FACELI FACULDADE SUPERIOR DE LINHARES DISCIPLINA DE HISTÓRIA DO DIREITO CURSO DE DIREITO / 1º DIREITO B ANÁLISE DO FILME OS 300 & A CIDADE GREGA ESPARTA BARBARA LICIA JAMARA FERREIRA P. ARAUJO JANE SCHULZ LINHARES ES 2011
INTRODUÇÃO Este trabalho pretende realizar um estudo, a partir do filme analisado Os 300, de como está inserido os fatos históricos e de que maneira foram utilizados no filme, para retratar a realidade de uma época da sociedade espartana, e também de guerras memoráveis como as guerras médicas. Esparta era uma cidade grega, chamada polis na época, possuía uma tradição e um modelo de governo bastante curioso em relação ao mundo grego clássico. O conservadorismo e a hierarquia rígida eram características bases de Esparta. Tinham uma tradição e educação para formação de cidadãos guerreiros. A posição da mulher é bem diferente em Esparta, onde assume um papel importante, também igual ao homem, recebiam treinamento militar. O filme trezentos retrata muito bem as características da sociedade espartana. O período clássico foi marcado por vários conflitos. Um dos grandes conflitos foram as guerras médicas (490 a.c) que foi entre gregos e persas. O filme 300 mostra a batalha das Thermópilas (que fez parte das guerras medicas), conflito entre os espartanos que tentavam defender seu território da invasão persa.
A Grécia antiga formada por varias cidades-estados, tinha Esparta como uma das principais polis. Segundo a historiadora Fernanda Machado, Esparta era muito conhecida no seu aspecto militar em fazer de seus cidadãos soldados bem treinados fisicamente, corajosos e obedientes as leis espartanas. Por viverem rodeados por povos guerreiros, e uma ameaça de invasão ou guerra era sempre iminente, então para protegerem seus lares, suas vidas, eles tinham que estarem prontos para a guerra. Para os espartanos era uma honra morrer no campo de batalha pelo seu país, vemos isso no filme no discurso de Xerxes com Leônidas, onde o próprio Xerxes reconhece que eles lutam vigorosamente para defender a sua terra. (57 mim a 1hora). Em seu livro Historia do Direito Geral, Flavia Lages fala que quando nasciam as crianças, elas eram examinadas e se fossem pequenas ou se tivessem algum defeito físico elas eram mortas, pois não serviriam para guerra e também para que não transmitissem sua inferioridade física. Vemos essa situação no filme logo no primeiro minuto, quando o próprio rei Leônidas é examinado quando criança, e também com relação a Efialtes, segundo o filme, ele nasceu em Esparta, mas por ter nascido com uma deficiência, a mãe para preservar a vida dele, foge de Esparta. (41 mim e 12 seg a 43 mim e 45 seg). A educação era bastante rígida, e as crianças eram criadas para serem guerreiras. Mas não é um treinamento militar simplesmente, era uma educação que visava formar cidadãos guerreiros. Ate os sete anos de idade, a criança recebia os cuidados de sua mãe, e após essa idade, os meninos eram retirados de suas mães para se prepararem militarmente. Esse período que ficavam longe de suas famílias era chamado de agogê (2 mim e 22 seg). Por acreditarem na idéia de que apenas só se era verdadeiramente homem, o cidadão que honrasse seu Estado, o próprio Estado acabava exercendo a função de educador. O objetivo desse período era formar soldados fortes para defender seu país. O estado era o responsável pela educação das crianças e, com esse treinamento esperava que seus jovens fossem, fortes, disciplinados, obedientes aos superiores, ágeis, astutos, imunes ao medo, resistentes e fanaticamente dedicados à sua cidade. Segundo Flávia Lages, o espartano era educado para viver para o Estado. (livro pag. 69). Veja um trecho do poeta espartano Tirteu, que ilustra bem esse ideal de formação: E ainda que fosse mais belo que Titono e mais rico do que Midas e Ciniras, mais rígio que Pílops, filho de Tântalo, e dotado de uma língua mais lisonjeira que Odrasto, se tivesse todas as
