BODY PERCEPTION, SATISFACTION AND NUTRITIONAL KNOWLEDGE ANALYSIS AMONG EUTROPHIC AND OVERWEIGHT WOMEN DENIZENS A



Documentos relacionados
Revista Brasileira de Nutrição Esportiva ISSN versão eletrônica

ATIVIDADE FÍSICA, ESTADO NUTRICIONAL E PREOCUPAÇÕES COM A IMAGEM CORPORAL EM ADOLESCENTES

PERCEPÇÃO DA INSATISFAÇÃO COM A IMAGEM CORPORAL E AUTOESTIMA DE IDOSAS DE UM PROGRAMA DE PROMOÇÃO À SAÚDE

RESUMOS SIMPLES...156

10º Congreso Argentino y 5º Latinoamericano de Educación Física y Ciencias

PERFIL DA IMAGEM CORPORAL DO ADOLESCENTE EXPRESSO POR MEIO DE UMA REVISTA DE GRANDE CIRCULAÇÃO NACIONAL

COMPORTAMENTO ALIMENTAR, AUTOCONCEITO E IMAGEM CORPORAL EM PRÉ-ADOLESCENTES COMO FATORES DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE TRANSTORNOS ALIMENTARES

Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação-Porto\Portugal. Uma perspectiva comportamental em Adolescentes Obesos: Brasil x Portugal

INDICE ANTROPOMÉTRICO-NUTRICIONAL DE CRIANÇAS DE BAIXA RENDA INCLUSAS EM PROGRAMAS GOVERNAMENTAIS

Vigilância Alimentar e Nutricional SISVAN. Orientações para a coleta e análise de dados antropométricos em serviços de saúde

A influência da prática de atividade física no estado nutricional de adolescentes

O resultado de uma boa causa. Apresentação de resultados da campanha pela Obesidade do programa Saúde mais Próxima

Avaliação antropométrica de idosas participantes de grupos de atividades físicas para a terceira idade.

INSTITUTO SUPERIOR MIGUEL TORGA ESCOLA SUPERIOR DE ALTOS ESTUDOS

CONHECIMENTO DE PROFESSORES ACERCA DO DESENVOLVIMENTO DE FALA E AÇÕES

Imagem Corporal de adolescentes estudantes do IF Sudeste MG Câmpus Barbacena

PROMOVENDO A REEDUCAÇÃO ALIMENTAR EM ESCOLAS NOS MUNICÍPIOS DE UBÁ E TOCANTINS-MG RESUMO

PNAD - Segurança Alimentar Insegurança alimentar diminui, mas ainda atinge 30,2% dos domicílios brasileiros

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DE ESCOLARES E A INFLUÊNCIA DA MÍDIA NO CONSUMO DE ALIMENTOS

COMPORTAMENTO ALIMENTAR DE ATLETAS NO PRÉ TREINO DE UMA CIDADE DO INTERIOR DO ESTADO DE SÃO PAULO

Incorporação da curvas de crescimento da Organização Mundial da Saúde de 2006 e 2007 no SISVAN

Projeto Ação Social. Relatório equipe de Nutrição Responsável pelos resultados: Vanessa de Almeida Pereira, Graduanda em Nutrição.

ANÁLISE DA CORRELAÇÃO ENTRE O ÍNDICE DE MASSA CORPORAL E IMAGEM CORPORAL EM MULHERES ACIMA DE 50 ANOS

GINÁSTICA FUNCIONAL: IMPACTOS NA AUTOESTIMA E AUTOIMAGEM DE IDOSOS DA UNIVERSIDADE ABERTA À MATURIDADE

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DE MENINAS DO INTERIOR DO ESTADO DE SÃO PAULO Uyeda, Mari*

PALAVRAS CHAVES: Perfil antropométrico. Crianças. Ginástica Artística. INTRODUÇÃO

Satisfação com o Corpo e uso de recursos para a modificação da aparência em uma amostra adolescente de baixa renda

INGESTÃO DIETÉTICA E COMPOSIÇÃO CORPORAL DE DANÇARINAS DA UFPA (BELÉM PA).

Cuidados com o corpo

ANÁLISE DE RELATOS DE PAIS E PROFESSORES DE ALUNOS COM DIAGNÓSTICO DE TDAH

1. Laboratório de Avaliação Motora da Universidade Federal de Juiz de Fora 2. Universidade Salgado de Oliveira Campus Juiz de Fora

Revista Brasileira de Nutrição Esportiva ISSN versão eletrônica

Mobilidade Urbana Urbana

Relatório Estatístico da Pesquisa Realizada no 23º Congresso Estadual da APEOESP

PREVALÊNCIA DA SÍNDROME DO COMER NOTURNO EM UNIVERSITÁRIAS

Autores: Cristina Somariva Leandro Jacson Schacht. SESI Serviço Social da Indústria Cidade: Concórdia Estado: Santa Catarina 27/10/2015

PREVALÊNCIA DE TRANSTORNOS ALIMENTARES EM ADOLESCENTES PRATICANTES DE BALLET CLÁSSICO

Sistema de Avaliação, Motivação e Prescrição de Treinamento

Pesquisa. Há 40 anos atrás nos encontrávamos discutindo mecanismos e. A mulher no setor privado de ensino em Caxias do Sul.

ANÁLISE DAS ATITUDES EM RELAÇÃO À ESTATÍSTICA DE ALUNOS DOS CURSOS DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS, FARMÁCIA E LICENCIATURA EM MATEMÁTICA

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DE MENINOS DA CIDADE DE AMPARO - SÃO PAULO

CAPÍTULO 5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

DIAGNÓSTICO DA OBESIDADE INFANTIL

AÇÕES EDUCATIVAS COM UNIVERSITÁRIOS SOBRE FATORES DE RISCO PARA SÍNDROME METABÓLICA

Voluntário em Pesquisa: informe-se para decidir! Qual documento garante que os meus direitos serão respeitados?

