INTERDIÇÃO X TOMADA DE DECISÃO APOIADA

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Transcrição:

INTERDIÇÃO X TOMADA DE DECISÃO APOIADA

Evolução Legislativa Lei das Doze Tábuas Roma 451 ac. Tábua IV: Uma criança nascida com grave deformidade física deverá ser morta em seguida. Se o pai vender o filho pela terceira vez, este fica livre do pátrio-poder. Tábua V: (...) A presente Lei exclui o demente da Administração de seus próprios bens, e prescreve que estes sejam colocados sob os cuidados de seus parentes ou membros de sua gens.

Cidadania Ser cidadão é participar do destino da sociedade, através do exercício de direitos civis, políticos e sociais. O exercício da cidadania está diretamente relacionado à proteção social oferecida pelos Estados aos que dela necessitam - INCLUSÃO.

Devemos tratar a pessoa com deficiência intelectual como um CIDADÃO.

Princípio da igualdade - Constituição Federal Tratar os iguais de forma igual, e os diferentes de forma diferente, na medida de suas desigualdades. Diferenciação não é discriminação.

Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência - ONU Ratificada pelo Brasil em julho de 2008. Artigo 12: 1. Os Estados Partes reafirmam que as pessoas com deficiência têm o direito de ser reconhecidas em qualquer lugar como pessoas perante a lei. 2. Os Estados Partes reconhecerão que as pessoas com deficiência gozam de capacidade legal em igualdade de condições com as demais pessoas em todos os aspectos da vida.

3. Os Estados Partes tomarão medidas apropriadas para prover o acesso de pessoas com deficiência ao apoio que necessitarem no exercício de sua capacidade legal. 4. Os Estados Partes assegurarão que todas as medidas relativas ao exercício da capacidade legal incluam salvaguardas apropriadas e efetivas para prevenir abusos, em conformidade com o direito internacional dos direitos humanos. Essas salvaguardas assegurarão que as medidas relativas ao exercício da capacidade legal respeitem os direitos, a vontade e as preferências da pessoa, sejam isentas de conflitos de interesses e de influência indevida, sejam proporcionais e apropriadas às circunstâncias das pessoas, se apliquem pelo período mais curto possível e sejam submetidas à revisão regular por uma autoridade ou órgão judiciário competente, independente e imparcial. As salvaguardas serão proporcionais ao grau em que tais medidas afetarem os direitos e interesses da pessoa.

5. Os Estados Partes, sujeitos ao disposto neste Artigo, tomarão todas as medidas apropriadas e efetivas para assegurar às pessoas com deficiência o igual direito de possuir ou herdar bens, de controlar as próprias finanças e de ter igual acesso a empréstimos bancários, hipotecas e outras formas de crédito financeiro, e assegurarão que as pessoas com deficiência não sejam arbitrariamente destituídas de seus bens. Questiona-se: A ratificação pelo Brasil da Convenção da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência teria revogado a Interdição na legislação brasileira (?).

O que é Capacidade Civil? Artigo 1º do Código Civil: Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil. Artigo 5º do Código Civil: A menoridade cessa aos dezoito anos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil. De forma que a restrição legal ao exercício dos atos da vida civil, deve ser sempre vista como uma EXCEÇÃO.

LEI Nº 13.146, DE 6 DE JULHO DE 2015 - Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência / Estatuto da Pessoa com Deficiência. Art. 2 o Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas. 1 o A avaliação da deficiência, quando necessária, será biopsicossocial, realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar e considerará: I - os impedimentos nas funções e nas estruturas do corpo; II - os fatores socioambientais, psicológicos e pessoais; III - a limitação no desempenho de atividades; e IV - a restrição de participação.

Tomada de Decisão Apoiada Art. 84. A pessoa com deficiência tem assegurado o direito ao exercício de sua capacidade legal em igualdade de condições com as demais pessoas. 1o Quando necessário, a pessoa com deficiência será submetida à curatela, conforme a lei. 2o É facultado à pessoa com deficiência a adoção de processo de tomada de decisão apoiada. 3o A definição de curatela de pessoa com deficiência constitui medida protetiva extraordinária, proporcional às necessidades e às circunstâncias de cada caso, e durará o menor tempo possível. 4o Os curadores são obrigados a prestar, anualmente, contas de sua administração ao juiz, apresentando o balanço do respectivo ano.

Art. 1.783-A. A tomada de decisão apoiada é o processo pelo qual a pessoa com deficiência elege pelo menos 2 (duas) pessoas ido neas, com as quais mantenha vínculos e que gozem de sua confiança, para prestar-lhe apoio na tomada de decisão sobre atos da vida civil, fornecendo-lhes os elementos e informações necessários para que possa exercer sua capacidade. 1o Para formular pedido de tomada de decisão apoiada, a pessoa com deficiência e os apoiadores devem apresentar termo em que constem os limites do apoio a ser oferecido e os compromissos dos apoiadores, inclusive o prazo de vigência do acordo e o respeito à vontade, aos direitos e aos interesses da pessoa que devem apoiar. 2o O pedido de tomada de decisão apoiada será requerido pela pessoa a ser apoiada, com indicação expressa das pessoas aptas a prestarem o apoio previsto no caput deste artigo.

