PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE O USO DA PEDRA



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Transcrição:

PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE O USO DA PEDRA DEZEMBRO DE 2014

ÍNDICE GERAL USP 1. Sou arquitecto e a utilização da pedra natural tem-me colocado algumas dificuldades, nomeadamente ao nível da selecção das mais adequadas aos fins que pretendo. Pode dar-me alguns conselhos?...8 USP 2. Para uma obra, o empreiteiro propôs-me a aplicação de uma pedra estrangeira que vinha designada por mármore, mas, apresentada a amostra, duvidei de que realmente se tratasse de um mármore. Solicitada a opinião de um perito, concluiu-se que era um calcário. Como se distinguem estes dois tipos de pedra?...9 USP 3. Como profissional da indústria de construção, por vezes tenho dificuldade em saber quais são os fornecedores das pedras que pretendo e como contactá-los. Pode dar-me uma ajuda?... 11 USP 4. Tenho observado que alguns ladrilhos de pedra colocados em fachadas de edifícios de altura razoável se destacaram e caíram no solo, facto que poderia ter causado ou, se continuarem a soltarse, pode vir a causar graves danos em pessoas e bens. Existem processos de realizar revestimentos sem que esse risco se coloque?... 12 USP 5. Estou a projectar uma fachada de 30 m de altura na região de Lisboa, na qual pretendo aplicar um revestimento agrafado de placas de calcário Moleanos Rijo com as dimensões de 800 x 600 mm. Qual é a espessura mínima que devem ter essas placas?... 13 USP 6. A aplicação de placas de pedra em revestimentos de fachadas exige a execução de juntas. Quais são os tipos de juntas e respectivo espaçamento, em geral?... 14 USP 7. Tenho constatado que, muitas vezes, as placas de pedra aplicadas em paredes exteriores se apresentam manchadas por aquilo que me parece ser humidade. Que cuidados se devem ter para se evitar que isso aconteça?... 15 USP 8. Gostaria de saber a vossa opinião sobre a razão pela qual algumas placas de mármore de Carrara, após a aplicação, apresentam manchas amareladas. Este facto tem dado origem a litígios entre os clientes e os fornecedores e/ou construtores. Como se pode evitar que tal aconteça?... 16

USP 9. Como deve ser controlado o material de uma remessa? Quantos elementos devem ser colhidos para verificação em função da quantidade recepcionada de um produto?... 16 USP 10. Recebi um fornecimento de 8 paletes, cada uma delas contendo 120 placas de granito. Para verificação da remessa, quantas paletes devo amostrar e quantas placas devo colher em cada uma?... 20 USP 11. Num pavimento exterior realizado com placas de 400 x 400 x 30 mm de granito amaciado assentes com argamassa de cimento, apareceram, pouco tempo depois, manchas esbranquiçadas e acastanhadas. A que pode ser devido esse fenómeno?... 21 USP 12. Sendo a pedra um material considerado quase eterno, muitos dos nossos monumentos apresentam graves danos, chegando a ver-se que a pedra se desfez em grãos ou que dela se destacaram alguns pedaços. Será que a pedra utilizada não foi a mais conveniente?... 22 USP 13. Podem-me informar quais são os produtos recomendados para a remoção de manchas na pedra natural?... 23 USP 14. Fui contratado para projectar um pavimento em pedra numa praça da minha cidade e penso utilizar placas de calcário de 600 x 400 mm assentes sobre uma argamassa de cimento. Sei que a resistência à flexão da pedra a aplicar é de 8 MPa. Qual é a espessura recomendada?... 25 USP 15. Com regularidade, forneço pedra para vários países da Europa, nomeadamente para França. Uma das características em que mais insistem é a resistência ao gelo. Que critérios devo seguir consoante a região e a utilização em vista para seleccionar a pedra conveniente?... 26 USP 16. Há razões para considerar importante o ensaio de resistência ao gelo para a pedra a utilizar no nosso País?... 28 USP 17. Verifico que, alguns anos depois da sua colocação, algumas pedras perderam o brilho ou em boa parte a sua tonalidade original. Qual é a causa?... 31 USP 18. Como construtor, tenho realizado diversos pisos interiores e exteriores em pedra natural, mas gostaria de saber como me poderei assegurar de que não apresentam risco de escorregamento para quem os utiliza. Desde já agradeço as suas informações.... 32

USP 19. Estou a proceder à selecção de pedra calcária para os pisos de um bloco de 20 apartamentos. Os dados disponíveis indicam-me os valores da resistência ao desgaste das pedras, mas não sei como avaliá-los. Existem disposições nesse sentido?... 33 USP 20. Qual é o melhor tipo de pedra para tampos de mobiliário de cozinha? Um mármore ou um granito?... 34 USP 21. Existem regulamentos sobre a pedra a utilizar em jazigos?... 35 USP 22. Ganhei um concurso para construir habitações junto ao mar e desejava saber como me posso assegurar de que a pedra escolhida resiste ao nevoeiro salino. Existem ensaios com essa finalidade?... 35 USP 23. Pretendemos saber a carga máxima que uma coluna cilíndrica de calcário Branco do Mar com 280 cm de altura e diâmetro de 25 cm poderá suportar. Desde já agradeço que nos indiquem o método de cálculo adoptado, a fim de o utilizarmos em casos semelhantes.... 36 USP 24. Venho por este meio pedir uma breve consultoria relativamente à aplicação de um revestimento em pedra St. Florient Rose num lambrim da fachada de uma habitação. Pretendo saber se é correcta a sua aplicação em exteriores, ou se há alguma restrição. Se assim for, recomenda mudar para outro tipo de pedra?... 38 USP 25. Renovei a fachada em pedra do meu estabelecimento e não sei como poderei resolver um problema que já anteriormente me preocupava e que é, nem mais nem menos, o de a proteger contra inscrições do tipo graffiti. Pode dar-me um conselho?... 38 USP 26. Tenho ouvido falar de ladrilhos calibrados. Pode-me dizer a que se refere este termo?... 39 USP 27. Tenho a intenção de revestir o chão da minha sala comum com placas de um calcário e queria dar um tratamento superficial de impermeabilização ao pavimento. Que recomendações me daria?... 39 USP 28. Tenho visto pavimentos feitos com placas de pedra cujas arestas se apresentam em parte danificadas, com desprendimento de material. Fico-lhe grato se me esclarecer se isso se deve a fraca qualidade da pedra utilizada ou a qualquer outro factor, porque desejo evitar a ocorrência desse defeito nos pavimentos exteriores e interiores de uma moradia que estou a construir.... 40

