VARIANTES GENÉTICAS DO CITOCROMO P450 2B6 ASSOCIADOS COM OS NÍVEIS PLASMÁTICOS DE EFAVIRENZ E RESPOSTA NEUROTOXICOLÓGICA EM INFECTADOS POR HIV

Documentos relacionados
CURSO DE FARMÁCIA FERNANDA GASSEN DUERING PREVALÊNCIA DE HIV E AIDS NA REGIÃO DA 13º COORDENADORIA REGIONAL DA SAÚDE

Ampliação de uso do exame para tipificação do alelo HLA-B, para. com indicação de uso do antirretroviral Abacavir (ABC)

FARMACOGENÔMICA Alguns exemplos de possível relevância clínica

Análise de agrupamento dos estados brasileiros com base nas taxas de incidência de Aids nos anos de 1990 a 2008

CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS DA INFECÇÃO POR HIV/AIDS EM INDIVÍDUOS ACOMPANHADOS NO HOSPITAL DE REFERÊNCIA DO MUNICÍPIO DE JOÃO PESSOA-PB

ANÁLISE DA CONTAGEM DE LINFÓCITOS T CD4+, CD8+ E CARGA VIRAL EM RELAÇÃO À TERAPIA ANTIRRETROVIRAL EM PORTADORES DE HIV

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES DIAGNOSTICADOS COM HIV NO BRASIL NA DÉCADA

Antirretroviral etravirina 200mg para o tratamento da infecção pelo HIV

Imunologia da infecção pelo HIV

A DETECÇÃO DA SEROPOSITIVIDADE PARA O VIH NA GRAVIDEZ

ANÁLISE TÓXICO-GENÉTICA COMPARATIVA DOS ANTI-RETROVIRAIS ZIDOVUDINA E DIDANOSINA EM CÉLULAS SOMÁTICAS DE Drosophila melanogaster

Anais do Conic-Semesp. Volume 1, Faculdade Anhanguera de Campinas - Unidade 3. ISSN

TÍTULO: INCIDÊNCIA DE AIDS NA POPULAÇÃO DE 50 ANOS OU MAIS EM SÃO JOSÉ DO RIO PRETO-SP, NO PERÍODO DE 2003 A 2013

Por que fazer pesquisa farmacogenética no Brasil? Rita Estrela Instituto Nacional de Câncer Rio de Janeiro

PROJETO DE PROMOÇÃO A SAÚDE PALESTRA SOBRE HIV/AIDS PARA ALUNOS DE UMA ESCOLA MUNICIPAL DE CANOAS MODALIDADE ENSINO DE JOVENS E ADULTOS E.J.A.

A INCIDÊNCIA DE CASOS NOVOS DE AIDS EM CRIANÇA NO MUNICÍPIO DE SANTA MARIA/RS/BRASIL 1

Influência das Variantes Genéticas Funcionais do Sistema Renina-Angiotensina na Doença Arterial Coronária.

MOBILIDADE PENDULAR E PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO DOS PACIENTES HIV+ QUE FORAM A ÓBITO DA SÉRIE HISTÓRICA EM FOZ DO IGUAÇU, PR

Vigilância e prevenção das Doenças de transmissão vertical

ENFERMAGEM DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS. HIV/AIDS Aula 2. Profª. Tatiane da Silva Campos

Anexo II. Conclusões científicas e fundamentos para o parecer positivo apresentados pela Agência Europeia de Medicamentos

O HIV no Mundo Lusófono

INFECÇÃO PELO HIV E AIDS

Retrovírus Felinos. Fernando Finoketti

1/12/2008. HIV como modelo de estudo de retrovírus e patogênese. Retrovírus e oncogênese. Retrovírus e oncogênese.

