PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA PROTEÇÃO CONTRATUAL (REVELIA E RÉPLICA NO CDC)

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Transcrição:

PROTEÇÃO CONTRATUAL (REVELIA E RÉPLICA NO CDC) Curso de Pós-Graduação de Direito do Consumidor - Aula 27 1

Princípio da transparência máxima - art. 46 do CDC (boa-fé objetiva) Princípio da interpretação mais favorável ao consumidor - art. 47 do CDC Presunção que o devedor sempre contata de boa-fé Presunção absoluta Não comporta prova em contrário 2

Vinculação daquilo que fora acordado no contrato Ação de obrigação de fazer (art. 48 do CDC) 3

Cláusulas contratuais abusivas, desproporcionais ou leoninas (art. 51 do CDC) Retira o equilíbrio entre direitos e deveres das partes dentro da relação obrigacional É desfavorável ao consumidor 4

DIREITO DE ARREPENDIMENTO Artigo 49 do CDC O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de 7 dias a contar de sua assinatura ou do ato de recebimento do produto ou serviço, sempre que a contratação de fornecimento de produtos e serviços ocorrer fora do estabelecimento comercial, especialmente por telefone ou a domicílio. 5

Artigo 49, parágrafo único, do CDC Se o consumidor exercitar o direito de arrependimento previsto neste artigo, os valores eventualmente pagos, a qualquer título, durante o prazo de reflexão, serão devolvidos, de imediato, monetariamente atualizados. 6

https://esaj.tjsp.jus.br/cjsg/getarquivo.do?conversationid=&cdacordao=1 1421137&cdForo=0&uuidCaptcha=sajcaptcha_c91f8ea1991b4d5ea2a084c e9c49a767&vlcaptcha=wdp&novovlcaptcha= 7

REVENDO ALGUMAS CLÁUSULAS ABUSIVAS E ALGUNS CONCEITOS As cláusulas abusivas ofendem a ordem pública de proteção ao consumidor. (Art. 1º do CDC) A sentença que reconhece a nulidade não é declaratória, mas constitutiva negativa. 8

O efeito da sentença judicial que reconhece a nulidade da cláusula abusiva é ex tunc. Por se tratar de matéria de ordem pública, a nulidade de pleno direito das cláusulas abusivas nos contratos de consumo não é atingida pela preclusão. 9

RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ART. 543-C DO CPC. DIREITO DO CONSUMIDOR. CONTRATO DE COMPRA DE IMÓVEL. DESFAZIMENTO. DEVOLUÇÃO DE PARTE DO VALOR PAGO. MOMENTO. 1. Para efeitos do art. 543-C do CPC: em contratos submetidos ao Código de Defesa do Consumidor, é abusiva a cláusula contratual que determina a restituição dos valores devidos somente ao término da obra ou de forma parcelada, na hipótese de resolução de contrato de promessa de compra e venda de imóvel, por culpa de quaisquer contratantes. Em tais avenças, deve ocorrer a imediata restituição das parcelas pagas pelo promitente comprador - integralmente, em caso de culpa exclusiva do promitente vendedor/construtor, ou parcialmente, caso tenha sido o comprador quem deu causa ao desfazimento. 2. Recurso especial não provido. (REsp 1300418/SC, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 13/11/2013, DJe 10/12/2013) - Tema 577 10

Validade do Foro de Eleição Facilitação da defesa do consumidor em juízo - art. 6º, inc. VIII, do CDC. O juiz pode declarar de ofício a nulidade dessa cláusula. Não se aplica a Súmula 33 do STJ 11

AGRAVO INTERNO NO AGRAVO (ART. 544 DO CPC/73) - AÇÃO ANULATÓRIA DE CONTRATO - EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA - DECISÃO MONOCRÁTICA QUE NEGOU PROVIMENTO AO RECLAMO - INSURGÊNCIA DA EMPRESA RÉ. 1. A jurisprudência do STJ é no sentido de que, restando incontroversa a qualidade de consumidora da empresa demandada, porquanto destinatária final dos produtos/serviços contratados - software para gerenciamento de suas atividades empresarias - lhe é facultada a escolha do foro competente para melhor exercer seu direito de defesa. 2. Impossibilidade de se aferir, na presente esfera recursal, a existência de abusividade tida como inserta em cláusula contratual de eleição de foro, ante o enunciado contido na Súmula n 7 deste Superior Tribunal de Justiça. 3. Agravo interno desprovido. (AgInt no AREsp 465.974/SP, Rel. Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em 08/02/2018, DJe 23/02/2018) 12

REVELIA NO CDC Artigos 344 a 346 do Código de Processo Civil 13

1. Conceito A revelia ou contumácia ocorre no instante em que o réu, regularmente citado, não oferece resposta no prazo legal ou deixa de fazê-lo. Contumácia: recusa obstinada em comparecer em juízo. 14

O réu não tem o dever de contestar a ação, mas tem o ônus de fazê-lo. 15

Revel significa aquele que se rebela contra determinada lei. O réu revel demonstra falta de interesse em se defender na demanda. 16