USP 29. Qual é a espessura mais conveniente para os ladrilhos em pedra do pavimento de uma cozinha?... 41 USP 30. Queria mandar fazer um tampo em granito preto para a banca da minha cozinha, mas tenho ouvido dizer que alguns deles são muito susceptíveis às manchas. Como me poderei assegurar de que isso não acontecerá com a pedra que venha a escolher?... 41 USP 31. Que tipo de acabamento deverei escolher para o pavimento exterior da minha moradia a fim de evitar que seja escorregadio, mas que seja de limpeza fácil? Esclareço que penso utilizar um granito.... 42 USP 32. Calculei a espessura adequada de um pavimento exterior de lajes de 60 x 40 cm de granito de Alpendorada utilizando a fórmula indicada na NP EN 1341, mas aconteceu que a pedra partiu numa das zonas situadas à volta de uma tampa de saneamento em ferro com 50 x 50 cm. Há alguma explicação para este facto? Esclareço que o pavimento foi assente sobre betão, se destina a tráfego de peões e cargas muito ligeiras, e que nos meus cálculos da espessura utilizei o valor de 16,1 MPa para a resistência à flexão da pedra.... 43 USP 33. Mandei fazer um pavimento com uma pedra que me foi vendida como de 1ª qualidade, mas o facto é que não estou satisfeito com o resultado do trabalho porque a pedra apresenta variações na cor que eu não esperava, tem algumas manchas e o polimento não é uniforme. Acha isto normal numa pedra de 1ª qualidade?... 44 USP 34. Quando destinadas a revestimentos agrafados, qual é a resistência às ancoragens mínima que as placas devem ter?... 45 USP 35. Utilizei ladrilhos de 60 x 60 x 3 cm de uma ardósia estrangeira, assentes sobre apoios, para pavimentar um pátio ao ar livre. Aconteceu que, decorrido um mês, muitos desses ladrilhos começaram a lascar segundo um ou dois planos paralelos à face vista. Pergunto qual terá sido a causa e como deveria ter procedido para me certificar de que tal não viesse a acontecer.... 46 USP 36. O mercado disponibiliza materiais em pedra aglomerada com aspecto que lembra o da pedra natural e verifico que, algumas vezes, possuem designações semelhantes, o que pode confundir o utilizador. Será que a pedra aglomerada substitui a pedra natural em todos os seus atributos?... 47

USP 37. Existem produtos que endurecem a pedra de uma fachada ou monumento e que podem evitar ou retardar a sua deterioração?... 47 USP 38. As Normas Europeias de placas e ladrilhos para pavimentos aludem a uma característica designada por tactilidade. Gostaria de saber em que consiste e se existe algum documento que dê indicações para a satisfação desse requisito. Fico-lhe muito grato pelas suas informações.... 48 USP 39. Sempre que sou solicitado para fazer pavimentos em interiores, deparo-me com dificuldades para escolher as pedras mais adequadas consoante o uso previsto porque me quero assegurar de que manterão um bom aspecto durante largos anos de utilização. Poderá dar-me algumas orientações?... 48 USP 40. Fui alertado para o facto de que alguns metais se deterioram por reagirem por contacto com outros metais e que, por isso, nem todos podem ser usados nos dispositivos metálicos de ancoragem de placas em fachadas. Qual é a explicação desse fenómeno?... 50 USP 41. Bom dia. Sou administrador de um prédio em Lisboa que tem revestimento exterior em pedra Amarelo Negrais. A minha questão é se esse revestimento necessita de ser impermeabilizado para resistir à intempérie e à poluição. E, se sim, qual o melhor produto.... 51 USP 42. Estou a construir uma casa, já em fase adiantada, e ontem reparei que uma pedra de um parapeito tinha uma fissura, não muito grande nem muito profunda. Também verifiquei que se tinha destacado um pedaço de uma pedra de canto do muro de vedação.... 52 USP 43. Fabrico produtos de pedra ornamental com diversos tipos de acabamento, embora nunca tenha realizado o acabamento flamejado. Pergunto: Quais as vantagens desse acabamento? Em que tipos de pedra pode ser aplicado? Os meus cumprimentos e obrigado.... 53 USP 44. Estou a utilizar uma base de dados de caracterização de rochas ornamentais para seleccionar pedra para diversos pavimentos de um edifício, mas deparo-me com dificuldades quanto à escolha da resistência à flexão que melhor se ajuste a cada um dos formatos das placas que tenho em vista utilizar. Poderá dar-me alguma orientação prática sobre esse assunto que me ajude nesta fase de selecção das pedras?... 53

USP 45. Sou um leigo na matéria e é a primeira vez que recorro à sua ajuda porque estou preocupado com a ocorrência de alterações no aspecto de algumas pedras que mandei aplicar em pavimentos e tampos de cozinha da minha casa. Na rubrica CANAL ABERTO da revista Rochas & Equipamentos já tenho lido várias perguntas/respostas sobre o assunto, mas gostaria de me esclarecer melhor sobre essas alterações e o que fazer, especificamente quanto às que ocorrem em interiores.... 55

PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE O USO DA PEDRA USP 1. Sou arquitecto e a utilização da pedra natural tem-me colocado algumas dificuldades, nomeadamente ao nível da selecção das mais adequadas aos fins que pretendo. Pode dar-me alguns conselhos? Para além de outros recursos, agora já dispõe do Manual da Pedra Natural para a Arquitectura, publicado pela DGGE (Tel. 217 922 700, Fax 217 939 540), onde pode recolher muitas informações, sugestões e até especificações para a pedra a utilizar nos diferentes tipos de produtos. Consulte, também, o site http://rop.ineti.pt/rop, onde encontrará a descrição e a caracterização circunstanciada das pedras nacionais. Como complemento, e recorrendo ao que é dito no Manual referido, destacarei os pontos seguintes, entendidos como princípios básicos a observar por quem tem em vista utilizar pedra natural. A avaliação de que uma pedra é apropriada para determinada aplicação deve ter em conta a previsão do seu desempenho ao longo do tempo e do custo da manutenção. Deve, pois, ponderar criteriosamente a vida útil da obra, os requisitos técnicos e estéticos, escolher os tipos de pedra menos susceptíveis de degradação estrutural ou da tonalidade e que dêem garantias de não virem a necessitar de grande manutenção durante um período dilatado de utilização (25 anos, por exemplo). Para isso, não poderá dispensar o conhecimento dos resultados de ensaios laboratoriais. Consoante o tipo de pedra, o acabamento, o ambiente do local em que foi aplicado e o grau de exposição aos agentes agressivos em função das posições ocupadas pelos elementos de construção nos edifícios, deverá ser suficiente prever, na maioria dos casos, a realização de inspecções periódicas (de 10 em 10 anos, por exemplo) e, eventualmente, proceder a uma manutenção regular. É oportuno salientar que muitas das alterações estéticas e funcionais indesejáveis que possam vir a manifestar-se no decurso da vida útil de uma obra em pedra não são directamente devidas aos tipos de pedra utilizados, porque resultam, na maioria dos casos, de uma escolha inadequada ou da adopção de sistemas de colocação incorrectos. Por via de regra, tais situações penalizam fortemente a utilização das rochas ornamentais, gerando má informação e criando preconceitos. É por isso que se torna importante que tenha em conta as características de cada tipo de pedra que prevê utilizar e onde e como devem ser aplicados. Todavia, de um ponto de vista mais amplo e mais geral, deve, tão cedo quanto possível, questionar-se ou providenciar sobre o seguinte:

