PERFIL NUTRICIONAL DE CRIANÇAS QUE FREQUENTAM UM CMEI NA CIDADE DE APUCARANA

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Transcrição:

PERFIL NUTRICIONAL DE CRIANÇAS QUE FREQUENTAM UM CMEI NA CIDADE DE APUCARANA GANASCIM, A.C.G.G.; ANDRADE, A.H.G. Resumo: A alimentação no pré - escolar é um indicador de saúde por refletir suas condições de vida. Assim, o objetivo foi avaliar o perfil nutricional de crianças de um CMEI na cidade de Apucarana. O diagnóstico nutricional foi classificado de acordo com IMC para a idade. E o cardápio da instituição foi comparado com a recomendação da Resolução FNDE/PNAE 26/2013. Notou-se alta prevalência de eutrofia em ambas faixas etárias embora observado inadequação de macronutrientes proposto na alimentação do CMEI. Palavras-chave: Consumo alimentar; Estado nutricional; Infância Abstract: The Alimentation in pre - scholar is a health indicator by reflect their living conditions. The objective was evaluate nutritional child profile of CMEI in the city of Apucarana. Nutritional diagnosis was classified according to IMC for age. And the menu of the institution was compared with the recommendation of Resolution FNDE/ PNAE 26/2013. Noted a high prevalence of eutrophic in both age groups, however observed inadequacy of macronutrients proposed in alimentation of CMEI. Keywords: Food consumption; Nutritional status; Childhood. Introdução: Desde a infância a alimentação saudável se faz necessária e é de suma importância, pois é nesta fase que se formam os hábitos alimentares e a base da formação do ser humano. Assim, é fundamental a intervenção dos familiares e da escola neste processo, pois é por meio deles que os valores serão repassados e a criança passa a conhecer novos alimentos (MASCARENHAS; SANTOS, 2006). Portanto é essencial conhecer o estado nutricional de crianças que frequentam creche, já que parte de suas refeições diárias são realizadas na própria instituição. Sendo assim, o objetivo deste trabalho é avaliar o estado nutricional de crianças que frequentam um CMEI na cidade de Apucarana. Trata-

se de um estudo transversal com abordagem qualitativa realizado no Centro Municipal de Educação Infantil com 108 crianças matriculadas, localizado na cidade de Apucarana - PR. Esta cidade contém 120.919 habitantes segundo IBGE (2010) e, portanto, contém 23 CMEIs em funcionamento com 2.135 crianças matriculadas. A amostra foi composta por 81 crianças de ambos gêneros, de 2 a 4 anos de idade. Foram incluídos nessa pesquisa crianças que frequentam o CMEI em período integral e realizam as refeições no local bem como foram excluídas as crianças que faltaram no dia da pesquisa, que não estiveram disponíveis no momento ou que apresentaram alguma dificuldade física e as que os pais não autorizaram a participar da pesquisa. Foram aferidos o peso e estatura para o cálculo do IMC. A classificação do diagnóstico foi realizada de acordo com as curvas de crescimento da Organização Mundial da Saúde - OMS (OMS, 2006). Analisou-se também as refeições de três dias alternados. O cardápio foi desmembrado em ingredientes e os mesmos foram pesados. A partir da composição e do per-capita (quantidade em gramas), foi avaliado o teor de calorias, carboidratos, proteínas e lipídeos. Os dados foram calculados com base nas Tabelas de Composição Química dos Alimentos e comparados com os valores das recomendações de 70% das necessidades diárias para crianças de 1 a 6 anos da resolução FNDE/PNAE 26/2013. Os dados foram analisados e apresentados em forma de gráficos e tabelas para melhor compreensão dos resultados através de software microsoft office excel 2010. Esta pesquisa foi desenvolvida após a aprovação do Comitê de ética da FAP CETi-FAP e realizado de acordo com as normas regidas pela resolução 466/2012 que regulamenta pesquisas com seres humanos. Portanto, foi autorizado pela instituição, bem como pelos responsáveis através do TCLE. Referencial Teórico: As diversas conjunturas de elementos que envolvem, em um momento, a situação política, econômica, social, e indicadores como saneamento básico, higiene, moradia, alimentação, entre tantas outras, estão diretamente relacionadas ao índice de mortalidade infantil, pois a infância é uma fase vulnerável da vida, diretamente ligada ao desenvolvimento das potencialidades humanas (PACHECO, 2010). É na infância que ocorre o período determinante para a formação dos hábitos alimentares, sejam eles saudáveis ou

