PERFIL DO SETOR AGROPECUÁRIO PARAIBANO NA DÉCADA DE 2000: LIMITAÇÕES E OPORTUNIDADES AO SEU DESENVOLVIMENTO Orientadora: Prof. Drª. Márcia Batista da Fonseca Aluno: Aldenir Gomes de Assis
Justificativa Agropecuária brasileira: crescimento médio do PIB de 3,8% no período 2002-2010, maior do que a Indústria que cresceu 3,3% no período. Agropecuária nordestina: crescimento de 4,6% contra 4,5% da Indústria. Agropecuária paraibana: apresentou um baixo dinamismo, crescendo apenas 0,9% em média no período, contra 7,8% da Indústria. Queda da participação relativa: chegou a 4,2% em 2010. Porque o Setor Agropecuário do Estado da Paraíba vem apresentando resultados insatisfatórios e redução de sua participação relativa no PIB?
Objetivo Analisar o perfil do Setor Agropecuário do Estado da Paraíba na década de 2000, identificando as principais limitações e as possíveis oportunidades ao seu desenvolvimento.
Aspectos Metodológicos Método Qualitativo-descritivo; Dados fornecidos pelo IBGE, IDEME-PB E MAPA;
Aspectos Teóricos O desenvolvimento da agropecuária brasileira no pós-guerra Do pós-guerra até 1968; De 1968 até 1981; Durante os anos 1980; Durante a década de 1990; No período de 1998 a 1999 até os nossos dias.
Aspectos Teóricos Ocupação do espaço agrário paraibano, modernização e expansão canavieira; Determinantes da expansão da produtividade da agropecuária: capital humano, geração de tecnologia e difusão e recursos naturais e clima; A agropecuária nordestina no período recente: limitações e oportunidades ao desenvolvimento da agropecuária regional; A agropecuária paraibana na década de 1990: tendência de redução do peso da agropecuária no contexto da economia estadual.
Caracterização do Setor Agropecuário nordestino 57% do território na região do semiárido; Agricultura familiar: 89,1% dos estabelecimentos agropecuários; 37,5% da área territorial dos estabelecimentos agropecuários; 82,7 % do pessoal ocupado. Lavoura temporária: cana-de-açúcar (Alagoas), mandioca (Bahia), soja (Bahia) e o milho (Bahia). Lavoura permanente: banana (Bahia), laranja (Bahia), cocoda-baía (Bahia) e mamão (Bahia). Pecuária: bovino (Bahia), caprino (Bahia) e aves (Pernambuco).
Caracterização do Setor Agropecuário paraibano 170 municípios incluídos na região do semiárido (73,23% do total); 86,4% do território do Estado. 70% do território inserido no Polígono das Secas; Apenas 5,5% da área total do Estado não corre risco de desertificação; Distribuição percentual (%): agricultura familiar e empresarial Agricultura empresarial Agricultura familiar 42,2 88,5 83,8 57,8 11,5 16,2 Nº de estabelecimentos Área dos estabelecimentos Pessoal ocupado Fonte: Castro (2012) a partir de dados do IBGE/Censo Agropecuário 2006. Elaboração própria.
Principais produtos agropecuários paraibanos Lavoura temporária: cana-de-açúcar (Pedras de Fogo), abacaxi (Itapororoca), mandioca (Puxinanã), batata-doce (Alagoa Nova); Lavoura permanente: banana (Alagoa Nova), cocoda-baía (Sousa) e mamão (Mamanguape); Pecuária: bovino (Pombal), caprino (Monteiro) e aves (Guarabira).
