REVESTIMENTOS EXTERIORES

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Transcrição:

GUIA PARA A REABILITAÇÃO REVESTIMENTOS EXTERIORES PROJETO Cooperar para Reabilitar da InovaDomus

Autoria do Relatório Consultoria Saint-Gobain Weber Colaboração Revigrés FrontWave CIN

Índice 0. Preâmbulo 7 1. Anomalias em Revestimentos Cerâmicos (Aplicações Independentes) 8 1.1 Quebra isolada de peças 8 1.2 Estrutura danificada 9 1.3 Graffitis 10 2. Anomalias em Revestimentos Cerâmicos (Aplicações Coladas) 11 2.1 Destacamento/desprendimento de elementos cerâmicos 11 2.2 Eflorescências em revestimentos cerâmicos 14 2.3 Fissuração de revestimentos cerâmicos 17 2.4 Esmagamento dos bordos 18 2.5 Falta de planeza 19 2.6 Descamação e fendas do vidrado 20 2.7 Desgaste da superfície 21 2.8 Degradação estética do revestimento cerâmico por alteração da cor ou do brilho 22 2.9 Enodoamento 23 3. Anomalias em Revestimentos de Pedra 25 3.1. Anomalias em revestimentos aplicados por métodos diretos 25 3.2. Anomalias em revestimentos aplicados por métodos indiretos 33 4. Anomalias em Revestimentos de Reboco e Pintura 39 4.1 Fissuração do revestimento 39 4.2 Destacamento do revestimento 42 4.3 Descoloração 44 4.4 Eflorescências 47 4.5 Espectros e fantasmas 48 4.6 Fungos, algas 49 4.7 Farinação/pulverulência 50 4.8 Empolamento 51

4.9 Degradação da película (sujidade) 52 4.10 Fissuração do esquema de pintura 53 4.11 Graffitis 55 5. Anomalias em Revestimentos ETICS 56 5.1 Fissuração na superfície 56 5.2 Destacamento das placas isolantes 60 5.3 Destacamento ou empolamento do revestimento sobre as placas isolantes 61 5.4 Empolamento do acabamento decorativo 63 5.5 Degradação estética da superfície 65 5.6 Danos localizados no sistema ETICS 67 Acrónimos 69 Glossário 70 Bibliografia 72 Anexo Checklist 76

0. PREÂMBULO Os revestimentos de paredes exteriores ou fachadas são uma componente fundamental das mesmas pelas funções que desempenham ao nível de comportamento mecânico, estético, higrométrico e, desde a alguns anos, também térmicos. Assim, exige-se que apresentem resistências mecânicas adequadas que, por um lado, sejam compatíveis com o suporte ao qual são associados e, por outro lado, suficientemente capazes de proteger o mesmo e a parede de agressões externas. Outra funcionalidade implica que sejam capazes de garantir a impermeabilização da fachada ou parede de forma a prevenir potenciais entradas de água devidas à precipitação, capilaridade ou outras. Também se espera que contribuam para a componente estética de fachadas, a partir da sua textura e cor. Finalmente, considerando as exigências construtivas relativas ao comportamento térmico dos edifícios, também se admite que os revestimentos exteriores possam apresentar um contributo significativo para a eficiência energética. A maioria do cumprimento destas exigências implica que os revestimentos se submetam a um conjunto de propriedades que signifiquem uma eficiência relativa aos níveis indicados. Por exemplo, espera-se o cumprimento de um conjunto de requisitos mínimos ao nível de aderência, módulo de elasticidade, retração, resistência à fissuração, resistência ao choque e perfuração, coeficiente de absorção de água por capilaridade, resistência a água sob pressão, permeabilidade ao vapor de água, estabilidade de cor e textura, entre outros [1-7]. O incumprimento de alguns destes requisitos significa, na maioria dos casos, o aparecimento de anomalias ao nível dos revestimentos que, não sendo tratadas, implicarão a degradação progressiva das paredes ou alvenarias existentes. Reconhece-se, porém, que a maioria dos casos patológicos existentes carece de interpretação mais detalhada, pelo que os processos de reparação podem ser insuficientes ou mal dimensionados, o que representa um trabalho com grau de insucesso elevado e custos despropositados [6]. No presente guia, apresentam-se as anomalias mais frequentes para vários revestimentos de fachada a nível nacional, nomeadamente cerâmicos, reboco e pintura e, por último, sistema de isolamento térmico pelo exterior (ETICS). Para cada anomalia, apresentam-se as causas geralmente associadas e as soluções possíveis para a sua correção. Mais se informa que a implementação das mesmas implicam, na maioria dos casos, o recurso a profissionais qualificados para garantir resultados mais eficientes [1-38]. 7

