A JURISPRUDÊNCIA CONSTITUCIONAL REVISITADA



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Transcrição:

A JURISPRUDÊNCIA CONSTITUCIONAL REVISITADA uma homenagem da advocacia paraense aos 25 anos da Constituição Federal

organizadores Antônio moreira Maués Jeferson antonio fernandes Bacelar Paulo sérgio Weyl albuquerque costa A JURISPRUDÊNCIA CONSTITUCIONAL REVISITADA uma homenagem da advocacia paraense aos 25 anos da Constituição Federal autores Alberto Antonio de Albuquerque Campos Alberto Papaleo Paes Antonio Moreira Maués Breno Baía Magalhães Carlos Alberto de Almeida Campos Cristina Figueiredo Terezo Débora Regina Mendes Soares Diego Fonseca Mascarenhas Eliana Maria de Souza Franco Teixeira Fabrício Vasconcelos de Oliveira Girolamo Domenico Treccani Jeferson Antonio Fernandes Bacelar Jorge Alex Nunes Athias José Claudio Monteiro de Brito Filho Juliana Rodrigues Freitas Luanna Tomaz de Souza Magda Abou El Hosn Maria Stela Campos da Silva Paulo Sérgio Weyl Albuquerque Costa Ranolfo Barroso Tadaiesky Junior Rio de Janeiro 2014

1ª edição 2014 Copyright Alberto Antonio de Albuquerque Campos / Alberto Papaleo Paes / Antonio Moreira Maués / Breno Baía Magalhães / Carlos Alberto de Almeida Campos / Cristina Figueiredo Terezo/ Débora Regina Mendes Soares / Diego Fonseca Mascarenhas / Eliana Maria de Souza Franco Teixeira / Evanilde Gomes Franco / Fabrício Vasconcelos de Oliveira / Girolamo Domenico Treccani / Jeferson Antonio Fernandes Bacelar / Jorge Alex Nunes Athias / José Claudio Monteiro de Brito Filho / Juliana Rodrigues Freitas / Luanna Tomaz de Souza / Magda Abou El Hosn / Maria Stela Campos da Silva / Paulo Sérgio Weyl Albuquerque Costa / Ranolfo Junior CIP Brasil. Catalogação-na-fonte. Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ. J95 A jurisprudência constitucional revisitada: uma homenagem da advocacia paranaense aos 25 anos da Constituição Federal / organização Antônio Maués; Jeferson Bacelar; Paulo Weyl. 1. ed. Rio de Janeiro: LMJ Mundo Jurídico, 2014. 262 p.: il.; 24 cm. ISBN 978-85-62027-43-7 1. Brasil. [Constituição (1988)]. 2. Direito constitucional Brasil. I. Maués, Antônio. II. Jeferson, Bacelar. III. Weyl, Paulo. 14-09944 CDU: 342(81) O titular cuja obra seja fraudulentamente reproduzida, divulgada ou de qualquer forma utilizada poderá requerer a apreensão dos exemplares reproduzidos ou a suspensão da divulgação, sem prejuízo da indenização cabível (art. 102 da Lei nº 9.610, de 19.02.1998). Quem vender, expuser à venda, ocultar, adquirir, distribuir, tiver em depósito ou utilizar obra ou fonograma reproduzidos com fraude, com a finalidade de vender, obter ganho, vantagem, proveito, lucro direto ou indireto, para si ou para outrem, será solidariamente responsável com o contrafator, nos termos dos artigos precedentes, respondendo como contrafatores o importador e o distribuidor em caso de reprodução no exterior (art. 104 da Lei nº 9.610/98). As reclamações devem ser feitas até noventa dias a partir da compra e venda com nota fiscal (interpretação do art. 26 da Lei nº 8.078, de 11.09.1990). Reservados os direitos de propriedade desta edição pela GZ EDITORA contato@editoragz.com.br www.editoragz.com.br Av. Erasmo Braga, 299 - sala 202-2º andar - Castelo - RJ CEP: 20020-000 Rio de Janeiro RJ Tels.: (0XX21) 2240-1406 / 2240-1416 Fax: (0XX21) 2240-1511 Impresso no Brasil Printed in Brazil

