PARADIGMAS DAS RESPOSTAS DAS QUESTÕES DISCURSIVAS DA PROVA DE SELEÇÃO DE ESTÁGIO DE DIREITO 2012



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Transcrição:

PARADIGMAS DAS RESPOSTAS DAS QUESTÕES DISCURSIVAS DA PROVA DE SELEÇÃO DE ESTÁGIO DE DIREITO 2012 1) Discorra sobre Compromisso/Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). O termo de ajustamento é um título executivo extrajudicial, por meio do qual um órgão público legitimado toma do causador do dano o compromisso de adequar a sua conduta às exigências da lei. Só o causador do dano se compromete. O órgão público que o toma a nada se compromete, exceto, implicitamente, a não propor a ação de conhecimento para pedir aquilo que já está reconhecido no título. Só podem tomar o compromisso de ajustamento de conduta os órgãos públicos legitimados à ação civil pública ou coletiva. Ele não é colhido nem homologado em juízo. O órgão público legitimado pode tomar o compromisso de qualquer causador do dano, mesmo que este seja outro ente público. 2) Discorra sobre o princípio da ofensividade no direito penal. O princípio da ofensividade consubstancia-se na ideia de que só haverá crime quando a conduta do agente lesar um bem jurídico ou, ao menos, causar um risco concreto de lesão a esse bem. No âmbito da política criminal o princípio da ofensividade orienta o legislador a não criminalizar condutas que não acarretem uma ofensa significativa ao bem jurídico tutelado. Na dogmática, busca-se a aplicação do princípio ao caso concreto. Assim, para a configuração do crime não basta a subsunção da conduta à lei. É necessário, pois, que o bem jurídico tutelado pela norma venha a ser ofendido. 3) Cite e conceitue os elementos do fato típico. São quatro os elementos do fato típico: conduta, resultado naturalístico, relação de causalidade e tipicidade. A conduta, segundo a teoria finalista da ação, é o comportamento humano, consciente e voluntário, dirigido a um fim. Ela pode ser exteriorizada por ação ou por omissão. Somente o ser humano pode praticar condutas e somente a conduta voluntária interessa ao direito penal. A conduta é excluída nos seguintes casos: caso fortuito e força maior, atos ou movimentos reflexos, coação física irresistível, sonambulismo e hipnose. O resultado é a consequência provocada pela conduta do agente. Ele pode ser naturalístico ou jurídico. O resultado naturalístico é a modificação do mundo exterior provocada pela conduta do agente. Já o resultado jurídico é a violação da lei penal, mediante a agressão do valor ou interesse por ela Caixa Postal 21 Fone/Fax: (0XX49) 3631-2700/ 3631-2709 e-mail: prmsmo@prsc.mpf.gov.br

2 tutelado. Não há crime sem resultado jurídico. Todavia, é possível um crime sem resultado naturalístico. Ex. crimes formais e de mera conduta. A relação de causalidade é o vínculo formado entre a conduta praticada por seu autor e o resultado por ele produzido. É por meio dela que se conclui se o resultado foi ou não provocado pela conduta, autorizando, se presente a tipicidade, a configuração do fato típico. A tipicidade divide-se em formal e material. A tipicidade formal é o juízo de subsunção entre a conduta praticada pelo agente no mundo real e o modelo descrito pelo tipo penal. A material é a lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico penalmente tutelado em razão da prática da conduta legalmente descrita. A tipicidade material relaciona-se intimamente com o princípio da ofensividade do direito penal. 4) Discorra sobre a ação declaratória de constitucionalidade. Busca-se por meio dessa ação declarar a constitucionalidade de lei ou ato normativo federal. Ou seja, transformar uma presunção relativa de constitucionalidade em absoluta, não mais se admitindo prova em contrário. Julgada procedente a ADECON, tal decisão vinculará os órgãos do Poder Judiciário e a administração pública, que não mais poderão declarar a inconstitucionalidade da aludida lei, ou agir em desconformidade com a decisão do STF. Em síntese, a ADECON busca afastar nefasto quadro de insegurança jurídica. O objeto da referida ação é lei ou ato normativo federal. Os legitimados para a propositura são os mesmo da ação declaratória de inconstitucionalidade (art. 103 da CF). O órgão competente para apreciá-la é o STF. A decisão produzirá eficácia contra todos e efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do poder judiciário. 5) No que se refere ao inquérito civil público, responda: a) Qual seu objetivo? Destina-se basicamente a colher elementos de convicção para eventual propositura de ação civil pública. Subsidiariamente serve, ainda, para que o Ministério Público prepare a tomada de compromissos de ajustamento de conduta, realize audiências públicas e expeça recomendações dentro de suas atribuições. Por meio do inquérito civil podem-se promover diligências, requisitar documentos, informações, exames e perícias, expedir notificações, tomar depoimentos, proceder a vistorias e inspeções. b) Quem são os legitimados para instaurá-lo? O Ministério Público. c) Existe contraditório? Justifique. Não. Isso porque o inquérito civil público não é um processo. Ou seja, nele não se impõem sanções nem se fazem acusações. Ele é apenas um procedimento para a colheita de informações. d) Qual o prazo de sua conclusão segundo as Resoluções 87/06 do Conselho Superior do Ministério Público Federal e 23/07 do

