Nome do autor Pró-Reitoria de Graduação Curso de Educação Física Projeto de Pesquisa TCC II TÍTULO DO PROJETO MOTIVAÇÃO EM ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL PARA A PARTICIPAÇÃO NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA Projeto de pesquisa apresentado ao prof. como requisito parcial para a obtenção de nota na disciplina do curso de das Faculdades Integradas de Patos FIP. Orientador(a): Autor:João Gabriel Pessoa Pinheiro / Valéria Assunção Campos Orientador:Prof. MSc Carlos Ernesto Patos Ano ano Brasília - DF 2014
João Gabriel Pessoa Pinheiro Valéria Assunção Campos MOTIVAÇÃO EM ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL PARA A PARTICIPAÇÃO NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA Projeto de Pesquisa apresentado a Disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso II, EDUCAÇÃO FÍSICA - LICENCIATURA, como requisito parcial para a avalição da disciplina no Semestre 2014/1. Orientador: Prof. MSc Carlos Ernesto Assinatura do orientando Assinatura do orientando Assinatura do orientador Brasília DF 2014
1. INTRODUÇÃO Na Educação Física é necessário descobrimos por qual motivo os alunos freqüentam as aulas, o valor que a elas atribuem e o que os fazem sentir atraídos ou não por elas a fim de desencadear, a partir deste estudo, novas perspectivas por parte dos alunos envolvidos no processo educacional, criando novos conceitos a partir de uma reflexão de suas práticas pedagógicas e, assim, contribuir para que a Educação Física venha, de fato, se tornar naquilo que a Lei de Diretrizes e Bases de 1996 descreve, que, além da obrigatoriedade, em seu inciso IV do Art. 27, trata dos conteúdos da educação física como sendo os de promoção do desporto educacional e apoio às práticas desportivas. A partir da vivência pedagógica no ensino fundamental, verificamos que há um grande desinteresse dos alunos pela efetivação da Educação Física sob essa perspectiva da LDB. Estudos de Chicati (2000), verificou-se que as aulas não estão sendo motivantes pois são conteúdos do ensino fundamental ao ensino médio são sempre os mesmos. Lovisolo (1995) mostra que a Educação Física é a disciplina que os alunos mais gostam, entretanto aparece em sétimo lugar quanto a sua importacia. Assim, torna-se necessário estimular a prática regular de exercício físico, o que, por sua vez, pode auxiliar no processo de aprendizagem escolar como forma complementar a outras disciplinas e melhorar aspectos físicos, além do cognitivo, dentre outros. De acordo com os estudos de Guiselini (2004) a prática regular pode trazer diversos benefícios para a saúde como a melhora da qualidade de vida, o combate à depressão e à ansiedade, além de melhorar a capacidade respiratória e cardiovascular dos alunos. Ademais, as aulas de Educação Física devem obedecer e respeitar as fases de crescimento e desenvolvimento dos adolescentes, e aliadas a uma prática de exercícios bem orientados, concorrer para a formação do caráter e para a personalidade desses jovens. A Educação Física é um componente curricular obrigatório na educação básica, conforme prevê a LDB, A Educação Física integrada à proposta sociológica da escola, é componente curricular da educação básica, ajustando-se as faixas etárias e as condições da população escolar, sendo facultativa nos cursos noturnos. (LDB, 1996, Art. 26). Diversas vezes a sociedade ignora o verdadeiro sentido da educação física e desvincula a prática da teoria, ou subestima seu valor. Percebe-se, então, que a sociedade cultua cada vez mais o corpo, e nem sempre cultiva hábitos saudáveis aliados à prática regular de exercícios físicos. E, se houver uma Educação Física bem orientada para esses aspectos, certamente, haverá melhor proveito
