RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DAS TECNOLOGIAS GERADAS PELA EMBRAPA

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Transcrição:

RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DAS TECNOLOGIAS GERADAS PELA EMBRAPA Nome da tecnologia: Poda de formação dos cafeeiros Ano de avaliação da tecnologia: 2017 Unidade: Embrapa Rondônia Equipe de Avaliação: Leonardo Ventura de Araújo Porto Velho, fevereiro de 2018 1

RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DAS TECNOLOGIAS GERADAS PELA EMBRAPA 1. IDENTIFICAÇÃO DA TECNOLOGIA 1.1. Nome/Título Poda de formação em cafeeiros Coffea canephora. 1.2. Objetivo Estratégico PDE/PDU Objetivo Estratégico PDE/PDU X Competitividade e Sustentabilidade do Agronegócio Inclusão da Agricultura Familiar Segurança Alimentar Nutrição e Saúde Sustentabilidade dos Biomas Avanço do Conhecimento Não se aplica 1.3. Descrição Sucinta O café é um dos principais commodities agrícolas do Brasil, sendo este o maior produtor e exportador do planeta (USDA, 2017). Em 2017 a safra brasileira foi de 44,9 milhões de sacas beneficiadas, em sua maioria (80%) café arábica. Em relação ao ano anterior houve uma redução de 12,4% na produção total e de 4,4% na área em produção. Além disso, registrou-se uma queda de 8,3% na produtividade. Para a safra 2018 está prevista uma produção que deve oscilar entre 54,4 e 58,5 milhões de sacas beneficiadas. No Brasil, a área em produção vem diminuindo desde 2008, embora essa redução seja compensada com aumento da produtividade que poderá chegar a 30,5 sacas/hectare em 2018. Este indicador mostra que houve um incremento de produtividade de cerca de 50% nos últimos dez anos (CONAB, 2018). Em Rondônia a produção de café teve início na década de 1970 com a introdução do coffea canéfora na região. Desde então, a expansão da cultura cafeeira vem ocorrendo no estado, que apesar de uma série de dificuldades, tais como a baixa produtividade, se tornaria numa das principais culturas agrícolas de Rondônia (ÁLVARES-AFONSO, 2008). O estado de Rondônia ocupa o posto de 5º maior produtor nacional de café (4% da safra brasileira), atrás apenas de Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo e Bahia, responsáveis por 57,2%, 17,3%, 9,92% e 6,71% respectivamente. Juntos os cinco maiores produtores serão responsáveis por 95,4% de toda produção nacional em 2017. Basicamente toda produção de café em Rondônia é de conilon, sendo que quando levado em conta somente esta espécie o estado é o segundo maior produtor do país, atrás apenas do Espírito Santo (CONAB, 2017). As principais microrregiões produtoras do estado são Cacoal (47,5%), Alvorada do Oeste (24,9%) e Porto Velho (12,7%), juntas elas produziram 85,2% da safra de 2015. O município de Alta Floresta do Oeste é o maior produtor do estado. Em 2015 produziu aproximadamente 16,5% da safra estadual, um total de 13.932 toneladas, seguido de Cacoal (14,1%) e São Miguel do Guaporé (12%) (IBGE, 2016). 2