3 Conselho Nacional do Ministério Público? É possível a prorrogação? (1) O prazo de conclusão é de um ano, prorrogável pelo mesmo prazo e quantas vezes forem necessárias. 6) Quanto aos direitos coletivos: a) Explique cada um deles. Direitos difusos: São os transindividuais de natureza indivisível e cujos titulares são pessoas indeterminadas ligadas por circunstâncias de fato, não existindo um vínculo comum de natureza jurídica. Ex. publicidade enganosa ou abusiva, meio ambiente, preservação da moralidade administrativa. Direitos coletivos: São os transindividuais de natureza indivisível, de que seja titular grupo, categoria ou classe determinada ou determinável, ligadas entre si, ou com a parte contrária, por uma relação jurídica base. A relação base necessita ser anterior à lesão. O elemento diferenciador entre direito difuso e o direito coletivo é a determinabilidade e a decorrente coesão como grupo. A coisa julgada será ultra partes, ou seja, para além das partes, mas limitada ao grupo. Direitos individuais homogêneos: Possibilita a proteção coletiva de direitos individuais com dimensão coletiva (em massa). São os decorrentes de origem comum, ou seja, os direitos nascidos em consequência da própria lesão ou ameaça de lesão, em que a relação jurídica entre as partes é fato lesivo. Não é necessário que o fato se dê em um só lugar ou momento histórico. Ex. aquisição de um produto nocivo à saúde. Nos interesses individuais homogêneos, os titulares são determinados ou determináveis, e o objeto da pretensão é divisível. A sentença será erga omnes, a tese jurídica é geral que beneficie, sem distinção, aos substituídos. b) Qual o dispositivo legal que os prevê? Código de Defesa do Consumidor (CDC). c) Quais são os principais instrumentos de defesa dos direitos coletivos? Ação civil pública, ação popular e mandado de segurança coletivo. 7) No que consiste a inversão do ônus da prova no Direito do Consumidor? Qual é a justificativa de sua previsão no Código de Defesa do Consumidor? A inversão do ônus da prova é uma forma de facilitar a defesa dos direitos do consumidor em juízo. Com ela busca-se restabelecer a igualdade eu equilíbrio na relação processual em razão do fornecedor, geralmente, dispor de melhores condições técnicas e econômicas para a disputa judicial. Assim, o magistrado tem o poder de redistribuição do ônus probatório, caso verificada a verossimilhança da alegação ou hipossuficiência do consumidor. Realizada a inversão, caberá ao autor provar os fatos constitutivos do seu direito e ao réu provar os fatos impeditivos, modificativos e extintivos.