desse espaço, uma vez que as aulas de Educação Física devem atribuir importância tanto aos exercícios na vida diária quanto à adoção de hábitos saudáveis. Por outro lado, o conteúdo e o esporte a serem praticados pelos alunos dependem, em parte, de algumas características do professor para promover tais práticas e do interesse dos alunos. Aspectos como personalidade, experiências, ambiente fora da escola, família, influenciam os alunos na participação das aulas. E, muitas vezes, o professor não leva isso em consideração. Alguns professores não levam em conta fatores culturais, afetivos, econômicos e não possuem uma visão clara das necessidades e das fases de desenvolvimento dos alunos tornando-os desmotivados para as aulas. Diversos teóricos apresentam significados para a palavra motivação. Para Magill (1984) significa uma causa que põe em movimento e Bugelsky (1956) afirma que: não é uma entidade ou força, mas uma expressão que se refere a uma grande variedade de condições que alteram as relações estímulo-resposta e ainda, segundo Gouveia (1997), a importância da mesma na compreensão da aprendizagem e do desempenho de habilidades motoras, tem um papel importante na iniciação, manutenção e intensidade do comportamento, ou seja, motivação é um conjunto de fatores e conceitos que determinam se a pessoa tem vontade ou não para realizar determinadas ações. Verificamos que na atualidade existe uma grande preocupação por parte dos professores nas aulas, pois existem muitos alunos que não participam por não ter interesse e se sentem desmotivados com o assunto apresentado. Assim, as aulas de educação física oferecem poucos momentos em que se podem trabalhar coordenação, agilidade e aspectos afetivos. Nesse caso, o professor deve atuar como agente, deve ser o meio de ligação e apresentar estímulos necessários para o bom rendimento da aula. Assim, a intenção desse estudo com adolescentes surgiu pela necessidade de observar a participação dos alunos nas atividades e verificar se os mesmos gostam dos conteúdos propostos ou participam das aulas apenas pela avaliação da escola, que deve proporcionar ao aluno uma formação que seja capaz de agregar valores, e um crescimento critico aos estudantes. Por fim, a Educação Física deve capacitar os alunos a tratar dos assuntos esportivos nas mais diversas condições, dentro e fora do ambiente escolar, para que tenham condições de criar situações de modo crítico (MATTOS; NEIRA 2000). Com base nessas informações este estudo tem como objetivo avaliar o nível motivacional dos estudantes do ensino fundamental nas aulas de educação física.
2. OBJETIVOS 2.1 Geral Avaliar o nível de motivação dos estudantes do ensino fundamental quanto à participação nas aulas de educação física. 2.2 Específicos Comparar a motivação entre estudantes que cursam o sexto e sétimo ano do ensino fundamental na participação das aulas de educação física; Diagnosticar por meio de quadros comparativos os motivos que levam os alunos a gostar e a não gostar das aulas de Educação Física.
3. MATERIAIS E MÉTODOS 3.1 Amostra A mostra desse estudo foi formada por 70 crianças de 12 a 14 anos dos sextos e sétimos anos do ensino fundamental que participam das aulas de Educação Física. 3.2 Nível de Motivação Foi utilizado um questionário adaptado de Gill et al. Apud Okubo (2003) para o ambiente escolar, no qual foram respondidas pelos alunos das sextas e sétimas séries que participam das aulas de educação física visando coletar dados quantitativos e qualitativos sobre a motivação desses alunos. O questionário é constituído de 16 questões de múltipla escolha. 3.3 Local do Estudo Estudo realizado em uma escola da rede particular localizada na cidade de Taguatinga-DF. 3.4 Instrumentos e procedimentos de coleta de dados Questionário adaptado de Gill et al. Apud Okubo (2003) composto de 16 questões adaptadas divididas em 8 categorias: Status ( 03 e 09), Equipe (07 e 13), Forma Física ( 05 e 10), Energia Liberada ( 04 e 11), Outros/Situacionais ( 14 e 16), Habilidades ( 01 e 08), Amigos ( 02 e 12) e Diversão ( 06 e 15). As crianças serão levadas para uma sala de aula onde serão orientadas a responder o questionário durante a aula semanal de educação física. 3.5 Riscos e Benefícios do Estudo O estudo não oferece nenhum risco físico nem psicológico para os voluntários. Os benefícios, por outro lado, consistem na utilização dos dados como fundamento de novas práticas de Educação Física voltadas para a formação integral do ser humano.