1. ANOMALIAS EM REVESTIMENTOS CERÂMI- COS (APLICAÇÕES INDEPENDENTES) Ao contrário das aplicações tradicionais de revestimentos cerâmicos, as aplicações independentes (fachadas ventiladas) caracterizam-se pela sua independência relativamente ao edificado. Uma estrutura portante metálica é fixa ao suporte mediante um sistema mecânico, e as peças cerâmicas são colocadas nessa estrutura, com recurso a grampos, sem necessidade de colagem com argamassas, ou juntas de betume. Este sistema de grampos apresenta duas soluções: oculta, onde o grampo encaixa num rasgo pré feito na espessura da peça cerâmica; semi-oculta, onde uma pequena parte do grampo de suporte é visível na fachada principal. Em termos de manutenção, estes sistemas possibilitam a substituição de peças de forma fácil e individual, sem a necessidade de se retirarem mais peças do que as necessárias, visto que a fixação é individual, e independente [8-10]. 1.1 Quebra isolada de peças 1.1.1. Descrição/formas de manifestação Elementos cerâmicos fraturados ou destacados (Figura 1). Figura 1 Desprendimento de elementos cerâmicos em fachada ventilada [8]. 1.1.2. Causas comuns Vandalismo; 8

Aplicação de peças cerâmicas não conformes; Estrutura, ou grampos de suporte danificados; Deformação estrutural do edificado; Sismo; Impacto ou choque. 1.1.3. Soluções de reabilitação 1.1.3.1 Substituição das peças danificadas Quando se verifica que a quebra das peças não se deve a nenhuma falha da estrutura, a solução recomendada é proceder à substituição das peças danificadas, seguindo as instruções dos fabricantes (das estruturas de suporte, e do revestimento cerâmico). 1.1.3.2 Correção da estrutura de suporte Quando se verifica que a quebra das peças tem origem em causas estruturais, o procedimento recomendado é: 1. Correção da estrutura de suporte; 2. Substituição de peças cerâmicas danificadas. 1.2 Estrutura danificada 1.2.1. Descrição/formas de manifestação Deformação visível da continuidade da superfície ou a queda/quebra de várias peças cerâmicas (Figura 1). 1.2.2. Causas comuns Vandalismo; Deformação estrutural do edificado; Desaparecimento de grampos de suporte das peças; Sismo. 9

1.2.3. Soluções de reabilitação 1. Correção de causas externas que possam estar na origem da anomalia (por exemplo, por ações de vandalismo); 2. Correção dos problemas verificados ao nível da estrutura do suporte; 3. Substituição dos elementos cerâmicos danificados. 1.3 Graffitis 1.3.1. Descrição/formas de manifestação Áreas do revestimento cerâmico com degradação estética por graffitis (Figura 2). Figura 2 Graffiti em fachada cerâmica. 1.3.2. Causas comuns Vandalismo 10