No estado, a área em produção vem sendo reduzida desde o início da década de 2000 quando o preço do café atingiu um dos menores níveis na história. Contudo, a produtividade desta região vem crescendo neste mesmo período, atingindo 26,1 sacas beneficiadas (60 kg) por hectares no ano de 2017, e uma produção total próxima a 1,93 milhões de sacas (CONAB, 2018). Diante de um cenário produtivo bastante dinâmico, a Embrapa Rondônia vem atuando há mais de três décadas no desenvolvimento de tecnologias com vistas ao fortalecimento da cafeicultura rondoniense, baseada nos pilares da eficiência e sustentabilidade ambiental. Entre elas, destaca-se a poda de formação de cafeeiros. Indiciada para formação precoce dos cafeeiros conilon e Robusta a tecnologia busca a obtenção de alta produtividade na primeira safra e deve ser aplicada entre 60 e 90 dias após o plantio, quando as plantas apresentarem entre um e dois pares de ramos de produção. O procedimento consiste na eliminação de todos os ramos de produção, folhas baixeiras e gema apical (olho do cafeeiro). Cerca de 45 a 90 dias após a poda apical deve ser realizada a desbrota eliminando-se o excesso de brotos conforme a expectativa do número de hastes que se pretende manter por planta. Assim, mantém-se três ou quatro brotos por planta, dando preferência para os brotos inseridos na parte mais baixa do caule. No momento da desbrota devem ser eliminados os ramos de produção do baixeiro que tenham surgido após a poda. Desta forma, a tecnologia aumenta a produção na primeira safra e permite a padronização das podas de produção, uma vez que as hastes apresentam a mesma idade. Além disso, se os cafeeiros forem plantados no mês de janeiro e a poda realizada em março, a técnica também pode evitar que as plantas cresçam o suficiente para florescerem em julho/agosto, evitando a colheita do primeiro ano (catação), que é muitas vezes inviável para o agricultor devido ao seu custo e baixo rendimento. 1.4. Ano de Lançamento: 2015 1.5. Ano de Início de adoção: 2015 1.6. Abrangência Selecione os Estados onde a tecnologia selecionada está sendo adotada: Nordeste Norte Centro Oeste Sudeste Sul AL AC X DF ES X PR BA AM X GO MG RS CE AP MS RJ SC MA PA MT X SP PB RO X PE RR PI TO RN SE 1.7. Beneficiários Pequenos produtores rurais. Agricultura familiar. 3

2. IDENTIFICAÇÃO DOS IMPACTOS NA CADEIA PRODUTIVA A cadeia produtiva do café no estado de Rondônia conta com cerca de 40.000 pequenos produtores, que empregam basicamente a mão-de-obra familiar. A produção cafeeira do estado se localiza no centro do estado com tendência atual de se deslocar para áreas de colonização mais recente como os municípios de Buritis, no centro-norte do estado e São Miguel do Guaporé, no centro-oeste do estado. A produção estadual alcançou 1,5 milhões de sacas de café beneficiado em uma área cultivada de aproximadamente 160.000 ha com uma produtividade média, no ano de 2011, de 9,3 sacas beneficiadas/ha. O rendimento da lavoura neste último ano foi cerca de 25% a menos do que a registrada no ano anterior. Essa quebra de produção se deu a ocorrência irregular da chuva na época de julho a setembro de 2010, fazendo com que a floração fosse induzida e posteriormente abortada pelo estresse hídrico. Apesar da baixa produtividade no estado, há um polo emergente de intensificação de tecnologia, onde a produtividade média suplanta 20 sacas/ha. Esta região compreende os municípios de Alta Floresta do Oeste, Alto Alegre dos Parecis e Santa Luzia d Oeste (CONAB, 2012). Nesse contexto, a unidade vem intensificando ações de TT no sentido de disponibilizar informações tecnológicas sobre a poda de formação dos cafeeiros. Os cafeeiros conduzidos com poda de formação apresentam hastes ortotrópicas de mesma idade e não estioladas. Como resultado, apresentam maior produtividade de frutos na primeira safra. Os rendimentos podem chegar em até 30% dependendo do genótipo, do espaçamento e das condições de cultivo, dentre outros fatores. 3. AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS ECONÔMICOS 3.1. Avaliação dos Impactos Econômicos Se aplica: sim ( x ) não ( ) Tipo de Impacto: Incremento de Produtividade Tabela Aa - Ganhos Líquidos Unitários Preço Unitário Custo Ganho Unitário Unidade de Rendimento Rendimento Ano Adicional R$/UM Medida - UM Anterior/UM (A) Atual/UM (B) R$/UM (C) R$/UM (D) E=[(B-A)xC]-D 2017 sc/ ha 22 27,5 350,00 160,00 1.765,00 Tabela Ba - Benefícios Econômicos na Região Ano Participação da Embrapa % (F) Ganho Líquido Embrapa R$/UM G=(ExF) Área de Adoção: Unidade de Medida-UM Área de Adoção: QuantxUM (H) Benefício Econômico I=(GxH) 2017 60% 1.059,00 ha 1.250 1.323.750,00 Análise dos impactos econômicos Esta tecnologia, desenvolvida pela Embrapa Rondônia proporcionou no primeiro ano de avaliação um incremento em torno de 25% da produtividade de café no primeiro ano safra de uma lavoura, passando de 22 sc. de café beneficiado/há 4

