O POTENCIAL DA BICICLETA PARA O CAMPUS I DA UFPB



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Transcrição:

O POTENCIAL DA BICICLETA PARA O CAMPUS I DA UFPB Caroline Munoz Cevada Angelina Dias Leão Costa

O POTENCIAL DA BICICLETA PARA O CAMPUS I DA UFPB Caroline Muñoz Cevada Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo Universidade Federal da Paraíba Angelina Dias Leão Costa Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo Universidade Federal da Paraíba RESUMO O foco deste trabalho é explorar o potencial da bicicleta para um campus universitário, a fim de contribuir para uma mobilidade urbana eficiente e mais integrada. O objeto de estudo é o Campus I da UFPB, inserido dentro da malha urbana da cidade de João Pessoa. Atualmente, o Campus apresenta diversas formas de deslocamento: veículos automotores, transporte público externo, pedestrianismo e uso da bicicleta. Este último de forma bastante perigosa devido a dois motivos: existência de diversos ciclistas e ausência de infraestrutura cicloviária, fazendo com que os usuários de bicicleta concorram com pedestres nas calçadas ou com carros nas pistas de rolamento. Acredita-se que a dissertação em andamento é viável, necessária e urgente; pois aborda um problema que se agrava a cada dia e precisa ser discutido, além de confluir para um interesse despertado nacionalmente com a nova Política de Mobilidade Urbana e os planos de investimento do tema. 1. PROPOSTA DA PESQUISA O objetivo desta pesquisa é avaliar o potencial da bicicleta como alternativa para a mobilidade urbana no Campus I da UFPB e propor diretrizes para introdução desse modal no seu sistema de circulação. O Campus I da UFPB tem 161 ha e está localizado dentro da malha urbana de João Pessoa - PB. Apresenta situação particular em relação à sua composição, cerca de 30% de sua área total referese à zonas de preservação, contendo resquícios da Mata Atlântica, massa vegetativa que estendese na porção leste adentrando o bairro dos Bancários e pela porção oeste, na Mata do Buraquinho. Tem sistema de circulação que possibilita ao usuário diversos modos de deslocamento, como o automóvel particular, a motocicleta, a caminhada e a bicicleta, esse último de forma bastante precária e perigosa, uma vez que não há ciclovias, ciclofaixas, tampouco sinalização para rotas compartilhadas, embora haja diversos usuários de bicicleta pelo Campus. 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Caminhar e andar de bicicleta são modos complementares de transporte para chegar ao campus e aos arredores. Universidades apresentam naturalmente o potencial de demanda para o modal: muitos alunos moram no campus e outro percentual considerável nos bairros de entorno, dentro de distâncias razoáveis e favoráveis ao ciclismo. A bicicleta oferece aceitável velocidade e flexibilidade em curtas distâncias e também é acessível a muitas pessoas que não podem dirigir, especialmente os jovens (Tolley, 1996). Balsas (2003) tem argumentado que em universidades há uma demanda latente para o modal da bicicleta que só é aproveitado quando se fornecem as instalações básicas. Essa questão afigura-se à aplicação dos modais não motorizados em geral, como declara Sousa (2012) não há ainda conhecimento técnico suficiente para analisar as consequências da inserção da infraestrutura 1