não, é a partir dessa experiência que o individuo formará seus padrões. É necessário considerar não apenas o ambiente familiar, mas também o âmbito escolar, como principal possibilidade de influência e formação nutricional sobre um indivíduo. Nesse contexto, é fundamental que a escola seja capaz de oferecer a criança a oportunidade, de conhecer novos alimentos e sabores, para assim proporcionar uma formação efetiva da mesma (ISSA et al, 2014). A nutrição adequada se faz necessária em todas fases da vida, principalmente na infância, onde é a garantia do crescimento e o desenvolvimento, bem como a manutenção da saúde. Os alimentos são constituídos por nutrientes necessários à manutenção das funções corporais normais no qual fornecem macronutrientes (proteínas, lipídios e carboidratos), vitaminas, minerais, energia, água, celulose e moléculas essenciais (aminoácidos e ácidos graxos essenciais) (MOLINA; LOPES; FARIA, 2010). O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), criado em 1979, garante o direito de alimentação de todos os alunos da educação básica. O programa sugere que através de uma alimentação saudável, aliada a condições higiênico-sanitárias, haja condições favoráveis para o desenvolvimento e a melhoria do rendimento escolar infantil (FNDE, 2012). A avaliação nutricional é uma forma de avaliar as condições nutricionais do organismo, determinadas pelos processos de ingestão, absorção, utilização e excreção de nutrientes; ou seja, um instrumento para diagnosticar o estado nutricional, que é resultante do balanço entre a ingesta e a perda de nutrientes. O estado nutricional de uma população é um excelente indicador de sua qualidade de vida (MONTARROYOS; COSTA; FORTES, 2013). Conclusão: Na instituição avaliada o cardápio forneceu em média de 592 kcal/dia, 78 gramas de carboidratos, 26 gramas de proteínas e 19,45 gramas de lipídeos. Não atendeu portanto, a recomendação de 700 kcal e 114,9 g de carboidratos, porém, excedeu a quantidade proteica ( 21,9 g) e lipídica (17,5 g) para a idade de 1 a 3 anos. Para o grupo de 4 a 5 anos a recomendação é de 950 kcal, sendo, 154,4 g de carboidratos, 29,7 g de proteína e 23,8 g de lipídeos, ou seja, em ambas faixas etárias as recomendações dos macronutrientes não foram atingidas. O Institute of Medicine (IOM) (2005), propõe que 45 a 65% da ingestão energética total sejam provenientes dos carboidratos, 10 a 35% das proteínas e

20 a 35 % de lipídios. A média de composição de macronutrientes servido no cardápio diário estava com a seguinte distribuição: 52 % de carboidratos, 18% de proteínas e 30% de lipídios. Embora, o cardápio esteja entre os intervalos aceitáveis de macronutrientes estabelecidos pela DRIS s (Dietary Reference Intakes) para atender crianças, ele não atende as necessidades diárias das crianças estabelecidas em gramas pela OMS (2001), principalmente em energia e carboidrato. A amostra estudada foi composta por 81crianças, pertencentes as turmas do maternal 2 e 3 em que, 51% das crianças são do gênero feminino e 49% do gênero masculino. Sabendo que o cardápio da instituição não atinge as recomendações de 70% das necessidades diárias de crianças de 1 a 5 anos, mesmo assim 64% encontram-se eutróficos. Portanto, supõe-se a complementação das necessidades com as refeições feitas no domicílio, as quais podem conduzir à adequação nutricional. Porém, se não houver um equilíbrio quali-quantitativo pode conduzir ao excesso de peso, dos quais estão incluídos os 36% de risco nutricional por excesso de peso. No Brasil, houve decréscimo acentuado na desnutrição infantil, mas, o sobrepeso e a obesidade tem-se tornado um problema de maior complexidade (SANTOS, 2013). Torna-se importante estudar alternativas que permitam o controle e prevenção da obesidade, buscando integração e envolvimento por parte dos pais, da escola, e dos profissionais da saúde para que se promova um ambiente social focado na saúde e no bem-estar, a fim de promover qualidade de vida de futuros adultos. Referências: FNDE- Fundo Nacional de desenvolvimento da Educação. Todos os direitos reservados 2012. Disponível em: www.fnde.gov.br/programas/alimentacaoescolar/alimentacao-escolar-apresentacao. IOM (Institute of Medicine). National Research Council. Dietary reference intakes for energy, carbohydrate, fiber, fat, fatty acids, cholesterol, protein anda mino acids (Macronutrientes). Washington, D.C. National Academy Press; 2002/2005. ISSA, R.C. et al. Alimentação escolar: planejamento, produção, distribuição e adequação. Rev Panam Salud Publica 35(2), 2014. MASCARENHAS,J.M.O.,SANTOS,J.C. Avaliação da composição nutricional dos cardápios e custos da Alimentação Escolar da Rede Municipal de Conceição do Jacuípe/BA. Rev. Sitientibus, Feira de Santana, n.35, p.75-90, dez. 2006.

MOLINA,M.C.B.; LOPÉZ, P.M.; FARIA,C.P. Preditores socioeconômicos da qualidade da alimentação de crianças. Rev. Saúde Pública vol.44 no.5 São Paulo 2010. MONTARROYOS,E.C.L.; COSTA,K.R.L.; FORTES,R.C. Antropometria e sua importância na avaliação do estado nutricional de crianças escolares. Comum.ciencia. saúde; 24(1): 21-26. mar.2013. OMS - Organização Mundial da Saúde. Curvas de crescimento de IMC por idade,2006. Disponível em: saude.gov.br/portaldab/ape_vigilancia_alimentar.php?conteudo=curvas_de_cresci mento. PACHECO, C. P. Evolução da mortalidade infantil, segundo óbitos evitáveis: macrorregiões de saúde do Estado de Santa Catarina, 1997-2008. Tese ( mestrado em Saúde Pública) Universidade de São Paulo. São Paulo 2010. SANTOS,J.C. Sobrepeso e obesidade em crianças de 2 a 5 anos de uma préescola de Educação Infantil na cidade de Jataí- GO. Universidade Federal de Goiás Faculdade de Educação Física- Modalidade a Distancia, 2013.