Brasil registra queda na transmissão da Aids de mãe para filho

CONTRIBUIÇÃO DO EXERCÍCIO FÍSICO PARA INDIVÍDUOS PORTADORES DE HIV

TRANSMISSÃO VERTICAL DO VIH INFECÇÃO NÃO DETECTADA NA GRÁVIDA

ESTATÍSTICAS GLOBAIS SOBRE HIV 2018

RETROSPECTO DO COMPORTAMENTO DE RISCO À AIDS EM RONDÔNIA NO PERIODO DE

ESTADO NUTRICIONAL DE PACIENTES HIV/AIDS EM USO DE TERAPIA ANTI-RETROVIRAL 1 NUTRITIONAL STATUS OF HIV/AIDS PATIENTS IN USE OF ANTIRETROVIRAL THERAPY

Farmacogenética. Ciência que estuda o efeito das variações genéticas na resposta a medicamentos e outras substâncias

The HIV & Hepatitis in the Americas congress 2017 International AIDS Society

HIV/aids. Epidemiologia Fisiopatogenia Diagnóstico - Tratamento. Prof. Valdes R. Bollela. Divisão de Moléstias Infecciosas e Tropicais

Importância atual da IL28B: Carcinogênese, HCV, HBV

Faculdade de Medicina

Avaliação do padrão e número de sítios de fosforilação (EPIYA) da proteína CagA de H. pylori e risco de carcinoma gástrico e úlcera duodenal

Resumo. Palavras-Chave: Sífilis. Puérpera. Fatores de Risco. INTRODUÇÃO

ANÁLISE DA POPULAÇÃO ACIMA DE 60 ANOS ACOMETIDA PELA AIDS NO ESTADO DA PARAÍBA NO PERÍODO DE 2008 A 2012

Desafios atuais e o futuro na co-infecção. É possivel eliminar a co-infecção no Brasil

A Estrutura de Custos e a Composição de Insumos no Tratamento de Pacientes HIV no Brasil

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO MESTRADO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE NA AMAZÔNIA OCIDENTAL

Caracterização molecular de Enterococcus spp. resistentes à vancomicina em amostras clínicas, ambientes aquáticos e alimentos

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE BIOCIÊNCIAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA CELULAR E MOLECULAR

Carga Viral do HIV. Carga Viral. Falha terapêutica. Vírus suscetivel Vírus resistente

Zika: Aspectos Clínicos-Epidemiológicos

Professor: David Vieira Valadão. Biologia

ATENÇÃO FARMACÊUTICA AOS PACIENTES DO SERVIÇO DE ATENDIMENTO ESPECIALIZADO (SAE) EM UM CENTRO INTEGRADO DE SAÚDE

245 Associação entre o esquema anti-retroviral e a idade da criança no início da terapia de AIDS

PLANO DE ENSINO I IDENTIFICAÇÃO. DOCENTE RESPONSÁVEL : Prof. Dr. Luiz Claudio Di Stasi (Bach./Lic.) Profa. Dra. Noeli Pereira Rocha (Licenciatura)

PROTOCOLO PARA AVALIAÇÃO DE RECEM-NASCIDOS DE MÃES SOROPOSITIVAS COM OU SEM TRATAMENTO

Dra. Sandra Fagundes Moreira da Silva Coordenadora Estadual de DST, Aids e Hepatites Virais- SESA/ES

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO SILVIA FABIANA BIASON DE MOURA NEGRINI

PROGRAMA DE DISCIPLINA

Cadernos da Escola de Saúde ESTUDO DE ADESÃO AO TRATAMENTO E PRESENÇA DE MUTAÇÕES EM PORTADORES DE HIV.

Discente do Curso de Farmácia do Centro Universitário Católica de Quixadá. Docente do curso de Farmácia do Centro Universitário Católica de Quixadá

MANEJO HEPATITES VIRAIS B/C

Custo Benefício Tratar F0-F1

Requerente Nome de fantasia Dosagem Forma farmacêutica. DIDANOSINE AUROBINDO 200mg, gélule gastro-résistante

REAÇÕES DE BIOTRANSFORMAÇÃO BIOTRANSFORMAÇÃO E EXCREÇÃO I) REAÇÕES DE FASE I. 1 Reações de. 2 Reações de. Rogério Cardoso de Castro

Novas Tecnologias na Genética Humana:

PERSPECTIVAS ATUAIS EM ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES QUE VIVEM COM HIV

HIV E EXERCÍCIO PROF. DR. JONATO PRESTES

Figura: indivíduos diferentes que tomam a mesma dose do mesmo medicamento podem responder de forma diferente. Há muito tempo se sabe que pacientes

II SIEPS XX ENFERMAIO I MOSTRA DO INTERNATO EM ENFERMAGEM PRODUÇÃO DO CUIDADO AOS IDOSOS COM HIV/AIDS

PROGRAMA DE ENSINO DE DISCIPLINA Matriz Curricular Generalista Resolução Unesp 14/2010, alterada pela Resolução Unesp 02/2013.