- Certificar-se sobre a origem da pedra a contratar, eventual variabilidade das suas características na pedreira, plano de corte mais favorável, disponibilidade das quantidades necessárias para a obra e formatos oferecidos. Note-se que algumas pedras poderão não existir em quantidade suficiente ou poderão não dar para a confecção de determinados formatos (grandes formatos, em particular); - Certificar-se de que as características das pedras são adequadas para a utilização em vista, não só do ponto de vista estético mas também do ponto de vista técnico, pelo que é importante estabelecerem-se os requisitos necessários e, sem demora, realizarem-se os ensaios e os cálculos de dimensionamento apropriados; - Certificar-se de que a pedra contratada pode ser fornecida dentro do timing estabelecido para a obra, facto importante na medida em que, muitas vezes, são elevadas as solicitações de pedra na moda e os produtores sentem dificuldades em cumprir os prazos de entrega; - Certificar-se das possibilidades de continuidade da existência dos tipos de pedra seleccionados se forem necessárias ampliações ao projecto ou se, no futuro, houver necessidade de reparações ou restauro (para acorrer a estes dois últimos casos, é mesmo aconselhável que o proprietário constitua uma reserva da ordem de 1 % de cada produto colocado). Note-se que a falta de comunicação entre os vários intervenientes no processo de utilização da pedra autor do projecto, exploração, transformação, aplicação, fiscalização e até de quem redige as normas leva, muitas vezes, à execução de trabalhos sem qualidade e a desentendimentos, mesmo em trabalhos de qualidade. Não obstante, como a maior parte das pedras conhecidas já foram alvo de estudos físicos, químicos e mecânicos, de possança das bancadas, das reservas disponíveis, etc., é possível escolher-se, com uma boa margem de confiança, o material certo para o sítio certo em função das quantidades, dimensões e prazos pretendidos. USP 2. Para uma obra, o empreiteiro propôs-me a aplicação de uma pedra estrangeira que vinha designada por mármore, mas, apresentada a amostra, duvidei de que realmente se tratasse de um mármore. Solicitada a opinião de um perito, concluiu-se que era um calcário. Como se distinguem estes dois tipos de pedra? A confusão é frequente (e às vezes intencional), embora habitualmente os produtores portugueses façam uma distinção clara entre estes dois tipos de rochas. Vejamos a questão com algum detalhe:

Calcários e mármores são rochas semelhantes do ponto de vista químico-mineralógico, habitualmente tendo como constituinte principal o mineral calcite (carbonato de cálcio), mais raramente a dolomite (carbonato de cálcio e magnésio). No entanto, do ponto de vista científico e segundo os critérios petrográficos adoptados pelas normas EN (a petrografia é a ciência que caracteriza e descreve as rochas), o termo mármore apenas é aplicável a rochas inteiramente recristalizadas, essencialmente constituídas por calcite e/ou dolomite cristalinas. Derivaram dos calcários por metamorfismo (processo que induz transformações das rochas no interior da crusta terrestre por acção da pressão e da temperatura). A fractura dos mármores mostra cristais brilhantes, muitas vezes semelhantes a grãos de açúcar (textura sacaróide). Por seu turno, os calcários são rochas de origem sedimentar, cuja formação está relacionada com processos de precipitação química e/ou bioquímica em ambiente aquático, sob condições de pressão e temperatura idênticas ou pouco diferentes das que actualmente ocorrem na maior parte da superfície da Terra. A calcite ou a dolomite existem na matriz sob a forma micro ou criptocristalina (cristais não visíveis a olho nu); em alguns casos, apenas nalgumas zonas da rocha se podem observar alguns cristais. A respectiva fractura tem aparência geral baça, finamente granulosa ou globular e alguns deles contêm fósseis de conchas, etc. No máximo, apenas alguns grãos ou agregados brilham. Nas variedades mais duras, a superfície da fractura pode ser concóide. Assim, tendo resultado de processos geológicos bem diferentes, estas rochas distinguem-se facilmente pela sua textura. Aspecto da fractura de um mármore Aspecto da fractura de um calcário comum

Apesar de a distinção petrográfica entre estas rochas ser muito simples, sob a denominação de mármore são referidos, muitas vezes, tipos de rochas que não correspondem a verdadeiros mármores nem mesmo, frequentemente, a rochas metamórficas. Este facto traduz que a terminologia comercial (ou a que o vulgo utiliza), face a dificuldades de identificação das rochas, emprega o vocábulo mármore como termo genérico para designar toda a rocha compacta, carbonatada ou não, que, em particular, dá polimento. Até mesmo a ASTM (Organismo de Normalização dos EUA) concorre para esta confusão com a sua definição demasiado simplista de mármore (qualquer rocha que pode receber polimento), onde inclui os verdadeiros mármores, os travertinos (que são calcários porque, embora sejam constituídos por calcite bem cristalizada (de precipitação), na sua génese não interveio qualquer processo metamórfico), os calcários marmíferos (calcários compactos, sobre os quais refere poderem ser comercializados como pedra calcária ou como mármore) e os serpentinitos (rochas metamórficas em que os carbonatos, como a calcite, etc., são meramente acessórios). Assinale-se que temos conhecimento de um litígio recente ocorrido na Inglaterra, cujo desfecho judicial foi desfavorável a um fornecedor que declarou ter vendido um mármore, o qual, na realidade, se provou ser um calcário. Consequência: o cliente ficou isento de pagar. USP 3. Como profissional da indústria de construção, por vezes tenho dificuldade em saber quais são os fornecedores das pedras que pretendo e como contactá-los. Pode dar-me uma ajuda? Já existem várias listas de produtores, transformadores e fornecedores das nossas pedras naturais em várias publicações, nomeadamente no Manual da Pedra Natural para a Arquitectura, publicado pela DGGE (Tel. 217 922 700, Fax 217 939 540), e no anuário Portuguese Industry of Natural Stone - Rochas Ornamentais e Industriais, da ASSIMAGRA. Para obter informações mais precisas e sempre actualizadas, contacte a ASSIMAGRA (Tel. 217 121 930, Fax 217 121 939, e-mail assimagra@assimagra.com).

