Filtro Automotivo Separador de Poluentes Controle da emissão de poluentes



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Transcrição:

Ricardo Castro de Aquino Filtro Automotivo Separador de Poluentes Controle da emissão de poluentes Trabalho desenvolvido com o apoio da Coordenadoria de Segurança e Transporte do Tribunal Superior do Trabalho TST, em Brasília entre agosto de 2008 e novembro de 2009. Orientadora Vânia Lucia C. Alves Souza Centro de Ensino Médio 404 de Santa Maria Área Especial 404 Conjunto A, Santa Maria Sul Distrito Federal Tel.: (061) 3901-6618

INTRODUÇÃO A poluição atmosférica, nas regiões urbanas, tem aumentado devido ao crescimento no número de veículos motorizados. Os carros, ônibus, caminhões, movidos principalmente à gasolina e a óleo diesel, expelem para o ar, poluentes primários como óxido de azoto (NOₓ) e partículas finas (fuligem e poeiras). No Brasil, ônibus e caminhões são os responsáveis pela emissão de 45% dos gases nocivos presentes na atmosfera das grandes cidades, afetando a saúde de milhares de pessoas. Estudos realizados pelo Departamento de Medicina da Universidade de São Paulo USP mostram que, 12 a 14 pessoas morrem por dia na Grande São Paulo por problemas de saúde agravados pela a poluição. Milhares de internações ocorrem devido ao efeito destes gases tóxicos. Os gases tóxicos como o óxido de azoto e partículas finas são responsáveis por problemas respiratórios como bronquites asmáticas, falta de ar e alergias. Uma forma de reduzir a incidência destas doenças, seria a redução ou a captura desses poluentes lançados na atmosfera. A poluição atmosférica se agrava com a idade avançada dos veículos. Um exemplo ocorre no DF onde existe uma frota de 2,8 mil ônibus com idade média de 14 anos, sendo capaz de produzir quase 3 toneladas de fumaça por semana. Uma possível solução para redução da poluição atmosférica é o uso de filtros externos nos veículos de idade avançada. Esses filtros seriam direcionados aos veículos movidos a diesel, já que infelizmente o diesel distribuído no Brasil é considerado de péssima qualidade. O nível de enxofre presente no nosso diesel é 50 vezes maior do que o distribuído em países como o Japão e os EUA. O objetivo deste projeto é construir um filtro que auxilie a retenção da fuligem emitida pelos veículos movidos principalmente a diesel. MATERIAL e METODOS Para a construção do filtro são necessários os seguintes materiais Um cano de metal que servirá como base para o filtro (28 cm de comprimento e diâmetro variável); Um feltro automotivo responsável pela a passagem da fuligem e a absorção da fuligem (25 cm de comprimento e 22 cm de largura); Uma serpentina de metal responsável por manter toda a pressão e a passagem do ar por dentro do filtro (25 cm de comprimento e 1,5 diâmetros); Um Gel Absorvente Capaz de manter a temperatura estável no filtro e de absorver a fuligem lançado pelos veículos (Na formulação do gel é usado o Methaclylate Grutaronitrile além de Fibras de Celulose e Polipropileno).

O filtro é instalado no final dos canos de descarga dos veículos (figura 1) fazendo dois pequenos furos em torno do cano e depois encaixando. Sua manutenção é rápida e fácil. Leva em torno de 2(dois) minutos. Retira-se o filtro do cano de descarga, bate-se em cima com um martelo (de borracha) e repõem o gel absorvente. Alguns testes foram feitos no período de agosto de 2008 a novembro de 2009 com o apoio da Coordenadoria de Segurança e Transporte do Tribunal Superior do Trabalho em Brasília. Dois filtros foram instalados em 2(dois) ônibus exclusivos para o transporte de servidores e estagiários do órgão. Os dois ônibus são de mesmos modelos e com idades iguais, sendo que para facilitar na diferenciação os ônibus foram nomeados de 1A (utilizando o filtro) e o outro de 2B (sem o uso do filtro). Figura 1 - Local de instalação do filtro no ônibus testado Ambos os ônibus fizeram os mesmo percursos de 10 km no itinerário: TST - RODOVIÁRIA PLANO PILOTO - TST, (figura2). Sendo totalizadas 30 viagens por dia, de segunda a sexta-feira com duração de 30 minutos cada, mantendo velocidade média de 60 km/h. 2 1 Figura 2. Percurso dos ônibus: Tribunal Superior do Trabalho (1) e Estação rodoviária de Brasília (2)