3.6 Análise Estatística Para análise dos dados foi utilizado um escore de respostas que em seguida será convertida em porcentagem de resposta comparando uma turma a outra no mesmo gráfico. Para o desenvolvimento dos gráficos foi utilizado o programa Excel for Windows XP. 3.7 Resultados e Discussão A seguir os gráficos e tabelas apresentando os resultados realizados com o que foi objetivado nas etapas anteriores. Tabela 1 Categorias Extremamente Bastante Pouco Nada 6º Ano 7º Ano 6º Ano 7º Ano 6º Ano 7º Ano 6ºAno 7º Ano Status 43,33% 37,5% 25% 28,75% 13,33% 28,75% 5,0% 5,0% Equipe 50% 58,75% 31,66% 31,25% 10% 10,00% 0,00% 0,00% Forma Física 45% 46,25% 35% 35,00% 13,33% 11,25% 0,00% 0,00% Energia Liberada 51,66% 43,25% 31,66% 31,66% 16,67% 15,00% 0,00% 0,00% Habilidades 51,66% 37,5% 35% 33,33% 13,33% 21,25% 1,25% 1,25% Amigos 41,66% 66,25% 26,66% 35,00% 18,33% 8,75% 1,25% 1,25% Diversão 55% 51,25% 26,66% 26,66% 11,66% 13,75% 6,25% 6,25% Outros 35% 63,75% 33,33% 26,66% 21,67% 2,5% 0,00% 0,00%
Com relação aos alunos do 6º ano, podemos verificar que as categorias mais expressivas como diversão, habilidades e energia liberada houve valores elevados no item Extremamente. Na categoria diversão com 55%, vemos que os alunos acreditam que realizar atividades mais divertidas, estar alegre, interagir com os colegas são fatores determinantes e torna as aulas muito mais prazerosas não sendo somente esses os motivos, fatores como gosto pela aventura, novos desafios também. Scalon (1998) descreve em seus estudos que os adolescentes podem aprender e experimentar novos desafios de forma prazerosa e ter uma boa forma física é o mesmo significado de ter saúde. Na categoria Habilidades com 51%, os alunos consideram importante fazer algo em que tenha habilidade e melhorar elas ao longo das aulas. O estudo vai ao encontro com os resultados de estudos de Sene et. al. (2001), onde crianças e adolescentes gostam de desenvolver cada vez mais suas habilidades e gostam de desenvolver suas habilidades nas aulas de educação física Na categoria forma física com 45%, nos mostra que para os jovens ficar em forma e estar com boa aparência física, é muito importante. O alto percentual em forma física nos prova que os adolescentes são muito preocupados com a aparência e com o que os amigos vão pensar sobre isso. Scalon (1998) acredita que a mídia tem grande influência sobre os adolescentes, pois há uma valorização dos aspectos de ser forte e saudável. As outras categorias se mantiveram em equilíbrio, com o item outros (35%) sendo o item com menor porcentagem. Este item trata das questões do gosto pelos professores e do gosto em usar materiais, sendo assim os alunos não se interessam ou se importam com a quantidade ou qualidade dos materiais, pelo fato desse item ser um pouco confuso, acreditamos
que os alunos não deram tanta importância a ele, optando por itens que aparentemente chamam mais atenção na hora do questionário. Com relação aos alunos do 7º ano, verificamos que as categorias Amigos, Outros e Equipe se destacaram no item extremamente importante. O item amigos com 66,25%,nos mostra que os alunos consideram muito importante a presença de amigos e colegas nas aulas de educação física, consideram fazer novas amizades e competir contra os amigos. Kobal (1996) afirma que as aulas de educação física podem colaborar para que haja uma socialização adequada por meio dessas estratégias específicas. Na categoria Outros com 63,% vemos que houve um valor considerável comparado aos alunos do 6º ano. Nesse item vemos que os alunos consideram de grande importância motivacional o uso de materiais e o gosto pelo professor, ou seja, a quantidade e a qualidade dos matérias nas aulas, os métodos utilizados pelo professor são fatores importantes para esses alunos manterem a motivação para a prática nas aulas. A terceira com maior porcentagem foi o item Equipe com 58%. Os alunos consideram que pertencer e trabalhar em equipe são importantes aspectos motivacionais para a prática nas aulas e acreditamos que trabalhar em equipe e o espírito de equipe é um fator primordial para os alunos e uma grande ferramenta de trabalho motivacional e pedagógico, podendo inserir aspectos no dia a dia desses alunos. Os itens com a menor porcentagem foram Status e Habilidades com 37,5% com destaque para o item Habilidades, onde a diferença entre os alunos do 7º e 6º anos foi significativa mostrando a diferença de pensamentos dos alunos, o sexto ano se importa em priorizar diversão nas aulas enquanto o sétimo ano prioriza aspectos afetivos nas aulas, como manter as amizades e trabalhar em equipe..