USP 4. Tenho observado que alguns ladrilhos de pedra colocados em fachadas de edifícios de altura razoável se destacaram e caíram no solo, facto que poderia ter causado ou, se continuarem a soltar-se, pode vir a causar graves danos em pessoas e bens. Existem processos de realizar revestimentos sem que esse risco se coloque? Sim, existem processos construtivos que reduzem consideravelmente ou eliminam totalmente essas ocorrências. O caso apontado refere-se, certamente, a ladrilhos colados directamente no paramento com argamassas, cimentos ou resinas epoxídicas que se degradam com o decurso do tempo. Por isso, esse processo de colocação não deve ser utilizado em fachadas a partir da sobreloja dos edifícios (~ 6 metros). Actualmente é recomendada (ou, até, exigida para alturas superiores a 6 metros) a fixação das placas de pedra nas paredes por intermédio de diferentes tipos de elementos e estruturas metálicas que mantêm o revestimento afastado da estrutura. Estes sistemas garantem a sustentação do revestimento, a sua resistência às acções do vento e o controlo dos seus movimentos, induzidos por dilatações térmicas e vibrações. As peças metálicas devem ser de aço inoxidável (embora o material encastrado na parede de suporte possa não o ser). De qualquer modo, as peças de suporte devem ser chumbadas na parede com um produto, inclusive cimento, que garanta estanquicidade à água. São de evitar sistemas de ancoragem incorrectos ou utilizando materiais pouco resistentes ou oxidáveis. A caixa de ar para ventilação da fachada deve ter, no mínimo, 30 mm de largura, podendo ser aumentada até chegar a ser 2,5 vezes a espessura das placas. A resistência às ancoragens necessária e a espessura conveniente das placas (30 mm é o mínimo habitualmente preconizado na Europa) devem ser objecto de cálculo apropriado. De qualquer modo, no caso de revestimentos aplicados por colagem directa (em muros ou edificações de pequena altura ou para a fixação de rodapés, caso em que são uma boa solução porque conferem à pedra uma maior resistência ao choque por impacto), o tardoz dos ladrilhos deve ser lavado para remoção de sujidades e há que verificar ou rectificar o empenamento das paredes e prover à sua limpeza antes da colocação das placas, colocação essa que só deve ser efectuada após ser respeitado o tempo suficiente para estabilização do paramento, a fim de se evitarem fendilhamentos devidos a pequenos assentamentos precoces das estruturas e se permitir a completa secagem dos rebocos. Durante a colocação, os produtos de aderência que transbordem das juntas devem ser imediatamente removidos.

USP 5. Estou a projectar uma fachada de 30 m de altura na região de Lisboa, na qual pretendo aplicar um revestimento agrafado de placas de calcário Moleanos Rijo com as dimensões de 800 x 600 mm. Qual é a espessura mínima que devem ter essas placas? Vamos supor que cada placa vai ser fixada por 4 pontos de ancoragem. Os cálculos a realizar exigem a determinação da resistência à flexão da pedra. Para o calcário Moleanos Rijo, o resultado referente a esse ensaio, constante no sistema de pesquisa de rochas ornamentais do INETI (site http://rop.ineti.pt/rop), é o seguinte: - Resistência à flexão: 13,8 MPa Em complemento, terá de se conhecer a pressão do vento sobre as placas em função da zona onde vai ser construído o edifício (ver Manual da Pedra Natural para a Arquitectura, pgs. 100 e 101) e da altura da fachada. Para este caso concreto, o valor indicado para a região de Lisboa (Zona B), no caso de exposição normal aos ventos, é de 1,00 kn/m 2. NOTA: Se não tiver acesso à tabela de pressões do vento, arbitre um valor entre 0,9 kn/m 2 (edifícios baixos) e 1,4 kn/m 2 (edifícios altos), consoante a percepção que tenha da intensidade máxima das rajadas de vento na zona onde pretende construir. Para se calcular a espessura mínima da placa, aplica-se a fórmula seguinte: e (mm) 1500 Pv c 2 F l Rf onde, e - Espessura da placa, em mm Pv - Pressão do vento, em N/mm 2, pelo que se deve dividir o valor tabelado por 1000 c - Comprimento da placa, em mm F - Factor de segurança l - Largura da placa, em mm R f - Resistência à flexão, em MPa No nosso caso, temos que: Pv - Pressão do vento = 0,001 N/mm 2 c - Comprimento da placa = 800 mm F - Factor de segurança = 3

l - Largura da placa = 600 mm R f - Resistência à flexão = 13,8 MPa Por aplicação da citada fórmula, obtém-se que a espessura mínima da placa deve ser de 18,7 mm, sendo de adoptar a espessura de 30 mm, recomendada na Europa. Caso se deseje um factor de segurança superior (justificável para calcários ou outras rochas em que os valores da resistência à flexão se dispersem bastante), por exº, F = 6, a espessura calculada será de 26,4 mm, valor que ainda fica abaixo dos 30 mm recomendados. Mas note que os elementos a serem colocados horizontalmente devem, por via de regra, ter 40 mm de espessura mínima. Como nota final, e face aos resultados dos cálculos efectuados, diremos que é acertada a escolha da pedra Moleanos Rijo para o fim em vista. USP 6. A aplicação de placas de pedra em revestimentos de fachadas exige a execução de juntas. Quais são os tipos de juntas e respectivo espaçamento, em geral? Em placagens de fachadas exteriores, onde pedra e edifício dilatam de modo diverso, há que respeitar as juntas estruturais do edifício e, consoante as dimensões das placas e a técnica de colocação, prever: - juntas de expansão, verticais, colocadas de 6 em 6 metros e com a largura mínima de 10 mm; - juntas de compressão, horizontais, colocadas ao nível de cada piso e com a largura mínima de 15 mm; - juntas adequadas entre elementos contíguos, que podem ser de 2 mm (ladrilhos colados), de 6 mm (placas até 0,3 m 2 ), de 8-10 mm (placas da ordem de 1 m 2 ) e de 10-12 mm para tamanhos superiores, sendo estes três últimos casos referentes ao dimensionamento de juntas abertas a utilizar para placas agrafadas. Se frequentemente as juntas são deixadas abertas, muitas outras vezes são seladas, sendo conveniente serem preenchidas com um material elástico e impermeabilizante. Por outro lado, a elasticidade do agente de colagem deve ser capaz de compensar as dilatações diferenciais entre as placas e a estrutura de suporte. Ter em atenção que as pedras escuras ou negras (ardósias, gabros, etc.) absorvem muito mais calor que as rochas claras e que, por isso, dilatam mais.