SUMÁRIO APRESENTAÇÃO... SOBRE OS AUTORES... VII IX ASPECTOS CRIMINAIS SOBRE A DECISÃO NA ADPF Nº 54 PELO STF Alberto Antonio de Albuquerque Campos e Carlos Alberto de Almeida Campos... 1 DEMARCAÇÃO DE TERRAS INDÍGENAS ACO 312 Girolamo Domenico Treccani... 13 AS AÇÕES AFIRMATIVAS E A DECISÃO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL NA ADPF 186/DF José Claudio Monteiro de Brito Filho... 39 LEI COMPLEMENTAR 135/2010 E A INTERPRETAÇÃO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL NAS ADCs 29 e 30 e ADI 4578 Juliana Rodrigues Freitas... 51 A LEI MARIA DA PENHA E A AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE 19 Luanna Tomaz de Souza... 63 ADIN 4.277: UMA DECISÃO JUDICIAL ATIVISTA? Antonio Moreira Maués... 79 A ADPF 153 E A ANÁLISE SOBRE OS EFEITOS DA LEI DA ANISTIA DIANTE DA JUSTIÇA INTERNACIONALISTA. Débora Regina Mendes Soares... 95 DO DIPLOMA DE JORNALISTA: A LIBERDADE DE EXPRESSÃO, DE INFORMAÇÃO E DE EXERCÍCIO DA PROFISSÃO Eliana Maria de Souza Franco Teixeira e Magda Abou El Hosn... 113 A REVOGAÇÃO DA LEI DE IMPRENSA COMO CAMINHO PARA (DES) CONSTRUÇÃO DA LIBERDADE Diego Fonseca Mascarenhas e Paulo Sérgio Weyl Albuquerque Costa... 141

VI a jurisprudência constitucional revisitada O DIREITO À VIDA NA ADI 3.510/DF: DESCRIÇÃO DOS VOTOS E ANÁLISE DO PRECEDENTE Breno Baía Magalhães... 159 A prisão civil do depositário infiel e a prisão jurisprudencial dos tratados internacionais dos direitos humanos Cristina Figueiredo Terezo... 175 A CONFIGURAÇÃO DO MANDADO DE INJUNÇÃO EM VINTE E CINCO ANOS DE CONSTITUIÇÃO: UMA EVOLUÇÃO JURISPRUDENCIAL Alberto Papaleo Paes, Jeferson Antonio Fernandes Bacelar e Ranolfo Barroso Tadaiesky Junior... 185 RELAÇÕES PRIVADAS E DIREITOS FUNDAMENTAIS: ANÁLISE DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO N º 201.819-8/RJ Fabrício Vasconcelos de Oliveira... 205 AS NORMAS INTERNACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS E A TRIBUTAÇÃO À LUZ DA INTERPRETAÇÃO POSITIVISTA-INCLUSIVA: UMA ANÁLISE DA EC 41/2003 À LUZ DA COMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS Maria Stela Campos da Silva... 215 O STF E O MEIO AMBIENTE. ANÁLISE DE UM ACÓRDÃO PARADIGMÁTICO Jorge Alex Nunes Athias... 227

APRESENTAÇÃO Quando os latinos diziam verba volant, scripta manent, tanto alertavam para o perigo das palavras não registradas, que poderiam ser olvidadas pelo tempo e pelas circunstâncias, como firmavam o valor daquelas que se perpetuavam fossem em papiros, pergaminhos, tábuas de argila ou madeira, ou em qualquer outro meio que pudesse receber o conjunto de signos linguísticos usados para expressar ideias, registrar história ou poesia, ou para editar leis. Foram os romanos que forjaram em nós a importância da escrita jurídica, mesmo que no inicio tenham sido grandes entusiastas do jus non scriptum. Desde a Lei das XII Tábuas a tradição de deixar registrado, sujeito à consulta de todos, um instante histórico, seja legislativo seja prudencial, foi introjetado e incorporado à nossa mentalidade romano-germanista. Se em seu conteúdo os livros, por mais antigos que sejam, ainda demonstram vitalidade o mesmo se diz quanto à sua forma. Ainda que os e-books sejam uma realidade e em alguns temas já suplantem o fruto da invenção de Gutenberg, o bom e velho livro de papel ainda terá vida longa, por suas características insubstituíveis e incomparáveis. Os livros têm o poder de registrar e perpetuar momentos, de gravar para sempre posições e opiniões mesmo que mutáveis e até volúveis como são as leis, a doutrina, a jurisprudência e a própria existência humana. O Dasein heideggeriano e o círculo hermenêutico gadameriano comprovam ao mesmo tempo as manutenções e as mutações que atingem o ser humano, e, consequentemente, sua maneira de pensar e expressar o ser, o sentir, o compreender... Benedito Nunes, sábio e advogado paraense, um dos maiores especialistas brasileiros tanto de Heidegger como de Gadamer, dizia que: nós somos um diálogo. É verdade! Estamos em constante diálogo como nós mesmos, com o próximo, com a natureza, com a divindade... Nós advogados, especialmente, dialogamos com a vida...lutamos contra as desigualdades e injustiças...somos protagonistas da história! Ulisses Guimarães bradou que a Constituição de 1988 pretendia ser [...] a voz, a letra, a vontade política da sociedade rumo à mudança. E a Carta Magna vigente mudou o Brasil! Mas também foi mudada pela dinâmica de uma sociedade ávida pela realização dos velhos e pelo reconhecimento dos novos direitos. A presente obra foi escrita em um momento de alta relevância para o Direito brasileiro, qual seja, o da comemoração dos 25 anos da Constituição de 1988, a Carta Cidadã, que mesmo já tendo realizado parte de seu desiderato, ainda têm diante de si grandes desafios, especialmente vinculados à sua efetivação e à consequente realização dos Direitos humanos fundamentais. Essa Constituição ao mesmo tempo que norteia, formalmente, as questões relativas à organização do Estado e aos Direitos e Garantias Fundamentais, cumprindo o protocolo do constitucionalismo moderno, ao estabelecer os fundamentos da Democracia brasileira, também, ludicamente, impulsiona nossos sonhos de uma cidadania plena e efetiva. E é movida por um sonho, agora realidade, que a Escola Superior de Advocacia do Estado do Pará ESA/PA lança seu selo editorial visando tornar-se um celeiro de relevante produção jurídica regional, com potencial de se espraiar e influenciar o pensar jurídico na-