TENDÊNCIAS DA INCIDÊNCIA DA AIDS NO BRASIL E SUAS REGIÕES

São substâncias usadas no tratamento e profilaxia das doenças causadas por vírus.

ANÁLISE DOS CASOS DE HIV E AIDS NOTIFICADOS NO MUNICIPIO DE RIO VERDE GOIÁS

Tratamento médico do adolescente HIV-positivo

ANEXO I DEMOSTRATIVO DE VAGAS POR CARGO, ÁREA DE ATUAÇÃO, PERFIL, ESCOLARIDADE EXIGIDA E LOCALIZAÇÃO

Acidentes Ocupacionais com Material Biológico

LEVANTAMENTO EPIDEMIOLÓGICO DA PNEUMONIA NO ESTADO DE MINAS GERAIS E NA CIDADE DE VIÇOSA-MG

Prevalência de candidíase vulvovaginal e tricomoníase na citologia cérvicovaginal. corada por harris-shorr e sua associação com os sistemas de saúde

ENFERMAGEM SAÚDE DA MULHER. Doenças Sexualmente Transmissíveis Parte 10. Profª. Lívia Bahia

EMENTAS DO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM FARMÁCIA CLÍNICA EM INFECTOLOGIA EAD

A UTILIZAÇÃO DE ESTUDOS DIRIGIDOS COMO FORMA DE APRENDIZADO NA MONITORIA DE FARMACOLOGIA II

ARNOLDO FERREIRA GOMES JUNIOR COMO REDUZIR O ABANDONO DO TRATAMENTO DO HIV/AIDS EM PACIENTES DE TABATINGA-AM

FARMACOLOGIA BÁSICA: UMA ABORDAGEM INTEGRADA. Coordenador: Dr. Luiz Anastácio Alves -

English version at the end of this document

FATORES QUE LEVAM A NÃO ADESÃO DOS PACIENTES EM TRATAMENTO COM ANTIRRETROVIRAIS

PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO E CLÍNICO DE PESSOAS QUE ENVELHECEM COM HIV/AIDS ACOLHIDOS NO LAR DA FRATERNIDADE EM TERESINA-PIAUÍ

E TREINAMENTO DE FORÇA BRIEF-REVIEW

Universidade Federal da Bahia Faculdade de Medicina Departamento de Anatomia Patológica e Medicina Legal Disciplina de Imunologia MED 194

ESTATÍSTICAS GLOBAIS SOBRE HIV 2017

Igor Freire, Franciely da Silva, Fernanda Antunes, Talita Oliva, Monaliza Rebouças, Simone Murta, Miralba Freire, Fabianna Márcia Bahia

MINISTÉRIO DA SAÚDE Secretaria de Políticas de Saúde Coordenação Nacional de DST e Aids. Atualização das recomendações para. em adultos e adolescentes

Pró-Reitoria Acadêmica Escola de Exatas, Arquitetura e Meio Ambiente. Curso de Ciências Biológicas. Curso de Ciências Biológicas

Workshop Implementação do CTD no Brasil Introdução aos guias M4S (R2) e M4E (R2) Juliana Schwarz Rocha

Secretaria de Vigilância em Saúde Ministério da Saúde

25 a 28 de novembro de 2014 Câmpus de Palmas

doi: / v58n3p

HIV NA GRAVIDEZ Resumo:

Documentos recuperados

UNAIDS Saúde Pública e a supressão viral do HIV

IMUNOFARMACOLOGIA DE DOENÇAS INFECTO-PARASITÁRIAS

AUTOR: MATHEUS WILLIAM BECKER

RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO PRÉVIA DE MEDICAMENTO PARA USO HUMANO EM MEIO HOSPITALAR

Certificação. Brigina Kemp Assessora COSEMS/SP

POLIMORFISMOS NOS CITOCROMOS P450: INFLUÊNCIA DA FARMACOGENÉTICA NA RESPOSTA À DIFERENTES CLASSES DE MEDICAMENTOS

Transcrição:

1 CURSO DE FARMÁCIA VARIANTES GENÉTICAS DO CITOCROMO P450 2B6 ASSOCIADOS COM OS NÍVEIS PLASMÁTICOS DE EFAVIRENZ E RESPOSTA NEUROTOXICOLÓGICA EM INFECTADOS POR HIV Rafaela dos Santos Borges Santa Cruz do Sul 2016

2 Rafaela dos Santos Borges VARIANTES GENÉTICAS DO CITOCROMO P450 2B6 ASSOCIADOS COM OS NÍVEIS PLASMÁTICOS DE EFAVIRENZ E RESPOSTA NEUROTOXICOLÓGICA EM INFECTADOS POR HIV Trabalho apresentado na disciplina de Trabalho de Curso II do Curso de Farmácia da Universidade de Santa Cruz do Sul para obtenção do título de Bacharel em Farmácia. Orientadora: Profª. Drª. Jane Dagmar Pollo Renner Co-orientadora: Profª. Drª. Lia Possuelo Colaboradora: Profª. Drª. Luciana Nunes Santa Cruz do Sul 2016

3 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO... 5 REFERÊNCIAS... 7

4 RESUMO A descoberta em 1981, a AIDS é considerada uma epidemia mundial que acomete 20% da população. Seu tratamento inicial consiste na combinação de, pelo menos, três medicamentos, entre eles o Efavirenz. Este medicamento é um antirretroviral não-nucleosídeo da transcriptase. É metabolizado pelo citocromo P450 2B6 e está passível à ocorrência de efeitos adversos. A CYP 2B6 é um gene geneticamente polimórfico e está envolvido na biotransformação de muitas drogas por meio da oxidação. Existe uma associação entre os alelos 516G>T e 983T>C com a concentração plasmática de Efavirenz e a ocorrência de efeitos adversos, como a insônia e a sonolência. O objetivo deste estudo foi investigar o papel dos polimorfismos no gene CYP2B6 no tratamento inicial com o antirretroviral Efavirenz e o tipo de resposta neurotóxica em indivíduos portadores do HIV no interior do Rio Grande do Sul. Os dados epidemiológicos dos pacientes foram coletados através de questionários e análise de prontuários e os polimorfismos nos genes 516G>T e 983T>C do gene CYP2B6 foi analisado pela técnica de PCR e confirmado por sequenciamento. Observou-se uma frequência maior de casos de HIV entre as mulheres (61,5%), em indivíduos de etnia branca (100%) e com a idade média de 48,77 (±9,6). É possível constatar maior número de casos em indivíduos com renda entre 1 e 5 salários mínimos (69,2 %) e ensino fundamental incompleto (53,8 %). No que se refere aos efeitos colaterais proveniente do uso do antirretroviral EFV, 7,7% apresentaram insônia e 15,4% sonolência. A Carga Viral diminuiu consideravelmente do início do tratamento em comparação quando completados seis meses. Não foi possível analisar a relação dos polimorfismos 516G>T e 983T>C do gene CYP2B6 com a ocorrência de efeitos adversos. Conclui-se que na região estudada houve maior frequência de casos de HIV entre as mulheres, idade acima de 45 anos, com baixa renda e ensino fundamental incompleto. Os efeitos colaterais provenientes do uso do antirretroviral EFV foram insônia e sonolência. Não foi possível analisar a relação dos polimorfismos 516G>T e 983T>C do gene CYP2B6 com a ocorrência de efeitos adversos. Palavras-chave: Efavirenz; CYP2B6; polimorfismo; HIV.