1.3.3. Soluções de reabilitação 1.3.3.1 Limpeza das peças degradadas 1. Limpeza das peças com graffiti com cloreto de metileno; 2. Proteção das peças com agente anti-graffiti. 1.3.3.2 Substituição do revestimento cerâmico Substituição total do revestimento cerâmico por peças cerâmicas previamente tratadas com proteção anti-graffiti (processo de substituição similar ao indicado em 1.1.3). Observações: Proteger eventuais componentes da estrutura de PVC, Alumínio, Zinco e/ou borracha. 2. ANOMALIAS EM REVESTIMENTOS CERÂMI- COS (APLICAÇÕES COLADAS) As aplicações coladas de revestimentos cerâmicos correspondem ao método tradicional e mais comum em obra. Na prática, os elementos cerâmicos são colados ao suporte através da utilização de uma argamassa de colagem (argamassa-cola). Adicionalmente, executam-se juntas de separação entre os elementos cerâmicos, preenchidas com argamassa adequada, com objetivo de conferir diminuição de tensões no sistema, permitir trocas de vapor de água entre interfaces e efeito estético [7,9,10,11,16]. 2.1 Destacamento/desprendimento de elementos cerâmicos 2.1.1 Destacamento em zonas de descontinuidade do suporte, em zonas correntes de revestimento, arqueamento ou empolamento ou destacamento explosivo 2.1.1.1 Descrição/formas de manifestação Destacamento dos elementos cerâmicos da fachada: O destacamento pode ocorrer pela interface entre a argamassa-cola e o cerâmi- 11

co, na interface entre a cola e o suporte, por rotura coesiva da cola, por rotura coesiva do suporte ou por desprendimento do próprio suporte (Figura 3); O destacamento pode ser acompanhado por fissuração do elemento cerâmico. Figura 3 - Desprendimentos/queda de elementos cerâmicos em várias situações por diversos motivos (metodologia de colagem inadequada, rotura do suporte entre outras). 2.1.1.2 Causas comuns Inadaptação da argamassa de colagem ao cerâmico, ao suporte utilizado e às condições de sujeição termo-higrométricas; Erro de execução, com especial destaque para ausência de colagem dupla; Falta de interrupção do revestimento cerâmico em correspondência com materiais diferentes ou na com juntas de movimento/dilatação existentes no suporte; Deficiente limpeza das interfaces de colagem (tardoz do cerâmico e/ou superfície do suporte); Deficiente coesão do suporte ou inadaptação dimensional do cerâmico à natureza do mesmo. Observações: O desprendimento explosivo é um caso particular de rotura devido a deformações diferenciais entre o revestimento e o suporte. A rotura resulta da instalação de compressões nos ladrilhos, resultantes ou da restrição de dilatações dos ladrilhos ou de retrações dos restantes elementos. Quando o arqueamento não se forma, as tensões de compressão vão-se acumulando até provocarem uma rotura frágil e violenta. As causas principais devem-se a erros de projeto, deficiências de execução, erros de utilização ou erros de limpeza. 12

2.1.1.3 Soluções de reabilitação 1. Remoção dos ladrilhos destacados e equivalentes a zonas com tendência a continuidade de destacamento; 2. Correções eventuais ao suporte (se necessário, substituição do mesmo) no caso de ser a causa pelo destacamento dos cerâmicos (ver 2.1.2); 3. Nova aplicação de ladrilhos com garantia de cola adequada e com técnica de colagem dupla; 4. Execução de juntas de movimento adequadas, por preenchimento das mesmas com argamassas em mastique e a limitar áreas até 25m2. Também realizar juntas com mastique adequado nas zonas equivalentes à fronteira entre suportes de materiais diferentes. 2.1.2 Destacamento equivalente a zonas de anomalias nos suportes 2.1.2.1 Descrição/formas de manifestação Destacamento dos elementos cerâmicos da fachada, especialmente em zonas com manifestação de anomalias no suporte (por exemplo, coincidência com rotura do reboco existente ou correspondência com fendas formadas no suporte). O destacamento pode ocorrer pela interface entre a argamassa-cola e o cerâmico, na interface entre a cola e o suporte, por rotura coesiva da cola, por rotura coesiva do suporte ou por desprendimento do próprio suporte (Figura 4). Figura 4 Desprendimentos/queda de elementos cerâmicos associadas a rotura do suporte. 13