cicloviária na circulação do tráfego urbano. O processo de decisão tomado pelos órgãos competentes para a construção da infraestrutura cicloviária, principalmente no Brasil, leva em conta apenas o número de acidentes envolvendo ciclistas e, em alguns casos, contagens volumétricas. Dessa forma, ao investigar o potencial do modal bicicleta para um campus, a literatura apresenta dois fatores direcionais: tratar o objeto de estudo com os mesmos parâmetros de uma cidade (embora noutra escala), e aplicar metodologia que aborde não apenas o aspecto técnico, mas também o social e o infraestrutural (Vasconcellos, 2001), identificando a necessidade de se conhecer não apenas o ambiente, como o usuário. 3. METODOLOGIA A metodologia da pesquisa contemplou algumas etapas visando atender ao objetivo principal de investigação de um modal específico para um campus universitário. Destaca-se o método dedutivo como alternativa para a compreensão, análise da proposta ao qual a pesquisa fundamenta-se. Nesse sentido, primeiramente o método abrange uma análise geral e considera algumas premissas: - modos não-motorizados são transportes reconhecidamente eficientes ou sustentáveis ; - jovens (16 a 26 anos) que compõem grande parcela dos estudantes são perfis típicos adequados para o uso da bicicleta; - infraestrutura adequada facilita a aceitação do modal da bicicleta como meio de transporte e motiva seu uso. Em seguida, desenvolvem-se duas abordagens específicas para o alcance do objetivo da dissertação: uma referente ao território físico e suas especificidades, e outra, na investigação do perfil do usuário. Os resultados dessas abordagens, combinados, representam a confirmação ou não da hipótese da dissertação, e será apresentado na parte final da mesma. A seguir, são apresentadas as etapas que constroem a pesquisa. Os instrumentos referentes ao Diagnóstico já foram concluídos, assim como a entrevista estruturada com ciclistas no Campus. 3.1 Diagnóstico físico, ambiental e da mobilidade urbana do objeto de estudo 3.2.1 Pesquisa documental (concluída) Com consulta a pesquisas precedentes sobre o campus I, acerca de: clima, topografia e mobilidade urbana, resultando em dados coletados para embasar a investigação do diagnóstico do objeto de estudo. 3.2.2 Pesquisa de campo e walktrough (concluída) Elaboração de mapas para a definição do território (topografia, uso do solo, sistema de circulação) e dados climáticos: visa coletar dados a respeito da disponibilidade de espaço viário e a função das vias urbanas, dentro do contexto do sítio estudado, identificar os principais eixos viários considerando o potencial conector das vias internas com áreas de entorno. O reconhecimento dos diversos fluxos utilizados nas vias existentes será feito por meio da técnica walkthrough, que se refere a um percurso dialogado que utiliza como recursos complementares registros fotográficos, croquis e gravação de áudio e/ou vídeo abrangendo todos os ambientes, no 2

qual os aspectos físicos servem para articular as reações dos participantes em relação ao ambiente (Rheingantz, 2009). 3.2.3 Contagem de fluxos em horário de pico (concluída) Tem objetivo de quantificar os diversos modais dentro do Campus I da UFPB. Será feita em dois dias da semana (terça e quinta-feira) típicos de aula e deve contar com a presença de colaboradores para ser executado em todos os 09 portões ao mesmo tempo, classificando o modal como: caminhão; carro; motocicleta; bicicleta; pedestre; outro. 3.2 Perfil do usuário da bicicleta no objeto de estudo 3.2.1 Entrevista estruturada com ciclistas dentro do campus (concluída) Objetivo de descobrir quais são os problemas enfrentados na circulação viária existente e na relação dela com os bairros de entorno. De acordo com Silveira e Ribeiro (2006) os fatores mais interferentes na mobilidade das pessoas parecem ser: a classe e a renda, a idade, a ocupação, o nível educacional e cultural, o gênero e a saúde. Soma-se a estes dados, perguntas sobre origemdestino, experiência com o modal e fatores diretos ao uso da bicicleta. A amostra válida será calculada como do tipo populações finitas, considerando três classes dentro de ciclistas no campus I da UFPB: funcionários (não-professores), professores e estudantes. 3.2.2 Questionário online para usuários do campus (em andamento) A primeira parte deste questionário deve caracterizar seus indivíduos sexo, idade, renda, ocupação, residência, modo de transporte, localização de uso no campus; a segunda deve interrogar possibilidades e dificuldades de alteração do modal mais utilizado pelo usuário; baseado no questionário sobre procedência das viagens da comunidade acadêmica utilizado por Miralles-Guasch e Domene (2010) com cerca de 20 questões e execução em aproximadamente 05 minutos. Assim propõe-se a aplicação de um questionário online e distribuído pela internet a alunos, professores e servidores do Campus I da UFPB. 3.3 Avaliação dos resultados (a fazer) As propostas metodológicas de caracterização do potencial ciclável urbano geralmente apresentam três grandes etapas, como as seguintes, identificadas por Neri (2012). - Análise macro do local de estudo por meio de aspectos relevantes aos deslocamentos cicloviários urbanos como relevo, clima e forma e tamanho da cidade, visando observar potenciais preliminares para prosseguimento da pesquisa; - Identificação de eixos viários potenciais, com base em estudo de aspectos sócio-econômicos e de espaço público e urbanismo, compatíveis com o transporte por bicicletas e seleção de vias para estudo; e avaliação do potencial cicloviário de eixos viários credenciados anteriormente; - Formação de rede: análise da cobertura e da continuidade da rede cicloviária, por meio dos eixos viários considerados potenciais na etapa anterior. Para esta dissertação, com objetivo acadêmico e reflexivo, estão previstas as realizações das duas primeiras etapas descritas por Neri (2012), e a última, de cunho prático, poderia ser explorada em um futuro projeto de extensão. Em etapa final, a pesquisa apresentará elementos relevantes para a academia, através de indagações e reflexões. Acredita-se que seja possível assim, refletir acerca dos objetivos propostos e contribuir para uma mobilidade urbana mais integrada e eficiente. 3