Efeitos da Ampla Modificação no Estilo de Vida como Dieta, Peso, Atividade Física e Controle da Pressão Arterial: Resultado de 18 Meses de Estudo

Avaliaç o antropométrica de idosas participantes de grupos de atividades físicas para a terceira idade

Realização: Programa de Pós-Graduação em Sociologia Política da UFSC, em convênio com a Federação Nacional dos Jornalistas FENAJ

Indicadores de Rendimento do Voluntariado Corporativo

Sumário Executivo Pesquisa Quantitativa Regular. Edição n 05

Escola: Escola Municipal Rural Sucessão dos Moraes

PERFIL NUTRICIONAL DE PACIENTES INTERNADOS EM UM HOSPITAL DE LONDRINA-PARANÁ

CENÁRIO BRASILEIRO DO MARKETING RELACIONADO A CAUSAS Atitudes e comportamento do consumidor

Transtornos alimentares e imagem corporal de mulheres atletas de uma equipe de handebol. Karine Daros¹, Fernanda Grison Confortin²

Protocolo em Rampa Manual de Referência Rápida

Ginástica Laboral como Meio de Promoção da Qualidade de Vida no Trabalho

OS CONHECIMENTOS DE ACADÊMICOS DE EDUCAÇÃO FÍSICA E SUA IMPLICAÇÃO PARA A PRÁTICA DOCENTE

RESUMO PARA O CONGRESSO AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA 2011

A GESTÃO DE PESSOAS NA ÁREA DE FOMENTO MERCANTIL: UM ESTUDO DE CASO NA IGUANA FACTORING FOMENTO MERCANTIL LTDA

PESQUISA PULSO BRASIL FIESP/CIESP INFLAÇÃO JUNHO/2015 SUMÁRIO

Pequenas e Médias Empresas no Canadá. Pequenos Negócios Conceito e Principais instituições de Apoio aos Pequenos Negócios

DOCENTES DO CURSO DE JORNALISMO: CONHECIMENTO SOBRE SAÚDE VOCAL

AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA DE CRIANÇAS DO ENSINO PRÉ-ESCOLAR DA REDE PÚBLICA DO MUNICÍPIO DA AZAMBUJA

RETRATOS DA SOCIEDADE BRASILEIRA

EDUCAÇÃO AMBIENTAL: UMA ABORDAGEM SOBRE AS PRÁTICAS EDUCATIVAS APLICADAS NO ENSINO FUNDAMENTAL II

(Modelo de) Relatório: 1-Introdução. 2-Materiais e métodos. 3-Análise descritiva dos dados

Número 24. Carga horária de trabalho: evolução e principais mudanças no Brasil

CURSO PRÉ-VESTIBULAR UNE-TODOS: CONTRIBUINDO PARA A EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA NA UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO *

AVALIAÇÃO DA SATISFAÇÃO DO CLIENTE NOS SERVIÇOS SAGRA ONLINE

Comportamento do Consumidor em Relação à Educação a Distância: Abordagem Funcional das Atitudes Aplicada ao Marketing

Atividade física. Sexo Capital Total n % IC 95%

ESTUDO LONGITUDINAL SOBRE O ESTILO DE VIDA DE JOVENS DE PELOTAS/RS. NATAN FETER ¹; THAIS BURLANI NEVES²; FELIPE FOSSATI REICHERT²

QUALIDADE DE VIDA RELACIONADA À SAÚDE E SUA ASSOCIAÇÃO COM EXCESSO DE PESO EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES

MULHER NO MERCADO DE TRABALHO

PROMOÇÃO DE HÁBITOS ALIMENTARES SAUDÁVEIS EM UM NÚCLEO INTEGRADO DE SAÚDE DA CIDADE DE MARINGÁ-PR

Novas curvas de avaliação de crescimento infantil adotadas pelo MS

PROGRAMA NACIONAL DE CONTROLE DO TABAGISMO

HÁBITOS ALIMENTARES E ESTADO NUTRICIONAL DE ADOLESCENTES

XX Encontro Anual de Iniciação Científica EAIC X Encontro de Pesquisa - EPUEPG

PERCEPÇÃO DOS GESTORES ESCOLARES SOBRE A UTILIZAÇÃO DO MODO À PÉ PARA ACESSO DOS ALUNOS À ESCOLA

A Principal característica das JACs por todo o Brasil é divulgar e fomentar a

Pesquisa Perfil das Empresas de Consultoria no Brasil

PESQUISA DIA DAS CRIANÇAS - NATAL

DOCUMENTO DE REFERÊNCIA PARA GUIAS DE BOAS PRÁTICAS NUTRICIONAIS

Diretoria de Pesquisas. Pesquisa de Orçamentos Familiares crianças, adolescentes e adultos no Brasil

Saúde. reprodutiva: gravidez, assistência. pré-natal, parto. e baixo peso. ao nascer

INSTITUTOS SUPERIORES DE ENSINO DO CENSA PROGRAMA INSTITUCIONAL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA PROVIC PROGRAMA VOLUNTÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA

TÍTULO: AVALIAÇÃO DE UM PROGRAMA ESPECÍFICO DE ATENÇÃO À SAÚDE DO ADOLESCENTE DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA, VIÇOSA MG.

CARACTERÍSTICAS SOCIOECONÔMICAS DOS NEONATOS PREMATUROS NASCIDOS NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DO OESTE DO PARANÁ H.U.O.P.

ROTULAGEM NUTRICIONAL: VOCÊ

De volta para vida: a inserção social e qualidade de vida de usuários de um Centro de Atenção Psicossocial

PREFEITURA MUNICIPAL DE CHOPINZINHO PR SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE GESTÃO

PERFIL DO PROCURADOR DO ESTADO DE PERNAMBUCO

AVALIAÇÃO DOS FATORES DE RISCO PARA DOENÇAS CARDIOVASCULARES DOS FREQUENTADORES DE PARQUES DA CIDADE DE SÃO PAULO

Pesquisa Semesp. A Força do Ensino Superior no Mercado de Trabalho

Apresentação. Introdução. Francine Leite. Luiz Augusto Carneiro Superintendente Executivo

ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO MÉDICA: UM ESTUDO NA CIDADE DE JOÃO PESSOA/PB.

Transcrição:

2 ANÁLISE SOBRE PERCEPÇÃO, SATISFAÇÃO CORPORAL E CONHECIMENTO NUTRICIONAL ENTRE MULHERES EUTRÓFICAS E COM SOBREPESO FREQUENTADORAS DE UMA ACADEMIA DE MUSCULAÇÃO NA CIDADE DE GUARAPUAVA, PARANÁ. BODY PERCEPTION, SATISFACTION AND NUTRITIONAL KNOWLEDGE ANALYSIS AMONG EUTROPHIC AND OVERWEIGHT WOMEN DENIZENS A Resumo BODYBUILDING GYM IN THE CITY OF GUARAPUAVA, PARANÁ. SILVA, Jackeline Schwab¹ BARATTO, Indiomara² A percepção corporal é uma imagem mentalmente construída e que sofre influência de vários fatores, sendo a maioria destes, socioculturais. O objetivo deste estudo foi avaliar a percepção e satisfação corporal e o conhecimento nutricional de mulheres frequentadoras de uma academia de musculação na cidade de Guarapuava, Paraná. Realizou-se avaliação antropométrica através da aferição do peso, altura e circunferência da cintura (CC), sendo realizado cálculo do IMC e o percentual de adequação do peso atual. Aplicou-se questionário socioecômico, Escala das Nove Silhuetas e Questionário de Conhecimento Nutricional. Para análise estatística dividiu-se as participantes em dois grupos, mulheres eutróficas (grupo E) e com excesso de peso (grupo EP). Realizou-se estatística descritiva, Teste T e Quiquadrado, além de correlação de Pearson, adotando-se nível de significância de 0,05. Mulheres do grupo E possuem média de idade menor, maior escolaridade e trabalham mais fora de casa do que o grupo EP. A média de IMC do grupo E foi de 22,14±1,76kg/m² e de CC foi de 72,14±5,45 cm. Já o grupo EP revelou IMC médio de 29,58±3,69kg/m², e CC de 91,19±9,28cm. Houve correlação entre idade e IMC e idade e CC. No grupo E 65,63% escolheram silhuetas que melhor condizem com a média de IMC do grupo, assim como o grupo EP. Mulheres com excesso de peso possuem maior insatisfação com a imagem corporal (95,24%). Houve correlação positiva entre IMC e insatisfação corporal e CC e insatisfação corporal. Não houve diferença estatística em relação ao conhecimento nutricional dos grupos. Palavras-chave: mulheres, percepção corporal, conhecimento nutricional. Abstract The body image perception is a mentally built and suffering influence of several factors, sociocultural, most of these. The o 1 bjective of this study was to evaluate the perception and body satisfaction and the nutritional knowledge of 1 Acadêmica do Curso de Nutrição da Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO), nutrijacke@yahoo.com.br; 2 Docente Especialista do Departamento de Nutrição da Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO), indybaratto@yahoo.com.br.

3 women denizens a bodybuilding gym in the city of Guarapuava, Paraná. The anthropometric data measured were body weight, height and waist circumference and the BMI was calculated. Applied questionnaire socioecomic, the Scale of Nine Silhouettes and the Questionnaire Nutritional Knowledge. For statistical analysis consisted of the participants into two groups, women eutrophic (group E) and overweight (EP Group). Held descriptive statistics, T-test and Qui-square, besides the Pearson correlation, 0.05 significance level. Women's group E have lower average age, higher education and work more outside the home than the EP group. The mean BMI of group E was 22.14 ±1, 76kg/m² and CC was 72.14 ± 5.45 EP group already showed average BMI 29.58 ± 3, 69 kg/m², and CC 91.19 ± 9, 28 cm. Some correlation between age and BMI and age and CC. In group E 65.63% chose silhouettes which best meets the average BMI group, as well as the Group EP. Overweight women have greater dissatisfaction with body image (95.24%). There were positive correlation between BMI and body dissatisfaction and CC and body dissatisfaction. There was no statistical difference in relation to the nutritional knowledge of groups. Keywords: women, body perception, nutritional knowledge. INTRODUÇÃO A imagem corporal é a construção mental das medidas, contornos e da forma do próprio corpo, além dos sentimentos desprendidos a estas características e às partes do corpo 1. Esta construção se desenvolve por meio de pensamentos, sentimentos e percepções acerca da própria aparência geral, das partes do corpo e das estruturas e funções fisiológicas 2. O processo de formação da imagem corporal pode ter influência do sexo, idade, meios de comunicação, bem como da relação do corpo com os processos cognitivos como crença, valores e atitudes inseridos em uma cultura 3,4. O culto ao corpo está diretamente associado à imagem de poder, beleza e mobilidade social, sendo crescente a insatisfação das pessoas com a própria aparência 5,6. Entre as mulheres, principalmente no ocidente, a relação entre magreza e atributos positivos é fortemente perpetuada na sociedade. Segundo Ogden e Evans 7, as normas sociais veiculadas representam uma forma de perpetuarem o estereótipo que associa o corpo magro da mulher a atributos positivos, à normalidade e à capacidade de se tornarem atraentes e bonitas. Em contrapartida, os mesmos autores afirmam que estas mesmas normas sociais são responsáveis pela associação entre gordura e atributos negativos como preguiça, autoindulgência e lentidão.

4 Deste modo a busca incessante por uma melhor aparência física é um fenômeno sociocultural muitas vezes mais significativo do que a própria satisfação econômica, afetiva ou profissional 8, sendo que a insatisfação com a imagem corporal talvez seja um dos principais motivos que levem as pessoas a iniciar uma atividade física 2. A insatisfação corporal é mais evidenciada nas mulheres quando comparadas aos homens 9,10, aonde evidencia-se um acréscimo da insatisfação com o aumento dos níveis de obesidade ou sobrepeso na mulher 11,6. Além disso, no sexo, feminino, com o aumento da idade, há tendência em querer perder peso 12. A valorização exacerbada dos baixos níveis de gordura corporal expostos na mídia aliados a comparação entre os indivíduos que frequentam o mesmo ambiente e as opiniões de familiares e amigos podem contribuir de maneira significante para a insatisfação com a imagem corporal 13,14. Análises têm estabelecido que modelos, atrizes e outros ícones femininos vêm se tornando mais magras ao longo das décadas 15. A procura por um peso corporal reduzido, visando uma aparência corporal aceita pelos padrões de magreza impostos pela sociedade atual, pode estar associada com hábitos alimentares inadequados, que se iniciam na adolescência e persistem até a velhice 16,17. A dieta, restrição calórica, tem sido reportada como o método mais comumente utilizado pelas mulheres para a perda de peso em busca de satisfação corporal 18,9. As teorias de distúrbios da imagem corporal se referem às influências estabelecidas dos ideais de corpo às expectativas e experiências, além da etiologia e manutenção dos distúrbios da imagem corporal. Nesse sentido, destaca-se a influência negativa que exercem os meios de comunicação de massa. Pesquisas atestam o conflito entre o ideal de beleza prescrito pela sociedade atual e o somatotipo da maioria da população, além da pressão que representa tal modelo 19. Ao mesmo tempo em que a mídia tenta impor padrões de beleza muitas vezes fora da realidade e do biotipo das mulheres, verifica-se que os produtos alimentícios veiculados possuem baixa qualidade nutricional, ou seja, contém altos teores de gorduras e/ou açúcar e sal. Além disso, propagandas relacionadas à alimentos são os mais veiculados, independentemente do horário ou dia da semana. Verifica-se que estas propagandas podem aumentar o consumo destes produtos por parte dos telespectadores, o que aumenta o risco de obesidade na população 20.