USP 7. Tenho constatado que, muitas vezes, as placas de pedra aplicadas em paredes exteriores se apresentam manchadas por aquilo que me parece ser humidade. Que cuidados se devem ter para se evitar que isso aconteça? Quando se trata de placas coladas, a água da chuva e das argamassas de aplicação ou a proveniente do paramento de suporte tende a concentrar-se na superfície e, daí, as manchas observadas se as condições ambientais do local de aplicação (ventilação, exposição ao sol,...) não facilitarem a evacuação da humidade. A este propósito, deve dizer-se que, regra geral, nas rochas mais impermeáveis, a humidade se concentra mais nas juntas (dando lugar ao chamado efeito de moldura ), enquanto que as rochas porosas a absorvem por todo. As placas só devem ser coladas após a completa secagem dos rebocos. Há quem cole as placas por pontos e não por todo o tardoz (ou as grampeie por este lado), e daí aparecerem manchas com aspecto circular em zonas mais ou menos equidistantes dos bordos. De qualquer modo, há que ter sempre em atenção os sistemas de drenagem das águas pluviais, incluindo a drenagem de humidades da base das fachadas. Em algumas situações, pode justificar-se a impermeabilização do tardoz das placas e a sua colagem exclusivamente com resinas epoxídicas. Se julgado absolutamente necessário, qualquer tratamento de com hidrofugantes da face vista das placas só deve ser aplicado cerca de 30 dias após a colocação, ou, no caso de obras já existentes, no mínimo 48 h após ter cessado a chuva, para permitir a completa libertação das humidades. No caso de revestimentos aplicados com sistemas de ancoragem em zonas chuvosas, as fachadas viradas a Norte e as que, igualmente, são pouco ou nada ensolaradas, devem ter uma caixa de ventilação adequada e igualmente serem tratadas com hidrofugantes. Em qualquer dos casos, a impermeabilização da face vista deve ser feita com produtos adequados que permitam a respiração da pedra (o que significa que devem ser permeáveis aos gases) e serve não só para se impedir que absorvam água, mas também para evitar que, devido à humidade residual, as partículas sólidas em suspensão no ar adiram às placas e possam vir a torná-las propícias ao desenvolvimento de musgos, fungos e/ou líquenes, nomeadamente quando de acabamentos grosseiros (bujardados, por exemplo), que aumentam consideravelmente a área exposta.

USP 8. Gostaria de saber a vossa opinião sobre a razão pela qual algumas placas de mármore de Carrara, após a aplicação, apresentam manchas amareladas. Este facto tem dado origem a litígios entre os clientes e os fornecedores e/ou construtores. Como se pode evitar que tal aconteça? Já tivemos ensejo de estudar algumas amostras de mármores de Carrara, antes e depois de aplicados, e constatámos que o facto não ocorre em todas as variedades desse mármore. Verificámos que, quando ainda não aplicadas, as variedades que mancham se apresentam tão límpidas como as outras, o que impede, de certa maneira, um diagnóstico prévio. Concluiu-se que, apesar da possibilidade de existência de cristais de pirite disseminados nesse mármore, a causa da génese de manchas amareladas seria sobretudo o conteúdo em ferro do cimento cinzento, vulgarmente utilizado para colar as lajes. De facto, não se vê nenhuma reacção em torno dos grãos de pirite, pelo que o pigmento ferruginoso terá de ter outra origem. Tanto quanto apurámos, o problema deve-se à ascensão, através das placas, da água utilizada no assentamento ou proveniente do suporte. Os ingredientes dos cimentos usuais, nomeadamente o ferro, migram com ela até à superfície (particularmente através das zonas mais porosas, dos venados, etc.) e, após evaporação da água e da actuação da luz solar, geram-se as referidas manchas amarelo-acastanhadas ou até outros tipos de eflorescências. Este fenómeno é comum em muitos outros tipos de pedra assentes com cimento. Uma possível solução para este problema será a impermeabilização do tardoz das placas, assim como a utilização de um agente de colagem isento de todo e qualquer pigmento que oxide. Uma bem conhecida firma italiana de produtos para a construção, a MAPEI, recomenda, para colocação do mármore de Carrara, um produto especial chamado Granirapid Branco. É uma cola de dois componentes, composta por um agente ligante especial de cor branca, areia e um látex de borracha sintética. Mas, no mercado, há vários outros produtos similares. USP 9. Como deve ser controlado o material de uma remessa? Quantos elementos devem ser colhidos para verificação em função da quantidade recepcionada de um produto? Entre outros métodos passíveis de serem utilizados, a norma UNE-EN 66020-1:2001 define, na secção 10.1, os diversos níveis de inspecção, discriminando quatro níveis especiais (S-l a S-4), utilizados quando o tamanho da amostra é relativamente pequeno e possam ou devam tolerar-se alguns riscos na amostragem.

Por coerência com a norma EN 12326-1:2005 de soletos de ardósia, utilizam-se, correntemente, o nível de inspecção S-3 e um Nível de Qualidade Aceitável (NQA) de 4 %. Uma vez aceites estes pressupostos, recorre-se à Tabela I (um extracto da Tabela 4-5. Letras de código do tamanho da amostra da UNE-EN 66020-1:2001 e referente a um nível de inspecção S-3). Tabela I - Tamanho da amostra em função do tamanho do lote ou da remessa para um nível de inspecção S-3 (Fonte: Norma UNE-EN 66020-1:2001) Número de elementos do lote ou da remessa 2 a 8 9 a 15 16 a 25 26 a 50 51 a 90 91 a 150 151 a 280 281 a 500 501 a 1200 1201 a 3200 3201 a 10000 10001 a 35000 35001 a 150000 150001 a 500000 > 500000 Tamanho da amostra 2 2 3 3 5 5 8 8 13 13 20 20 32 32 50 Definido o plano de amostragem e efectuada a colheita das amostras, realizam-se as observações, as medições e, quando necessário, os ensaios referentes a cada uma das propriedades a controlar, segundo Normas adequadas, num laboratório credível e reconhecido pelas partes. No correspondente relatório, deverão ser indicados os resultados individuais das verificações e/ou ensaios efectuados em cada um dos elementos da amostra, para que se possa verificar se cada um deles cumpre as especificações de produto apropriadas, ou seja, os valores máximos ou mínimos

