O CRÉDITO, SUA ANÁLISE E A VISÃO MACRO E MICROECONÔMICA



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Transcrição:

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PROJETO A VEZ DO MESTRE CAMPUS TIJUCA O CRÉDITO, SUA ANÁLISE E A VISÃO MACRO E MICROECONÔMICA

Agradecimentos Uma vez que este texto corresponde ao resulta de anos de estudo acadêmica e profissional, devo agradecer aos meus amigos e familiares com os quais freqüentemente me auxiliaram na pesquisa deste material. Recebi a cooperação da Sr.ª Olga, minha tia, que me deu conforto e descanso nos dias desta pós-graduação, a Sr.ª Nerli, minha mãe, que me proporcionou tranqüilidade e dedicação como mãe, para que eu tivesse tempo suficiente para me dedicar ao estudo deste curso e pesquisa desta monografia. E ao Sr. Caio, meu namorado, que me auxiliou nas dúvidas que surgiram neste estudo. O desenvolvimento desta monografia foi um processo agradável e meticuloso. Em cada estágio recebi orientação extremamente valiosa por parte do professor Celso Sanchez, nosso professor de Metodologia. Finalmente, gostaria de expressar meu sincero agradecimento pelo auxílio e estímulo destas pessoas que me auxiliaram no desenvolvimento desta monografia.

Sumário Introdução...5 Capítulo 1 O Crédito...7 1.1 - História do Sistema Monetário do Brasil...7 1.1.1 - Moedas do Brasil...8 1.1.2 - Criação das Casas da Moeda...10 1.1.3 - Do Império à República...14 1.2 - Tipos de Crédito...18 1.2.1 Crédito Pessoal...18 1.2.1.1 - Antecipação de Restituição do I.R....20 1.2.2 - Crédito Direto ao Consumidor...23 1.2.3 - Cheque...25 1.2.4 - Cheque Especial...27 1.2.5 - Conta Garantida...29 1.2.6 - Desconto de Cheques (Factoring)...30 1.2.7 - Cartões de Crédito...33 1.2.8 Leasing...35 1.2.8.1 - Tipos de Leasing...36 1.2.9 - Crédito Imobiliário...36 1.2.10 - Crédito ao Governo...37 1.2.11 - Crédito à Produção...37 1.2.12 - Crédito Rural...38 1.2.12.1 - Títulos de Crédito Rural...40 Capítulo 2 - Análise de Crédito...41 2.1 - Ficha Cadastral...44 2.2 Proposta de Crédito...45 2.3 Caráter...48 2.3.1 Fontes de Informação...48 2.3.2 Pontualidade...50 2.3.3 Restrições...50

2.4 Capacidade...52 2.5 Checagens...54 Capítulo 3 - O Risco e a Inadimplência...55 3.1 O Risco...55 3.2- Inadimplência...56 3.2.1 - Teoria do Consumidor...57 3.2.2 Racionamento de Crédito...62 Conclusão...71 Bibliografia...73 Webgrafia...73

Introdução O assunto deste trabalho está voltado para ao sistema de crédito, o perfil dos consumidores e a movimentação do mercado, conforme a necessidade do Mercado. Eu sou graduada em Economia desde 2000, na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, atualmente estou fazendo pósgraduação em Finanças e Gestão Corporativa, na Universidade Cândido Mendes, com a finalidade de especializar-me. Trabalho em uma instituição bancária, analisando o crédito conforme o perfil do cliente, do produto comprado e sua finalidade. Como se pode ver, estou escrevendo sobre esse assunto por trabalhar com isso e ter grande interesse em ampliar meu conhecimento, e também visando a

possibilidade de algum aproveitamento na empresa. Pretendo abranger esse assunto, no primeiro capítulo vou apresentar o que é crédito e os alguns tipos de crédito; no segundo, os procedimentos de uma análise de crédito; no terceiro, o comportamento e capacidade dos consumidores, maximizando suas escolhas e a reação do mercado financeiro e como isso influência na demanda de crédito.