5 Assim sendo, o objetivo deste estudo foi avaliar a percepção da imagem corporal e o conhecimento nutricional de mulheres praticantes de musculação em uma academia na cidade de Guarapuava, Paraná, verificando a satisfação corporal destas e avaliando se a percepção corporal condiz com o estado nutricional avaliado. CASUÍSTICA E METODOLOGIA A amostra foi constituída por 53 mulheres (21 a 74 anos) frequentadoras de uma academia de musculação na cidade de Guarapuava, Paraná. Após serem informadas sobre os objetivos da pesquisa, e tendo aceito participar desta, as entrevistadas assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido TCLE- (Apêndice 1) aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO) sob o número de protocolo 177/2010 (Anexo 1). As participantes foram orientadas a preencher três questionários, sendo um sobre dados socioeconômicos (Apêndice 2), outro sobre percepção corporal (Anexo 2) e por fim um sobre conhecimento nutricional (Anexo 3). Os critérios de exclusão adotados foram: participantes menores de 21 anos, mulheres atletas e mulheres que tinham realizado atividade física (musculação) antes da avaliação antropométrica. O questionário socioeconômico, elaborado pelos autores, foi estruturado com as seguintes variáveis: data de nascimento, estado civil, escolaridade, ocupação atual, renda familiar e números de pessoas vivendo na mesma casa. Para avaliação da percepção corporal foi utilizado a escala das nove silhuetas, elaborada por Stunkard 21, que representa uma linha contínua desde a magreza primeira silhueta até a obesidade severa nona silhueta. Cada participante da pesquisa foi orientada a optar entre a silhueta que considera mais semelhante a sua aparência corporal real (ACreal) na primeira pergunta, e na segunda, àquela silhueta que representa a aparência corporal idealizada (ACideal) pela entrevistada. Valor zero encontrado ao subtrair o ACreal do ACideal representa satisfação com a imagem corporal e diferentes de zero representam insatisfação 21. Para uma melhor análise dos resultados as silhuetas foram agrupadas de modo que, as silhuetas 1 e 2 representam baixo peso, 3 e 4 eutrofia (normalidade) e a partir da

6 silhueta 5, excesso de peso 22. Questionou-se ainda sobre a frequência de exercício físico na academia durante a semana. Para avaliação do conhecimento nutricional, foi utilizado escala traduzida para a língua portuguesa por SCAGLIUSI et al. 23 com o objetivo de testar o conhecimento nutricional do indivíduo. Para tal avaliação é utilizada uma escala de pontuações totais, sendo que entre zero e seis é indício de baixo conhecimento nutricional, entre sete e dez de moderado conhecimento nutricional e acima de dez de alto conhecimento. Para caracterização do estado nutricional realizou-se avaliação antropométrica antes da prática da atividade física, sendo aferidas as medidas de peso (kilogramas), altura (metros) e circunferência da cintura (CC) (centímentros). O peso atual foi aferido através de balança antropométrica tipo plataforma da marca Filizola com capacidade para 150kg com graduação de 100g, com a entrevistada posicionada em pé no centro da balança, descalça, com roupas leves e com os braços estendidos ao longo do corpo. A estatura foi aferida utilizando-se estadiômetro da balança antropométrica, estando a pesquisada descalça, com os pés unidos, em posição ereta e olhar na altura da linha do horizonte 24. A partir dos dados de peso e estatura calculou-se o índice de massa corporal (IMC) para todas as participantes. Este índice é a razão do peso pela altura elevada ao quadrado peso(kg) (IMC = ) 2 2. O critério de classificação do estado nutricional para as altura (m ) mulheres adultas utilizado foi o proposto pela OMS 25, e para mulheres idosas utilizou-se a classificação por Lipschitz 26. Foi calculado o peso ideal das participantes a partir do IMC de 21,5kg/m² para verificar o percentual de adequação do peso. A circunferência da cintura foi aferida na metade da distância entre a crista ilíaca e o rebordo costal inferior. Esta medida serve como parâmetro para o grau de obesidade abdominal nos indivíduos 27 sendo avaliado de acordo com o proposto pela Sociedade Brasileira de Cardiologia 28. Para melhor análise dos resultados, as participantes do estudo foram divididas em dois grupos segundo o estado nutricional: grupo das mulheres em eutrofia (E) e grupo das mulheres com excesso de peso (EP). Utilizou-se o software de estatística MiniTab13, sendo que em cada grupo analisou-se as questões referentes aos dados socioeconômicos, percepção corporal e conhecimento

7 nutricional, utilizando estatística descritiva através de frequência e média ± desviopadrão. Para as variáveis contínuas utilizou-se teste T e Qui-quadrado adotando-se nível de significância de 5%. Utilizou-se o teste de Pearson para as correlações entre as variáveis do estudo. RESULTADOS E DISCUSSÃO A amostra total foi composta por 53 mulheres, sendo 32 mulheres eutróficas (grupo E) e 21 mulheres com excesso de peso (grupo EP) segundo o IMC. A idade média das participantes foi de 39,65±14,94 anos, sendo que o grupo EP apresentou média de idade maior que o grupo E como pode ser verificado na Tabela 1. No grupo EP além da participação de mulheres adultas, participaram idosas, sendo 28,57%, enquanto o grupo E é composto exclusivamente por adultas, havendo diferença estatística (p<0,001) entre os dois grupos em relação a idade das participantes. Quanto ao estado civil, metade das mulheres pertencentes ao grupo E são casadas, enquanto a outra metade se divide entre solteiras (43,75%), viúvas (3,13%) e separadas (3,13%). Houve diferença estatística entre os dois grupos (p<0,01) já que o grupo EP possui 38,09% de casadas, 28,57% de solteiras, 14,29% de separadas e 19,05% viúvas. Acredita-se que esta freqüência maior de mulheres separadas e viúvas no grupo EP seja devido a média de idade maior deste grupo. O grau de escolaridade é maior no grupo E, em que 84,37% das entrevistadas possui ensino médio completo ou escolaridade superior a este. Já no grupo EP verifica-se que 52,38% possuem ensino médio incompleto inferior. Esta diferença entre a escolaridade dos dois grupos pode ser devido a maior amplitude entre as médias de idade entre os dois grupos. A principal ocupação das mulheres dos dois grupos foi trabalhar fora de casa, contudo esta frequência é maior no grupo E (81,25%) do que no grupo EP (57,14%). A outra ocupação mais relatada foi dona-de-casa, com 12,5% no grupo E, e 23,81% no grupo EP, seguido de aposentada com 3,13% no grupo E e 19,05% no grupo EP, sendo que estudante só foi relatado no grupo E, havendo diferença estatística entre os grupos (p<0,001). A renda familiar não apresentou diferença estatística (p=0,61) entre os dois grupos, já que aproximadamente metade das mulheres dos dois

