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EXTORSÃO Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar fazer alguma coisa: Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou com emprego de arma, aumenta-se a pena de um terço até metade. 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o disposto no 3º do artigo anterior. 3 o Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da vítima, e essa condição é necessária para a obtenção da vantagem econômica, a pena é de reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da multa; se resulta lesão corporal grave ou morte, aplicam-se as penas previstas no art. 159, 2 o e 3 o, respectivamente 3

DEFINIÇÕES Extremamente similar ao roubo; Vantagem econômica, Participação real, palpável da vítima, Não fazer mediante coação; Tolerar algum comportamento devido a chantagem No roubo a vítima não atua, na extorsão ele deve colaborar essencialmente!!! No roubo o bem está a mão, na extorsão o bem deve ser alcançado; 4

DEFINIÇÕES No roubo o bem está a mão, na extorsão o bem deve ser alcançado; No roubo o bem esta à mão do agente que pode por fim dispor do objeto, mesmo sem o auxílio da vítima; Uma posse baseada na boa-fé e desvigiada; 5

DEFINIÇÕES violência empregada pelo sujeito ativo no crime de roubo é física e imediata, para o fim de obter concomitantemente o proveito, ao passo que na extorsão é moral e subordina a ação/omissão a evento futuro PRADO Podemos diferenciar a extorsão por ser um crime formal, onde não se exige o resultado para a consumação. Já o roubo, o resultado é imperativo para sua consumação, pois deve-se verificar a produção do resultado naturalístico. 6

DEFINIÇÕES Ex: O agente aponta uma arma para a vítima na frente de um banco e sob grave ameaça subtrai sua carteira ROUBO! O agente aponta a arma para a mulher da vítima, para que esta faça um depósito para ela EXTORSÃO!!!! 7

DEFINIÇÕES No roubo o bem é retirado da vítima Na extorsão a própria vítima entrega ao criminoso (com alguma possibilidade de escolha) Sequestro-relâmpago é extorsão (não tem a majorante) A colaboração da vítima na digitação da senha é imprescindível Súmula 96 do STJ O crime de extorsão consuma-sese independentemente da obtenção da vantagem indevida 8

DEFINIÇÕES: Constranger: tolher a liberdade de outrem; obrigar, coagir, forçar; A violência (física ou moral) ou grave ameaça: precisa ser reservada à prática de um ato pela vítima (entregar ao agente valor, ou coisa), a omissão desta (não cobrar uma dívida do agente) ou a concessão para determinado ato (rasgar um cheque que o agente é devedor). Vantagem econômica indevida: é o proveito financeiro obtido por vias ilegais, dolosas e não lícitas e portanto moralmente não aceitáveis. 9

CLASSIFICAÇÃO Sujeito ativo: qualquer pessoa; Sujeito passivo: qualquer pessoa; Tentativa: Admissível; Elemento subjetivo: o dolo específico; Extorsão culposa: inadmissível; Objeto material: A pessoa a quem se dirige a violência ou grave ameaça? Objeto jurídico: O patrimônio e a integridade física da pessoa humana; 10

DEFINIÇÕES: Consumação: crime formal ou material? Formal, pois o tipo é claro ao definir a violência ou grave ameaça somada a apenas o intuito de obter já configura o crime. É importante deixar claro que a vítima deve sim ter um comportamento ativo no ato, pois do contrário estamos diante da tentativa. Analogia à Súm. 96 STJ o crime de extorsão consuma-se independentemente da obtenção da vantagem indevida. 11

Aumentos e qualificadoras 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou com emprego de arma, aumenta- se a pena de um terço até metade. 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o disposto no 3º do artigo anterior. * Apenas a extorsão qualificada pela morte, a exemplo do latrocínio, é crime hediondo 12

Aumentos e qualificadoras Sequestro-relâmpago: art. 158 3 Se ocorrer lesão grave pena de 16 a 24 anos art. 159 2 Se ocorrer morte pena de 24 a 30 anos - art. 159 3 Não é crime hediondo por falta de previsão legal; art. 1 8.072/90 LFG pensa o contrário; 13

Aumentos e qualificadoras Diferença do Art. 157 2 inciso V Muitos autores o consideram semelhantes de deve-se escolher pelo princípio da especialidade; quando o agente criminoso pode obter o objeto material dispensando a conduta da vítima, trata-se de roubo; quando, entretanto, a consecução do escopo do agente depende necessariamente da ação do sujeito passivo, trata-se de extorsão (TACrimSP, ACrim 989.971, 8.ª Câm., Rel. Juiz Bento Mascarenhas, RT, 729:583; TAPR, ACrim 91.511, 1.ª Câm., Rel. Juiz Nério Ferreira, j. 26.3.98, RT, 755:727). 14

Aumentos e qualificadoras Como resolver este conflito de normas??? A resposta só pode ser uma: quando estivermos diante de roubo impróprio, ou seja, quando a restrição da liberdade da vítima se der após a subtração, com o fim de assegurar a impunidade do delito ou detenção da coisa - Aranha Filho 15

BEM JURÍDICO SUJEITOS TIPO OBJETIVO TIPO SUBJETIVO CLASSIFICAÇÃO CONSUMAÇÃO E TENTATIVA AÇÃO PENAL extorsão O patrimônio / a integridade física Ativo: qualquer pessoa Passivo: qualquer pessoa Constranger alguém mediante violência ou grave ameaça com o intuito de obter vantagem Dolo Específico comum / instantâneo / comissivo ou comissivo por omissão / material / dano/ progressivo / forma livre ; Consumação: com o constrangimento efetivado Tentativa: admissível Ação penal pública incondicionada

JURISPRUDÊNCIA Os crimes de roubo e de extorsão mediante seqüestro diferenciam-se porque, no segundo exige-se a participação ativa da vítima, que deve fazer, tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma coisa. (STJ, HC 86127/RJ, Hábeas Corpus 2007/0138842-3, 5ª T., Rel. Ministro Napoleão Nunes Maia Filho, pub. 17/03/2008). 17

rubensjrconsultor@gmail.com. rubenscorreiajr.blogspot.com. www.afag.com.br/professorrubens Obrigado! 18