Capítulo 1 O Crédito O crédito está presente em nosso dia-a-dia, quando compramos qualquer mercadoria que não seja paga à vista, existe neste ato uma operação de crédito. É uma transação comercial em que um comprador recebe imediatamente um bem ou serviço adquirido, mas só fará o pagamento depois de algum tempo determinado. Essa transação pode também envolver apenas dinheiro. O crédito inclui duas noções fundamentais: confiança, expressa na promessa de pagamento, e tempo entre a aquisição e a liquidação da dívida. Neste trabalho vamos verificar como começou a necessidade de moeda e do crédito, alguns tipos de crédito mais comuns, como também a análise, o risco e as causas da inadimplência, o perfil dos indivíduos/consumidores e a ação do mercado no aquecimento e/ou desaquecimento da economia. 1.1 - História do Sistema Monetário do Brasil

1.1.1 - Moedas do Brasil No início da colonização, pouco se falava em dinheiro, o reduzido comércio interno era feito na base de trocas (escambo 1 ) e por isso era mínima a circulação de moedas. A unidade monetária usada era o real português, mas a primeira moeda brasileira de fato foi o açúcar, que em 1614 passou a valer como dinheiro, por ordem do governador Constantino Menelau. O valor da arroba (15 kg) de açúcar branco foi fixado em 1.000 réis, o do mascavo em 640 réis, e o das outras espécies em 320 réis. Só os funcionários da administração portuguesa é que recebiam salários em moeda sonante. O dinheiro vinha de Portugal, mas sua origem na 1 O contrato de troca ou escambo mercantil opera ao mesmo tempo duas verdadeiras vendas, servindo as coisas trocadas de preço e compensação recíproca. Tudo o que pode ser vendido pode ser trocado".

verdade era da Espanha, muito mais rica em reservas metálicas devido à maior abundância de ouro e prata em seu império colonial. Durante a dominação de Portugal pela Espanha, de 1580 a 1640, a moeda utilizada na Colônia Brasileira era o real hispanoamericano, cunhado em Potosi (Bolívia). Havia moedas de 8, 4, 2, 1 e meio reales, que correspondiam respectivamente a 160, 80, 40 e 20 réis. Em 1624, a Holanda ocupou o nordeste brasileiro, sob seu domínio foi realizada a primeira cunhagem de moedas em território nacional. Quadradas, pequenas, feitas em ouro e prata, surgiram em Pernambuco, em 1645. Serviam principalmente para pagar os soldados holandeses aqui estabelecidos. Expulsos os holandeses, em 1654, e já restaurado o reino de Portugal voltou a valer na

Colônia sua política monetária. A partir de 1669, moedas de prata portuguesas passaram a circular no Brasil, carimbadas com um sinete real, nos valores de 80, 160, 320 e 640 réis. A confusão de vários tipos de moedas, com diversas origens e valores instáveis, persistia, mas não tinha grande importância, pois no período colonial, comerciava-se pouco: o mercado interno era muito pequeno. A maioria da população era composta de escravos e colonos livres: os escravos não podiam comprar nem vender, por sua própria condição social, enquanto que os colonos recebiam seus pagamentos em mercadoria. 1.1.2 - Criação das Casas da Moeda

Moedas propriamente brasileiras só vieram a surgir no final do século XVII. Salvador era então a principal cidade da Colônia, sua capital e o mais importante centro de negócios. Por isso foi lá que, em 1694, os portugueses instalaram a primeira Casa da Moeda do Brasil. As moedas eram cunhadas em ouro e prata. As de ouro valiam 1, 2 e 4 mil réis. As de prata observavam uma progressão aritmética de valores mais original: 20, 40, 80, 160, 320 e 640 réis. O povo logo Ihes deu o nome de patacões, que tinha um certo sentido depreciativo, pois ninguém acreditava muito no valor das moedas cunhadas no Brasil. De 1695 a 1702, foram postas em circulação peças de cobre (10 e 20 réis), cunhadas na Casa do Porto e destinadas a Angola, mas aqui introduzidas por determinação régia.

Logo deixou de ser vantagem para a Coroa manter a Casa da Moeda em Salvador. Com a descoberta de jazidas de ouro pelos bandeirantes e a intensa exploração das Minas Gerais, a fabricação do dinheiro foi transferida para o Rio de Janeiro, em 1698, aí se cunhando ouro e prata nos valores já mencionados. Em 1700, a Casa da Moeda mudou para Pernambuco, voltando porém ao Rio dois anos depois. Em 1714, havia duas casas da Moeda: no Rio e novamente na Bahia. Em 1724, criou-se a terceira, em Vila Rica, que foi extinta dez anos mais tarde. A falta de troco era tanta que o Maranhão chegou até a ter sua própria moeda, fabricada em Portugal. Era feita em ouro e prata, nos valores usuais, e em cobre, valendo 5, 10 e 20 réis. O uso do dinheiro se restringia à faixa litorânea, onde se situavam quase todas as