5 1 INTRODUÇÃO Descoberta em 1981, a AIDS é considerada a 5ª principal causa de morte de mulheres entre 15 e 49 anos no mundo. Trata-se de uma imunodeficiência severa que propicia o desenvolvimento de infecções oportunistas podendo levar à morte (CUNICO; GOMES; VELLASCO JUNIOR, 2008; UNAIDS, 2013). No Brasil, estima-se que 734 mil pessoas sejam portadoras do vírus, de acordo com um estudo realizado pelo Departamento de DST/AIDS e Hepatites Virais, em 2014. No entanto, apenas 80% conhecem seu diagnóstico. No Rio Grande do Sul, foram identificados 1072 casos de AIDS em 2014 (BRASIL, 2014; BRASIL 2015). Para o tratamento da infecção por HIV são utilizadas várias drogas antirretrovirais pertencentes a diferentes classes de medicamentos que tem por objetivo afetar as principais etapas do ciclo de replicação do vírus (LEAL, et al., 2013). Os inibidores não nucleosídeos da transcriptase reversa provocam a inibição alostérica da função enzimática. Essa classe tem como representante o medicamento Efavirenz, que compõe o primeiro esquema para o tratamento contra o vírus HIV (CLERCQ, 2002; SILVA, 2010). O Efavirenz é metabolizado pelo citocromo P450 2B6, uma enzima susceptível geneticamente a polimorfismos (HAAS, 2004). A CYP2B6 é responsável por 77-92% da depuração do Efavirenz (PAVLOS; PHILLIPS, 2012). Este gente em se mostrado polimórfico em populações de raça negra. É evidente uma associação entre o alelo 516G>T no éxon 4 com a concentração plasmática, bem como o alelo 983T>C no éxon 7 que também apresenta relação com altas concentrações plasmáticas de Efavirenz (KLEIN; et al, 2005; ROTGER; LUBOMIROV; NOVOA, 2006). Pacientes que apresentam uma elevada concentração de Efavirenz no plasma apresentam maior predisposição ao desenvolvimento de efeitos indesejados no SNC, resultando na interrupção do tratamento, considerado como um problema grave de saúde pública (DEEKS, 2003; ZANGER; KLEIN, 2013). O intuito deste estudo é investigar o papel dos polimorfismos no gene CYP2B6 no tratamento inicial com o antirretroviral Efavirenz, e relacionar o

6 nível plasmático e o tipo de resposta neurotoxicológica em indivíduos portadores do HIV no interior do Rio Grande do Sul.

7 REFERÊNCIAS ABBAS, A..; LICHMAN, A.; PILLAI, S. Imunologia celular e molecular. 6ª edição. Rio de Janeiro, 2008. ALVAREZ, M. et al. Improving Clinical Laboratory Efficiency: Introduction of Systems for the Diagnosis and Monitoring of HIV Infection. The Open Virology Journal, v. 6, p.135-143, 2012. BELASIO, E. F. et al. HIV virology and pathogenetic mechanisms of infection: a brief overview. Annalidel l Istituto Superiore di Sanità, v. 46, n. 1, p. 5-14, 2010. BRASIL Ministério da Saúde: Boletim Epidemiológico HIV/AIDS. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de DST, AIDS e Hepatitess Virais. Ano III, n. 1, 2014. BRASIL - Ministério da Saúde: Departamento de informática do Sistema Único de Saúde - DATASUS. Rio Grande do Sul, 2012. Disponível em: <http://www2.aids.gov.br/cgi/tabcgi.exe?tabnet/rs.def>. Acesso em: 12 set. 2015. BRASIL MINISTÉRIO DA SAÚDE: MANUAL TÉCNICO PARA O DIAGNÓSTICO DA INFECÇÃO PELO HIV. Brasília DF, 2013c. BRASIL Ministério da Saúde: MANUAL TÉCNICO PARA O DIAGNÓSTICO PARA A INFECÇÃO PELO HIV. Brasília DF, 2013d BRASIL Ministério da Saúde: Protocolo Clínico e diretrizes terapêuticas para manejo da infecção pelo HIV em adultos. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de DST, AIDS e Hepatitess Virais, 2013a. BRASIL - Ministério da Saúde: Recomendações para a Atenção Integral a Adolescentes e Jovens Vivendo com HIV/AIDS. Brasília DF, 2013b. BRET, J.; et al. Imumunology and the REACH study: HIV immunology and preliminary findings. Jounal of adolescente health, vol. 29, p. 39-48, 2001. BRITO, A. M. et al. Tendência da transmissão vertical de AIDS após terapia antirretroviral no Brasil. Revista de SaúdePública, v. 40, p. 18-22, 2006. BUTTÒ, S.; et al. Laboratory diagnostics for HIV infection. Ann Ist Super Sanitá. V. 46, n. 1, p. 24-26, 2010. CLERCQ, E. New developments in anti-hiv chemotherapy. BiochimicaetBiophysica Acta, v. 1587, p. 258-275, 2002. CRESSEY, T. R.; LALLEMANT, M. Pharmacogenetics of antiretroviral drugs for the treatment of HIV-infected patients: An update. Infection, Genetics and Evolution, v. 7, p. 333 342, 2007.

