Espécies migrantes neárticas registradas em área de cultivo de arroz irrigado no município de Doutor Pedrinho, Santa Catarina, Brasil Douglas Meyer¹ Resumo. Aves neárticas passam o período reprodutivo no hemisfério norte migrando para o hemisfério sul no período não reprodutivo atrás de melhores disponibilidades de recursos alimentares e descanso. O objetivo deste trabalho foi registrar a riqueza, sazonalidade e número de indivíduos das espécies de aves migratórias neárticas que realizam a parada anual em áreas de cultivo de arroz irrigado no município de Doutor Pedrinho, SC. Em 95 amostragens utilizando-se de transecções realizadas a pé entre abril de 2013 e março de 2018 foram registradas 15 espécies de aves migrantes neárticas com maior riqueza de espécies da família Scolopacidae. O registro de espécies pouco frequentes longe do litoral e de Calidris subruficollis que é considerado ameaçado de extinção no Brasil, indicam que a região do município é um importante ponto de parada para as aves migratórias neárticas. Novos estudos em áreas de cultivo de arroz irrigado distantes do litoral são necessários para subsidiar informações que possam ajudar na preservação das populações de aves migratórias durante seus ciclos anuais. Abstract. Nearctic birds spend the reproductive period in the northern hemisphere migrating to the southern hemisphere in the non-reproductive period, behind better available food resources. The objective of this work was to record the richness, seasonality and number of individuals of different Nearctic migratory bird species that perform the annual parade in inland areas of irrigated rice cultivation in the municipality of Doutor Pedrinho, SC. In 95 samples along transects carried out on foot between April 2013 and March 2018, 15 species of Nearctic migratory birds, with the highest species richness in the Scolopacidae family, were recorded. The record of infrequent species far from the coast and of Calidris subruficollis which is considered endangered in Brazil, indicate that the region of the municipality is an important stopping point for migrating Nearctic birds. Further studies in irrigated rice farmed areas far from the coast are needed to subsidize information that may assist in preserving migratory bird populations during their annual cycles. No Brasil segundo o Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos (Piacentini et al. 2015) existem 1919 espécies de aves, destas, 120 são consideradas visitantes ou migrantes. As espécies migrantes que percorrem longas distâncias são as que não têm período reprodutivo no Brasil, como exemplo as aves neárticas que passam o período reprodutivo no hemisfério norte migrando para o hemisfério sul no período não reprodutivo atrás de melhores disponibilidades de recursos alimentares e descanso (Sick 1997, Valente et al. 2011). As informações sobre espécies migrantes no Brasil estão principalmente relacionadas com o ambiente costeiro, deixando uma lacuna no conhecimento sobre os deslocamentos nas rotas continentais (Alves 2007, Grose & Cremer 2015). Diversos estudos já indicam que as áreas de cultivo de arroz são importantes locais de alimentação e descanso para espécies de aves residentes e migrantes (Dias & Burger 2005, Blanco et al. 2006, Crozariol 2008, 2011, Meyer 2015). Segundo Crozariol (2010) mesmo tendo as áreas de cultivo de arroz alterado o ambiente natural, o conhecimento da ocorrência das espécies de aves tem papel importante para auxiliar no desenvolvimento de produção de arroz mais sustentável e na preservação destas espécies. Este trabalho teve como objetivo registrar a riqueza, sazonalidade e número de indivíduos das espécies de aves migratórias neárticas que realizam a parada anual em áreas de cultivo de arroz irrigado no município de Doutor Pedrinho, Santa Catarina. Material e métodos O município de Doutor Pedrinho, com área de 374,628 km², apresenta uma população de 3.604 pessoas e está localizado no médio Vale do Itajaí, a 197 km da capital Florianópolis por via rodoviária (IBGE 2018, Prefeitura Municipal de Doutor Pedrinho 2018). No município a rizicultura é