadêmicos demonstraram um grau de disfunção leve, valores próximos encontrados no estudo de Bezerra et. al. (2012) que trazem uma prevalência de DTM leve entre os universitários. Havendo desta forma, uma concordância com o presente estudo onde o autor relata que segundo seus resultados assim como desta amostra o grau leve apresentou maior prevalência entre os acadêmicos. Baseado no presente estudo podemos ainda relacionar o grau de disfunção moderado, conforme a analise da pesquisa encontramos algumas variáveis que apresentaram uma maior significância quando feito o questionário de qualidade de vida sendo elas: a dor, estado geral de saúde, vitalidade, aspectos sociais e saúde mental, segundo esta amostra 20,63% dos acadêmicos apresentaram um grau de DTM moderada, Oliveira (2005) trás em seu estudo que os indivíduos com DTM moderada apresentam períodos rítmicos, periódicos e intermitentes de dor. Vindo desta forma corrobora com o presente estudo, e demonstrando a interferência da disfunção na qualidade de vida, como observado nas variáveis encontradas. Dentro deste contexto, quando relacionado à DTM severa podemos observar um maior acometimento nas mulheres, quando comparadas ao gênero masculino, sendo demonstrado na pesquisa de Geres et. al. (2013) publicado na revista Terapia Manual Posturologia. Este estudo vem corroborar com a presente pesquisa, que teve em sua composição amostral uma prevalência do gênero feminino, devido à população do curso de Fisioterapia ser composta por mulheres. Outro resultado demonstrado neste estudo e que houve uma alteração significativa quando avaliado a limitação da mandíbula, incapacidade pela dor e dificuldade para mastigar, causando interferência na QV, desta forma, assim como o presente estudo houve uma relação direta da DTM severa com a QV. Porém, quando correlacionado a DTM com a qualidade de vida, Pinto et. al. (2015) um estudo vem nos demonstrar que ao avaliarmos os acadêmicos de fisioterapia, houve uma prevalência no grau leve, podendo-se comparar a presente pesquisa onde 46,04% dos acadêmicos apresentaram um grau leve disfunção. Na citação utilizada por eles de uma edição do Jornal Italiano de Saúde Pública, em 2009, trouxe uma relação inversamente proporcional entre QDV e DTM, onde é possível dizer que quando ausente ou menor a DTM, melhor a QDV do indivíduo, estes dados podem ser analisados quando associado ao estudo em questão, que mostrou quando afetado por algum grau da disfunção houve alterações significativas
9 quando relacionado à dor, EGS, VIT, AS e SM, vindo desta forma interferir diretamente na QV. Outros autores vêm corroborar com os resultados encontrados, como Rocha et. al. (2017) em uma amostra relacionada a alguns acadêmicos de odontologia e Freitas et. al. (2015) com uma população amostral composta por acadêmicos de nível superior, ambos os autores trazem uma interferência significativa da DTM na qualidade de vida dos acadêmicos, demonstrando de tal forma, que não importa o curso que esteja cursando desde que tenha algum grau de disfunção ocorre uma alteração na QV, assim como observado anteriormente nesta pesquisa ao avaliar os resultados obtidos onde ocorreu uma alteração significativa nos quesitos: dor, EGS, VIT, AS e SM, vindo desta forma interferir diretamente na QV. Conforme os estudos relacionados ao presente trabalho os demais artigos vieram reforçar que devido às alterações apresentadas pela disfunção como dores musculares ou articulares, má oclusões, estalidos, e pressões na articulação ATM, entre outros sinais e sintomas, levam a modificações na qualidade de vida. Podendo-se concluir que quanto maior o grau de disfunção maior interferência no estado de piora da qualidade de vida dos acadêmicos, devido às pressões, aos estresses e ansiedades impostas sobre eles durante o perídio universitário. Demonstrando desta forma uma intima relação entre a qualidade de vida e DTM, sendo que quanto mais severa, pior será a QDV dos acadêmicos. 5. CONCLUSÃO A partir dos dados obtidos nesta amostra, conclui-se que houve maior prevalência para o grau leve de disfunção, porém, ao avaliar os graus de disfunção houve uma diferenças estatisticamente significativas em todos os domínios da qualidade de vida dos acadêmicos com DTM, com maior significância para DTM severa. 6. REFERÊNCIAS ABREU, L. C.; SILVA, J. A.; SANTOS, L. H. G. Avaliação da funcionalidade cervical, distúrbios temporomandibulares, ansiedade e qualidade de vida de pacientes submetidos a procedimentos odontológicos. ClipeOdonto, 2016; 8(2):19-25. BEZERRA, B. P. N., RIBEIRO, A. I. A. M., FARIAS, A. B. L., FARIS, A. B. L., FONTES, L. B. C., NASCIMENTO, S. R., NASCIMENTO, A. S., ADRIANO, M. S. P. F. Prevalência
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