8 CUNICO, W.; GOMES, C.; VELLASCO, W. Hiv Recentes avanços na pesquisa de Fármacos. Revista Química Nova, v. 13, n. 8, p. 2111-2117, 2008. DEEKS, S. Treatment of antiretroviral-drug-resistant HIV-1 infection. The Lancet, v. 362, 2003. EVANS, W. E.; MCLEOLD, H. L. Pharmacogenomics - Drug Disposition, Drug Targets, and Side Effects.New England Journal of Medicine, v. 348, n. 6, p. 538-548, 2003. GATANAGA, H.; et al. Successful Efavirenz Dose Reduction in HIV Type 1 Infected Individuals with Cytochrome P450 2B6 *6 and *26. Clinical Infectious Diseases, v. 1230-7, n. 45, 2007. HARDMAN, J.G.; LIMBIRD, L.E. Goodman & Gilman As Bases Farmacológicas da Terapêutica. McGraw Hill, 11ª ed. 2006. HAAS, D. W.; et al. Pharmacogenetics of Efavirenz and central nervous system side effects: Na adult AIDS trials group study. AIDS, v. 18, p. 2391-2400, 2004. HERMANN, F. G.; et al. Mutations in gp120 contribute to the resistence human immunodeficiency virus type 1 to membrane Anchored C-peptide MAC46. Journal of virology, v. 83, n. 10, p. 4844-4853, May 2009. KLEIN, K.; et al. Genetic variability of CYP2B6 in population of African and Asian origin: allele frequencies, novel functional variants, and possible implicarions for anti-hiv therapy with Efavirenz. Pharmacogenetis and Genomics, v. 15, p. 861-873, 2005. KWARA, A.; et al. CYP2B6 (c.516g>t) and CYP2A6 (*9B and/or *17) polymorphisms are independent predictors of efavirenz plasma concentrations in HIV-infected patients. The Journal of Clinical Pharmacology, v 67, n. 4, p. 427-436, 2009. LEAL, P. H. et al. Discovering human immunodeficiency virus mutational pathways using temporal Bayesian networks.artificial Intelligence in Medicine, v. 57, p. 185-195, 2013. LUZEN, J. V.; HOFFMANN, C. Virological rebound and its consequences during treatment interruption.current Opinion HIV and AIDS, v. 2, p. 1-5, 2007. MEHLOTRA, R.; ZIATS, N.; ZIMMERMAN, Prevalence of CYP2B6 alleles in malaria-endemic populations of West Africa and Papua New Guinea.Eur J ClinPharmacol, vol. 62, n. 4, p. 267-275, 2006. MOHRI, H.; et al. Increased Turnover of T Lymphocytes in HIV-1 nfection and Its Reduction by Antiretroviral Therapy. The Journal of Experimental Medicine, vol. 194, n. 9, p. 1277-1287, 2001. OLUKA, M.; et al. Cytochrome P450 2B6 genetic variants are associated with plasma nevirapine levels and clinical response in HIV-1 infected Kenyan