2.1.2.2 Causas comuns Inadaptação da argamassa de colagem ao suporte utilizado; Suporte inapropriado para receber elemento cerâmico em fachada (por falta de coesão/resistência, rigidez muito baixa ou muito elevada, excessiva hidrofobicidade ); Inadaptação dimensional do cerâmico à natureza do suporte; Tratamento indevido de zonas de interface entre materiais diferentes do suporte (por exemplo, por ausência da juntas de movimento ou de sistemas de reforço). 2.1.2.3 Soluções de reabilitação 1. Remoção dos ladrilhos destacados equivalentes às zonas de anomalias de suporte e outras zonas com potencial destacamento; 2. Correção das anomalias nos suportes, por exemplo, das zonas fissuradas e por substituição das zonas destacadas ou incompatíveis com a prática de colagem de cerâmica; 3. Nova aplicação de ladrilhos, compatíveis com os suportes existentes, com garantia de cola adequada e com técnica de colagem dupla; 4. Execução de juntas de movimento adequadas, por preenchimento das mesmas com argamassas em mastique e a limitar áreas até 25m2. Também realizar juntas com mastique adequado nas zonas equivalentes à fronteira entre suportes de materiais diferentes. 2.2 Eflorescências em revestimentos cerâmicos 2.2.1 Eflorescências nas juntas entre ladrilhos 2.2.1.1 Descrição/formas de manifestação Aparecimento de escorridos de sais de cor branca entre as juntas de elementos cerâmicos. Os escorridos podem ser generalizados por toda a fachada ou localizados pontualmente (Figura 5). 14

Figura 5 Eflorescências/escorridos a partir de juntas entre ladrilhos cerâmicos. 2.2.1.2 Causas comuns Utilização de argamassas com elevado conteúdo em sais solúveis e cimento Portland; Incumprimento das boas práticas de aplicação no sentido de assegurar a correta secagem e hidratação das argamassas previamente à aplicação de materiais consequentes. Ainda, deficiente proteção dos elementos relativamente a condições atmosféricas propícias a transporte de sais, como humidade elevada e temperaturas baixas; Deficiente preenchimento das juntas entre ladrilhos ou fissuração das mesmas, permitindo infiltração fácil de água; Elevada resistência à difusão de água em fase de vapor pelos elementos da fachada (cerâmico e argamassas). 2.2.1.3 Soluções de reabilitação 1. Lavagem com solução ácida (moderada) e água abundante; 15

2. Correção de eventuais fissuras presentes por remoção do material de juntas (se estiver igualmente destacado) e aplicação de nova argamassa. No caso de estabilidade das juntas, a correção poderá passar pela aplicação de argamassa adequada sobre a existente; 3. Aplicação de agente hidrófugo sobre toda a fachada. 2.2.1.4 Recomendações de manutenção A remoção total de eflorescências de juntas poderá ser impossível em casos específicos (considerando não substituir todo o revestimento existente). Por isso, recomenda-se a execução de um plano de manutenção que implica a lavagem com solução acídica e hidrofugação da fachada em períodos médios de 5 anos. 2.2.2 Eflorescências nas peças cerâmicas 2.2.2.1. Descrição/formas de manifestação Formação de camada pulverulenta, habitualmente esbranquiçada, na superfície das peças cerâmicas e/ou nas juntas de aplicação (Figura 6). Figura 6 Eflorescências/escorridos nos ladrilhos cerâmicos. 2.2.2.2 Causas comuns Infiltrações de águas, com impurezas e sais no elemento cerâmico: formação de camada pulverulenta sobre superfície cerâmica (pontual ou alargada) e/ou nas juntas de aplicação. 2.2.2.3 Soluções de reabilitação 1. Proceder à escovagem dos depósitos de pós com escovas suaves, seguida da la- 16