Extremamente Tabela 2 Escore de respostas Bastante Pouco Nada 6º Ano 7º Ano 6º Ano 7º Ano 6º Ano 7º Ano 6ºAno 7º Ano Status 26 30 15 23 11 23 8 4 Equipe 30 47 19 25 6 8 5 0 Forma Física 27 37 21 34 8 9 4 0 Energia Liberada 31 37 19 31 10 12 0 0 Habilidades 21 30 20 32 13 17 6 1 Amigos 31 53 21 19 8 7 0 1 Diversão 25 41 16 23 11 11 8 5 Outros 33 51 16 27 7 2 4 0 Na tabela número 2, vemos a quantidade de respostas obtidas em cada pergunta e vemos a diferença existente entre as duas turmas. Podemos verificar que a categoria que houve a maior diferença de respostas foi o item Amigos com 22 respostas de diferença no sub item Extremamente, nos mostrando a importância que os alunos dos sétimos anos dão aos amigos presente nas aulas e o item Outros com 18 respostas de diferença entre uma turma e outra. Vemos que com a diferença de apenas um ano, a maturidade dos alunos mudam, e as prioridades passam a ser outras.os alunos dos sétimos anos consideram mais importantes a presença de amigos nas aulas e bons
materiais, assim como o relacionamento com o professor e o professor em si enquanto os alunos dos sextos anos não consideram tão importante. A categoria com menor diferença entre os alunos no sub item Extremamente foi a categoria Status com apenas 4 respostas de diferença e a categoria Energia Liberada com 6 respostas de diferença. Isso mostra que apesar da diferença de idade, ambas as turmas priorizam e gostam de status em aula e principalmente liberar a maior quantidade de energia possível, mostrando a importância de aulas dinâmicas e agitadas.
3.8 Considerações Finais Após a análise e discussão dos resultados pode-se constatar que os principais aspectos motivacionais dos alunos dessa escola para a prática de Educação Física estão relacionados a Status, Forma Física, Amigos, habilidades e energia liberada. Vemos ainda algumas diferenças entre as turmas estudadas onde as prioridades para as aulas são diferentes. O aspecto lúdico, a preocupação corporal e trabalho em equipe são de suma importância que sejam trabalhadas nas aulas. As aulas se tornam prazerosas de acordo com o que apresentamos, pois conforme observado diversão produz prazer e automaticamente aumenta a motivação dos alunos. Podemos verificar que alunos de ensino fundamental gostam e investem muito em liberar energia e buscam sempre o grupo em que se identifica se preocupando muito com o seu corpo e imagem corporal que transmite aos colegas. Podemos concluir que a motivação desta escola é relevante em alguns aspectos, fatores como diversão e amizade são muito importantes para os alunos nos mostrando que a motivação intrínseca são mais importantes do que as extrínsecas, ou seja, os alunos consideram os fatores motivacionas internos mais relevantes que os externos. Para aprofundarmos mais nos estudos sobre motivação, sugerimos novos estudos no ensino fundamental, tornando o assunto mais rico podendo comparar estudos e comportamentos de diferentes escolas. Por fim a Educação Física escolar deve estar sempre de acordo com as características dos alunos, respeitando sempre a característica individual de cada um, assim podemos trabalhar as necessidades que os alunos precisam.
4. REFERÊNCIAS BRASIL. Lei LDB : de diretrizes e bases da educação: lei n. 9.394/96. CHICATI, K. C. Motivação nas aulas de Educação Física no ensino. Revista da Educação Física / UEM, Maringá, v.11, n.1, p.97-105, 2000. GOUVÊA, F. A motivação no esporte e o esporte: uma análise inicial. 1997. KOBAL, M. C. Motivação extrínseca e intrínseca na Educação Física. Campinas: Universidade Estadual de Campinas Faculdade de Educação Física, 1996. GUISELINI, MAURO. Aptidão física, saúde e bem-estar: fundamentos teóricos e exercícios práticos. São Paulo: Phorte, 2004. MATTOS, Mauro Gomes de; NEIRA, Marcos Garcia. Educação Física na adolescência: construindo o conhecimento na escola. São Paulo: Phorte Editora, 2000. GOUVÊA,F. (1997). A motivação e o esporte: uma análise inicial. Em M. A. Buriti. Psicologia do Esporte, Campinas: Alínea. MAGGIL, R. A. Aprendizagem Motora: Conceitos e Aplicações. São Paulo: Edgard Blucher, 1984. BUGELSKY, B.R. Psicologia da Aprendizagem. São Paulo: Cultrix, 1956. MATTOS, M. G.; NEIRA, M. G. Educação Física na adolescência: construindo o conhecimento na escola. São Paulo: Phorte, 2000. SCALON, R. M. Fatores Motivacionais que Influem na Aderência e no Abandono dos Programas de Iniciação Desportiva pela Criança. 1998. Dissertação (Mestrado em Ciências do Movimento Humano) - Escola Superior de Educação Física, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.
ANEXOS Questionário de Gill et al. Apud Okubo (2003)