TÍTULO DO TRABALHO 25 a 28 de novembro de 2014 Câmpus de Palmas ERA UMA VEZ...: REPRESENTAÇÕES DA TEMÁTICA HOMOAFETIVA NA LITERATURA INFANTIL BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA LEITURA DE O GATO QUE GOSTAVA DE CENOURA, DE RUBEM ALVES Letícia Carvalho Martins Letícia Carvalho Martins¹; Flavio Pereira Camargo 2 ; 1 Aluno do Curso de Letras; Campus de Araguaína; e-mail: leticia_martins20@mail.uft.edu.br PIBIC/CNPq, PIBITI/CNPq ou PIBIC/CNPq/AF ou PIBIC/UFT ou PIVIC/UFT 2 Orientador(a) do Curso de Letras; Campus de Araguaína; e-mail: camargolitera@uft.edu.br RESUMO Nesta comunicação, temos como objetivo apresentar nossa proposta de pesquisa de Iniciação Científica na temática de O gato que gostava de cenoura, de Rubem Alves, que tem como foco analisar questões diversas relacionadas ao gênero, à sexualidade e às identidades sexuais na literatura infantil brasileira contemporânea, com o intuito de demonstrar: que as representações de gênero e de identidades sexuais, em nossa sociedade, geralmente são balizadas por uma concepção essencialista ou fixa da identidade; que as identidades sexuais não são fixas e estáveis, pelo contrário, elas são cambiantes e estão em constante processo de construção. Além de toda a importância que se tem o assunto quando se envolve o mundo da Literatura Infantil. Dito isto, esta pesquisa se justifica justamente em decorrência de uma necessidade de analisarmos, na literatura infantil produzida nas últimas décadas, como ocorrem essas representações de gênero, de identidade e de diversidade sexual, e como elas têm ou não sido abordadas na e pela escola, assim como a implicação das práticas discursivas de subjetivação no ambiente escolar. Palavras-chave: Gênero; diversidade sexual; Literatura Infantil INTRODUÇÃO Página 1
A presente pesquisa tem como objetivo nos inserir no mundo da literatura infantil brasileira de temática homoafetiva. Um tema que, na contemporaneidade, vem chamando a atenção de vários setores da sociedade, mas, ainda, é considerado espinhoso por parte dos leitores. Para esta pesquisa, delimitamos como corpus literário a narrativa infanto-juvenil O Gato que gostava de cenoura de Rubem Alves, que ainda estamos analisando, neste segundo momento de nossa pesquisa, pois a primeira parte foi destinada ao levantamento de bibliografia, à leitura, ao fichamento e às discussões nos grupos/encontros de pesquisa com o orientador. No relatório parcila foi apresentada a análise da referida obra, mas uma discussão introdutória sobre aspectos diversos referentes à leitura literária e à formação do leitor, e neste Relatório Final discutiremos sobre os aspectos apresentados anteriormente, desenvolvendo uma linha direta entre as referencias bibliográficas apresentadas e o Livro objeto desta pesquisa. MATERIAL E MÉTODOS A proposta de nossa investigação teve como procedimento para o seu desenvolvimento uma metodologia de pesquisa a partir de levantamento bibliográfico, teórico e crítico, seguido de leitura e análise de obras literárias. Para alcançar nossos objetivos, a pesquisa foi realizada em quatro fases: 1ª) leitura e seleção do corpus literário a ser analisado; 2ª e 3ª) levantamento da bibliografia teórica e crítica, seguido de leitura e fichamento dos textos; 4ª) análise do corpus literário. Os resultados finais serão apresentados em eventos regionais, nacionais e internacionais, assim como seus resultados poderão ser publicados em livros ou em periódicos especializados com Qualis/CAPES. RESULTADOS E DISCUSSÃO O estudo realizado a partir da leitura de O Gato que gostava de cenoura de Rubem Alves, foi analisado diante dos aspectos literários de vários autores, partindo da premissa de que a literatura infantil vem tomando espaço não só no meio escolar, mas também no meio social e cultural da criança em sociedade. Página 2