VIII a jurisprudência constitucional revisitada cional e internacional. Afinal, nossa capital Belém tem como significado de seu nome: casa de pão. E nossos juristas, há muito tempo, ainda que sem o devido reconhecimento, têm demonstrado suas capacidades e talentos, seja no exercício de funções vinculadas às diversas carreiras jurídicas, seja na docência superior, bem como na construção de doutrina e jurisprudência de alto nível. A proposta do livro, que ora se apresenta, foi reunir decisões paradigmáticas do Supremo Tribunal Federal para demonstrar como a atuação desta Corte realizou verdadeira mutação constitucional nesses 25 anos de vigência da Carta Política. Assim, foram selecionadas as principais decisões do Excelso Pretório, e submetidas à análise e comentário de advogados e juristas paraenses, que ofereceram seus pontos de vista, em verdadeiro processo de reanalise jurisprudencial. Dai o titulo da obra: A Jurisprudência Constitucional Revisitada: uma homenagem da advocacia paraense aos 25 anos da Constituição Federal. Os organizadores são advogados e estudiosos do constitucionalismo brasileiro, todos diretores da ESA/PA. Jeferson Bacelar, Diretor-geral da instituição, Paulo Weyl e Antonio Maués, Diretores do Departamento de Direito Constitucional da Escola. Os três conseguiram reunir um grupo realmente especial de advogados e juristas para marcar tanto a comemoração do quartel de século de vigência da Constituição Federal, como o renascimento da produção cientifica patrocinada da ESA/PA. Parabenizo a todos os autores, especialistas nos temas que abordaram. Luminares da advocacia e/ou do pensamento jurídico em nosso Estado. A obra também cumpriu esse papel: reconciliar nossa a OAB/PA com a Academia, superando um falso distanciamento que nunca deveria ter existido. Francis Bacon (1597) dizia: Leia não para contradizer nem para acreditar, mas para ponderar e considerar. Alguns livros são para serem degustados, outros para serem engolidos, e alguns para serem mastigados e digeridos. A leitura torna o homem completo, as preleções dão a ele prontidão, e a escrita torna-o exato. Aproveitem a leitura, garanto que será proveitosa! Jarbas Vasconcelos do Carmo

SOBRE OS AUTORES Alberto Antonio de Albuquerque Campos. Advogado criminalista. Vice-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional do Pará. Especialista em Mandado de Segurança e Medidas Cautelares pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Alberto Papaleo Paes. Advogado. Mestre em Direito Constitucional pela Universidade da Amazônia (UNAMA). Professor de Direito Constitucional e Hermenêutica Jurídica na Faculdade de Belém (FABEL). Professor de Direito Constitucional na Universidade da Amazônia (UNAMA). Antonio Moreira Maués. Advogado. Doutor em Direito pela Universidade de São Paulo (USP). Mestre em Direito pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC- RJ). Professor Associado da Universidade Federal do Pará (UFPA). Pesquisador do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Breno Baía Magalhães. Advogado. Mestre e Doutorando em Direito pela Universidade Federal do Pará (UFPA). Professor da Faculdade de Belém (FABEL). Bolsista CAPES. Carlos Alberto de Almeida Campos. Advogado criminalista. Especialista em Direito Penal e Processual Penal pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Cristina Figueiredo Terezo. Advogada. Doutora e Mestre em Direito pela Universidade Federal do Pará (UFPA). Visiting Scholar da American University/Washington College of Law. Professora do Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade Federal do Pará (UFPA). Professora do Programa de Pós-Graduação Doutorado Interdisciplinar em Sociedade, Natureza e Desenvolvimento da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA). Coordenadora da Clínica de Direitos Humanos da Amazônia. Débora Regina Mendes Soares. Advogada. Conselheira Suplente da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional do Pará. Mestra em Direito do Estado pela Universidade da Amazônia (UNAMA). Especialista em Direito Tributário pela Universidade da Amazônia (UNAMA). Diego Fonseca Mascarenhas. Advogado. Mestre em Direitos Humanos na Universidade Federal do Pará (UFPA). Professor do Centro Universitário do Pará (CESUPA) Eliana Maria de Souza Franco Teixeira. Advogada. Professora da Faculdade de Belém (FABEL), Mestre em Direito do Estado pela Universidade da Amazônia (UNAMA). Doutoranda em Direitos Humanos pela Universidade Federal do Pará (UFPA). Fabrício Vasconcelos de Oliveira. Advogado. Doutor e mestre em Direito pela Universidade Federal do Pará (UFPA). Especialista em Direito pelo Centro de Extensão Universitária de São Paulo (CEU/ SP). Professor de Direito Empresarial na Universidade Federal do Pará (UFPA),

