Universidade Federal do Vale do São Francisco Colegiado de Psicologia Avaliando a atenção à saúde oferecidas pelo CAPS ad de Petrolina-PE Silvoney Matos Jr Orientador: Prof. Msc. Angelo A. S. Sampaio Petrolina, 2010 Consumo de Drogas Consumo de Drogas no Nordeste (BRASIL, 2004): - 29% usam drogas abusivamente; - 0,4% crack; -1,2% maconha; - 1,4% cocaína; - 9,7% solvente; - 11,2% medicamentos; - 16,9% álcool. BRASIL. Gabinete de Segurança Institucional. Secretaria Nacional Antidrogas. Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas (CEBRID), I Levantamento Domiciliar Sobre o Uso de Drogas Psicotrópicas no Brasil. Brasília Ministério da Saúde, 2004. 1
Atenção a Usuários de Drogas -Política de Atenção Integral a Usuários de Álcool e Outras Drogas (BRASIL, 2004). -Os Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Outras Drogas (CAPS ad). dispositivo de saúde responsável pela articulação da atenção aos usuários de drogas de um território (BRASIL, 2004). BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção a Saúde. A política do ministério da saúde para a atenção integral a usuário de álcool e outras drogas. Brasília: Ministério da Saúde, 2004. Qual providência tomar para acelerar o avanço das intervenções que garantam benefícios aos usuários do CAPS ad? 2
Avaliando Políticas Públicas -Avaliar é um instrumento de conhecer e transformar as condições de saúde de uma população (CUNHA, 2006); -Conhecer as práticas que orientam o planejamento, gestão e intervenção, transformando profissionais e equipes; -Determinar a complexidade e a operacionalização dos programas; -Possibilita investigar o quão relevante e efetivo são estas políticas públicas; CUNHA C. G. S. Avaliação de Políticas Públicas e Programas Governamentais: tendências recentes e experiências no Brasil. Trabalho elaborado durante o curso TheTheoryandOperationofa ModernNationalEconomy, ministrado na George Washington University, no âmbito do Programa Minerva, Washington, 2006. Quase-Experimentos -Método utilizado para avaliação de programas e políticas públicas (CAMPBELL, 1969; MAURÃO; LAUROS, 2008); -Utilizado em ambientes naturais: limites ao controle de variáveis independentes (VIs) e estranhas (VEs); -Mensuração de dados antes e depois da intervenção (SCHNELLE; LEE, 1974); -Os benefícios: baixo custo na coleta dos dados, lida com grande períodos de tempo e número de pessoas ou grupos; CAMPBELL, D. T. Reforms as experiments. American Psychologist. v. 24, p. 404-229, 1969. MOURÃO, L; LAUROS, J.A: Avaliação de programas sociais: comparando estratégias de analise de dados. Psicologia: Teoria e pesquisa. Brasília. v. 24, n. 4, p. 545-558, 2008. 3
Problema de Pesquisa 1. O CAPS ad está sendo efetivo no tratamento aos seus usuários? 2. Quais variáveis interferem na adesão ao tratamento? 3. Quais estratégias estão sendo utilizadas para a intervenção junto a esta população? 4. As estratégias comumente utilizadas estão de acordo com a Política Nacional sobre Drogas? -Tipo de estudo: Quase-experimental - Local de realização do estudo: CAPS ad de Petrolina-PE. Método - Fontes de informação; Projeto de Implantação do serviço; Regimento Interno; Livros de registro das freqüência; Ficha de controle altas e produtividade; Prontuários; APACs; Observação informais. 4
Procedimento de Análise -Dados de Junho de 2006 à dezembro de 2008; -4 meses de coleta: 833 prontuários de usuários desligados do serviço; - Separados por critério de saída; -Observamos a entradas e saídas dos usuários e profissionais, nº de transferência para outros serviços de saúde, atividades realizadas; -Contagens dos usuários que saíram por mês e o tempo de permanência de cada um; - 2007: recontagem das saídas. N de usuários que sairam do CAPS ad 40 35 30 25 20 15 10 5 0 Resultados J J A S O N D J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O N D 2006 2007 2008 Meses Pedido Clínica ADM Abandono Encaminhamentos Profissionais 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0 N de profissionais que sairam do CAPSad Figura 1: Nº de usuários que saíram do CAPS ad de Petrolina (PE) por alta a pedido (Pedido), alta clínica (Clínica), alta administrativa (ADM) e por abandono (Abandono), e nº de profissionais que afastaram-se durante junho de 2006 a dezembro de 2008. Os quadrados destacam os meses em que ocorrem eventos festivos na região. 5