cidades e se realizavam as grandes transações. Nos distritos mineiros, que só produziam ouro e importavam tudo o que consumiam, o próprio ouro, cuidadosamente pesado, funcionava como moeda para o comércio. A economia de troca continuava prevalecendo em todo o interior brasileiro. Já as regiões agrícolas apresentavam um sistema econômico peculiar. As fazendas, com suas legiões de escravos, eram praticamente auto-suficientes, produzindo quase tudo que necessitavam. Nelas, o dinheiro mesmo tinha pouca importância. A riqueza era avaliada com base na propriedade imobiliária e o gado era visto como um meio de intercâmbio tão bom como qualquer outro. Até a vinda da Corte Portuguesa para o Brasil, em 1808, o valor total das moedas que aqui circulavam não ultrapassava a irrisória cifra de 10.000 contos (ou 10 milhões de réis). O

sistema monetário, irracional, complicava-se cada vez mais: chegaram a circular, ao mesmo tempo, seis diferentes relações legais de moedas intercambiáveis. Além disso, ouro em barra e em pó passava livremente de mão em mão, e moedas estrangeiras, algumas falsas, eram encontradas com a maior facilidade. 1.1.3 - Do Império à República Ao transferir-se para o Rio de Janeiro, a Corte acelerou consideravelmente o processo econômico. Crescendo a produção e o comércio, tornou-se imprescindível colocar mais dinheiro em circulação. Fundou-se então o Banco do Brasil, que iniciou a emissão de papel-

moeda 2, cujo valor era garantido pelo seu lastro, ou seja, por reservas correspondentes em ouro. Entretanto, quando D. João VI retornou a Portugal, levou não só a Corte mas também o tesouro nacional. Golpe grave: as reservas bancárias da Colônia reduziram-se a 20 contos de réis. No dia 28 de julho de 1821, todos os pagamentos foram suspensos. Passou-se a emitir papel-moeda sem lastro metálico suficiente, ocasionando a progressiva desvalorização do dinheiro. Assim, quando D. Pedro I se tornou imperador do Brasil em 1822, encontrou os cofres vazios e uma enorme dívida pública. A independência brasileira começava praticamente sem fundos. Sob D. Pedro II, a situação 2 Papel-moeda emitido corresponde ao total de moeda legalmente existente na economia, cuja emissão foi autorizada pelo BC ou pelo Governo.

melhorou um pouco, devido ao aumento da produção industrial, ao café, e à construção de ferrovias e estradas, que permitiam um escoamento mais eficiente das riquezas. A desvalorização, porém, já era um mal crônico e as crises financeiras se sucediam. Só em 1911 - em plena República - é que o dinheiro brasileiro registrou sua primeira alta no mercado internacional. De lá para cá, muita coisa mudou na economia brasileira, inclusive a moeda, que trocou várias vezes de nome: ao réis sucedeu, em 1942, o cruzeiro (e as subdivisões em centavos), que em 1967 se transformou em cruzeiro novo, valendo mil vezes o antigo. Três anos depois, voltou a ser apenas cruzeiro, que 1986 passou a chamar-se cruzado, que em 1989 passou a chamar-se cruzado novo, que em 1990 voltou a chamar-se cruzeiro, que em 1993 passou a chamar-se

cruzeiro real, que por sua vez passou a chamarse em 1994 real.

1.2 - Tipos de Crédito Chamamos de produtos algumas operações de crédito realizadas por bancos, financeiras, administradoras de cartão de crédito, empresas de leasing, empresas de factoring e etc. Cada produto aqui apresentado tem suas características próprias, seja para cumprir determinação da legislação e/ou por necessidade de mercado. 1.2.1 Crédito Pessoal O crédito pessoal é uma linha de crédito oferecida por bancos e financeiras, independentemente do destino que for dado ao dinheiro. Portanto, é uma linha diferente do CDC (Crédito Direto ao Consumidor), que está vinculado à compra de bens específicos.

