Boas Prácticas e Desafios na Gestão dos Viveiros

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Transcrição:

Boas Prácticas e Desafios na Gestão dos Viveiros Formosa Cooperativa de Viveiristas da Ria Formosa, CRL. 1de Outubro 2014

Ria Formosa Palco de produção de moluscos bivalves

Sistema lagunar Área húmida de 10 500 ha Ecossistema muito produtivo A maioria do total nacional de viveiros licenciados estão localizados na Ria Formosa (DGPA, 2012) Condições atmosféricas óptimas permitem o trabalho ao longo de todo ano Temperatura da água permite o crescimento das espécies ao longo de todo o ano. Ilhas barreira protecção aos viveiros Estabelecimentos de aquicultura, em Portugal (2012) 1264 viveiros 10 000 postos de trabalho directos e indirectos

As espécies produzidas na ria formosa com maior expressão ao nível económico e produtivo são: Amêijoa-boa (Venerrupis decussatus) (90% da produção nacional da espécie) Ostra (Crassostrea spp) (26% da produção nacional da espécie) Os bivalves na Ria Formosa são produzidos em sistema extensivo

Tratamento do Terreno Manutenção da área de viveiro Remover as macroalgas e revolver o sedimento periodicamente. Adição de areia/cota Colocar, quando necessário, areia ou areão proveniente da Ria Formosa Manter a cota do viveiro Não alterar a topografia do viveiro

Repovoamento/Sementeira Divisão por parcelas Delimitar as sementeiras com materiais inertes provenientes do local de cultivo Separação por tamanhos Manter os lotes dos diferentes tamanhos separados, permitindo a melhor gestão e rentabilização da produção. Densidade do repovoamento A densidade de repovoamento deve ser adaptada às condições do viveiro: Variando entre 0,5 e 1 Kg por m2.

Boas Prácticas no sistema de produção de moluscos bivalves Depuração e comercialização Classificação das zonas de depuração Nas zonas de classe B - os mbv podem ser colocados no mercado para consumo humano directo após depuração ou transposição/afinação. Nas zonas de Classe C- os mbv podem ser apanhados mas o seu destino é, obrigatoriamente, uma zona de transposição/afinação ou um estabelecimento de transformação. Transporte para os centros de Depuração Lavados Acondicionados em recipientes limpos Transportá-los o mais rapidamente possível para o centro de depuração. Evitar exposição ao sol, calor e imersão em água. Periodo de depuração 24 a 48 h Biotoxinas Marinhas A Depuração não limpa a contaminação por biotoxinas

Zonas de produção Ria Formosa

Hidrodinamismo da Ria Formosa A actividade da moluscicultura depende de forma extrema da dinâmica do sistema. Hidrodinamismo pouco eficaz Desafios na Gestão dos Viveiros Falta de Oxigénio Falta de alimento Baixos níveis de oxigénio e alimento enfraquecem os animais já debilitados por patologias. mortalidade elevada Google maps 2002

Desafios na Gestão dos Viveiros Manter as aberturas das barras a funcionar de forma eficaz Dragar os canais da Ria para que se mantenham desobstruídos e funcionais

Desafios na Gestão dos Viveiros Organização espacial da Ria e o espaço destinado à produção de bivalves Viveiros ilegais Viveiros legais mas com áreas a mais do que as licenciadas Viveiros licenciados mas abandonados Qual Elefante? Áreas licenciadas Prod. oficial da Ria Comercialização da semente Áreas Reais Prod. Verdadeira da Ria Proibição

Desafios na Gestão dos Viveiros - Futuro Plano Anual de intervenção de dragagens da Ria Formosa. Facilidade no processo de relocalização de viveiros desistências, áreas não produtivas, desastres naturais, mantendo a área de produção total da Ria intacta. Base de dados única com informação da Ria e viveiros acessível a todos os interessados. Aplicação das ferramentas de Gestão já existentes e melhoramento das mesmas.

Obrigado a todos! coopformosa@gmail.com