Tabela II - Critério de aceitação/rejeição (no caso de inspecção normal e para um nível de verificação S-3) em função do tamanho da amostra e do número de elementos não conformes (Fonte: Tabela da norma UNE-EN 66020-1:2001, simplificada). Nível de qualidade aceitável (NQA) Tamanho da 0,10 % 1,0 % 1,5 % 2,5 % 4,0 % 6,5 % 10,0 % amostra Critério de aceitação/rejeição (no caso de inspecção normal) em função do número de elementos não conformes Ac Re Ac Re Ac Re Ac Re Ac Re Ac Re Ac Re 2 0 1 0 1 0 1 0 1 0 1 0 1 1 2 3 0 1 0 1 0 1 0 1 0 1 0 1 1 2 5 0 1 0 1 0 1 0 1 0 1 1 2 1 2 permitidos, conforme o caso.

8 0 1 0 1 0 1 0 1 1 2 1 2 2 3 13 0 1 0 1 0 1 1 2 1 2 2 3 3 4 20 0 1 0 1 0 1 1 2 2 3 3 4 5 6 32 0 1 1 2 1 2 2 3 3 4 5 6 7 8 50 0 1 1 2 2 3 3 4 5 6 7 8 10 11 Ac = Valor de aceitação, em termos do nº máximo de elementos amostrados não conformes Re = Valor de rejeição, em termos do nº mínimo de elementos amostrados não conformes Em função do tamanho da amostra e do tipo de inspecção (em princípio, supõe-se uma inspecção normal) ou ensaio, utiliza-se a Tabela II, escolhendo-se o nível de qualidade aceitável (NQA) desejado, e determinam-se os valores de aceitação e rejeição correspondentes. Exemplo prático: Procede-se à recepção de uma remessa de 240 elementos iguais. De acordo com a Tabela I, o tamanho da amostra a colher para verificação é de 8 elementos. Adoptando (como atrás ficou estabelecido) um NQA de 4 %, obtém-se que o critério de aceitação/rejeição da remessa após inspecção é o seguinte (ver Tabela II): - a remessa será aceite se o número de elementos amostrados não conformes for menor ou igual a 1 (valor de aceitação); - a remessa será rejeitada se o número de elementos amostrados não conformes for igual ou maior que 2 (valor de rejeição). NOTA: A UNE-EN 66020-1:2001 não prevê a tomada de quaisquer acções de tratamento das não conformidades quando o número de elementos não conformes for igual ou superior ao valor de rejeição indicado na Tabela II. É razoável que se permita que o fornecedor substitua todos os elementos não conformes da remessa, caso o número de elementos amostrados não conformes seja inferior a 30 % do total da amostra colhida para verificações.

USP 10. Recebi um fornecimento de 8 paletes, cada uma delas contendo 120 placas de granito. Para verificação da remessa, quantas paletes devo amostrar e quantas placas devo colher em cada uma? Na resposta à pergunta USP 9 indicámos um método para se saber quantos elementos devem ser colhidos para verificação de remessas em função da quantidade total de um produto fornecido a granel. No caso de um fornecimento em paletes, sugiro a utilização do procedimento de amostragem constante na norma NF B 10-601: 2006, que passo a descrever. Sendo P total o número total de paletes do mesmo produto que chega ao mesmo tempo ao mesmo local, o número de paletes a seleccionar aleatoriamente para retirar amostragens é o seguinte: - Seleccionar 1 palete se o nº total de paletes (P total ) for de 1 a 5 - Seleccionar 2 paletes se o nº total de paletes (P total ) for > 5 e 10 - Seleccionar 3 paletes se o nº total de paletes (P total ) for > 10 e 30 Se a remessa for superior a 30 paletes, decompõe-se o seu número total (P total ) em múltiplos de 30, acrescentando-se um lote complementar se ainda sobrarem paletes (por exemplo, a 36 paletes correspondem 2 lotes: 1 lote de 30 + 1 lote de 6, e então deverão ser seleccionadas 3+2 paletes para amostragem). Depois, como assumimos que se trata de paletes contendo o mesmo produto, toma-se em consideração o número N de elementos contidos em cada uma das que foram seleccionadas e de cada uma dessas paletes retira-se uma amostra de X elementos para verificações geométricas ou para ensaios, se necessários. O número X de elementos a colher em cada palete deve ser: - X = N (ou seja, todos os elementos) se N < 4 - X = 3 se N for > 4 e 20 - X = 5 se N for > 20 e 100 - X = 7 se N for > 100 e 300 - X = 10 se N for > 300 e 600 - X = 15 se N for > 600 Como indica que recebeu um fornecimento de 8 paletes (P total ), segundo o critério aqui descrito basta-lhe seleccionar ao acaso 2 paletes e, como cada uma contém N = 120 placas de granito, deve retirar X = 7 placas de cada palete para as verificações que entender necessárias.

USP 11. Num pavimento exterior realizado com placas de 400 x 400 x 30 mm de granito amaciado assentes com argamassa de cimento, apareceram, pouco tempo depois, manchas esbranquiçadas e acastanhadas. A que pode ser devido esse fenómeno? Existem três causas principais para a alteração da tonalidade da superfície das pedras naturais após aplicação, mesmo das que são muito pouco porosas, como será o caso: a) penetração de substâncias corantes ou descorantes a partir do exterior após a colocação ou durante a utilização; b) arrastamento de substâncias existentes no interior da pedra e que se depositam à superfície; c) ascensão de substâncias a partir do agente de assentamento ou do paramento de suporte, que induzem alterações mineralógicas ou cristalizações que resultam na modificação parcial da tonalidade da face exposta da pedra. Nos casos das alíneas b) e c), o fenómeno é basicamente causado por uma combinação da humidade com matérias solúveis. Assim, a humidade do cimento e a que possa ter origem no paramento de suporte, pode arrastar consigo cal, sulfatos, cloretos ou até silicatos dissolvidos em direcção à superfície. Aqui, a água evapora-se e os sais cristalizam sob a forma de eflorescências, que consistem em manchas em geral de tom esbranquiçado, mais ou menos pulverulentas ou não muito consistentes constituídas por sais solúveis depositados. Habitualmente, este tipo de manchas pode ser facilmente removido com agentes de limpeza. Um caso diferente é a génese das manchas amarelo-acastanhadas em granitos: este tipo de manchas é, na maioria dos casos, provocada pela instabilização da estrutura da biotite ou dos sulfuretos (pirite, por exº), com libertação de ferro. Devido às características fortemente alcalinas dos cimentos, incluindo os cimentos-cola (ph da ordem de 12 ou superior), o ferro do cimento, do substrato e das biotites ou dos sulfuretos é solubilizado e arrastado através dos poros e microfissuras da pedra até à superfície, onde se deposita e é oxidado por acção da luz solar (daí a cor acastanhada). Por vezes, deposita-se sobretudo nas fissuras ou nos planos de clivagem e nos contornos dos minerais. Em teoria, a remoção destas manchas é possível, mas pode não ser fácil. Em qualquer dos casos apontados, o problema pode ser prevenido com a aplicação de uma impermeabilização no tardoz das placas. Com o recente desenvolvimento da tecnologia de presa e secagem rápidas, existem produtos que reduzem drasticamente o risco de aparecimento destas