Para pedir este empréstimo, o interessado preenche um cadastro. E é a partir dele que a instituição financeira vai avaliar o nível de risco do cliente, para saber as possibilidades do cliente pagar corretamente ou ficar inadimplente. Muitos bancos/financeiras, com base no histórico do cliente, já têm linhas de empréstimo pessoal aprovadas previamente e informam o cliente através de correspondência sobre o crédito disponível. Se estiver interessado, o cliente usa a linha. A maioria das operações de crédito pessoal são realizadas com juros prefixados, o que resulta em prestações fixas, embora também existam operações com juros pós-fixados. O crédito desta linha, teoricamente, depende de uma avaliação de risco cuidadosa. Por isso os juros costumam ser menores do que

os praticados no cheque especial, no cartão de crédito e no CDC. O tomador também pode oferecer alguma garantia real ao banco, como imóvel ou carro, com o objetivo de reduzir o juro. Quanto menor o risco, menor deve ser esta taxa. 1.2.1.1 - Antecipação de Restituição do I.R. É um tipo de crédito pessoal sem comprovação de utilização. Linha de crédito que visa antecipar os valores a serem recebidos da Receita Federal, referente a restituição de valores do imposto de renda recolhidos. O público alvo são clientes dos bancos que optam junto a Receita Federal a receber sua restituição do Imposto de Renda através de conta corrente na instituição. Após a estabilização da moeda e a queda nos índices de inflação, as instituições

financeiras procuraram desenvolver produtos voltados para as operações ativas. Sem ter mais os altos ganhos nas operações passivas (captação de recursos), as instituições procuram gerar receitas com empréstimos e financiamento. Este produto é recente começou a ser comercializado mais ou menos 1998, inicialmente, por poucas instituições, hoje em dia, quase todas as grandes instituições oferecem este produto. Como o público alvo deste produto é composto por correntistas da instituição, a inadimplência tende a ser baixa. Além disto sabemos exatamente qual será o valor que o cliente irá receber, o que faz com que possamos adequar o valor que será liberado. Para realizar a operação a maioria das instituições exigem a apresentação do Recibo de Entrega da Declaração do Imposto de

Renda, onde consta qual será o banco que irá receber o crédito da restituição, além do valor dela. A maioria das instituições que oferecem o produto, limitam o prazo de quitação ao último do calendário da Receita Federal para a liberação dos lotes de restituição. Deve haver uma cláusula no contrato que indique o prazo máximo para a quitação da operação, pois a instituição corre o risco do cliente cair na malha fina e pode ser que a restituição dele demore muito para ser liberada, sendo assim o cliente terá que usar de outros recursos para quitar sua dívida. Os encargos, o valor principal, o IOF e a TAC são cobrados na quitação do contrato. As instituições, em sua maioria liberam até 80% do valor da restituição. Elas

também limitam o valor mínimo a ser financiado, em média R$ 100,00. 1.2.2 - Crédito Direto ao Consumidor É o financiamento destinado à aquisição de bens (qualquer produto de consumo e até viagens). Esta modalidade de crédito está presente em nosso dia-a-dia, quando compramos um bem durável e pagamos à prazo, na verdade estamos levando o bem e assumindo um financiamento com uma financeira ou banco. A instituição financeira paga à vista à loja e financia nossa compra. Nos casos de financiamentos de veículos (automóveis, motos, caminhões, motos, barcos, máquinas) o bem financiado fica como garantia do pagamento. Nesta situação dizemos que o bem está em alienação fiduciária.

O comprador passa usufruir imediatamente de um bem que será pago com sua renda pessoal. Em muitos casos, o próprio vendedor financia o cliente, mas, em escala cada vez maior, financeiras especializadas pagam ao vendedor e compram a dívida e também o risco de não-pagamento. O lucro da financeira é formado pelos juros cobrados do comprador. As financeiras, devido a necessidade de emitir uma parecer rápido sobre a solicitação do cliente, utilizam métodos informatizados de avaliação das propostas. Métodos estes baseados em dados estatísticos de perfil de um bom pagador. Através destes sistemas informatizados a financeira consegue em um tempo relativamente curto sabese se o cliente será ou não, um bom pagador. Além disto as empresas realizam checagens com as fontes informadas nas propostas, fontes como: referências pessoais, local de trabalho, referência bancária, experiência de crédito em outra empresa e etc.