Os principais produtos exportados do agronegócio na década de 2000 Produtos 2000 2005 2010 Valor (US$) Participação no total das exportações Produtos Valor (US$) Participação no total das exportações Produtos Valor (US$) Participação no total das exportações Fibras e produtos Fibras e produtos Fibras e produtos 26.250.822 39,0 118.251.421 69,5 67.137.935 55,5 têxteis têxteis têxteis Complexo Complexo Pescados 14.481.408 21,5 32.173.554 18,9 46.606.126 38,6 sucroalcooleiro sucroalcooleiro Couros, produtos de Frutas (Inclui nozes e 14.341.780 21,3 Pescados 7.921.390 4,7 3.394.219 2,8 couro e peleteria castanhas) Complexo Couros, produtos de 10.503.504 15,6 6.942.469 4,1 Sucos 2.299.320 1,9 sucroalcooleiro couro e peleteria Sucos 1.060.599 1,6 Sucos 2.348.597 1,4 Bebidas 623.676 0,5 Total das exportações do Agronegócio PB 67.382.702 98,9 Total das exportações do Agronegócio PB Fonte: Agrostat/Mapa. Elaboração própria. 170.208.893 98,5 Total das exportações do Agronegócio PB 120.887.502 99,3
Mapa dos principais municípios do Setor Agropecuário paraibano no ano de 2010 e suas principais atividades agropecuárias
Evolução da taxa de crescimento real do Setor Agropecuário do Brasil, Nordeste e Paraíba no período 2002-2010 (%) Fonte: IBGE/IDEME-PB. Elaboração própria. Contribuição na taxa de crescimento do valor adicionado total da economia do Estado da Paraíba no período 2002-2010 ATIVIDADE ECONÔMICA Contribuições (em pontos percentuais) 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010¹ VALOR ADICIONADO TOTAL 5,1 5,3 2,7 3,4 6,4 1,9 5,2 1,6 9,3 AGROPECUÁRIA 0,9 0,6-0,1-0,4 1,4-0,7 0,5-0,6-0,8 Agricultura, Silvicultura e Exploração Vegetal - 0,8-0,2-0,5 1,3-0,9 0,4-0,7-0,9 Pecuária e Pesca - -0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,0 INDÚSTRIA 1,6 2,1 1,4 0,0 1,5 0,9 2,0 1,8 4,5 SERVIÇOS 2,5 2,5 1,4 3,7 3,5 1,8 2,7 0,4 5,7 Fonte: IBGE /IDEME-PB. Elaboração própria.
Participação relativa dos grandes setores econômicos no PIB do Estado da Paraíba Fonte: IBGE/IDEME-PB. Elaboração própria. 1971 16,4% 1998 6,6% 2010 44,5% 1991 5,8% 1999 4,2%
Limitações e oportunidades ao desenvolvimento da agropecuária paraibana Limitações Condições ambientais: 86,4% do território inserido no semiárido; desertificação; práticas não conservacionistas (queimadas), recursos hídricos desprotegidos. Infraestrutura: Porto de Cabedelo; ferrovias; rodovias; armazenamento da produção; Aspectos tecnológicos: adubação, irrigação; Assistência técnica: não tradição no cooperativismo; Acesso ao crédito rural: ineficiente assistência técnica; a falta de conhecimento do produtor; burocracia; medo de contrair dívidas. Qualificação dos trabalhadores rurais: média de anos de estudo das pessoas com mais de 10 anos que residem no meio rural é de apenas 3,6 anos (quarta menor do Nordeste). Oportunidades Condições ambientais: uso de práticas conservacionistas no cultivo; Programas governamentais (Programa ABC e o PAIS); cultivo de alimentos orgânicos; compostagem; fertirrigação Infraestrutura: a atuação do PAC; Aspectos tecnológicos: CNPq, UFPB, UEPB, Embrapa Algodão, Emepa, EMATER-PB; A atuação da assistência técnica no acesso ao crédito rural: assistência técnica por meio do cooperativismo; o crédito do PRONAF. Qualificação dos trabalhadores rurais: a promoção das escolas agrícolas e a disseminação do conhecimento por meio dos Programas governamentais. Concessão de subsídios a agropecuária: sendo aplicado em conjunto com os outros meios
Considerações Finais Elevada disparidade entre o nível de desenvolvimento do Setor Agropecuário paraibano em relação ao Setor Agropecuário brasileiro; Baixo dinamismo e tendência de redução do peso da agropecuária no PIB; Existem uma série de limitações além das questões ambientais, que se constituem como os gargalos para o desenvolvimento. Destaca-se o nível de qualificação dos trabalhadores rurais; Existem também uma série de oportunidades que poderiam ser melhor implementadas; O futuro da agropecuária paraibana depende da eliminação das distorções que dificultam a comercialização dos produtos agropecuários e uma maior inserção no comércio internacional.