Máxima escala = para 27,5 sc/ha. Esta média é bastante animadora para os produtores que além da elevação da produção já na primeira safra terão suas plantas mais equilibradas. O custo adicional da tecnologia alcançou R$ 160,00/ha em 2017, custos relativos apenas a mão de obra utilizada para realizar a poda. O benefício incremental alcançou o valor de R$ 1.765,00. A contribuição da Embrapa é compartilhada com a Emater, associações e outras entidades ligadas à transferência de tecnologia. Reconhecendo a importância destes órgãos na sua adoção, considera-se a participação da Embrapa em 60%. Estima-se a área de adoção em 1.250 ha em 2017. O benefício econômico proporcionado pela Embrapa ao gerar tal tecnologia atingiu o valor de R$ 1.323.750,00 em 2017, reflexo principalmente da alta cotação da commodity neste ano. 3.3. Fonte de dados Os dados de produção, área plantada e produtividade foram obtidos no IBGE e na Conab, em seus sítios na internet. O custo da adoção da tecnologia foi obtido no Setor de Prospecção de Tecnologias da Embrapa Rondônia, que possui planilhas de custo de produção de diferentes sistemas no estado, incluindo aqueles que utilizam a poda de formação de cafeeiros. Para a geração dos dados em campo, foi entrevistado um agricultor, conforme consta na Tabela 3.3.1. Tabela 3.3.1 Número de consultas realizadas por município Municípios Estado Produtor Familiar Porto Velho RO 1 Total 1 4. AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS SOCIAIS 4.1. Avaliação dos Impactos A Unidade utilizou a metodologia AMBITEC-Social ( x ) sim ( ) não. Aspecto Emprego A percepção do produtor entrevistado é de que para o domínio da tecnologia faz-se necessário que os agricultores sejam treinados em eventos de capacitação de curta duração. Capacitação Tipo de capacitação Nível da capacitação Especialização Local de de curta Oficial regular Básico Técnico Superior curta duração duração 0,25 0,25 0,2 0,1 0,1 0,1 1 Pontual 5 1 0 0 1 0 0 ) 1,25 0 0 0,5 0 0 1,8 5

Máxima escala = Esta nova tecnologia gera oportunidade de trabalho chamado braçal especializado, ou seja, apesar de ser um serviço braçal é necessário conhecimento técnico para lidar com a nova tecnologia. Oportunidade de Emprego Local Qualificado Origem do trabalhador Propriedade Local Município Região Braçal Braçal especializado Técnico médio Técnico superior 0,25 0,2 0,15 0,1 0,025 0,05 0,1 0,125 1 Pontual 1 0 0 0 0 0 0 1 1 Qualificação para a atividade ) 0,5 0 0 0 0 0,1 0 0 0,6 A percepção dos entrevistados é de que a tecnologia gera oportunidade de uso de mão de obra mente e utilizando membros da própria família. Isto demonstra a necessidade de maior dedicação à atividade. Oferta de Emprego e Condição do Trabalhador Temporário Permanente Parceiro / Meeiro Familiar 0,1 0,2 0,35 0,35 1 Pontual 1 0 0 1 1 ) Condição do trabalhador 0,5 0 0 0,35 0,9 Os produtores adotantes informaram que a adoção da tecnologia poda de formação de cafeeiros não gera impactos na qualidade do trabalho se comparado com tratos similares. Qualidade do Emprego Pontual 5 Prevenção do trabalho infantil Legislação trabalhista Jornada de trabalho <44h Registro Contribuição previdenciária Auxílio moradia Auxílio alimentação Benefícios Auxílio transporte Auxílio saúde 0,2 0,2 0,2 0,2 0,05 0,05 0,05 0,05 1 x x x x x x x x ) 0 0 0 0 0 0 0 0 0,0 Aspecto Renda A adoção da tecnologia proporciona elevação de renda em função da obtenção de melhores índices de produtividade. Além disso, contribui para minimizar os efeitos da sazonalidade de produção. 6