patologias. Uma outra alternativa é utilizar colas epoxídicas para o assentamento. USP 12. Sendo a pedra um material considerado quase eterno, muitos dos nossos monumentos apresentam graves danos, chegando a ver-se que a pedra se desfez em grãos ou que dela se destacaram alguns pedaços. Será que a pedra utilizada não foi a mais conveniente? Não será bem esse o caso. Após aplicação, qualquer tipo de pedra, mormente quando prolongadamente exposto à intempérie, pode sofrer modificações no respectivo aspecto e na própria estrutura. Tudo depende, em muito, do grau de actividade dos agentes de intemperismo locais e da poluição. Mas é claro que a porosidade, a microfissuração e o grau de alteração inicial das rochas são considerados como as principais características para explicar a maior ou menor facilidade com que se degradam, pois representam as vias de acesso da água ao interior da pedra e facilitam a sua permanência na superfície exterior dos elementos pétreos por um maior período de tempo. De um modo geral, em algumas pedras aplicadas poderão ocorrer aumento de volume ("empolamento"), fissuração, esfoliação ou escamação, alveolização, desagregação granular, dissoluções ou modificações na estrutura da pedra. A desagregação é o fenómeno mais significativo, porque resulta da perda de coesão intergranular e, consequentemente, as características mecânicas da pedra deterioram-se gravemente. Nas paredes, a desagregação, fissuração, fracturação e lascagem provocadas pelas variações térmicas ou por outros agentes do intemperismo e por esforços mecânicos, incluindo o peso próprio do material, são os efeitos mais comuns. Noutros casos, porém, observam-se fenómenos superficiais de desplacagem, motivados pela congelação da água ou pela cristalização de sais (normalmente sulfato hidratado de cálcio (gesso) ou hidróxidos de cálcio solubilizados) e/ou pela concentração de vapor na zona sub-superficial, substâncias essas que, sobretudo originárias do material de assentamento circularam no interior da pedra através de poros e fissuras. Por razões de ordem vária (por exemplo, impermeabilização da face vista), tais fluidos ficam retidos próximo da superfície e a acção do calor solar dá origem à cristalização desses sais (com aumento de volume) e à transformação da água em vapor, provocando tensões sobre a zona superficial da pedra e ocasionando o destaque de pequenas placas. Muitas vezes, nas zonas onde esse destaque ocorreu, observa-se um precipitado branco de sais como os indicados na resposta anterior.

O fenómeno da génese de pequenas ampolas à superfície tem explicação semelhante, parecendo, no entanto, dever-se, sobretudo, à cristalização de sais. Nas regiões muito frias, o aumento de volume da água no interior da pedra devido à congelação é, também, um importante agente de degradação. Noutros casos, o destacamento de pequenas lascas de pedra é favorecido pelo corte da pedra subparalelamente à orientação média das fissuras, dos venados ou da laminação da pedra, se existente. Sobretudo em calcários, a presença de minerais argilosos torna as pedras muito sensíveis à presença da água e, da expansão que a água induz nesses minerais, também resulta, frequentemente, o desenvolvimento de escamas, lascas ou mesmo destacamento de placas, o que se traduz sempre por perdas muito significativas das superfícies afectadas. É de salientar que a génese de gesso nos mármores e nos calcários devido à poluição é extremamente perniciosa, porque afecta a coesão entre os grãos. Trata-se de um produto pulverulento, facilmente removível pelas chuvas ou durante as lavagens periódicas, provocando desagregações e alveolizações. USP 13. Podem-me informar quais são os produtos recomendados para a remoção de manchas na pedra natural? Não existe um único método aplicável à remoção de todos os tipos de manchas, nem o mesmo produto serve para todas as pedras. Muitas vezes, é recomendável consultar um especialista na matéria. Porém, sugerimos que comece por lavar a pedra com água quente e sabão neutro várias vezes. Se a mancha não sair, utilize os seguintes tratamentos específicos (indicados em Paolo Davini, OSNET Ed., Vol. 9), considerados apropriados para a eliminação de algumas das manchas causadas pelo derrame acidental de líquidos ou produtos caseiros, pela acumulação de detritos, oxidações, etc.: - Manchas ferruginosas (em granitos) Solução de ácido ortofosfórico (H 3 PO 4 ) + ácido oxálico (H 2 C 2 O 4 ) a 5 % de cada. - Manchas ferruginosas (em mármores polidos) - Solução de oxalato de amónio (NH 4 ) 2 C 2 O 4 a 5 % ou de sulfito de sódio (Na 2 SO 3 ) + EDTA a 5 % de cada. - Manchas ferruginosas (em mármores amaciados) - Solução de ácido ortofosfórico (H 3 PO 4 ) + ácido oxálico (H 2 C 2 O 4 ) a 5 % de cada (em alternativa, esfregar com lã de aço # 0000). - Crustas de hidróxido de cálcio (em granitos) - Solução de ácido clorídrico (HCl) a 10 %. - Crustas negras Solução de soda cáustica (NaOH) a 5 %, raspando levemente.