4 8) Discorra sobre a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). As CPIs são comissões criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de 1/3 de seus membros para a apuração de um fato relevante para a sociedade. As CPIs terão poderes de investigação próprios das autoridades judiciárias, podendo ouvir testemunhas e investigados, determinar a quebra do sigilo fiscal, bancário e de dados. Porém, os poderes da CPI não são idênticos aos dos juízes. Estes têm alguns poderes assegurados pela Constituição que não são outorgados às CPIs, como determinar a quebra do sigilo telefônico, decretar a busca e apreensão domiciliar e a prisão preventiva. Elas têm um prazo certo de existência, bem como só podem investigar fato determinado. No mais, as CPIs não podem nunca impor penalidades ou condenações. As suas conclusões serão encaminhadas ao Ministério Público, e este órgão será o responsável para, existindo elementos, promover a responsabilização civil ou criminal dos infratores. 9) Discorra sobre o princípio da instrumentalidade das formas no direito processual. Pelo princípio da instrumentalidade das formas, temos que a existência do ato processual não é um fim em si mesmo, mas instrumento utilizado para se atingir determinada finalidade. Assim, ainda que com vício, se o ato atinge sua finalidade sem causar prejuízo às partes não se declara sua nulidade. 10) Discorra sobre o poder de polícia da administração pública. É a faculdade de que dispõe a administração pública para condicionar e restringir o uso e gozo de bens, atividades e direitos individuais, em benefício da coletividade ou do próprio estado. Os atributos do poder de polícia são a discricionariedade, a autoexecutoriedade e a coercibilidade. A discricionariedade consiste na possibilidade da livre escolha pela administração sobre conveniência e oportunidade do exercício do poder de polícia. A autoexecutoriedade é a faculdade de a administração decidir e executar diretamente sua decisão por seus próprios meios, sem intervenção do poder judiciário. E, por fim, a coercibilidade, que é a imposição coativa das medidas adotadas pela administração. Todo ato de polícia é imperativo, admitindo até o emprego da força pública. As condições de validade do ato de polícia são a competência, finalidade e a forma, acrescidas da proporcionalidade da sanção e da legalidade dos meios empregados pela administração. 11) Discorra sobre os seguintes princípios do Direito Ambiental: Princípio da Precaução: O princípio da precaução objetiva obstar o surgimento de condutas que possam comportar um prejuízo ao meio

5 ambiente, a partir de instrumentos eficazes de avaliação do impacto ambiental e de sua potencialidade ao meio ambiente. Ou seja, é a imposição de limites e restrições no uso dos recursos, quando as atividades apresentem características potencialmente poluidoras. Relaciona-se com a ideia de atuação preventiva, de impedir que ocorra a degradação do meio ambiente, e que seja utilizado prioritariamente quando o risco de degradação do meio é considerado irreparável ou o impacto negativo ao meio ambiente é tamanho que exige a aplicação imediata das medidas necessárias à preservação. Princípio do Desenvolvimento Sustentável: Tem como objetivo a manutenção das bases vitais da produção e reprodução do homem e de suas atividades, garantindo igualmente uma relação satisfatória entre os homens e destes com o seu ambiente, para que as futuras gerações também tenham oportunidade de desfrutar os mesmos recursos que temos hoje à nossa disposição. 12) Conceitue cada um dos princípios da administração pública previstos na Constituição Federal. Legalidade: Significa que o administrador público está, em toda a sua atividade funcional, sujeito aos mandamentos da lei e às exigências do bem comum, e deles não se pode afastar ou desviar, sob pena de praticar ato inválido. Moralidade: A moralidade administrativa está intimamente ligada ao conceito do bom administrador, que é aquele que, usando de sua competência legal, se determina não só pelos preceitos vigentes, mas também pela moral comum. Impessoalidade: Significa tanto a atuação impessoal, genérica, ligada à finalidade da atuação administrativa que vise a satisfação do interesse coletivo, sem corresponder ao atendimento do interesse exclusivo de administrado, como também significa a imputação da atuação ao órgão ou entidade estatal, não o sendo quanto ao agente público, pessoa física. Significa, ainda, a isonomia, porque obrigatório o tratamento igualitário de todos os administrados. Publicidade: É o dever de dar publicidade, ou seja, de levar o conhecimento do ato ou da atividade administrativa a terceiros, a fim de facilitar o controle. O princípio propicia, ainda, a obtenção de informações, certidões, atestados da administração pública, por qualquer interessado, desde que observada a forma legal. Eficiência: Relaciona-se ao agente público, que não pode atuar amadoristicamente, devendo buscar a consecução do melhor resultado possível, como também diz respeito à forma de organização da administração pública, que deve atentar para os padrões modernos de gestão ou administração, atualizando-se e modernizando-se.