6o Em caso de negócio jurídico que possa trazer risco ou prejuízo relevante, havendo divergência de opiniões entre a pessoa apoiada e um dos apoiadores, deverá o juiz, ouvido o Ministério Público, decidir sobre a questão. 3o Antes de se pronunciar sobre o pedido de tomada de decisão apoiada, o juiz, assistido por equipe multidisciplinar, após oitiva do Ministério Público, ouvirá pessoalmente o requerente e as pessoas que lhe prestarão apoio. 4o A decisão tomada por pessoa apoiada terá validade e efeitos sobre terceiros, sem restrições, desde que esteja inserida nos limites do apoio acordado. 5o Terceiro com quem a pessoa apoiada mantenha relação negocial pode solicitar que os apoiadores contra-assinem o contrato ou acordo, especificando, por escrito, sua função em relação ao apoiado.

7o Se o apoiador agir com negligência, exercer pressão indevida ou não adimplir as obrigações assumidas, poderá a pessoa apoiada ou qualquer pessoa apresentar denúncia ao Ministério Público ou ao juiz. 8o Se procedente a denúncia, o juiz destituirá o apoiador e nomeará, ouvida a pessoa apoiada e se for de seu interesse, outra pessoa para prestação de apoio. 9o A pessoa apoiada pode, a qualquer tempo, solicitar o término de acordo firmado em processo de tomada de decisão apoiada. 10. O apoiador pode solicitar ao juiz a exclusão de sua participação do processo de tomada de decisão apoiada, sendo seu desligamento condicionado à manifestação do juiz sobre a matéria. 11. Aplicam-se à tomada de decisão apoiada, no que couber, as disposições referentes à prestação de contas na curatela.

Código Civil Antes da LBI: Art 3º São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil: I os menores de 16 anos; II os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos; III os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade. Depois da LBI: Art. 3 o São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos.

Antes da LBI: Art. 4º do Código Civil: São incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de os exercer: I os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; II os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido; III os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo; IV os pródigos. Depois da LBI: Art. 4 o São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer: I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; IV - os pródigos. Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será regulada por legislação especial.

O que é Interdição? É o instituto jurídico através do qual, constatada a incapacidade de uma pessoa gerir sua própria vida e seus bens, lhe é nomeado um responsável para fazê-lo, denominado CURADOR.

Quem pode ser interditado? Antes da LBI: Artigo 1.767 do Código Civil: Estão sujeitos a curatela: I aqueles que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para os atos da vida civil; II aqueles que, por outra causa duradoura, não puderem exprimir a sua vontade; III os deficientes mentais, os ébrios habituais e os viciados em tóxicos; IV os excepcionais sem completo desenvolvimento mental; V os pródigos.

Quem pode ser interditado? Depois da LBI: Artigo 1.767: Estão sujeitos a curatela: I - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; II - (Revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) III - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; IV - (Revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) V - os pródigos. Curiosidade: Pelo Código Civil de 1.916, os deficientes intelectuais estavam incluídos dentre os loucos de todo gênero.

Tomada de Decisão Apoiada e Interdição NÃO SÃO OBRIGATÓRIAS

Interdição Atos processuais Art. 751 do CPC: O interditando será citado para, em dia designado, comparecer perante o juiz, que o entrevistará minuciosamente acerca de sua vida, negócios, bens, vontades, preferências e laços familiares e afetivos e sobre o que mais lhe parecer necessário para convencimento quanto à sua capacidade para praticar atos da vida civil, devendo ser reduzidas a termo as perguntas e respostas. Interditado tem direito de defesa (prazo de 15 dias após a entrevista artigo 752 do CPC); Participação obrigatória do promotor de Justiça / Representante do Ministério Público como fiscal da lei.

Art. 753 do CPC Decorrido o prazo previsto no art. 752, o juiz determinará a produção de prova pericial para avaliação da capacidade do interditando para praticar atos da vida civil. 1o A perícia pode ser realizada por equipe composta por expertos com formação multidisciplinar. 2o O laudo pericial indicará especificadamente, se for o caso, os atos para os quais haverá necessidade de curatela. Art. 755 do CPC: (...) 3o A sentença de interdição será inscrita no registro de pessoas naturais e imediatamente publicada na rede mundial de computadores, no sítio do tribunal a que estiver vinculado o juízo e na plataforma de editais do Conselho Nacional de Justiça, onde permanecerá por 6 (seis) meses, na imprensa local, 1 (uma) vez, e no órgão oficial, por 3 (três) vezes, com intervalo de 10 (dez) dias, constando do edital os nomes do interdito e do curador, a causa da interdição, os limites da curatela e, não sendo total a interdição, os atos que o interdito poderá praticar autonomamente.

Interdição pode ser parcial: depende da análise das habilidades, aptidões e autonomia da pessoa com deficiência intelectual.

A interdição não é definitiva; pode ser temporária (condicionada a uma situação passageira) ou permanente (em função de uma condição irreversível). Art. 756 do CPC: Levantar-se-á a curatela quando cessar a causa que a determinou. Pode ser alterado o curador a qualquer tempo (ex: negligência, má administração da vida e dos bens do interditado, falecimento, etc.); O juiz pode fixar o dever de prestação de contas pelo Curador.

A inclusão da pessoa com deficiência não decorrerá apenas de sonhos e leis, mas de atitudes que afirmem uma opção concreta de vida. (Cartilha Deficiência com Eficiência OAB/SP.)

Obrigada! ftavares@fernandatavares.adv.br