desenvolvida através da agricultura familiar em pequenas propriedades, onde a semente pré-germinada é semeada no solo coberto por uma lâmina de água. Para facilitar a mecanização o cultivo de arroz necessita de uma sistematização do terreno que envolve a construção de estradas para acesso do maquinário utilizado durante todo o cultivo, canais de irrigação e drenagem, a edificação de muros de taipa formando quadros retangulares cuja função é conter a água e regularização da superfície da área a ser cultivada (aragem, gradeamento e aplainamento) a fim de manter a lâmina de água uniformemente distribuída em todo o quadro (Dias & Burger 2005). Estas propriedades ocupam praticamente todas as áreas de várzeas de ambas as margens do Rio Benedito, Rio Forcação e Ribeirão Capivari. Juntas estas propriedades formam uma extensa área com 800 ha (IBGE 2018) propícias para alimentação das aves limícolas. As amostragens foram realizadas entre abril de 2013 e março de 2018 através de transecções escolhendo áreas de cultivo que apresentassem o solo adequado para a alimentação das aves limícolas. Os transectos foram realizados a pé com percurso entre 3 a 6 km e duração variando em função do número de indivíduos. Para a identificação das espécies e realização do censo Atualidades Ornitológicas, 204, julho e agosto de 2018 - www.ao.com.br 43
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I J K L M N O Figura 1. Aves migratórias neárticas registradas em área de cultivo de arroz do município de Doutor Pedrinho, SC. (A) Tringa flavipes, (B) Tringa melanoleuca, (C) Tringa solitaria, (D) Phalaropus tricolor, (E) Calidris melanotos, (F) Calidris fuscicollis, (G) Calidris himantopus, (H) Calidris subruficollis (Foto: Simone Silveira Meyer), (I) Actitis macularius, (J) Bartramia longicauda, (K) e (L) Limosa haemastica, (M) Pluvialis dominica, (N) Charadrius semipalmatus, (O) Hirundo rustica e (P) Petrochelidon pyrrhonota (Fotos: Douglas Meyer). P Atualidades Ornitológicas, 204, julho e agosto de 2018 - www.ao.com.br 45
dos indivíduos foram utilizados binóculos e câmera fotográfica Canon T3i onde, para evitar a recontagem de um mesmo indivíduo, o percurso seguiu uma única direção sem ocorrer a contagem no retorno. O índice de frequência de ocorrência (FO) foi calculado através da seguinte função FO= (Nai/Nta)*100, onde Nai representa o número de amostragens que certa espécie esteve presente e Nta o número total de amostragens. Resultados e discussão De abril de 2013 a março de 2018 foram realizadas 95 amostragens, que resultaram em um total de 15 espécies de aves migrantes neárticas (Figura 1), com maior riqueza de espécies da família Scolopacidae. Tringa flavipes (maçarico-de-perna-amarela, Scolopacidae): Espécie facilmente observada durante todos os anos amostrados, apresentando 60% de frequência de ocorrência e o maior número de indivíduos (748 indivíduos) no total das amostragens (Figura 2). Esta espécie é uma das primeiras a chegar no município, sendo a espécie que apresenta a maior escala temporal no município, podendo ser registrada do mês de agosto a abril (Figura 3), onde aparecem indivíduos solitários e bandos com até 45 indivíduos. Tringa melanoleuca (maçarico-grande-de-perna-amarela, Scolopacidae): Esta espécie foi encontrada durante todos os anos amostrados entre os meses de setembro e abril (Figura 3), porém, em menor frequência de ocorrência (35,8%) e número de indivíduos (183 indivíduos) que a anterior. Foram observados indivíduos solitários e em pequenos bandos com até 23 indivíduos. Tringa solitaria (maçarico-solitário, Scolopacidae): Espécie menos conspícua do gênero, aparecendo indivíduos isolados ou em pequenos bandos intraespecíficos de até seis indivíduos, e quando participa de bandos interespecíficos prefere os menos numerosos. A espécie apresentou uma frequência de ocorrência de 23,2% e 39 indivíduos, podendo ser registrada nas arrozeiras entre os meses de setembro e janeiro e ocasionalmente registrada nos meses de março e abril no percurso de volta junto com T. flavipes e T. melanoleuca. Phalaropus tricolor (pisa-n água, Scolopacidae): A espécie apresentou