4. RESULTADOS PARCIAIS E CONSIDERAÇÕES INICIAIS Ao concluir a fase de Diagnóstico físico, ambiental e da mobilidade urbana do objeto de estudo, foi possível perceber, mediante os conceitos apresentados pela literatura, que o território do Campus I é bastante adequado para o deslocamento de bicicleta como meio de traansporte. Sua configuração apresenta topografia praticamente plana, a existência de grande massa vegetativa conflui para um microclima bastante confortável e a dinâmica dos transportes possibilita um tráfego calmo, inclusive pela presença de equipe de segurança local. A aplicação das entrevistas delimitou dois perfis principais de ciclistas: o primeiro, de estudantes, com 20-25 anos, sem CNH, morador de bairros de entorno imediato, e o segundo, dos funcionários, com 30-mais de 50anos, sem outro modo de transporte. Embora o resultado apresente estes dois perfis diferenciados socioeconomicamente, demonstrou que ambos tem necessidades parecidas enquanto ciclistas, principalmente: implementação de infraestrutura cicloviária, facilitações no destino (vestiários) e campanhas de trânsito, com propagas educativas. A dissertação está em andamento, com previsão de conclusão em 11 meses. Ter como a área de estudo um campus universitário e focar na bicicleta, é um exercício bastante interessante, uma vez que em uma área espacialmente reduzida pode-se observar vários tipos de fluxos e grande concentração de pessoas se deslocando de diversas formas; além de contribuir para pesquisas sobre modais não-motorizados e mais eficientes. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Associação Transporte Ativo (2010). Manual de Contagem Fotográfica de Ciclistas. Belo Horizonte: ITDP e Ed. Transporte Ativo, 2011. 2ª Ed. 14p. Balsas, Carlos (2002). Sustainable transportation planning on college campuses. Transportation Policy [eletrônica], n. 10, p. 35-40, jun. 2003. Miralles-Guash, Carme; Domene, Elena. Sustainable transport challenges in a suburban university: The case of the Autonomous University of Barcelona. Transportation Policy [eletrônica], n. 17, p. 454-463, maio 2010. Neri, Thiago B. Proposta Metodológica para Definição de Rede Cicloviária: um Estudo de Caso de Maringá. Maringá, 2012. Dissertação (Mestrado em Engenharia Urbana) Departamento de Engenharia Civil, Universidade Estadual de Maringá. 169p. Rheingantz, Paulo Af.; et al. Observando a qualidade do lugar: Procedimentos para a avaliação pós-ocupação. Coleção PROARQ. Rio de Janeiro: FAU/UFRJ, 2009. 117p. Silveira, José A. R. da; Ribeiro, Edson L.. Uma abordagem conceitual sobre acessibilidade urbana. Revista Conceitos, João Pessoa, V. 6, N. 14, p. 171-176, 2006. Sousa, Pablo B. de. Análise de Fatores que Influenciam no Uso de Bicicleta para Fins de Planejamento Cicloviário. São Carlos, 2012. Tese (Doutorado em Ciências na Área de Planejamento e Operação de Sistemas de Transportes) Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo. 190p. Tolley, Rodney. Green campuses: cutting the environmental cost of commuting. Journal of Transport Geography, v. 04, n. 03, p. 213-217, set. 1996. Vasconcellos, Eduardo A. Transporte urbano, espaço e equidade: análise das políticas públicas. São Paulo: Annablume, 2001. 218p. 4