Benign lesion of the biliary ducts mimicking Kastskin tumor Giordani, L. 1 ; Santo, G.F.E. 1, Sanches, M.C.O 1., Tenorio, L.E.M. 2 ; Morais, L.L.G 2 ; Gomes, F. G. 1 1 Department of General Surgery, University of Cuiaba, Cuiabá, Brazil 2 Medicine Faculty, University of Cuiaba, Cuiabá, Brazil
Introdução Diversas lesões benignas do hilo hepático podem mimetizar malignidade. Em particular, as lesões inflamatórias benignas podem simular as características clínicas e radiológicas de um tumor maligno. Em 1985 foi utilizado o termo Malignant Masquerade pela primeira vez, para descrever um processo benigno fibroinflamatório em via biliar que se comporta clinicamente como um tumor maligno. Apesar dos avanços em técnicas de imagem como Tomografia Computadorizada (TC) e colangioressonância magnética(crnm) apresentarem resultados confiáveis para determinar o tamanho da lesão e pesquisa de massas, os mesmos não se mostram tão bons para diferenciar lesões benignas de malignas, com variação de 2,8 a 33% de achados benignos em análise histopatológica em lesões previamente consideradas malignas. Há também farta evidencia de que tanto a biópsia quanto a citologia por endoscopia não são efetivas para afastar malignidade. No presente caso relatamos um processo inflamatório crônico biliar que se comportou e foi diagnosticado no pré-operatório como colangiocarcinoma.
Relato de caso Homem, 39 anos, com quadro ictérico há 5 meses, associada a acolia fecal, prurido, diarreia e emagrecimento de 8kg no período Foi requisitada, então uma CRNM que evidenciou obstrução de vias biliares ao nível de junção dos hilos hepáticos (Figura 1). Devido a elevado nível de bilirrubinas (BT de 17,6g/dL, BD de 15,5 g/dl) optou-se por realizar colangiografia retrógada endoscópica (CPRE) com passagem de stent. Figura 1 CRNM em T2 evidenciando dilatação dos canais biliares inta-hepáticos e obstrução na junção destes canais.
Relato de caso Com diagnóstico clínico-radiológico de Tumor de Klatskin, e estadiamento negativo para metástases, foi definido abordagem cirúrgica. Foi realizada ressecção hepática em monobloco com a confluência dos ductos hepáticos (figuras 2 e 3) e derivação bileodigestiva. O anatomopatológico observou na macroscopia, estenose devido espessamento das paredes das vias biliares (figura 4), sem tumor na luz e, a microscopia, processo inflamatório crônico, sem sinais de malignidade, além de hiperplasia reacional em linfonodos ressecados. Figura 2 Trato biliar dissecado para amputação Figura 3 Aspecto do hilo hepático após remoção de área macroscopicamente comprometida. Figura 4 Aspecto macroscópico da lesão (A e B) e Linfonodos ressecados (C)
Conclusão A icterícia obstrutiva devido a obstruções hilares podem ser um dilema diagnóstico, isto ocorre pois a diferenciação pré-operatória entre o conlangiocarcinoma hilar e as estenoses benignas é frequentemente difícil, especialmente se acompanhadas de sinais sugestivos de malignidade, como a perda de peso acentuada e icterícia importante. Os trabalhos mostram que as diferenças clínicas não são eficientes para distinção entre doença maligna de benigna. Marcadores tumorais como CA 19-9, e exames como citobrush, CPRE e CRMN atualmente possuem limitações para diferenciação diagnóstica. As estenoses biliares benignas são bem menos frequentes quando comparadas com as malignas, se excluídas as causas de manipulação prévia de via biliar. Assim, este trabalho evidencia a necessidade de novos estudos direcionados ao diagnóstico e diferenciação entre lesões benignas de malignas, principalmente no hilo hepático. Correspondence: Santo, G.F.E. Rua Comandante Costa, 1600. Centro. Oncomed. Cuiabá. Mt. Brazil E-mail: santogfe@gmail.com