uma baixa frequência de ocorrência (10,5%) e apenas 17 indivíduos, indicando ser um visitante ocasional nas arrozeiras do município. Esteve presente apenas nos meses de setembro e outubro dos anos de 2013 a 2016, onde foi registrada em número de um, dois ou três indivíduos compondo bandos interespecíficos e em apenas uma ocasião compondo bando intraespecíficos com cinco indivíduos. Calidris melanotos (maçarico-de-colete, Scolopacidae): A espécie foi a segunda mais frequente durante as amostragens (47,4%) e também a segunda com o maior número de indivíduos encontrados (397 indivíduos). Facilmente registrada entre os meses de setembro e janeiro nos anos de 2013, 2015, 2016 e 2017. É uma das primeiras espécies a aparecer no mês de setembro juntamente com T. flavipes. O número de indivíduos é bem variável durante os anos amostrados em decorrência de interferência exterior como seca intensa ou enchentes, que causam Figura 2. Número acumulado de indivíduos e frequência de ocorrência de cada espécie registrados em 95 amostragens durante o período de abril de 2013 e março de 2018 em área de cultivo de arroz do município de Doutor Pedrinho. atraso na preparação do solo dos arrozais, resultando em queda brusca nos indivíduos que fazem a parada no município. A maioria não deve realizar a parada para alimentação e descanso quando não tem ambiente propício. Calidris fuscicollis (maçarico-de-sobre-branco, Scolopacidae): A espécie foi a terceira mais frequente no município com registro em 37,9% dos dias amostrados e também a terceira com o maior número de indivíduos (267 indivíduos). A espécie foi observada em duas ocasiões com bandos de 30 e 34 indivíduos, sendo mais frequentemente registrada com número de 2 e 15 indivíduos compondo bandos interespecíficos com C. melanotos e T. flavipes, durante os meses de setembro e dezembro dos anos de 2013 a 2017. Calidris himantopus (maçarico-pernilongo, Scolopacidae): Espécie rara no município com frequência de ocorrência de 3,2%, apresentando registro de dois indivíduos no mês de setembro de 2013, três indivíduos no mês de outubro deste mesmo ano e um indivíduo no mês de outubro de 2016. Calidris subruficollis (maçarico-acanelado, Scolopacidae): Espécie que vem apresentando declínio populacional, o que a classifica como quase ameaçada (NT) segundo a lista da International Union for Conservation of Nature (IUCN 2017) e vulnerável (VU) na lista de espécies ameaçadas do Brasil (ICMBio, 2014). É um visitante raro no município, apresentando registro de apenas um indivíduo alimentando-se em bando interespecífico com C. melanotos, C. fuscicollis e Pluvialis dominica no dia 29 de setembro de 2015. Actitis macularius (maçarico-pintado, Scolopacidae): Espécie rara no município apresentando registro de apenas um indivíduo no dia 21 de setembro de 2017, alimentando-se nas bordas das arrozeiras recém alagadas. Bartramia longicauda (maçarico-do-campo, Scolopacidae): Espécie rara no município, apresentando registro de apenas um indivíduo nos dias 27 e 28 de outubro de 2016 em área de capinzal nas estradas que dão acesso às arrozeiras. Limosa haemastica (maçarico-de-bico-virado, Scolopacidae): Espécie rara no município, apresentando registro de apenas um 46 Atualidades Ornitológicas, 204, julho e agosto de 2018 - www.ao.com.br
rem da segunda quinzena de agosto até o final de outubro, mantendo um mosaico de ambientes propícios para a alimentação das aves limícolas por um longo período de tempo. Segundo Dias & Burger (2005) a maioria das espécies de aves registradas em cultivo de arroz forrageia em áreas úmidas abertas com vegetação esparsa e com lâmina de água rasa. Contudo, alguns fatores podem atrasar a preparação do solo e o alagamento, como enchentes e secas prolongadas, coincidindo com o período de maior riqueza de espécies (setembro e outubro) onde, não encontrando locais com disponibilidade de recursos alimentares, as aves migratórias não realizam a parada para descanso e alimentação no município, interferindo no número de indivíduos encontrados a cada ano. Segundo Grose & Cremer (2015) no Figura 3. Riqueza acumulada de aves