DIREITO PENAL MILITAR Extinção da Punibilidade Parte 1 Prof. Pablo Cruz
A punibilidade é o quarto e último degrau de avaliação do fato punível. É o requisito final para que um agente que pratique um ato reprovado pela lei penal seja responsabilizado. Não constitui elemento do delito, mas dele é uma consequência. (COIMBRA NEVES, Cícero Robson e STREIFINGER, Marcello. Manual de Direito Penal Militar. São Paulo: Saraiva, 3ª edição, 2013, p. 584.) Dessa forma, praticada uma infração penal (fato típico, ilícito e culpável) nasce para o Estado a pretensão punitiva, que, contudo, se encerra (se extingue) nos casos previstos em lei.
Causas extintivas Art. 123. Extingue-se a punibilidade: I - pela morte do agente; II - pela anistia ou indulto; III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso; IV - pela prescrição; V - pela reabilitação; VI - pelo ressarcimento do dano, no peculato culposo (art. 303, 4º).
Causas extintivas Parte Geral Art. 123. Extingue-se a punibilidade: I - pela morte do agente; II - pela anistia ou indulto; III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso; IV - pela prescrição; V - pela reabilitação; VI - pelo ressarcimento do dano, no peculato culposo (art. 303, 4º).
Causa extintiva Parte Especial Receptação culposa: Art. 255. Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela manifesta desproporção entre o valor e o preço, ou pela condição de quem a oferece, deve presumir-se obtida por meio criminoso: Pena - detenção, até um ano. Parágrafo único. Se o agente é primário e o valor da coisa não é superior a um décimo do salário mínimo, o juiz pode deixar de aplicar a pena.
No que tange à reabilitação tratada pelo CPM como causa de extinção da punibilidade, verifica-se que se trata de tema relacionado à pena de inabilitação. Para que tal reabilitação seja viável, o indivíduo deve aguardar o prazo de cinco anos.
CPM: Art. 134. A reabilitação alcança quaisquer penas impostas por sentença definitiva. 1º A reabilitação poderá ser requerida decorridos cinco anos do dia em que fôr extinta, de qualquer modo, a pena principal ou terminar a execução desta ou da medida de segurança aplicada em substituição (art. 113), ou do dia em que terminar o prazo da suspensão condicional da pena ou do livramento condicional, desde que o condenado:
a) tenha tido domicílio no País, no prazo acima referido; b) tenha dado, durante êsse tempo, demonstração efetiva e constante de bom comportamento público e privado; c) tenha ressarcido o dano causado pelo crime ou demonstre absoluta impossibilidade de o fazer até o dia do pedido, ou exiba documento que comprove a renúncia da vítima ou novação da dívida.
Prescrição Conceito: É a perda da pretensão punitiva do Estado em razão de seu não exercício dentro do lapso temporal previamente fixado no art. 125 do CPM. Espécies de prescrição: A prescrição da pretensão punitiva envolve o prazo que o Estado tem para proferir uma sentença penal condenatória. Já a prescrição da pretensão executória envolve o prazo que o Estado tem para executar, para cumprir o comando que emerge de uma sentença penal condenatória definitiva.
Prazos Prescricionais: Art. 125. A prescrição da ação penal, salvo o disposto no 1º dêste artigo, regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-se: I - em trinta anos, se a pena é de morte; II - em vinte anos, se o máximo da pena é superior a doze; III - em dezesseis anos, se o máximo da pena é superior a oito e não excede a doze; IV - em doze anos, se o máximo da pena é superior a quatro e não excede a oito;
V - em oito anos, se o máximo da pena é superior a dois e não excede a quatro; VI - em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo superior, não excede a dois; VII - em dois anos, se o máximo da pena é inferior a um ano.
V - em oito anos, se o máximo da pena é superior a dois e não excede a quatro; VI - em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo superior, não excede a dois; VII - em dois anos, se o máximo da pena é inferior a um ano.
Termo Inicial para a Contagem da Prescrição da Pretensão Punitiva Art. 125, 2º A prescrição da ação penal começa a correr: a) do dia em que o crime se consumou; b) no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade criminosa; c) nos crimes permanentes, do dia em que cessou a permanência; d) nos crimes de falsidade, da data em que o fato se tornou conhecido.
Início do Prazo Prescricional na Deserção Extinção da Punibilidade O crime de deserção, conforme entendimento do STM, é de natureza permanente. Assim, enquanto o desertor estiver ausente, o delito estará se consumando. STF, Informativo 682 - Deserção e crime permanente: A natureza do crime de deserção, previsto no art. 187 do CPM, é permanente e o marco prescricional inicia-se com a cessação da referida permanência, ou seja, com a captura ou a apresentação voluntária do militar. HC 112511/PE, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 2.10.2012. (HC-112511)