glórias do mundo, mas não possuísse o valor guerreiro, não quereria honrá-lo. Não dará boas provas de si na luta se não for capaz de encarar a morte sanguenta na peleja e de lutar corpo-a-corpo com o adversário." (Jaeger, p.121. Poema de Tirteu) Vemos em sala de aula com a mestra Rosinete, que as espartanas eram mais valorizadas do que qualquer outra mulher em outras cidades-estados da Grécia Antiga. Isso porque eram elas quem geravam filhos fortes para o exército espartano. No filme, a rainha Gorgo diz exatamente isso ao mensageiro persa (14 mim e 23 seg.). Em seu livro, Flávia Lages fala que a mulher recebia praticamente o mesmo treinamento físico dos homens, também eram treinadas militarmente para que seus filhos fossem fortes guerreiros espartanos. Vários são os pontos mostrados no filme onde os espartanos demonstram sua xenofobia, uma aversão a qualquer outro povo e cultura como, por exemplo, quando o mensageiro comunica o desejo de Xerxes em dominar a região e pede que em prova eles dêem água e terra, o rei Leônidas mata o mensageiro e todos da sua comitiva (10 mim e 25 seg.). Os Espartanos limitavam ao máximo relações com estrangeiros, rejeitavam qualquer idéia ou influência estrangeira, e não queriam que idéias estranhas entrassem em seu meio. O professor e historiador Rainer Souza fala que em relação à política em Esparta, existiam órgãos que limitavam o poder do monarca como a Gerúsia que era a câmera composta por cidadãos maiores de 60 anos tinham função administrativa, legislativa e judiciária. Outro órgão era a Ápela formada por cidadãos maiores de 30 anos, eles elegiam os membros da Gerúsia e aprovavam ou rejeitavam as propostas. O Eforato mostrado no filme, era formado por cinco magistrados eleitos por um ano e detinham amplos poderes, presidiam as assembléias, possuíam poderes judiciais e controlavam a administração e a educação. Eram eles que davam ordem de mobilização em caso de guerra, no filme mostra o rei Leônidas indo tentar convencê-los de que Esparta precisava ir a guerra. (14 mim e 32 seg.) Esparta diferente de qualquer outra cidade grega não tinha uma característica expansionista, mas sim de defesa das suas terras, Flavia Lages fala dessa característica que Esparta tinha em defender seu território. Os espartanos foram criados para amar sua terra e defender a liberdade que tinham, vemos várias vezes os soldados espartanos declarando que lutavam pela sua liberdade. (27 mim e 26 seg, 40 mim e 06 seg.)
Os 300 nos mostra ricos detalhes de como foi a guerra das Termópilas e como essa ousadia do rei Leônidas de enfrentar o rei Xerxes fez a diferença para que toda a Grécia unisse e defendesse seu território dos persas e assim expandir sua cultura para todo o mundo.
CONCLUSÃO O filme 300 retrata, com bastante credulidade, a sociedade espartana no que concerne a sua essência, em formar cidadãos guerreiros, sendo que essa educação era dada pelo Estado, durante o crescimento do indivíduo até a idade adulta, onde este deve retribuir ao Estado servindo-o fielmente. Era uma sociedade conservadora, de hierarquia rígida, valorizavam a mulher e à liberdade em si, onde lutaram até o fim contra os persas no referido filme.
REFERÊNCIAS PONTES, Francieli Ferreira. A Educação no Mundo Grego Clássico. Webartigos, Educação, 2010. Disponível em: http://www.webartigos.com/artigos/a-educacao-no-mundo-gregoclassico/34657/. Acessado em 24.11.11; CASTRO, Flávia Lages. História do Direito Geral e Brasil. 3ª edição. Rio de Janeiro: Editora Lumem Juris,2006. MACHADO, Fernanda. Disponível em: http://educacao.uol.com.br/historia/grecia-antiga-a-influencia-da-culturahelenistica-na-civilizacao-ocidental.jhtm. Acessado em 20.11.11; RAINIER. Disponível em: http://www.brasilescola.com/historiag/espartaatenas.htm. Acessado em: 20.11.11.