8 grupos possui renda familiar entre 2 a 6 salários mínimos. O mesmo foi verificado com o número de pessoas vivendo na mesma casa. Tabela 1: Dados Socioeconômicos Variáveis Socioeconômicas Grupo E Grupo EP Valor de p (n=32) (n=21) Idade * 33,78±11,01 anos 49,61±14,85 anos <0,001 Idosas n=0 n=6 (28,57%) Adultas n=32 (100%) n=15 (71,43%) Estado Civil <0,01 Solteira n=14 (43,75%) n=6 (28,57%) Casada n=16 (50%) n=8 (38,09%) Separada n=1 (3,13%) n=3 (14,29%) Viúva n=1 (3,13%) n=3 (19,05%) Outros n=0 n=0 Escolaridade <0,001 Ensino Fundamental Incompleto n=2 (6,25%) n=5 (23,81%) Ensino Fundamental n=2 (6,25%) n=2 (9,52%) Completo Ensino Médio Incompleto n=1(3,13%) n=4 (19,05%) Ensino Médio Completo n=7 (21,87%) n=2 (9,52%) Ensino Superior Incompleto n=7 (21,87%) n=3 (14,29%) Ensino Superior Completo n=10 (31,25%) n=4 (19,05%) Pós-graduação n=3(9,38%) n=1 (4,76%) Principal Ocupação <0,001 Trabalha fora de casa n=26(81,25%) n=12 (57,14%) Dona de Casa n=4 (12,5%) n=5 (23,81%) Aposentada n=1 (3,13%) n=4 (19,05%) Estudante n=1 (3,13%) n=0 Renda Familiar =0,61 Menos que 1 SM n=0 n=1 (4,76%) Entre 1-2 SM n=12 (37,5%) n=7 (33,33%) Entre 2-6 SM n=16 (50%) n=11 (52,38%) Entre 7-10 SM n=3 (9,38%) n=1 (4,76%) Mais que 10 SM n=1 (3,13%) n=1 (4,76%) Pessoas na mesma casa* 3±4,22 pessoas 2,81±1,12 =0,28 *Média ± Desvio-padrão

9 A avaliação antropométrica das participantes (Tabela 2) do grupo E revelou IMC médio de 22,14±1,76kg/m², em que o percentual de adequação do peso atual em relação ao peso ideal encontra-se 3,12% acima do peso ideal. A CC foi de 72,14±5,45 cm, em que 96,87% (n=31) das mulheres encontram-se sem risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares e apenas 3,13% (n=1) possuem risco elevado de desenvolvimento destas. Quanto ao grupo EP o IMC foi de 29,58±3,69kg/m², sendo que o percentual de adequação do peso atual em relação ao peso teórico encontra-se 37,38% acima do ideal. A circunferência da cintura foi de 91,19±9,28cm, e 61,9% (n=13) das mulheres apresentam risco muito elevado de desenvolvimento de doenças cardiovasculares, 33,33% (n=7) risco elevado, e apenas 4,76% (n=1) não apresentam risco de tais doenças. Encontrou-se diferença significativa (p<0,001) em relação ao IMC, circunferência da cintura e classificação desta entre os dois grupos do estudo. Além disso, verificou-se correlação moderada positiva na amostra geral entre idade e IMC (r=0,517; p<0,001) e idade e circunferência da cintura (r=0,642; p<0,001), revelando a tendência ao aumento de IMC e CC com o aumento da idade. Tabela 2: Dados Antropométricos Variáveis Grupo E Grupo EP Valor de p Antropométricas (n=32) (n=21) IMC (kg/m²) 22,14±1,76 29,58±3,69 <0,001 % de adequação do peso 3,12% acima do ideal 37,78% acima do ideal CC (cm) 72,14±5,45 91,19±9,28 <0,001 Sem risco de doenças cardiovasculares 96,87% (n=31) 4,76% (n=1) <0,001 Risco elevado de doenças 3,13% (n=1) 33,33% (n=7) <0,001 cardiovasculares Risco muito elevado de doenças cardiovasculares 61,9% (n=13) <0,001 Quanto à percepção corporal (Tabela 3), verificou-se que no grupo E, 34,37% das mulheres possuem distorção da imagem corporal, pois escolheram a silhueta 5

10 ou maior que esta, já representando excesso de peso, o que não coincide com a média de IMC do grupo em que elas se encontram. Essa superestimação também foi encontrada na pesquisa desenvolvida por Kakeshita e Almeida 4 que ao estudarem universitários brasileiros encontraram superestimação da imagem corporal real entre mulheres eutróficas. Ao pesquisarem adolescentes de ambos os sexos, Branco et al. 29 encontraram distorção na imagem corporal entre meninas, sendo que 39% das eutróficas se consideravam sobrepeso. Mais da metade das mulheres do grupo E (65,63%) escolheram silhuetas que melhor condizem com seu estado nutricional, não representando distorção da imagem corporal. Houve diferença estatística entre os grupos (p<0,001) quanto a aparência corporal real (ACr), pois 95,24% do grupo EP escolheu a partir da silhueta 5, aonde 52,38% das mulheres optou pela silhueta 6 como verificado na Tabela 3, que representa sobrepeso, o que condiz com a média de IMC deste grupo. Encontrou-se diferença significativa (p<0,001) também ao analisar a aparência corporal idealizada (ACi) das participantes. Neste quesito, 78,12% das mulheres do grupo E escolheram as silhuetas que representam eutrofia (silhuetas 3 e 4), sendo que a maioria optou pela silhueta 3 que é mais magra em suas dimensões do que a silhueta 4. Ainda neste grupo, 21,87% das mulheres optaram pela silhueta 2, que representa baixo peso, revelando a preferência por um corpo mais magro do que o atual. Este desejo de uma silhueta mais magra é considerado fator principal para o desenvolvimento de transtornos alimentares como anorexia nervosa e bulimia 30. Estudo realizado por Timermam 31 em mulheres com bulimia nervosa antes de tratamento multiprofissional revelou que a média de silhueta escolhida como ideal foi aquela que representa baixíssimo peso (1,5±0,7). No presente estudo realizado, as participantes do grupo EP escolheram em sua maioria (42,86%) a silhueta 4, que mesmo sendo uma imagem de eutrofia, é maior em suas dimensões que a silhueta 3, fato que talvez gere menos ansiedade pela perda de peso a curto e médio prazo. Outro dado relevante é que 33,33% destas mulheres optaram pelas silhuetas 5 ou 6 silhuetas de sobrepeso - havendo diferença estatística entre os dois grupos (p<0,001), o que revela maior conformismo deste grupo com o seu estado nutricional. Apenas uma participante deste grupo optou pela silhueta 2 de baixo peso. Estudos relatam boa correlação entre o IMC de mulheres e avaliação da percepção corporal através da escala de silhuetas, como Fitzgibbon et al. 32 que