X a jurisprudência constitucional revisitada Universidade da Amazônia (UNAMA), Centro Universitário do Pará (CESUPA) e Escola Superior de Magistratura do Tribunal de Justiça do Estado do Pará. Procurador Fundacional/ Autárquico do Estado do Pará. Girolamo Domenico Treccani. Advogado. Doutor em Desenvolvimento Sustentável do Trópico Úmido (NAEA-UFPA). Mestre em Direito Agrário pela Universidade Federal do Pará (UFPA). Professor de Direito Agroambiental e Coordenador do Programa de Pós Graduação em Direito da Universidade Federal do Pará (UFPA). Integra a Clinica de Direitos Humanos da Amazônia. Jeferson Antonio Fernandes Bacelar. Advogado. Diretor-geral da Escola Superior da Advocacia (ESA-PA) da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional do Pará (OAB-PA). Doutorando em Direitos Fundamentais e Novos Direitos pela UNESA(RJ). Mestre em Direito do Estado pela Universidade da Amazônia (UNAMA). Especialista em Docência do Ensino Superior (FAP). Professor das disciplinas Direito Constitucional e Hermenêutica Jurídica na Universidade da Amazônia (UNAMA). Jorge Alex Nunes Athias. Advogado. Mestre em direito constitucional econômico pela Universidade Federal do Pará (UFPA). Especialista em Direito Agrário pela Universidade Federal do Pará (UFPA). Professor adjunto de Direito Ambiental da Universidade Federal do Pará (UFPA). Membro da Academia Paraense de Letras Jurídicas, do Instituto dos Advogados Brasileiros e do Instituto dos Advogados do Pará. Sócio de Silveira, Athias, Soriano de Mello, Guimarães, Pinheiro e Scaff advogados. José Claudio Monteiro de Brito Filho. Advogado. Doutor em Direito das Relações Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Professor do Programa de Pós- Graduação em Direito da Universidade Federal do Pará (UFPA). Professor do Instituto de Ciências Jurídicas da Universidade da Amazônia (UNAMA). Juliana Rodrigues Freitas. Advogada. Doutora em Direito pela Universidade Federal do Pará (UFPA), com pesquisa realizada na Università di Pisa, na Itália, como bolsista do Programa Alfa, financiado pela Comunidade Europeia. Mestre em Direito Público pela Universidade Federal do Pará (UFPA). Especialista em Direito Municipal pela Universidade Federal do Pará (UFPA). Professora da Graduação e do Mestrado do CESUPA. Consultora Jurídica. Luanna Tomaz de Souza. Advogada. Conselheira da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional do Pará. Presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB-PA. Doutoranda em Direito (Universidade de Coimbra). Professora da Universidade Federal do Pará (UFPA). Coordenadora do Programa de Atendimento a Vítimas de Violência da UFPA. Magda Abou El Hosn. Advogada. Conselheira da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional do Pará. Presidente da Comissão Especial de Proteção e Defesa dos Direitos da Mulher da OAB-PA. Doutoranda em Direito Civil pela Universidade de Buenos Aires (UBA). Mestre em Direito Constitucional (UNAMA). Professora da Faculdade de Belém (FABEL). Maria Stela Campos da Silva. Advogada. Mestre em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Doutoranda em Direito pela Universidade Federal do Pará (UFPA). Professora de Direito Administrativo, Financeiro e Tributário do Centro Universitário do Pará (CESUPA). Paulo Sérgio Weyl Albuquerque Costa. Advogado. Doutor em Direito na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ). Mestre em Direito na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ). Professor adjunto da Universidade Federal do Pará (UFPA). Ranolfo Barroso Tadaiesky Junior. Acadêmico de Direito. Monitor da disciplina Direito Constitucional II da Universidade da Amazônia (UNAMA).