A presente pesquisa vem como intuito de nos apresentar ao mundo da literatura infantil brasileira homoafetiva, de forma que nos remete a um universo contemporâneo, mas, ainda receoso e muitas vezes incompreendido. A temática abordada é do Livro O Gato que gostava de Cenouras de Rubem Alves, onde se conta a história de Gulliver um gatinho com gostos peculiares e não aceito pelos demais gatos, conta ainda toda sua dificuldade, confrontado com seu mundo felino, Gulliver se vê sozinho em seu gosto estranho. Buscou-se confrontar vários autores no que tangem o assunto, a literatura infantil e a homoafetividade. O ensino da literatura tem enfrentado uma verdadeira crise nos últimos anos. É fato facilmente verificável que os jovens cada vez se afastam mais do livro em busca de outros recursos de apreensão do mundo, mais modernos e atrativos, como a televisão e, principalmente, o computador. A literatura em suas várias faces vem se atualizando e se fazendo cada vez mais presente na vida não só do acadêmico, mas também com o incentivo na escola, os alunos da educação básica podem ter acesso a grandes obras e assim fazer parte do mundo literário. O desinteresse ainda é uma barreira encontrada, mas que com o tempo pode ser sanada se observada desde o principio, ou seja, se o aluno tiver contato com a leitura desde sua iniciação na escola a possibilidade deste se interessar pela leitura é sem dúvida muito maior. A literatura infanto-juvenil vem sendo objeto de estudo por diversos especialistas, principalmente nas últimas décadas. Zilberman (2003) destaca que desde os primórdios as crianças propriamente ditas não eram vistas como crianças, e sim como seres pertencentes ao mesmo mundo em que os adultos estariam inseridos. Somente a partir dos séculos XVII e XVIII é que se viu uma necessidade de separar as crianças dos adultos, sobretudo com a ascensão da família burguesa e com a mudança de concepção atribuída à infância e à criança, como um ser em processo de formação, que necessita de cuidados especiais. LITERATURA CITADA Página 3
ALVES, Rubem. O gato que gostava de cenoura. São Paulo: Loyola, 1999. ARAÚJO, Rubenilson Pereira de. CAMARGO, Flávio Pereira. Gênero, Sexualiade e Currículo: um estudo de caso de práticas discursivas de subjetivação no ambiente escolar. In: Tecido de Leituras sobre a linguagem, Identidade e cultura: Perspectivas Literárias, Linguísticas e educacionais. Goiânia: Ed, da PUC Goiás, 2011. p. 23 CANDIDO, Antonio. O direito à literatura. In:. Vários Escritos. Rio de Janeiro: Ouro sobre azul; São Paulo: Duas Cidades, 2004. p. 169-191 CHARTIER, Anne Marie. Que leitores queremos formar coma a Literatura infantojuvenil?. In: PAIVA, Aparecida; MARTINS, Aracy; PAULINO, Graça; VERSIANI, Zélia (Org.). Leituras Literárias: discursos transitivos. Belo Hozizonte: Ceale; Autêntica, 2008. p. 127-144 PAIVA, Aparecida. A produção Literária pra crianças: Onipresença e ausência das temáticas. In: PAIVA, Aparecida; SOARES, Magda (Org.). Literatura Infantil: políticas e concepções. Belo Horizonte: Autêntica, 2008. p. 35-52 PAULINO, Graça. Livros, críticos, leitores: trânsitos de uma ética. In: Paiva, Aparecida; PAULINO, Graça; VERSIANI, Zélia (Org.). Literatura e letramento: espaços, suportes e interfaces o jogo do livro. Belo Horizonte. Autêntica, 2007. p. 13-20 POCAHY, Fernando. Gênero e Sexualidade na Escola: Desafios para a Educação como prática reflexiva de liberdade. In: Gênero, Sexualidade e Direitos: Construindo Pólíticas de Enfrentamentos ao Sexismo e a Homofobia. Palmas, 2012. p. 26 TURCHI, Maria Zaira. Uma aposta na esperança: ética e valores na constituição do sujeito. In: CECCANTINI, João Luís; PEREIRA, Rony Farto (Org.). Narrativas juvenis: outros modos de ler/organizar. São Paulo: Editora UNESP; Assis: ANEP, 2008. p. 211-223 Página 4
STEINER, George. Linguagem e Silencio: ensaios sobre a crise da palavra. Tradução de Gilda Stuart e Felipe Rajabally. São Paulo: Companhia das Letras, 1988. ZILBERMAN, Regina. A literatura na escola. São Paulo: Global, 2003. p.14-59 AGRADECIMENTOS Primeiramente a Deus e a grande ajuda dada pelo meu Orientador Profº Flávio Pereira Camargo, que deu todo suporte para que o trabalho fosse findado. "O presente trabalho foi realizado com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico CNPq Brasil" Página 5