11 obtiveram r=0,69-0,77 e Tehard et al. 33 com correlação de r=0,78. Estes dados corroboram com a correlação encontrada entre IMC e a silhueta real neste estudo, que foi de r= 0,82 (p<0,001), o que representa uma forte correlação positiva da amostra geral de mulheres. Verificou-se também forte correlação positiva entre CC e escolha da silhueta real (r=0,77; p<0,001). Tabela 3: Percepção e Satisfação Corporal Variáveis da Percepção Corporal Grupo E (n=32) Grupo EP (n=21) Valor de p Aparência corporal real <0,001 Silhueta 1 n=0 n=0 Silhueta 2 n=3 (9,38%) n=0 Silhueta 3 n=7 (21,87%) n=0 Silhueta 4 n=11 (34,37%) n=1 (4,76%) Silhueta 5 n=9 (28,12%) n=3 (14,29%) Silhueta 6 n=1 (3,13%) n=11 (52,38%) Silhueta 7 n=1 (3,13%) n=5 (23,81%) Silhueta 8 n=0 n=1 (4,76%) Silhueta 9 n=0 n=0 Aparência corporal idealizada <0,001 Silhueta 1 n=0 n=0 Silhueta 2 n=7 (21,87%) n=1 (4,76%) Silhueta 3 n=18 (56,25%) n=4 (19,05%) Silhueta 4 n=7 (21,87%) n=9 (42,86%) Silhueta 5 n=0 n=5 (23,81%) Silhueta 6 n=0 n=2 (9,52%) Silhueta 7 n=0 n=0 Silhueta 8 n=0 n=0 Silhueta 9 n=0 n=0 Verifica-se, quanto a satisfação corporal (Figura 1), que um valor significativo das mulheres do grupo E apresentam-se insatisfeitas (75%). Estudo realizado por Mack et al. 34 com 98.387 mulheres de diferentes etnias (brancas, negras e hispânicas) acima de 18 anos revelou que 70% destas estavam insatisfeitas com sua aparência corporal, desejando perder peso, porém somente metade das

12 insatisfeitas buscavam perder peso de forma ativa. As mulheres do grupo EP apresentam-se quase em sua totalidade (95,24%) insatisfeitas com o excesso de peso, havendo diferença estatística (p<0,001) entre os dois grupos. Esta insatisfação é diretamente proporcional ao aumento do IMC 4. No presente estudo verificou-se na amostra geral uma correlação moderada positiva entre as variáveis IMC e insatisfação corporal (r=0,49; p<0,001), sendo que no grupo E esta correlação é mais forte e mais significativa (r=0,43; p<0,05) do que no grupo EP (r=0,29; p=0,190), o que mostra maior insatisfação por parte das mulheres eutróficas do que pelas mulheres com excesso de peso. Além disso, obteve-se correlação moderada positiva (r=0,41; p<0,05) entre a CC e insatisfação corporal na amostra geral das mulheres. Damasceno et al. 3 ao analisarem praticantes de caminhada verificaram que somente 24% das mulheres apresentavam-se satisfeitas com a sua imagem corporal, sendo que a maioria escolheu como ideal a silhueta 3 (55%) que corresponde ao IMC de 20,0±0,3kg/m 2. Deve-se lembrar que, a insatisfação com a imagem corporal e a busca incessante por um peso cada vez menor, pode levar, em casos extremos, a adoção de comportamentos autodestrutivos, como o abuso na dieta resultando em anorexia e bulimia nervosa, assim como a prática intensiva de exercícios físicos, a chamada vigorexia 35-38. Figura 1: Satisfação com a imagem corporal Quando questionadas sobre a frequência semanal de musculação (3 vezes na semana ou mais), verificou-se que 33,33% das mulheres do grupo EP vão com

13 esta frequência a academia. Com relação às eutróficas, 21,87% destas frequentam à academia de musculação na mesma intensidade, havendo diferença estatística (p<0,01) entre os dois grupos. Mulheres ativas mostraram correlação indiretamente proporcional entre IMC e satisfação com o peso 39. Não houve correlação entre a frequência de musculação e satisfação com a imagem corporal. O conhecimento nutricional (Figura 2) dos dois grupos foi equivalente, não havendo diferença estatística significante entre eles. O grupo E obteve pontuação média de 7,69±1,73 pontos, o que revela conhecimento nutricional moderado, assim como o grupo EP, que obteve pontuação media de 7,33±2,03 pontos. Dattilo et al. 40 ao estudarem 42 indivíduos de ambos os sexos, verificaram diferença estatística em relação ao conhecimento nutricional entre homens e mulheres, aonde as mulheres obtiveram pontuação maior sendo classificadas com moderado conhecimento nutricional, enquanto os homens foram classificados com baixo conhecimento. No mesmo estudo não foi observado a relação entre IMC e conhecimento nutricional, sendo que este teve correlação com a escolaridade dos participantes. Já no presente estudo, verificou-se que o conhecimento nutricional não apresentou correlação com nenhuma outra variável pesquisada. Figura 2: Conhecimento Nutricional

14 CONCLUSÃO A busca incessante por um corpo mais esguio revela-se nesta pesquisa, aonde mulheres eutróficas e, portanto, dentro da normalidade, estão em sua maioria insatisfeitas com a imagem atual e a procura de corpos mais magros. Já as mulheres com excesso de peso possuem melhor percepção da atual imagem, e mesmo estando insatisfeitas em quase sua totalidade, apresentam melhor concepção sobre a imagem corporal ideal, gerando talvez menos ansiedade pela perda de peso. Além disso verificou-se maior frequencia de exercícios físicos por parte das mulheres com excesso de peso, sendo que o conhecimento nutricional foi equivalente em ambos os grupos. AGRADECIMENTOS Às professoras Angelica Rocha de Freitas (Departamento de Nutrição) e Karolina Barone (Departamento de Matemática) pela ajuda na análise estatística. REFERÊNCIAS 1. Gardner RM. Methodological issues in assessment of the perceptual component of body image disturbance. Br J Psychol, 1996; 87(2):327-37. 2. Hart EA. Avaliando a imagem corporal. In Barrow & McGee. Medida e avaliação em educação física e esportes. São Paulo: Manole, 2003. 3. Damasceno VO, Lima JRP, Vianna JM, Vianna VRA, Novaes JS. Tipo físico ideal e satisfação com a imagem corporal de praticantes de caminhada. Rev Bras de Med do Esp 2005; 11(3) mai/jun. 4. Kakeshita IS, Almeida SS. Relação entre índice de massa corporal e a percepção da auto-imagem em universitários. Revista de Saúde Pública 2006;40:497-504.