vagem das superfícies. Aconselha-se a lavagem só com água, evitando produtos agressivos. Se for utilizado ácido muriático deve ser feito com uma concentração muito baixa, enxaguando com bastante água para eliminar todos os resíduos; 2. Limpeza/lavagem geral dos revestimentos e juntas; 3. Reparação da causa da infiltração de água, limpeza dos revestimentos e juntas; 4. Em alguns casos mais extremos, pode proceder-se à aplicação de uma emulsão impermeabilizante. Observações: Para evitar este tipo de ocorrências aconselha-se o uso de cimentos com baixo teor de alcalis e garantir que no processo de aplicação são respeitados todos os tempos de secagem das camadas anteriores ao revestimento cerâmico. 2.3 Fissuração de revestimentos cerâmicos 2.3.1 Descrição/formas de manifestação Fissuras inferiores a 1mm: podem afetar apenas o vidrado superficial, ou serem um pouco mais profundas e afetar a superfície do corpo cerâmico; Fissuras com abertura superior a 1 mm: podem provocar a rotura da peça cerâmica e o seu destacamento da superfície de suporte. Figura 7 Fissuração de elementos cerâmicos. 17

2.3.2 Causas comuns Deformação estrutural: deformações no edifício podem originar a rotura dos revestimentos cerâmicos (Figura 7); Ausência de detalhes construtivos: determinados elementos construtivos (contravergas, platibandas, pingadeiras e juntas de movimento) ajudam a diminuir o efeito das tensões sofridas pelo edifício, nos revestimentos cerâmicos. A sua ausência, ou escassez, pode contribuir para que as deformações sofridas no edificado se transmitam ao revestimento cerâmico; Retração ou expansão da argamassa de fixação: quando existe incompatibilidade entre a argamassa de colagem e o revestimento cerâmico, pode ocorrer uma retração maior da argamassa que origina a fissuração do revestimento cerâmico; Dilatação e retração das placas cerâmicas: Variações térmicas, ou de humidade, podem provocar a dilatação ou contração da peça cerâmica, as quais, quando ultrapassam os limites de resistência da peça cerâmica, podem provocar a sua rotura; Ação de choques externos. 2.3.3 Soluções de reabilitação 1. Correção das possíveis causas da fissuração (por exemplo, por remover cargas, alterar a argamassa de colagem); 2. Execução de juntas de esquartejamento mais deformáveis a limitar áreas menores de continuidade cerâmica; 3. Substituição dos elementos cerâmicos fissurados e execução da sua colagem com argamassa-cola adequada para o efeito. 2.4 Esmagamento dos bordos 2.4.1 Descrição/formas de manifestação Destacamento de lascas nos bordos dos elementos cerâmicos, frequentemente, acompanhado do esmagamento, por compressão, da argamassa de juntas existente (Figura 8). 18

Figura 8 Esmagamento dos bordos de cerâmicos e de argamassa de juntas. 2.4.2 Causas comuns Movimentos diferenciais entre o suporte, a argamassa de colagem e revestimento cerâmico: sob diferentes influências de agentes externos (por exemplo, temperatura e humidade) as três camadas dilatam-se ou contraem-se. Quando estas deformações não são iguais, tem lugar uma compressão da camada superficial (revestimento cerâmico que provoca o lascar dos bordos da peça cerâmica e/ou o esmagamento da argamassa de juntas. 2.4.3 Soluções de reabilitação 1. Remoção dos elementos degradados; 2. Correção/minimização dos efeitos de compressão através da execução de juntas de esquartejamento e de perímetro adequadas, preenchidas por mastique; 3. Aplicação de novos elementos cerâmicos. 2.5 Falta de planeza 2.5.1. Descrição/formas de manifestação Irregularidades na superfície revestida com peças cerâmicas, caracterizadas pela falta de paralelismo entre diferentes elementos cerâmicos. 2.5.2. Causas comuns Deformações e/ou irregularidades da superfície do suporte: quando não são cumpridas as regras de qualidade sobre a uniformidade geral e localizada da super- 19