RESULTADOS e DISCUSSÃO Com o auxilio de um Opacímetro (equipamento utilizado para medir a quantidade de material particulado (fumaça preta) emitida pelos veículos), foi possível verificar que com o uso do filtro, 80% do material particulado emitido pelo ônibus 1A ficou retido no dispositivo. A tabela abaixo é um demonstrativo da quantidade de partículas coletadas pelo ônibus com filtro (1A) e a quantidade coletada pelo ônibus sem filtro( 2B). PERÍODO Onibus com filtro (1A) Onibus sem filtro (2B) 1 SEMANA 1,2 KG 1,5 KG 1MÊS 4,8 KG 6,0 KG Projeção de 1 ANO 57,6 KG 72,0 KG O material coletado foi levado ao laboratório de Química para estudarmos a sua composição. Após analisarmos a matéria, chegamos a conclusão de que seria possível aproveitar toda a fuligem coletada na recauchutagem de pneus, o que pouparia bilhões de litros de petróleo na fabricação de pneus já que são usados aproximadamente 13 litros de petróleo para a fabricação de apenas um único pneu. CONCLUSÃO Os testes preliminares do uso do filtro em ônibus mostraram-se eficiente na redução de fuligem lançado no ar. O filtro de construção simples e barata pode ser uma excelente alternativa na redução da poluição atmosférica nas cidades e uma alternativa para pouparmos o uso de uso de combustíveis fósseis já que a fuligem retida no filtro pode ser aproveitada na recauchutagem de pneus. O uso deste filtro em veículos movidos a diesel auxiliaria a redução de gastos com a saúde; gastos das empresas que deixariam de consumir combustível fóssil para fabricar pneus; gastos dos donos dos veículos que evitariam multas pelo excesso de fumaça lançada no ar; e ao cidadão que deixaria de conviver com a péssima qualidade do ar.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS JACOBSON, M. Zachary. Atmospheric pollution: history, science,and regulation (Poluição Atmosférica: História, ciência e reguação - em Inglês). Cambridge: Cambridge University Press, 2002. p. 399 DAJOZ, R. O panorama das poluições in Enciclopédia de Ecologia. Editora Pedagógica e Universitária Ltda. São Paulo: 1979. p. 158-250. AR CETESB Disponível em: <http://www.cetesb.sp.gov.br>. Acesso em: 22 de junho de 2009. BRAGA, A. Poluição Atmosférica e seus Efeitos na Saúde Humana, Faculdade de Medicina, USP, 2003 Google Maps Satellite Mundial On-Line Disponível em http://maps.google.com.br/maps?utm_campaign=pt_br&utm_source=pt_br-ha-latambr-bk-gm&utm_medium=ha&utm_term=google%20maps Acessada em: 20 de novembro de 2009 Revista CNT Transporte Atual Edição Informativa do Sistema CNT (Conselho Nacional dos Transportes) Ano XV Numero 172 Edição Impressa Disponível também para Download no site: Http://www.cnt.org.br/ Acessada em: 22 de dezembro de 2009 p. 76. Wikipedia - Poluição atmosférica. Disponível em http://www.wikipedia.org/wiki/brasil Acessada em: 26 de dezembro de 2009 GUIA GERAL DE PRODUTOS QUÍMICOS, Química e derivados e Plástico Moderno. 6. ed. São Paulo, Q.D., janeiro de 1985. Número especial. ALMEIDA, LT. de A poluição atmosférica por material particulado Dissertado (Mestrado em Engenharia de Minas Gerais Departamento de Engenharia de Minas Escola Politécnica da Universidade de São Paulo São Paulo 1999 p. 194