15 5. Instituto de Nutrição Annes Dias (INAD). Obesidade e Desnutrição: Projeto Com Gosto de Saúde [online]. Rio de Janeiro, 2004. Disponível em: <http:\\www.saude.rio.rj.gov.br> (15 agos 2010). 6. Schwartz MB, Brownell K D. Obesity and body image. Body Image 2004; 1:43-56. 7. Ogden J, Evans C. The problem with weighing: effects on mood, self-esteem and body image. International Journal of Obesity and Related Metabolic Disoders 1996; 20(3):272-7. 8. Novaes JS. Estética O corpo na Academia. Rio de Janeiro: Shape, 2001. 9. Araújo DS, Araújo CG. Self-perception and dissatisfaction with weight does not depend on the frequency of physical activity. Arquivos Brasileiros de Cardiologia 2003; 80(3):235-249. 10. Cachelin FM, Rebeck RM, Chung GH, Pelayo E. Does ethnicity influence bodysize preference? A comparison of body image and body size. Obesity Research 2002;10(3):58-66. 11. Hill AJ, Williams J. Psychological health in a non-clinical sample of obese women. International Journal of Obesity and Related Metabolic Disorders 1998; 22(6):578-83. 12. Vilela JEM, Lamounier JA, Oliveira RG, Ribeiro RQC, Omes ELC, Barros Neto JR. Avaliação do comportamento alimentar em crianças e adolescentes de Belo Horizonte. Psiquiatria Biológica 2001; 9:121-130. 13. Blowers LC, Loxton NJ, Grady-Flesser MG, Occhipinti S, Dawe S. The relationship between sociocultural pressure to be thin and body dissatisfaction in preadolescent girls. Eating Behaviors, 2003, 4, 229-44. 14. McLaren L, Gauvin L. Neighbourhood level versus individual level correlates of women s body dissatisfaction: toward a multilevel understanding of the role of

16 affluence. J Epidemiol Community Health 2002,56,193-99. 15. Stice E. Risk and maintenance factors for eating pathology: a meta-analityc review. Psychological Bulletin, 2002, 128 (5), 825-48. 16. Eiting S, Platen P. Eating behavior and body perception in female participants of fitness courses in sport studios [resumo]. Medicine and Science in Sports and Exercise 2002; 34(5 suppl). 17. Stevens J, Kumanyika SK, Keil JE. Attitudes toward body size and dieting: differences between elderly black and white women. American Journal of Public Health 1994;84(8):1322-5. 18. Anderson LA, Eyler AA, Galuska DA, Brown DR, Brownson RC. Relationship of satisfaction with body size and trying to lose weight in a national survey of overweight and obese women aged 40 and older, United States. Preventive Medicine 2002; 35(4):390-6. 19. Heinberg LJ. Theories of body image disturbance: perceptual, developmental and sociocultural factor. In: Thompson JK, editor. Body image, eating disorders, and obesity: an integrative guide for assessment and treatment. Washington (DC): American Psychological Association; 1996, 27-48. 20. Almeida SS et al. Quantidade e qualidade de produtos alimentícios anunciados na televisão brasileira. Revista de Saúde Pública, São Paulo, 2002, 3(36),353-355. 21. Stunkard AJ, Sorenson T, Schlusinger F. Use of the Danish Adoption Register for the study of obesity and thinness. In: Kety SS, Rowland LP, Sidman RL, Matthysse SW (editors). The genetics of neurological and psychiatric disorders. New York: Raven, 1983:115-20. 22. Tribess S. Percepção da imagem corporal e fatores relacionados à saúde em idosas. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Santa Catarina. 2006.

17 23. Scagliusi FB et al. Tradução, adaptação e avaliação psicométrica da Escala de Conhecimento Nutricional do National Health Interview Survey Cancer Epidemiology. Revista de Nutrição 2006;19(4):425-436. 24. Ministério da Saúde (BR). Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN). Orientações básicas para a coleta, o processamento, a análise de dados e a informação em serviços de saúde. Brasilia (DF); 2004. 25. OMS. Report of a WHO Consultation on Obesity. Defining the problem of overweight and obesity. In: Obesity. Preventing and Managing the global epidemic. WHO, Geneve; 1998, p.276. 26. Lipschitz DA. Screening for nutritional status in the elderly. Primare Care 1994;21(1):55-67. 27. Cuppari L. Nutrição clínica no adulto. 2 ed. São Paulo: Manole,2002. 28. Sociedade Brasileira de Cardiologia. IV Diretriz Brasileira sobre dislipidemias e prevenção da aterosclerose. Arq Bras Card 2007; 88 (1): 2-19. 29. Branco LM, Hilário MOE, Cintra IP. Percepção e satisfação corporal em adolescentes e a relação com seu estado nutricional. Rev Psiq Clin, 2006, 33(6), 292-296. 30. Saikali CJ, Soubhia CS, Scalfaro BM, Cordás TA. Imagem corporal nos transtornos alimentares. Rev Psiq Clin, 2004, 31(4), 164-166. 31. Timermam F, Scagliusi FB, Córdas TA. Acompanhamento da evolução dos distúrbios da imagem corporal em pacientes com bulimia nervosa, ao longo do tratamento multiprofissional. Rev Psiq Clin, 2010, 37(3), 113-7. 32. Fitzgibbon ML, Blackman LR, Avellone ME. The relationship between body image discrepancy and body mass index across ethnic groups. Obesity Research 2000, 8(8), 582-589.