fície a revestir, e a argamassa de colagem não consegue nivelar essas anomalias; Deformações, empenos e/ou irregularidades da peças cerâmicas: material não conforme que não foi detetado no controle de qualidade; Metodologia de aplicação inadequada (erro de aplicação). 2.5.3. Soluções de reabilitação 2.5.3.1 Substituição das peças empenadas Esta solução implica a remoção dos cerâmicos existentes. Recomenda-se o procedimento seguinte: 1. Remoção das zonas desniveladas (elementos cerâmicos); 2. Nivelamento do suporte através da aplicação de material de colagem ou argamassa de nivelamento; 3. Substituição das peças empenadas. 2.5.3.2 Aplicação de novo revestimento cerâmico (solução 1) Esta solução implica uma correção sobre a estrutura existente, sem remoção da mesma. Recomenda-se o procedimento seguinte: 1. Aplicação de uma argamassa de regularização sobre a superfície existente; 2. Aplicação de novo revestimento cerâmico. 2.5.3.3 Aplicação de novo revestimento cerâmico (solução 2) Esta solução implica uma correção sobre a estrutura existente, sem remoção da mesma e consiste na aplicação de novo elemento cerâmico (lâmina, por exemplo) com regularização global a partir da argamassa-cola. Observações: As soluções descritas em 2.5.3.2 e 2.5.3.3 implicam perda de cota existente. 2.6 Descamação e fendas do vidrado 2.6.1 Descrição/formas de manifestação Degradação do vidrado cerâmico por descamação do mesmo ou presença de fendas. 20

2.6.2. Causas comuns Escolha inadequada das peças cerâmicas em função das necessidades funcionais e/ou condições climatéricas; Qualidade inferior dos revestimentos cerâmicos aplicados. 2.6.3 Soluções de reabilitação 2.6.3.1 Substituição dos elementos danificados Substituição dos elementos cerâmicos danificados. 2.6.3.2 Aplicação de novo revestimento cerâmico Aplicação de novo revestimento cerâmico sobre o existente (por exemplo, lâmina cerâmica). Esta solução implica perda de cota. 2.7 Desgaste da superfície 2.7.1. Descrição/formas de manifestação Alteração visível da aparência do revestimento cerâmico, por desaparecimento total ou parcial da camada superficial, ou existência de riscos. 2.7.2. Causas comuns Escolha inadequada das peças cerâmicas em função das necessidades funcionais; Falta de planeza das peças cerâmicas e/ou do suporte, ou desníveis entre peças decorrente de uma aplicação incorreta. 2.7.3. Soluções de reabilitação 2.7.3.1 Alteração do tipo de revestimento Substituição do revestimento por material com características adequadas às condições de aplicação e uso. 21

2.7.3.2 Aplicação de novo revestimento cerâmico Aplicação de novo revestimento cerâmico sobre o existente (por exemplo, lâmina cerâmica) ou de outros revestimentos. Esta solução implica perda de cota. 2.8 Degradação estética do revestimento cerâmico por alteração da cor ou do brilho 2.8.1. Descrição/formas de manifestação Alteração visível da cor original das peças cerâmicas, através de um escurecimento significativo da cor, ou pelo aparecimento de manchas cinzentas, azuladas ou avermelhadas, com maior incidência a partir das bordas. 2.8.2. Causas comuns Desgaste da superfície; Ataque químico: derramamento ou utilização de produtos de limpeza agressivos ou inadequados; Infiltrações de água: se na água existirem elementos corantes orgânicos, fungos ou sais solúveis, as manchas poderão ter colorações distintas, em função destes elementos; Deposição de sais de cálcio no vidrado, provenientes da argamassa-cola. 2.8.3. Soluções de reabilitação 2.8.3.1 Alteração do tipo de revestimento Substituição do revestimento por material com características adequadas às condições de aplicação e uso. 2.8.3.2 Aplicação de novo revestimento cerâmico Aplicação de novo revestimento cerâmico sobre o existente (por exemplo, lâmina cerâmica) ou de outros revestimentos. Esta solução implica perda de cota. Observações: Para os dois casos, garantir a utilização de uma argamassa-cola compatível com o cerâmico em utilização. 22