Máxima escala = Máxima escala = Máxima escala = Geração de Renda Atributos da renda Segurança Estabilidade Distribuição Montante fatores de 0,25 0,25 0,25 0,25 1 x Pontual 5 1 1 x ) 0 1,25 0 1,25 2,5 Observou-se que não há relação entre a diversificação de renda e a adoção da tecnologia. Diversidade de Fontes de Renda Pontual 5 Agropecuária no estabelecimento Variável de diversificação de fontes de renda Não agropecuária no estabelecimento Oportunidade de trabalho fora do estabelecimento Ramificação empresarial Aplicações financeiras 0,25 0,25 0,15 0,2 0,15 1 x x x x x Coeficiente de impacto (obs) = ) 0 0 0 0 0 0,0 No tocante à variável valor da propriedade, tem-se a percepção de que a tecnologia não interfere para torná-la mais valiosa. Valor da Propriedade Pontual 5 Investimento em benfeitorias Conservação dos recursos naturais Variável de valor da propriedade Preços de produtos e serviços Conformidade c/ legislação Infraestrutura / Política tributária etc. 0,25 0,25 0,2 0,15 0,15 1 x x x x x ) 0 0 0 0 0 0,0 7

Aspecto Saúde Não houve percepção por parte dos entrevistados de que a nova tecnologia piora ou melhora a saúde no ambiente de trabalho. Saúde Ambiental e Pessoal Focos de vetores de doenças endêmicas Variável de saúde ambiental e pessoal Emissão de poluentes atmosféricos Emissão de poluentes hídricos Geração de contaminantes do solo Dificuldade de acesso a esporte e lazer Pontual 1-0,2-0,2-0,2-0,2-0,2-1 x x x x x ) 0 0 0 0 0 0,0 Não houve também percepção de que a tecnologia aumente ou reduza a exposição a periculosidade ou insalubridade. Segurança e Saúde Ocupacional Exposição a periculosidade e insalubridade Periculosidade Ruído Vibração Calor / Frio Umidade Agentes químicos Agentes biológicos Pontual 1-0,2-0,1-0,1-0,1-0,1-0,2-0,2-1 x x x x x x x ) 0 0 0 0 0 0 0 0,0 Segundo o produtor entrevistado, é perceptivo que a tecnologia contribui para o aumento da quantidade de café produzida. Segurança Alimentar Garantia da produção Quantidade de alimento Pontual 1 1 Variável de segurança alimentar Qualidade nutricional do alimento 0,3 0,3 0,4 1 x x ) 0 0,3 0 0,3 8

Máxima escala = Máxima escala = Aspecto Gestão e Administração Constatou-se que a tecnologia poda de formação de cafeeiros, demanda maior tempo de dedicação do agricultor à atividade. Dedicação e Perfil do Responsável Capacitação dirigida à atividade Horas de permanência no estabelecimento Pontual 5 1 Variável de dedicação do responsável Engajamento familiar Uso de sistema contábil Modelo formal de planejamento Sistema de certificação / Rotulagem 0,2 0,2 0,15 0,15 0,15 0,15 1 x x x x x ) 0 1 0 0 0 0 1,0 A adoção da tecnologia mantém inalterada as condições de comercialização. Condição de Comercialização Pontual 1 Venda direta / antecipada / cooperada Processamento local Armazenamento local Variável de comercialização Transporte próprio Propaganda / Marca própria Encadeamento com produtos / atividades / serviços anteriores Cooperação com outros produtores locais 0,15 0,15 0,15 0,15 0,15 0,15 0,1 1 x x x x x x x ) 0 0 0 0 0 0 0 0,0 As diferentes formas de disposição de resíduos mantêm-se inalteradas com a adoção da referida tecnologia. Disposição de Resíduos Variável de tratamento de resíduos domésticos Coleta seletiva Compostagem / reaproveitamento Disposição sanitária Variável de tramento de resíduos da produção Reaproveitamento Destinação ou tratamento final Pontual 5 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 1 x x x x x ) 0 0 0 0 0 0,0 No que diz respeito ao relacionamento institucional, a percepção do entrevistado é de que esta tecnologia demandará mais apoio dos órgãos oficiais de assistência técnica. Neste caso, o produtor deve buscar estreitar seu relacionamento com a Emater-RO. 9