9 women: a prospective cohort study. Aids and research and therapy, vol. 12, n. 10, 2015. OSPINA, S. Diagnóstico de lainfección por el vírus de lainmunodeficiencia humana. Infection, v. 10, n. 4, p. 273-278, 2006. NGAIMISI, E.; et al. Importance of ethnicity, CYP2B6 and ABCB1 genotype for Efavirenz pharmacokinetics and treatment out comes: A parallel-group prospective cohort study in two sub-saharan Africa populations. Plos One, v. 8, n. 7, 2013. PAVLOS, R.; PHILLIPS, E. J. Individualization of antiretroviral therapy Pharmacogenomics and Personalized Medicine, v. 5, p. 1-17, 2012. PIROHAMED, M.; BACK, D. J. The pharmacogenomics of HIV Therapy. The Pharmacogenomics Journal, The Pharmacogenomics Journal, v. 1, P. 243-253, 2001. RAWSON, J.; et al. HIV-1 and HIV-2 exhibit similar mutation frequencies and spectro in the absence of G-to-A hipermutation. Retrovirology, 2015. REEVES, J. D.; et al. Impact of mutations in the coreceptor binding site on Human immunodeficiency virus type 1 fusion infection, and entry inhibitor sensitivity. Journal of virology, v. 78, n. 10, p. 5476-5485, may 2004. ROITT, I.; BROSTOFF, J.; MALE, D.; Imunologia. 6ª edição. São Paulo, 2003. ROSSI, S. M. G. et al. Impacto da terapia antirretroviral conforme diferentes consensos de tratamento da AIDS no Brasil. Revista Panamericana de Salud Pública, v. 32, n. 2, p. 117-123, 2012. ROTGER, M.; LUBOMIROV, R.; NOVOA, S. R. Farmacogenética del tratamento antirretroviral. Enfermedades Infecciosas y Microbiología Clínica, v. 24, n. 2, p. 13-18, 2006. SARFO, F.; et al. Pharmacogenetic associations with plasma Efavirenz concentration and clinical correlates in a retrospective cohort of Ghanaian HIVinfected patients.j.antimicrobchemother, v. 69, p. 491-499, 2014. SILVA, P. FARMACOLOGIA. 8 ed Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010. SIMON, V.; HO, D.; KARIM, Q. A. HIV/AIDS epidemiology, pathogenesis, prevention, and treatment. Lancet; V. 368: p. 489-504, 2006. SOUZA, M. V. N.; ALMEIDA, M. V. Drogas anti-vhi: Passado, presente e perspectivas futuras. Quim. Nova, v. 26, n. 3, p. 366-372, 2003. UNAIDS (Joint United Nations Program on HIV/AIDS) - Report on the global AIDS epidemic, 2012. UNAIDS (Joint United Nations Program on HIV/AIDS) - Report on the global AIDS epidemic, 2013.

10 WARD, B. A. et al. The Cytochrome P450 2B6 (CYP2B6) Is the Main Catalyst of Efavirenz Primary and Secondary Metabolism: Implication for HIV/AIDS Therapy and Utility of Efavirenz as a Substrate Marker of CYP2B6 Catalytic Activity. The Journal of Pharmacology and Experimental Therapeutics, v. 306, n. 1, p. 287-300, 2003. WEBER, A.; etal.increased prevalence of functional minor allele variants of drug metabolizing CYP2B6 and CYP2D6 genes in Roma population samples. Pharmacological Reports, v. 67, p. 460-464, 2015.ÃO WYEN, C.; et al. Impact of CYP2B6 983T>C polymorphism on non-nucleoside reverse transcriptase inhibitor plasma concentrations in HIV-infected patients.j.antimicrobchemother, v. 61, n. 4, p. 914-918, 2008. ZANGER, U. M. et al. Polymorphic CYP2B6: molecular mechanisms and emerging clinical significance. Pharmacogenomics, v. 8, n. 7, p. 743 759, 2007. ZANGER, U. M.; KLEIN, K. Pharmacogenetics of cytochrome P450 2B6 (CYP2B6): advances on polymorphisms, mechanisms, and clinical relevance. Pharmacogenetics and Genomics, v. 4, n. 24, p. 1-12, 2013.