Resultados - Encaminhamentos de usuários: -Articulação apenas com serviços de saúde; -Policlínica: 54, CAPS II: 18, HDM: 2, ESF: 2 -Nenhuma articulação com outros dispositivos da sociedade civil organizada; - Encaminhamento para sanatório; Figura 2.Número de usuários que abandonaram o CAPS ad de Petrolina (PE) por tempo de permanência na instituição (número de meses). 6
Tabela 1. Frequências das atividades realizadas no CAPS ad de Petrolina (PE) entre julho de 2006 e dezembro de 2008. Em alguns grupos identifica-se também os profissionais responsáveis por sua coordenação (coord.) Atividades Freqüência 2006 2007 2008 Total Artesanato 64 98 0 162 Assembléia 29 54 52 135 Atividades Externas 35 49 50 134 Grupo de Terapia Ocupacional 23 51 48 122 Grupo Terapêutico 1 (coord. psicólogo e assist. social) 20 50 52 122 Grupo Educação e Saúde (coord. enfermeiro) 26 45 48 119 Grupo Terapêutico 2 (coord. psicólogo) 25 48 40 113 Grupo Terapêutico Familiar 14 37 45 96 Reuniões dos Alcoólicos Anônimos 0 35 51 86 Visitas Domiciliares 13 11 9 33 Oficina de Agronomia 8 10 0 18 Grupo Terapêutico 3 (coord. médico) 13 4 5 22 Total 270 492 400 1162 Discussão -CAPS ad não se apresentaria como coordenador da rede de atenção em saúde mental para usuários de drogas Insuficiente articulação de rede -Alteração do quadro político modificação do corpo de profissionais; -Falta de uma política municipal de atenção a saúde mental no município Grande nº de abandonos -Inexistência de uma coordenação de saúde mental no município parece inviabilizar as ações intersetoriais e interinstitucionais; 7
Considerações Finais Contribuição para o planejamento, monitoramento e avaliação das ações do serviço; Necessidade de instrumentos que contribuam para um melhor aproveitamento das informações; Análises mais aprofundadas sobre como as atividades terapêuticas estão sendo realizadas. Referências BRASIL. Gabinete de segurança institucional. Secretaria Nacional antidrogas. Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas (CEBRID), I Levantamento Domiciliar Sobre o Uso de Drogas Psicotrópicas no Brasil. Brasília Ministério da saúde, 2001. Ministério da saúde. Secretaria de Atenção a Saúde. A política do ministério da saúde para a atenção integral a usuário de álcool e outras drogas.brasília: Ministério da saúde, 2004. CAMPBELL, D. T. Reforms as experiments. American Psychologist. v. 24, p. 404-229, 1969. CAMPOS, C. E. A. O desafio da integralidade segundo as perspectivas da vigilância da saúde e da saúde da família. Ciência e saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 8 n.2, p 569 584, 2003. COZBY, P. C. Métodos de Pesquisa em Ciências do Comportamento. São Paulo: Atlas, 2003. p. 237 CUNHA C. G. S. Avaliação de Políticas Públicas e Programas Governamentais: tendências recentes e experiências no Brasil. Trabalho elaborado durante o curso The Theory and Operation of a Modern NationalEconomy, ministrado na George Washington University, no âmbito do Programa Minerva, Washington, 2006. FEUERWERKER, L. C. M. Estratégias para a mudança da formação dos profissionais de saúde. Caderno CE, v. 2, n.4, p. 11-23, 2001. MORAES, M. O modelo de atenção integral à saúde para tratamento de problemas decorrentes do uso de álcool e outras drogas: percepções de usuários, acompanhantes e profissionais. Ciência e saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 13, n. 1, p.121-133, 2008. MOURÃO, L; LAROS, J.A: Avaliação de programas sociais: comparando estratégias de analise de dados. Psicologia: Teoria e pesquisa. Brasília. Out-Dez v. 24, n. 4, p. 545-558, 2008. PITTA, Ana. Reabilitação psicossocial no Brasil. São Paulo: Hucitec, 2001. p. 158. 8
Obrigado! Contato: (74) 8803-0492 siljunior03@yahoo.com.br 9