- Verdete - Emplastro de sepiolite impregnado com uma solução de amónia (NH 3 ) + carbonato de amónio (NH 4 ) 2 CO 3 a 5 % de cada. - Óleo e todos os tipos de gorduras - Emplastro de sepiolite impregnado com tolueno. - Azeite - Solução de amónia (NH 3 ). - Chá, café, sumo de frutas, vinho tinto, vinagre, tinta de escrever, tanino e marcas de folhas Água oxigenada (H 2 O 2 ) a 30-35 % (concentração aproximadamente correspondente a 100 volumes); se o brilho da pedra tiver sido afectado, repolir a superfície após a eliminação das manchas. - Tinta de escrever ou de marcadores - Emplastro de sepiolite impregnado com diclorometano (CH 2 Cl 2 ). - Queimadelas de cigarros - Emplastro de sepiolite impregnado com tolueno. - Chiclete Raspagem após congelação com neve carbónica. - Urina (recente) Solução de bicarbonato de sódio (NaHCO 3 ) a 5 %. - Algas, líquenes e fungos Lixívia comum. Nestes e noutros casos, também pode ser útil a utilização criteriosa de diluentes, álcoois, terebintina, acetona, etc. Os emplastros (ou cataplasmas) costumam ser eficazes: um agente absorvente (sepiolite, atapulgite, talco, algodão, lenço ou toalhete de papel, etc.) é impregnado com o agente de remoção, aplicado sobre a mancha, coberto com um recipiente (copo, malga, etc.) ou com uma folha de plástico bem vedada para não evaporar rapidamente e deixado a actuar durante umas 12 a 24 horas. Em qualquer caso, se a mancha não for removida, limpar a pedra e repetir sucessivamente o procedimento. No final do tratamento, é sempre indicada a lavagem cuidada da pedra com detergentes de limpeza com ph neutro. Sendo que os principais agentes causadores de manchas são líquidos, nas circunstâncias mais sujeitas a manchas (cozinhas, refeitórios, etc.) e antes de se iniciar a utilização destas instalações, é aconselhável o emprego de selantes, repelentes ou ceras adequadas que não afectem as características das pedras e que protejam as superfícies contra as manchas e facilitem a limpeza, ajudando à conservação do aspecto pretendido. Neste campo, os produtos do tipo silano-siloxano vêm ganhando progressiva aplicação, porque penetram bem abaixo da superfície, não a mancham, permitem a circulação do ar no interior da pedra e mantêm a capacidade protectora por largos anos,

mesmo nas condições menos favoráveis. Mas, quanto à aplicabilidade destes e de outros produtos similares, têm a palavra as empresas que os fabricam e os técnicos habilitados. USP 14. Fui contratado para projectar um pavimento em pedra numa praça da minha cidade e penso utilizar placas de calcário de 600 x 400 mm assentes sobre uma argamassa de cimento. Sei que a resistência à flexão da pedra a aplicar é de 8 MPa. Qual é a espessura recomendada? Tudo depende das cargas a que esse pavimento irá ser sujeito. O Anexo A da norma NP EN 1341 indica a carga mínima, em kn, a que as placas aplicadas em pavimentos devem resistir em função da utilização prevista, a saber: Utilização prevista p (kn) mínima Lajes assentes com argamassas em áreas para uso exclusivo de peões 0,75 Zonas pedonais e para bicicletas 3,5 Zonas com acesso ocasional de automóveis, veículos ligeiros e motociclos. Entradas de garagens Zonas de trânsito de peões, praças de mercados com circulação ocasional de veículos de distribuição e de emergência 6,0 9,0 Zonas pedonais com circulação frequente de veículos pesados 14,0 Ruas e estradas, estações de abastecimento de combustível 25,0 Conhecida a carga de ruptura mínima necessária para cumprir os requisitos da aplicação em vista, a espessura da laje ou placa pode ser devidamente calculada através da fórmula seguinte, que inclui um factor de segurança F S que depende das dimensões planares dos elementos e do modo de colocação em obra (ver o Anexo A da NP EN 1341): e = Fs 1500 c p R f l onde,

e- espessura, em mm F S - factor de segurança c - comprimento do elemento, em mm l - largura do elemento, em mm R f - resistência à flexão, em MPa p - carga de rutura mínima requerida, em kn, consoante a utilização prevista Por exemplo, as placas previstas (de dimensões c = 600 mm e l = 400 mm e com 8 MPa de resistência à flexão), assentes como referiu, devem, no caso de assentamento sobre uma superfície rígida (factor de segurança F S = 1,2), ser dimensionadas com a espessura mínima de: - 15,9 mm, se a carga de rutura mínima requerida para a aplicação em vista for de 0,75 kn ( 75 kg) - 34,4 mm, se a carga de rutura mínima requerida para a aplicação em vista for de 3,5 kn ( 350 kg) - 45,0 mm, se a carga de rutura mínima requerida para a aplicação em vista for de 6,0 kn ( 600 kg) - 55,1 mm, se a carga de rutura mínima requerida para a aplicação em vista for de 9,0 kn ( 900 kg), e assim sucessivamente. Verifica-se, pois, que basta actuar na espessura para que a mesma pedra seja susceptível de ser utilizada em placas para aplicações sujeitas a cargas muito diferentes. Mas note que, por via de regra, a espessura das placas ou lajes para pavimentos exteriores (excepto espelhos de degraus) deve ser sempre igual ou superior a 20 mm. USP 15. Com regularidade, forneço pedra para vários países da Europa, nomeadamente para França. Uma das características em que mais insistem é a resistência ao gelo. Que critérios devo seguir consoante a região e a utilização em vista para seleccionar a pedra conveniente? A variedade de rochas ornamentais existente e a diversidade das situações de utilização em exteriores torna difícil a adopção de critérios unificados a nível das características climáticas das diversas regiões do globo.

É claro que os países mais afectados pelo gelo já produziram disposições práticas adequadas tanto para cada região como para cada tipo de aplicação, estabelecendo para cada caso o número de ciclos de gelo-degelo que a pedra deve suportar sem evidenciar deterioração. Aos países menos afectados, se exportadores, interessa conhecerem o comportamento das suas pedras ao gelo, quando se destinam a países frios. Para o seu caso, uma regra geral pode ser a seguinte: Áreas fracamente gelivas ( 2 dias/ano com temperaturas inferiores a - 5 ºC) Áreas moderadamente gelivas (entre 3 e 10 dias/ano com temperaturas entre - 5 e - 10 ºC) Áreas fortemente gelivas (> 10 dias/ano com temperaturas inferiores a - 10 ºC) Paredes lisas 12 ciclos 24 ciclos verticais Rebordos salientes, balaustradas, parapeitos, corrimãos e espelhos de degraus Cornijas, placas maciças de varandas, pedestais, pavimentos, soleiras, patamares, rodapés e cobertores de degraus 24 ciclos 48 ciclos 96 ciclos 48 ciclos 96 ciclos 168 ciclos a)