Escala máxima = Escala máxima = 5. AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS 5.1. Avaliação dos impactos ambientais A Unidade utilizou a metodologia AMBITEC ( x ) sim ( ) não. 5.1.1. Alcance da Tecnologia A tecnologia tem sido adotada nas regiões cafeicultoras do estado de Rondônia. A área de lavoura de café só no estado de Rondônia soma 86.000 ha. Estima-se que 1.250 ha utilizaram da poda apical para condução inicial da lavoura pelos produtores. Considerando que a área média de cada lavoura é de 5 ha, estima-se que pouco mais de 312 produtores têm se beneficiado com a tecnologia. Potencialmente toda a área em implantação do estado poderia adotar a tecnologia. Eficiência Tecnológica Constatou-se que o a aplicação da tecnologia contribuirá para o aumento dos níveis de uso de pesticidas, contudo sem aumento do nível de toxicidade dos mesmos. O uso de fertilizantes se manterá no mesmo nível. Uso de Agroquímicos Freqüência Pesticidas Variedade de ingredientes ativos Toxicidade NPK hidrossolúvel Calagem Micronutri entes -0,2-0,2-0,3-0,1-0,1-0,1-1 Pontual 5 1 0 0 0 0 0 Fertilizantes fatores de ) -1 0 0 0 0 0-1,0 O uso de energia em suas diversas formas permanecerá inalterado. Uso de Energia Óleo combustível / Carvão mineral Diesel Gasolina Gás Álcool Lenha / Carvão vegetal Bagaço de cana Restos vegetais -0,1-0,1-0,1-0,1-0,075-0,075-0,075-0,075-0,3-1 Pontual 5 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Combustíveis fósseis Biomassa Eletricidade fatores de ) 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0,0 10

Escala máxima = Registrou-se a percepção de que a tecnologia contribui moderadamente com a redução do consumo de água em função de as plantas transpiram menos na medida em que a parte aérea é reduzida. Uso de Recursos Naturais Solo para Água para plantio processamento (área) -0,3-0,3-0,4-1 Água para irrigação Pontual 5-1 0 0 Recurso natural fatores de ) 1,5 0 0 1,5 Conservação Ambiental Não houve percepção por parte do entrevistado de melhoria ou piora da atmosfera decorrente da adoção da tecnologia. Atmosfera Pontual 1 Gases de efeito estufa Tipo do poluente Material particulado / Odores Fumaça Ruídos -0,4-0,4-0,1-0,1-1 x x x x fatores de ) 0 0 0 0 0,0 11

Escala máxima = Esta tecnologia favorece a adoção de técnicas que permitam deposição de galhos nas entrelinhas do café, formando cobertura morta. No entanto, com a utilização das demais técnicas de poda, esta prática já era realizada nos cafezais do estado. Qualidade do Solo Erosão Perda de matéria orgânica Perda de nutrientes Compactação -0,25-0,25-0,25-0,25-1 Pontual 5 0 0 0 0 Variável de qualidade do solo fatores de ) 0 0 0 0 0,0 Observou-se que com a adoção da tecnologia, a variável qualidade da água permanece inalterada. Qualidade da Água Pontual 1 Demanda Bioquímica de Oxigênio Variável de qualidade da água Espuma / Óleo Turbidez / Materiais flutuantes Sedimento / Assoreamento -0,25-0,25-0,25-0,25-1 x x x x fatores de ) 0 0 0 0 0,0 Não houve percepção por parte dos entrevistados de melhoria ou piora da biodiversidade decorrente da adoção da tecnologia. Biodiversidade Pontual 1 Perda de Perda de espécies / corredores de Variedades fauna caboclas -0,4-0,3-0,3-1 Perda de vegetação nativa Variável de biodiversidade x x x fatores de ) 0 0 0 0,0 12