A revelia é a omissão do réu, que não impugna ao pedido formulado na inicial. Por sua vez, a contumácia é a inércia de qualquer das partes, que deixa de praticar um ato processual que era ônus seu. 17

Artigo 344 do Código de Processo Civil Se o réu não contestar a ação, será considerado revel e presumir-se-ão verdadeiras as alegações de fato formuladas pelo autor. 18

Os efeitos da revelia não são absolutos, mas relativos. O art. 344 do CPC indica que a revelia incide sobre a matéria de fato e não de direito. 19

Diante da revelia, torna-se desnecessária a prova dos fatos em que se baseou o pedido do autor, permitindo o julgamento antecipado da lide, dispensando-se a audiência de instrução e julgamento. 20

Podemos afirmar então que os efeitos da revelia basicamente são: a) Presunção da veracidade dos fatos narrados na petição inicial. 21

b) Desnecessidade de sua intimação para os demais atos processuais caso a matéria seja apenas de fato, uma vez que o juiz de direito julgará o processo no estado em que se encontra. 22

O ônus do réu é que impugne precisamente os fatos narrados na petição inicial sob pena de têlos presumidamente como verdadeiros. 23

Quando não ocorrem os efeitos da revelia? a) Matéria de direito. b) Matéria que exija prova. c) Matérias indicadas no art. 345 do CPC 24

Artigos 345, incisos de I a IV do Código de Processo Civil 344 se: A revelia não produz o efeito mencionado no art. 25

I - havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação: Litisconsórcio unitário: o juiz de direito decide a lide de uma única forma para os litisconsortes. Nesse caso, a defesa é comum aos litisconsortes unitários, porque a defesa de um abrange o mesmo ponto ou pontos da defesa dos demais. 26

Trata-se de uma defesa de cunho genérico, porque diz respeito a todos os réus. Se apenas um deles contestar, contrariando os pontos comuns, a presunção de veracidade será afastada em relação a todos os réus, porque o fato tornar-se-á controvertido. 27

Pode acontecer também que o litisconsorte simples apresente defesa de fato comum, impedindo os efeitos da revelia. No litisconsorte simples, o juiz de direito decide de forma distinta para os litisconsorte. 28

Assim, não haverá presunção de veracidade dos fatos, quando: a) Houver contestação de um litisconsorte unitário. b) Houver contestação de um litisconsorte simples que alegue fato comum, que também diga respeito aos demais réus. 29

II - o litígio versar sobre direitos indisponíveis: Direitos indisponíveis são aqueles direitos dos quais a pessoa não pode abrir mão, como o direito à vida, à liberdade, à saúde e à dignidade. 30

Os direitos indisponíveis não permitem autocomposição nem disponibilidade, isto é, não podem ser transacionados. Por essa razão, não incide sobre eles a revelia. Nesses casos, o juiz nomeará curador especial ao réu revel. A curatela será exercida em especial pela Defensoria Pública. 31

III - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere indispensável à prova do ato: O magistrado não poderá presumir verdadeiro atos jurídicos que só podem ser provados por documentos, como, por exemplo, os contratos de compra e venda de bens imóveis. 32

Os contratos de compra e venda de bens imóveis dependem de escritura pública que é da própria substância do negócio jurídico. Sem o instrumento público, a existência do negócio jurídico que o exige não poderá ser demonstrada, porque o ato não terá se aperfeiçoado. 33

IV - as alegações de fato formuladas pelo autor forem inverossímeis ou estiverem em contradição com prova constante dos autos: O autor narra o fato e os fundamentos jurídicos do pedido. A narrativa jurídica deve ser verossímel, ou seja, deve ter aparência da verdade. Em outras palavras, não pode ser uma narrativa fantasiosa. 34

Se a petição inicial trouxer uma história mirabolante, utópica, inacreditável, não haverá revelia mesmo que o réu não a conteste. 35

Compete ao juiz de direito analisar a verossimilhança do fato e dos fundamentos jurídicos do pedido do autor. 36

Pode acontecer também de o autor narrar determinados fatos e fundamentos jurídicos e juntar documentos que contradizem suas argumentações. Por exemplo: ação declaratória de cláusula abusiva. 37

Por fim, é importante salientar que os prazos contra o revel que não tenha advogado(a) nos autos do processo fluirão da data de publicação do ato decisório no órgão oficial sem que seja o réu intimado dessas decisões. No entanto, ele poderá intervir no processo em qualquer fase, recebendo-o no estado em que se encontra. 38

Se o réu não contestar a ação, o juiz verificará se houve os efeitos da revelia. Em havendo, julgará antecipadamente o processo. Se não houver os efeitos da revelia, ordenará ao autor que especifique as provas que pretenda produzir, se ainda não tiver indicado. Exemplo: perícia nos casos de ação indenizatória por erro médico. 39

O réu revel poderá produzir provas, desde que se faça representar nos autos a tempo de praticar os atos processuais indispensáveis a essa produção. 40

Concluída a fase postulatória, com o término do prazo da contestação, terá início a segunda fase do processo de conhecimento que é chamada de fase ordinatória. 41