As empresas/órgãos de informação, também são fontes de consulta, eles servem para verificar se o cliente está com dívidas no mercado ou não. 1.2.3 - Cheque Apesar do cheque ser uma ordem de pagamento à vista, a grande utilização deste no mercado como meio de pagamento à prazo, faz com que para efeito de estudo, ele seja colocado como um produto de crédito. Não é novidade alguma que a necessidade da venda de mercadorias e serviços, faz com que o empresário ou micro-

empresário seja cada vez mais ágil. Ele necessita vender rapidamente e de preferência não colocando obstáculos para seus clientes. O cheque se mostrou como o instrumento ideal para suas vendas à prazo (o famoso cheque pré-datado ). O cheque pré-datado, a rigor, não é uma operação de crédito. O consumidor parcela uma compra, dando como garantia os cheques pré-datados, mais porque tem maior facilidade nesta operação do que com o preenchimento de uma ficha cadastral completa para financiar a compra à prazo. É por esta facilidade que o cheque-pré é uma das modalidades preferidas no parcelamento das compras. De fato, é uma relação de confiança entre o consumidor e o varejista. Mas não está previsto na Lei este tipo de instrumento. Para todos os efeitos, o cheque é sempre um pagamento à vista. Tanto que se o varejista

apresentar o cheque antes da data de vencimento, o documento é descontado normalmente. E se não houver fundos, o cheque é devolvido e o consumidor vai ter todos os problemas como qualquer outro emissor de cheque sem fundo. No entanto todos devem tomar seus cuidados ao receberem um pagamento em cheque, seja ela pré-datado ou à vista. 1.2.4 - Cheque Especial É um contrato assinado entre o cliente e uma instituição financeira, com o qual o cliente tem disponibilizado em sua conta corrente um limite de crédito, que permite saques e movimentações à débito, além do seu saldo disponível. Destina-se a cobertura de eventuais saldos devedores. O público alvo é pessoa físicas e jurídicas. Alguns bancos oferecem um período de graça para a utilização do limite de

crédito sem a cobrança de juros. Este período varia de 10 até 13 dias. Se o cliente cobrir o saldo devedor durante este período ele não paga juros, paga somente o IOF. A utilização é de forma automática, ou seja basta a emissão de um cheque, uma retirada com cartão magnético, um débito automático de qualquer conta ou qualquer outro meio permitido pelo banco, de movimentação da conta. Para a instituição financeira é um excelente instrumento mercadológico. Como toda a operação de crédito tem riscos e nesta operação específica existe mais um risco, o banco tem que destinar uma grande quantidade de recursos para atender as retiradas dos clientes. As retiradas podem ser automáticas, por isto fica difícil para o banco prever o valor correto, este produto afeta sensivelmente as

reservas bancárias. É um produto crédito que por suas características possui uma das taxas de juros mais caras. 1.2.5 - Conta Garantida É um contrato de abertura de crédito na modalidade rotativo, que é concedido pelos bancos aos seus clientes, após análise de crédito. Ao cliente, pessoa física ou jurídica é destinado um limite na instituição financeira, este limite pode ser utilizado de forma automática através das diversas maneiras que atualmente existem de movimentar um conta corrente (cheque, cartão magnético, transferência via micro, via telefone etc.) Sendo assim, quando não houver mais saldo positivo em conta corrente do cliente, a instituição financeira passar a liberar recursos ao cliente de

maneira automática, até o limite pré estabelecido. O cliente paga encargos e IOF sobre os recursos utilizados e pelo tempo que ele utilizou. Algumas instituições trabalham com cheques pré-datados como garantia da operação, o cliente entrega os cheques ao banco e este vai realizando os depósitos de acordo com a data de apresentação negociada entre os clientes da empresa. Sendo assim os depósitos dos cheques vão abatendo o saldo devedor da conta garantida e o tomador só paga juros sobre o limite utilizado. 1.2.6 - Desconto de Cheques (Factoring) A instituição financeira adianta recursos ao cliente e recebe como garantia cheques pré-datados. Possibilita ao cliente

receber adiantado o resultado de suas vendas à prazo. O público alvo são pessoas jurídicas que vendem seus produtos aos clientes, sejam eles pessoas físicas ou jurídicas, utilizando na modalidade de crédito o cheque pré-datado. Esta operação é muito praticada pelas empresas de factoring, sendo uma das suas principais operações. Deve-se tomar alguns cuidados nesta operação, pois apesar de ser uma operação com grande possibilidade de oferecer uma boa rentabilidade alguns cuidados devem ser tomados. Cada empresa ou instituição encara o risco de uma maneira, algumas em busca de maior retorno aceitam correr maiores riscos. Cada administrador deve conhecer bem o seu negócio e optar por ser mais ou menos conservador em relação ao crédito. Estas dicas são somente um parâmetro que é utilizado por algumas empresas/instituições no mercado.