2.9 Enodoamento 2.9.1. Descrição/formas de manifestação Manchas pontuais de dimensão variável, que provocam alteração da cor das peças cerâmicas. 2.9.2. Causas comuns Escolha inadequada das peças cerâmicas em função das necessidades funcionais: pode originar o desgaste da superfície, proporcionando a retenção de sujidades; Ataque químico: derramamento ou utilização de produtos de limpeza agressivos ou inadequados; líquidos ácidos como o vinagre, sumo de limão ou vinho tinto, líquidos oleosos como o azeite, ou como o café ou tintas, atacam as peças cerâmicas, principalmente as não vidradas, ou as que apresentam a superfície desgastada; Pinholes, crateras, pintas e manchas: pequenas imperfeições na superfície da peça cerâmica, decorrentes dos materiais e do processo de fabrico. Os pinholes e crateras podem ser sentidos através do tato, e proporcionam o acumular de sujidades; as pintas e manchas são parte integrante do vidrado, ou do corpo cerâmico. Ambas são impossíveis de remover. 2.9.3. Soluções de reabilitação 2.9.3.1 Limpeza Limpeza com produtos específicos (ver Tabela 1). 2.9.3.2 Substituição das peças danificadas Remoção e substituição das peças danificadas. 23

Tabela 1 Soluções específicas para remoção de manchas impregnadas em ladrilhos cerâmicos. Mancha Produto Observações Cimento e produtos à base de cimento Ácido acético 10% Ácido Clorídrico 10% Ácido Fosfórico 10% Seguir as indicações do fabricante Ácidos fluorídricos são proibidos O ácido clorídrico é corrosivo: usar luvas, vestuário apropriado e evitar salpicos Proteger materiais de PVC, alumínio, zinco e borracha Pintura a óleo Decapante de soldadura Mástique Fruta e sumos de frutos (manchas recentes) Molho de tomate Pintura vinílica, gliceroftálica Cola e matérias plásticas Fuelóleo Fruta e sumos de frutos (manchas antigas) Álcool metílico Benzina Tricloro etileno Produtos inflamáveis: - arejar bem - não fumar - impedir faíscas de ferramentas ou interruptores elétricos. Óleo de linhaça Álcool etílico Proteger materiais de PVC, alumínio, zinco e borracha Mercurocromo Permanganato de potássio Proteger as mãos Tinta fresca seguido de ácido oxálico Água de Javel Graffitis Cloreto de metileno e álcool Proteger materiais de PVC, alumínio, zinco e borracha Ferrugem Lixívia Proteger materiais de PVC, alumínio, zinco e borracha Gordura Solvente ou desengordurante Proteger materiais de PVC, alumínio, zinco e borracha Borracha de pneus Aguarrás Proteger materiais de PVC, alumínio, zinco e borracha Tinta de caneta Acetona Proteger materiais de PVC, alumínio, zinco e borracha 24

3. ANOMALIAS EM REVESTIMENTOS DE PEDRA 3.1. Anomalias em revestimentos aplicados por métodos diretos Em Portugal, uma parte substancial das aplicações com pedra em fachadas e por vezes até, embora em menor número em coberturas, foram realizadas nos últimos 15 anos com recurso preferencial à técnica de fixação direta, que pode ser efetuada por duas formas: Por colagem quando o elemento de fixação é tipicamente um cimento-cola incorporando ou não resinas de elevadas prestações ou curto tempo de secagem, ou um adesivo de base polimérica sem cimento, normalmente, constituído por um adesivo de reação; Por selagem quando o elemento de fixação é uma argamassa à base de cal hidráulica ou de cimento branco, o que normalmente se traduz em materiais menos suscetíveis de originar manchas nos revestimentos de pedra natural. Este tipo de solução de fixação tem vários inconvenientes, sendo bastante suscetível a diversas anomalias e, por isso, menos recomendável em revestimentos exteriores (salvo em condições particulares e bem identificadas). Optando por este tipo de fixação, serão inevitavelmente necessários certos cuidados e procedimentos para prevenir o aparecimento de tais anomalias, recomendando-se sempre a consulta de profissionais da área. Os sistemas de fixação diretos são muitas vezes reforçados com elementos auxiliares de fixação tais como agrafos ou gatos [16-23]. 3.1.1. Desprendimento/queda de placas coladas 3.1.1.1. Descrição/formas de manifestação Desprendimento total ou empolamento de placas da fachada em zonas pontuais ou generalizadas (Figuras 9 e 10) e pode ocorrer: Na interface entre o agente de fixação (argamassa/cimento-cola/adesivo) e a placa; Na interface entre o suporte (reboco) e o agente de fixação; Por rotura do suporte, do agente de fixação ou da própria placa de pedra. 25

