Tipos de cartas geotécnicas requeridas pela Política Nacional de Proteção e Defesa Civil (PNPDEC)

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Transcrição:

COMUNICAÇÃO TÉCNICA Nº 174603 Tipos de cartas geotécnicas requeridas pela Política Nacional de Proteção e Defesa Civil (PNPDEC) Omar Yazbek Bitar Palestra apresentada no 17.Encontro Nacional da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Planejamento Urbano e Regional, São Paulo, 2017. A série Comunicação Técnica compreende trabalhos elaborados por técnicos do IPT, apresentados em eventos, publicados em revistas especializadas ou quando seu conteúdo apresentar relevância pública. Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo S/A - IPT Av. Prof. Almeida Prado, 532 Cidade Universitária ou Caixa Postal 0141 CEP 01064-970 São Paulo SP Brasil CEP 05508-901 Tel 11 3767 4374/4000 Fax 11 3767-4099 www.ipt.br

Tipos de cartas geotécnicas requeridas pela Política Nacional de Proteção e Defesa Civil (PNPDEC) Omar Yazbek Bitar Geólogo, Dr. Pesquisador do Instituto de Pesquisas Tecnológicas - IPT (omar@ipt.br) XVII Encontro Nacional da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Planejamento Urbano e Regional Sessão Livre - Carta Geotécnica de Aptidão à Urbanização Aplicada ao Planejamento Territorial São Paulo, 25 de maio de 2017

O que é Carta Geotécnica CG? Ferramenta de planejamento desenvolvida no País desde a década de 1970, com objetivos e métodos diversos, visando sintetizar as características do meio físico (geo) e indicar medidas para a ocupação adequada do solo (técnica). É composta geralmente por carta síntese, quadro-legenda e teo explicativo. O quadro-legenda contém a descrição das unidades de terreno delimitadas, em função do comportamento homogêneo frente a intervenções, apontando potencialidades, limitações e recomendações ao uso do solo. Aptidão Física Áreas Favoráveis Áreas com Localizadas Áreas Passíveis de Ocupação com Sérias Áreas com Severas Áreas Impróprias 8 Relevo 1 Colinas de 40m e Declividades de até 20% 2 Morrotes de 60m e Declividades de 20% 3 Morros Baixos de 100m e Declividades de 30% 4 Planícies Aluviais Predominam Declividades Inferiores a 5% 5 Morrotes Baixos Isolados, em Meio a Planícies Aluviais de 40m e Declividades Maiores que 30% 6 Morrotes Altos de 80m e Declividades Entre 30 e 40% 7 Morros Altos de 150m e Declividades Maiores que 30% Serras e Escarpas Unidades Homogêneas Aptidão Física Áreas Favoráveis Áreas com Localizadas Áreas Passíveis de Ocupação com Sérias Áreas com Severas de 300m (Serras) e de 100m (Escarpas), e Declividades Maiores que 30% Litologia qz ca qz ca qz al ca ca qz qz São Paulo RMSP Brasil Migmatito Quartzito Relevo Migmatito 1 Calcáreo Colinas Quartzito Sedimentos de 40m da e Formação Declividades Xisto de e Filito até 20% Migmatito Calcáreo Quartzito 2 Morrotes Aluvião Migmatito de 60m e Declividades de 20% Migmatito 3 Morros Baixos Migmatito de 100m e Declividades Calcáreo de 30% Migmatito Calcáreo Quartzito 4 Unidades Homogêneas Migmatito Granito Planícies e Gnaisse Aluviais Quartzito Predominam Declividades Inferiores a 5% São Paulo RMSP Litologia Migmatito qz Quartzito Migmatito ca Calcáreo qz Quartzito Migmatito ca Calcáreo qz Quartzito al Aluvião Migmatito Brasil 5 Morrotes Baixos Isolados, em Meio a Planícies Aluviais Migmatito

Tipos de CGs, segundo a finalidade Fonte: Diniz (2012)

Detalhamento Níveis de detalhamento das CGs aplicadas ao planejamento urbano Fonte: Sobreira e Souza (2012)

SC (2008), AL/PE (2010), RJ (2011)... : Nova Política Nacional de Proteção e Defesa Civil PNPDEC (Lei 12.608/2012): obrigatoriedade de CGs

Alterações introduzidas pela PNPDEC em políticas públicas, relativas a CGs No Estatuto da Cidade (Lei Federal 10.257/2001), estabelecendo a obrigatoriedade de plano diretor nos municípios que possuem áreas suscetíveis a processos geológicos ou hidrológicos que podem gerar desastres naturais e, ainda, que a identificação e o mapeamento de áreas de risco levem em conta as CGs. Na Lei Lehmann (Lei Federal 6.766/1979), que dispõe sobre o parcelamento do solo urbano, vinculando a aprovação de novos projetos (loteamento e/ou desmembramento) ao atendimento da CG de aptidão à urbanização. A PNPDEC (2012) estabeleceu rea de transição com carência de dois anos para que os municípios se adaptassem. Na Lei Federal 12.340/2010, que dispõe sobre a transferência de recursos da União para que os estados e municípios do cadastro nacional (CPRM:~1.200) atuem na prevenção de desastres naturais, fixando para isso cinco requisitos, os quais envolvem a elaboração de CGs:

Requisitos para obtenção de recursos e CGs correspondentes: Fonte: IPT (2015)

Tipos de CGs requeridas pela PNPDEC, segundo a escala e abrangência territorial Fonte: IPT (2015)

TEMA central do XVII Enanpur Desenvolvimento, crise e resistência: Quais os caminhos do Planejamento Urbano e Regional? Questões gerais para debate: 1. Após cinco anos de edição da PNPDEC, estamos proedindo na implementação das CGs? 2. Quais foram os principais avanços obtidos? 3. Quais as dificuldades e desios a enfrentar?

Grato! www.ipt.br Sessão Livre Carta Geotécnica de Aptidão à Urbanização aplicada ao Planejamento Territorial São Paulo, 25 de maio de 2017