Não aceitar cheques de fora da praça de onde está ocorrendo a operação (devendo levar em consideração as áreas urbanas com influência em outros municípios. Exemplos: Rio de Janeiro em relação a Niterói. São Paulo em relação as cidades do ABCD.). Não aceitar cheques de pessoas jurídicas (esta medida depende do público alvo que a empresa/instituição atende). Aceitar somente cheques chamados especiais. Consultar os cheques, por amostragem, junto a empresas de informação comercial para verificar a incidência de restrições Somente aceitar cheques de contas aberta há mais de 1 ano. Evitar concentração de valores em poucos clientes. Como já foi dito anteriormente, os cuidados que devem ser tomados dependem do risco que cada empresa ou instituição está disposta a correr. Outro fator de impacto poder ser a dificuldade de realizar determinadas medidas. Para se verificar se o cliente tem mais de um ano de conta ou se o cheque é especial é necessário que os cheques sejam manuseados um por um. O que demanda tempo e mão-de-obra.

Medidas mais conservadoras também podem causar um grande impacto comercial junto aos clientes. Para que este produto tenha um melhor aproveitamento tanto em relação a sua rentabilidade quanto ao grau de exposição ao risco é indispensável que a operação seja mais automatizada possível. Existem empresas de informática que comercializam sistemas que oferecem amplas possibilidades de administração de sua carteira de cheques. Os sistemas possibilitam verificar quase tudo. Eles podem lhe dizer qual é banco e/ou qual é a agência bancária que teve maior número de cheques apresentados. Você pode verificar a inadimplência por estes critérios também. Os sistemas podem calcular pelo número de cheques apresentados, qual seria a amostragem ideal para consultar as empresas de informação comercial. 1.2.7 - Cartões de Crédito São também uma forma de crédito direto ao consumidor. É um cartão de plástico emitido por uma administradora de cartões que tem como finalidade servir como meio de pagamento.

O cartão de crédito apresenta muitas vantagens para todos os envolvidos na operação, seja o emissor do cartão, o usuário ou o estabelecimento credenciado que aceita o cartão como meio de pagamento. As vantagens do cartão para o usuário - permite que o usuário tenha um limite de crédito pré estabelecido e automático para seu uso de acordo com suas necessidades. O cliente passa por uma única análise de crédito ao aderir ao sistema de cartão de crédito. O cliente pode optar pelo pagamento rotativo ou pelo parcelado de suas comprar ou ainda optar por quitar o valor total de suas despesas. E para o estabelecimento - que se credencia junto a uma administradora de cartões de crédito tem como principal vantagem (em relação ao crédito) a transferência das rotinas de concessão de crédito para a administradora, pois o único risco que ele fica exposto ao receber um pagamento em cartão é se este constar na lista de impedidos e o responsável pela transação não realizar a consulta, mas mesmo assim com a informatização dos

processos de consulta cada vez mais ampliados, este risco diminui muito. O cartão de crédito pode ser emitido para ser utilizado unicamente no Brasil ou para ter uso Internacional. O cartão pode ser emitido para pessoas físicas ou pessoas jurídicas. Existem cartões que não estipulam limite de crédito, mas aprovam as despesas através do perfil econômico, recursos pessoais, padrão de gastos e histórico de pagamento. 1.2.8 Leasing Também chamado de arrendamento mercantil. Consiste basicamente na cessão para a utilização, mediante um contrato, de um bem por uma empresa

(arrendador) a um terceiro (arrendatário) durante um determinado prazo. 1.2.8.1 - Tipos de Leasing Leasing Financeiro Finame Leasing Leasing Operacional Leasing para Pessoas Físicas 1.2.9 - Crédito Imobiliário Constitui o financiamento de casa e apartamentos. Envolve pouco risco, pois em geral o imóvel é garantia do empréstimo, sob forma de hipoteca.