migratórias registrada por litoral norte de Santa Catarina o mês de mês em área de cultivo de arroz do município de Doutor Pedrinho. agosto marca o início da chegada das espécies neárticas, com maior número de espécies em novembro. No indivíduo no dia 16 de outubro de 2017, alimentando-se e acompanhando os movimentos de um indivíduo de Himantopus melanurus. (período de alagamento e semeadura) foram os principais meses município de Doutor Pedrinho os meses de setembro e outubro Pluvialis dominica (batuiruçu, Charadriidae): A quinta espécie mais frequente nos arrozais do município (27,4% das amosses de março e abril para o percurso da volta. Segundo Blanco et de chegada das espécies migrantes neárticas (Figura 3) e os metragens) e a quarta em número de indivíduos (240). A espécie al. (2006) o período de alagamento possui maior disponibilidade foi encontrada nos meses de setembro a dezembro de todos os de invertebrados aquáticos e suas larvas, que no sul do Brasil anos amostrados e no ano de 2018 dois indivíduos foram observados no mês de março. A espécie apresentou número de gada das espécies migrantes, resultando em uma maior riqueza coincide com a temporada de primavera/verão, período de che- indivíduos bem variável em cada ano, com o maior número de espécies. O único registro de Tringa flavipes no mês de agosto pode representar um jovem que não realizou a migração para nos meses de setembro e outubro. Nos anos de 2013 e 2017 foi registrado apenas um indivíduo enquanto em uma única amostragem em setembro de 2016 foi encontrado um grande bando Entre os meses de fevereiro e abril são registradas menos o hemisfério norte ficando na região durante o outono e inverno. com 54 indivíduos (Tabela 1). Quando a espécie compõe bandos espécies e poucos indivíduos, podendo caracterizar percursos interespecíficos com C. melanotos, C. fuscicollis e T. flavipes diferentes entre a vinda para o hemisfério sul e a ida para o hemisfério norte, fato já citado em Meyer (2015). Porém, durante parece ser a espécie nuclear, vocalizando com mais frequência e direcionando todo o bando nos deslocamentos entre as áreas parte deste período o arroz está cobrindo toda a área de cultivo de alimentação. e somente após a colheita as aves têm acesso ao solo onde, na Charadrius semipalmatus (batuíra-de-bando, Charadriidae): ausência de recursos alimentares, muitos indivíduos podem não Espécie rara no município, tendo sido registrado apenas um indivíduo alimentando-se junto com P. dominica no dia 5 de oupécies da Ordem Charadriiformes não são favorecidas com o fazer a parada no município. Segundo Crozariol (2008) as estubro de 2016. desenvolvimento do arrozal, visto que o arroz desenvolvido dificulta as táticas de forrageio destas aves de pequeno porte. Para Hirundo rustica (andorinha-de-bando, Hirundinidae): A espécie apresentou uma frequência de ocorrência baixa (9,5% Hirundo rustica e Petrochelidon pyrrhonota o desenvolvimento dos dias amostrados) e apenas 28 indivíduos foram observados do arrozal não interfere nas táticas de forrageio, pois capturam durante os meses de setembro, outubro, dezembro e março dos insetos em voo. anos de 2014 a 2018, sobrevoando as áreas de arrozal. Nos meses de maio a julho não foram encontradas espécies Petrochelidon pyrrhonota (andorinha-de-dorso-acanelado, migrantes, sendo estas amostragens desconsideradas no número Hirundinidae): Espécie rara no município (frequência de ocorrência 3,2% dos dias amostrados), contando apenas com o re- & Cremer (2015) observaram que durante o inverno algumas de amostragens e no cálculo de frequência de ocorrência. Grose gistro de um pequeno bando de cinco indivíduos sobrevoando espécies permanecem no litoral, mas, no município de Doutor o arrozal no dia 23 de dezembro de 2014, um bando com 20 Pedrinho, provavelmente pela localização próxima do planalto e indivíduos no dia 11 de fevereiro de 2015 e um bando com cinco o inverno ser mais rigoroso, ainda não foi comprovada a permanência de nenhuma espécie durante o período mais frio. indivíduos no dia 30 de setembro de 2015. Em função da área de rizicultura do município ser composta Os indivíduos se deslocam constantemente e mudam de propriedade assim que esta deixa de ser favorável à alimentação, por diversas propriedades, o período de preparação do solo é bem variável, ocorrendo desde logo após o corte do arroz no seja por apresentar solo seco, lâmina de água muito profunda mês de março e abril até setembro. O alagamento e plantio ocor- ou pelo crescimento do arroz impedir o acesso ao solo, partin- Atualidades Ornitológicas, 204, julho e agosto de 2018 - www.ao.com.br 47