Figura 9 Desprendimentos/queda de placas de pedra natural colada em fachadas exteriores. Figura 10 Exemplo de desprendimentos/queda de placas de mármore coladas num terraço. 26

3.1.1.2. Causas comuns Inadequada preparação do suporte e das placas de pedra natural: limpeza deficiente antes da aplicação; Inadequado dimensionamento do sistema de fixação: placa de pedra natural com elevado peso para o tipo de agente de fixação selecionado; Ausência ou inadequado dimensionamento de juntas de dilatação para a fachada (Figura 9): as juntas de dilatação e entre os vários elementos pétreos da fachada são fundamentais para acompanhar as deformações diferenciais que originam movimentos de dilatação e contração dos revestimentos, agente de fixação e suporte; Inadequada seleção do material de preenchimento de juntas: o material utilizado no preenchimento das juntas deve permitir acompanhar as deformações diferenciais dos vários elementos que constituem a fachada. Caso as juntas sejam preenchidas com um material de baixa elasticidade podem originar-se tensões residuais e posterior empolamento ou desprendimento (Figura 11). Um preenchimento de juntas inadequado podem ainda originar o destacamento destas zonas facilitando assim a entrada de água e a lixiviação na interface suporte/agente de fixação ou agente de fixação/placa de pedra. Figura 11 Desprendimentos/queda de placas de pedra natural colada em fachadas exteriores devida a inadequado dimensionamento de juntas de dilatação para a fachada levando à impossibilidade de acompanhar as deformações diferenciais que originam movimentos de dilatação e contração dos revestimentos, agente de fixação e suporte. 3.1.1.3. Soluções de reabilitação 3.1.1.3.1 Substituição dos elementos danificados 1. Em caso de zonas de suporte degradadas, proceder à sua remoção e substituição por nova argamassa adequada; 27

2. Limpeza do suporte e das placas de pedra, por exemplo, por escovagem; 3. Limpeza e eliminação de vestígios do agente de fixação anterior; 4. Substituição das placas de pedra natural danificadas. 3.1.1.3.2 Redimensionamento das placas adaptado às condições existentes Redimensionamento das placas e seleção de agente de fixação adequado às conduções térmicas e higrométricas do local. 3.1.1.3.3 Alteração das juntas Redimensionamento das juntas de dilatação e das juntas entre as placas de pedra. Esta solução deverá incluir a limpeza das juntas com aplicação de novo material (mastique) para preenchimento de juntas. 3.1.1.3.4 Reforço do sistema de fixação Reforço do sistema de fixação com elementos metálicos, como agrafos ou gatos (Figura 12). Figura 12 Reabilitação de fachada de granito baseada no reforço do sistema de fixação através de elementos metálicos. 3.1.2. Eflorescências em placas de pedra natural 3.1.2.1. Descrição/formas de manifestação Aparecimento de material pulverulento de cor clara (branco ou creme) na juntas e/ ou nas placas de natural (Figura 13). A ocorrência deste tipo de anomalia pode variar 28

em extensão ou ser apenas pontual dependendo da tipologia de pedra natural e das suas características físicas (porosidade, absorção de água, capilaridade, volume de poros abertos, entre outras). Figura 13 Eflorescências em placas de pedra natural aplicadas em fachadas e revestimentos exteriores. 29