1.2.10 - Crédito ao Governo Baseia-se na expectativa de que os impostos futuros sejam capazes de cobrir o valor do empréstimo e seus juros. Em geral, o governo obtém crédito por meio da emissão de títulos de dívida pública negociáveis (como as ORTNs). Já o financiamento de obras de infraestrutura, como estradas e usinas é conseguido junto a órgãos internacionais (como o BIRD) e a consócios de bancos de grande porte. 1.2.11 - Crédito à Produção Baseia-se na suposição de que será pago por si mesmo, isto é, o investimento gerará meios necessários para o pagamento da dívida, seus encargos e ainda sobrará algo para

o lucro. Os créditos à produção podem ser a curto prazo (crédito comercial) ou longo prazo (crédito de investimento). O crédito comercial, para pagamento em 30 a 129 dias, serve, na maioria dos casos, para a formação do capital de giro da empresa. O crédito de investimento, a longo prazo, com vencimentos previstos para alguns anos, tem o papel de desenvolver determinadas áreas, inclusive proporcionando recursos para a pesquisa tecnológica. 1.2.12 - Crédito Rural O crédito rural disponibiliza recursos financeiros para a aplicação exclusiva em atividades agrícolas e pecuárias. É feito a

médio prazo (vencimento em um ano ou mais) e empregado na compra de insumos e implementos. O governo tem criado carteiras agrícolas, tanto nos bancos particulares como nos estatais, a juros subsidiados, com a intenção de desenvolver o setor. São várias as modalidades de crédito rural: Comercialização agrícola - recursos para o beneficiamento e a estocagem dos produtos, tendo que estes produtos devem ser negociados em um prazo determinado após a liberação dos recursos. Comercialização de produtos oriundos da atividade pecuária - funciona exatamente como a modalidade de comercialização agrícola.

Investimento agrícola e pecuário - são recursos destinados aos investimentos fixos e semi-fixos para estas atividades. Custeio agrícola e pecuário - são recursos que procuram atender o ciclo operacional destas atividades. 1.2.12.1 - Títulos de Crédito Rural Cédula Rural Pignoratícia Cédula Rural Hipotecária Cédula Rural Pignoratícia e Hipotecária Nota de Crédito Rural Nota Promissória Rural Duplicata Rural

Capítulo 2 - Análise de Crédito A análise de crédito consiste em atribuir valores à um conjunto de fatores que permitam a emissão de um parecer sobre determinada operação de crédito. Para cada fator individual emitimos um valor subjetivo (positivo ou negativo) para este. Se o conjunto de fatores apresentar valores positivos em maior número que os negativos, a tendência é que o parecer seja favorável a concessão do crédito. O processo de concessão de crédito para pessoas físicas ou jurídicas é muito parecido, todos tem um fluxo bem semelhante. A pessoa física tem sua fonte de renda e suas despesas que podem ser de curto ou longo prazo. Ela tem que tentar fazer com que sua

receita seja suficiente para honrar suas despesas. Muitas vezes a falta de controle, o surgimento de despesas imprevistas ou outros fatores, fazem com que exista a necessidade de se buscar um suprimento de dinheiro extra para preencher esta lacuna aberta em seu orçamento. Nesta situação é que surge o profissional de crédito com a missão de analisar se este proponente merece que a empresa/instituição conceda à ele os recursos que necessita. São diversos os fatores, e, estes, nos possibilitam ter uma idéia do provável comportamento do cliente. Estaremos analisando o seu passado e tentaremos prever seu comportamento futuro. Tentando assim só conceder crédito aos que demonstrem maiores e melhores chances de honrar seus compromissos.

Outro fator de vital importância são as garantias. Apesar de não devermos realizar qualquer operação de crédito baseada somente nas garantias, estas são um fator fundamental na análise do crédito, pois elas podem nos dar a certeza de no caso de um sinistro, nosso capital investido terá um retorno mais rápido. A análise de crédito conta com a informática como instrumento de precioso auxílio. É possível, com uma grande base de dados estatísticos, saber o perfil de um provável bom pagador. Não podemos esquecer das informações que são obtidas pela checagem e pela análise dos documentos apresentados pelo tomador que deseja realizar uma operação de crédito.

Todos estes fatores permitem que a análise de crédito seja possível com maior segurança. Como veremos nos tópicos a seguir. 2.1 - Ficha Cadastral A ficha cadastral é o ponto de partida para uma análise de crédito, nela devem estar contidas as informações que irão permitir a emissão de um parecer sobre uma operação de crédito. Todas as informações pedidas na ficha cadastral devem ter uma utilidade, ou seja, se a informação não vai servir para auxiliar a emissão do parecer, não deve ser posta na ficha cadastral. Na ficha cadastral poderá ou não estar incluída uma proposta de crédito. A proposta de crédito, mesmo tendo campos em