Recuperação Ambiental Em decorrência da proteção de solo proporcionada pela cobertura morta foi percebido que a tecnologia ajuda na recuperação de solos degradados. Recuperação Ambiental Pontual 1 Variável de recuperação ambiental Áreas de Solos Ecossistemas Preservação Reserva Legal degradados degradados Permanente 0,2 0,2 0,2 0,4 1 x x x x Coeficiente de Impacto = fatores de ) 0 0 0 0 0,0 6. AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS GERADOS Os mais expressivos níveis de adoção da tecnologia ocorreram nos municípios de Alta Floresta do Oeste, Alto Alegre dos Parecis e Santa Luzia d Oeste. Avalia-se que com a continuidade das ações de TT, agricultores de outras regiões do estado passem a fazer uso da tecnologia. No geral, o retorno econômico da tecnologia é fortemente dependente do preço do produto. A forte variação observada nos preços do café nos últimos anos, podem impactar este resultado. 7. CUSTOS DA TECNOLOGIA 7.1. Estimativa dos Custos Tabela 7.1.1. Estimativa dos custos Ano Custos de Pessoal Custeio de Pesquisa Depreciação de Capital Custos de Administração Custos de Transferência Tecnológica Total 2012 55.416,47 1.178,00 988,00 14.544,90 3.052,00 75.179,37 2013 55.416,47 1.178,00 988,00 14.544,90 3.052,00 75.179,37 2014 55.416,47 1.178,00 988,00 14.544,90 3.052,00 75.179,37 2015 55.416,47 1.178,00 988,00 14.544,90 3.052,00 75.179,37 Total 221.665,88 4.712,00 3.952,00 58.179,60 12.208,00 300.717,48 OBS: Em valores de dezembro de 2011. 7.2. Análise dos Custos O principal componente é o custo de pessoal, que soma mais de R$ 55 mil por ano. É resultado da intensa dedicação de pesquisadores e assistentes (técnicos agrícolas e operários rurais) à atividade. Os custos administrativos somam quase R$ 13

15.000,00 por ano e, os de transferência de tecnologia outros R$ 3.052,00. Sendo que os custos totais para o desenvolvimento desta técnica de poda ao longo de 4 anos foi de aproximadamente R$ 300.717,48. O benefício anual médio proporcionado pela tecnologia no primeiro ano está acima do custo total de geração da tecnologia, em quatro anos. Isto evidencia o grande retorno à sociedade proporcionada pela Embrapa, ao gerar esta tecnologia. Notas explicativas: Os dados originais de custo não estão disponíveis para o período da geração da tecnologia. Não foi possível efetuar uma estimativa detalhada para cada um dos anos. Os valores das tabelas são as médias estimadas anuais para todo o período em análise. Custos de pessoal foram considerados apenas pessoas diretamente envolvido na pesquisa como pesquisador, operário rural e técnico agrícola (assistentes). Como os dados reais de custo para a época em estudo não estão disponíveis, considerou-se que o subprojeto demandou 1 assistente operário rural por tempo integral, 15% do tempo de um assistente técnico agrícola e 20% do tempo do pesquisador responsável pela pesquisa. Para operário rural e técnico agrícola foram considerados valores médios da remuneração por classe de trabalhador. Os salários foram tomados em agosto de 2006, atualizados pelo IPCA/IBGE para dezembro de 2013. A remuneração inclui salário base, adicional de títularidade, adicional por localização, insalubridade, anuênio e salário família. São ainda considerados o depósito do FGTS, INSS patronal, férias e décimo terceiro. Custeio Foram consideradas as despesas de implantação e manutenção da área experimental. 8. AÇÕES SOCIAIS Não há. 9. BIBLIOGRAFIA CONAB. Companhia Nacional de Abastecimento. Monitoramento Agrícola. Acompanhamento da safra brasileira de café, v. 5, Safra 2018, n.1, Primeiro levantamento, Brasília, p. 1-73, jan. 2018. 10. EQUIPE RESPONSÁVEL Responsáveis: Leonardo Ventura de Araújo 14