18 33. Tehard B, Van Liere MJ, Com Nougue C, Clavel-Chapelon F. Anthropometric measurements and body silhouette of women: validity and perception. Journal of the American Dietetic Association 2002, 102(12), 1779-84. 34. Mack KA, Anderson L, Galuska D, Zablotsky D, Holtzman D, Ahluwalia I. Health and sociodemographic factors associated with body weight and weight objectives for women: 2000 behavioral risk factor surveillance system. Journal of Women's Health, 2004, 13(9),1019-32. 35. Delvin MJ, Zhu AJ. Body image in the balance (review). JAMA 2001; 287:2159. 36. Friedman M, Wilfley D, Pike KM, Striegel-Moore RH, Rodin J. The relationship between weight and psychological functioning among adolescent girls. Obes Rev, 1995, 3 (57), 62. 37. Garner DM, Olmsted MP, Polivy J, Garfinkel PE. Comparison between weightpreoccupied women and anorexia nervosa. Psychosom Med, 1984, 46, 255-66. 38. Nunes MA, Apolinário JC, Abuchaim ALG, Coutinho W. Transtornos alimentares e obesidade. Porto Alegre: Editora Artmed, 1998. 39. Loland NW. Body image and physical activity: a survey among Norwegian men and women. International Journal of Sport Psychology, 1998, 29, 339-363. 40. Dattilo M, Furlanetto P, Kuroda AP, Nicastro H, Coimbra PCFC, Simony RF. Conhecimento nutricional e sua associação com o índice de massa corporal. Nutrire: Rev Soc Bras Alim Nutr, São Paulo,SP, 2009, 34 (1), 75-84.

APÊNDICES 19

20 Apêndice 1 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) Percepção, satisfação corporal e conhecimento nutricional entre mulheres freqüentadoras de uma academia de musculação na cidade de Guarapuava, Paraná. Eu,, RG, fui convidada a participar, de livre e espontânea vontade deste estudo que tem por objetivo identificar a relação entre a percepção corporal, conhecimento e estado nutricional de mulheres freqüentadoras de academia de musculação na cidade de Guarapuava, Paraná. Minha participação na pesquisa consiste em: - fornecer informações sobre minha situação socioeconômica; - realizar avaliação antropométrica (aferição da altura, peso e circunferência abdominal); - preencher um questionário sobre percepção corporal e conhecimento nutricional. Estou ciente que: - minha participação não trará riscos a minha saúde, pois não apresenta nenhum tipo de intervenção; - meus dados pessoais serão mantidos em sigilo pela pesquisadora no caso de divulgação em meio científico; - tenho direito em não colaborar ou desistir da pesquisa a qualquer momento assim como de fazer perguntas a fim de esclarecer duvidas sobre minha participação no estudo. Para maiores esclarecimentos poderei entrar em contato com a pesquisadora Indiomara Baratto, a qualquer momento, pelo telefone 9976 5135. Aceito, desta forma, participar do estudo: Assinatura do participante Guarapuava, de de 20. Jackeline Schwab Silva Indiomara Baratto

21 Apêndice 2 Questionário Socioeconômico 1. Sócio-econômico Nome: Data de nascimento: / / Estado Civil: ( ) Solteira ( ) Casada ( ) Separada ( ) Viúva ( ) Outras Escolaridade: ( ) Ensino fundamental incompleto ( ) Ensino fundamental completo ( ) Ensino médio incompleto ( ) Ensino médio completo ( ) Superior incompleto ( ) Superior completo ( ) Outros Ocupação Atual: ( ) Trabalha fora de casa ( ) Dona de casa ( ) Aposentada ( ) Estudante Renda familiar: ( ) Menos que 1 SM ( ) 1-2 SM ( )2-6 SM ( ) 7-10 SM ( ) Mais que 10 SM Número de pessoas na mesma casa: ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( )5 ( ) Mais que 6 pessoas

ANEXOS 22

Anexo 1 : Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa 23

24 Anexo 2 Escala de Percepção da Imagem Corporal a. Qual a silhueta que mais se assemelha a você? [ 1 ] [ 2 ] [ 3 ] [ 4 ] [ 5 ] [ 6 ] [ 7 ] [ 8 ] [ 9 ] b. Qual a silhueta que você gostaria de ter? [ 1 ] [ 2 ] [ 3 ] [ 4 ] [ 5 ] [ 6 ] [ 7 ] [ 8 ] [ 9 ] Frequência de academia: ( ) 4-5 vezes por semana ( ) 2-3 vezes por semana ( ) 1-2 vezes por semana

25 Anexo 3 Questionário de Conhecimento Nutricional (QCN) 1. Das duas sentenças com qual delas você concorda mais: a) O que as pessoas comem ou bebem têm pouca influência sobre o desenvolvimento das principais doenças; b) Comendo os tipos certos de alimentos, as pessoas podem reduzir suas chances de desenvolver as principais doenças. c) Não sei. 2. Na sua opinião, quais doenças podem estar relacionadas com o que as pessoas comem e bebem? 3. Você acha que o câncer pode estar relacionado com o que as pessoas comem e bebem? a) Sim b) Não c) Provavelmente d) Não sei 4. Quais dessas atitudes ajudariam se uma pessoa quisesse reduzir suas chances de ter certos tipos de câncer (assinale quantas alternativas quiser): a) Comer mais fibras b) Comer menos gordura c) Comer mais frutas e hortaliças d) Mudar o consumo de outros alimentos/nutrientes (por exemplo, sal e açúcar) e) Nenhuma dessas mudanças ajudaria f) Não sei 5. Alguns alimentos contêm fibras. Você já ouviu falar de fibras? a) Sim b) Não c) Não sei 6. O que contém mais fibras: 1 tigela de farelo de trigo ou 1 tigela de cereal matinal? a) Farelo de trigo b) Cereal matinal c) Ambos

26 d) Não sei/não tenho certeza 7. O que contém mais fibras: 1 xícara de alface ou 1 xícara de cenouras? a) Alface b) Cenoura c) Ambos d) Não sei/não tenho certeza 8. O que contém mais fibras: 1 xícara de espaguete com almôndegas ou 1 xícara de feijão? a) Espaguete com almôndegas b) Feijão c) Ambos d) Não sei/não tenho certeza 9. O que contém mais gordura: batatas chips ou biscoitos de polvilho? a) Batatas chips b) Biscoitos de polvilho c) Ambos d) Não sei/não tenho certeza 10. O que contém mais gordura: 1 copo de refrigerante ou 1 copo de leite integral? a) Refrigerante b) Leite integral c) Ambos d) Não sei/não tenho certeza. 11. O que contém mais gordura: 1 pedaço pequeno de bolo simples ou 1 fatia de pão integral? a) Bolo simples b) Pão integral c) Ambos d) Não sei/não tenho certeza 12. Quantas porções de frutas e hortaliças você acha que uma pessoa deve comer por dia para ter boa saúde?