do para onde tenha uma melhor disponibilidade de recursos alimentares. Segundo Blanco et al. (2006) a altura e densidade do arroz, a profundidade da lâmina de água, a oferta de alimento e os distúrbios por atividade humanas são fatores limitantes para o uso das arrozeiras pelas aves. Desta forma não se tem como apontar um local mais importante, contudo os indivíduos, principalmente das espécies menos frequentes, preferem as arrozeiras que ficam mais isoladas da movimentação de pessoas. Segundo Alves (2007), devido às espécies migrantes neárticas possuírem ampla distribuição geográfica, são mais tolerantes a ambientes alterados que as espécies residentes, o que favoreceu a riqueza de espécies nas áreas de cultivo de arroz do município. Contudo, o registro de Calidris himantopus que foi apenas recentemente feito em Santa Catarina (Willrich et al. 2015) e o de Calidris subruficollis, que é considerado quase ameaçada segundo a IUCN (2017) e vulnerável na lista de espécies ameaçadas do Brasil (ICMBio 2014), indicam que a região do município contempla um ponto de parada importante para as aves neárticas. Indica ainda, a importância de novos estudos em áreas de cultivo de arroz irrigado distantes do litoral para subsidiar informações que possam ajudar na preservação das populações de aves migratórias durante seus ciclos anuais. No entanto, devido a estes indivíduos procurarem recursos alimentares em áreas de cultivo, uma medida necessária para a preservação destas espécies seria o desenvolvimento de variedades de arroz que minimizem a utilização de agrotóxicos e investigação de ocorrência de caça dessas espécies no município, para a tomada de eventuais medidas protetoras. Agradecimentos Aos proprietários das áreas amostradas, a Simone Silveira Meyer pelo apoio nas observações e aos revisores de AO pelas sugestões que colaboraram para a melhoria deste trabalho. Referências bibliográficas Alves, M.A.S. (2007) Sistemas de migrações de aves em ambientes terrestres no Brasil: exemplos, lacunas e propostas para o avanço do conhecimento. Rev. Bras. Ornitol. 15(2): 231-238. Blanco, D.E., B. López-Lanús, R.A. Dias, A. Azpiroz & F. Rilla. (2006) Uso de arroceras por chorlos y playeros migratórios em el sur de América del Sur. Implicancias de concervación y manejo. Wetlands International. Disponível em: http://www.wetlands.org/latinamerica/sp/publications.aspx. Crozariol, M.A. (2008) Aves associadas às diferentes fases do crescimento do arroz irrigado no sudeste do Brasil. In: Balze, V.M. & D.E. Blanco (eds.): Primer taller para la Conservación de Aves Playeras Migratorias en Arroceras del Cono Sur. Wetlands International, Buenos Aires, Argentina. 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Número acumulado de indivíduos por ano e o total e indivíduos de cada espécie registrados em 95 amostragens durante o período de abril de 2013 e março de 2018 em área de cultivo de arroz do município de Doutor Pedrinho. Espécies 2013 2014 2015 2016 2017 2018 Total ind. Tringa flavipes 113 20 235 204 160 16 748 Tringa melanoleuca 44 1 40 38 54 6 183 Tringa solitaria 2 5 9 9 14 0 39 Phalaropus tricolor 3 2 3 9 0 0 17 Calidris melanotos 43 0 178 83 93 0 397 Calidris fuscicollis 36 2 48 150 31 0 267 Calidris himantopus 5 0 0 1 0 0 6 Calidris subruficollis 0 0 1 0 0 0 1 Actitis macularius 0 0 0 0 1 0 1 Bartramia longicauda 0 0 0 2 0 0 2 Limosa haemastica 0 0 0 0 1 0 1 Pluvialis dominica 1 20 39 177 1 2 240 Charadrius semipalmatus 0 0 0 1 0 0 1 Hirundo rustica 0 1 9 13 2 3 28 Petrochelidon pyrrhonota 0 5 25 0 0 0 30 48 Atualidades Ornitológicas, 204, julho e agosto de 2018 - www.ao.com.br