Ansiedade infantil antes e após o tratamento endodôntico

Documentos relacionados
AVALIAÇÃO DA ANSIEDADE INFANTIL PRÉVIA AO TRATAMENTO ODONTOLÓGICO ASSESSMENT OF CHILDHOOD ANXIETY PRIOR TO DENTISTRY CARE

AVALIAÇÃO DE CONHECIMENTOS E PRÁTICAS EM SAÚDE BUCAL DE RESPONSÁVEIS POR CRIANÇAS ACOMPANHADAS NA FACULDADE DE ODONTOLOGIA PELOTAS\RS

ANSIEDADE FRENTE AO TRATAMENTO ODONTOLÓGICO EM PSFS DO MUNICÍPIO DE PONTE NOVA 1

PERFIL DAS MÃES DE RECÉM-NASCIDOS PREMATUROS DO HOSPITAL MATERNO INFANTIL DA CIDADE DE APUCARANA

PERFIL DO ATENDIMENTO REALIZADO NO NESO NO ANO DE 2011*

RELATÓRIO TÉCNICO - CIENTÍFICO DENTIFICAÇÃO DO PROJETO

Pesquisa Brasileira em Odontopediatria e Clínica Integrada ISSN: Universidade Federal da Paraíba Brasil

AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE ANSIEDADE PRÉVIO À CONSULTA ODONTOLÓGICA EM CRIANÇAS DE 5 A 12 ANOS

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA PRÓ-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO COLEGIADO DO CURSO

PALAVRAS-CHAVE: Escalas, Comportamento Infantil, Catastrofização, Estudos de Validação

RESUMO. Palavras-chave: Criança, Cárie Dentária, Qualidade de vida. INTRODUÇÃO

A toda a minha família e amigos que, cada um com a sua particularidade, me foi relevante e importante com todo o seu carinho e apoio emocional.

FATORES ASSOCIADOS À DESISTÊNCIA DE PROGRAMAS MULTIPROFISSIONAIS DE TRATAMENTO DA OBESIDADE EM ADOLESCENTES

Odontopediatras e Médicos Pediatras: os benefícios dessa Integração

CLIMA FAMILIAR E OS PROBLEMAS EMOCIONAIS/COMPORTAMENTAIS NA INFÂNCIA: ANÁLISE DE REGRESSÃO

EFEITOS DA ESCOVAÇÃO SUPERVISIONADA EM ESTUDANTES DA REDE PÚBLICA DE ENSINO DA CIDADE DE QUIXADÁ

TÍTULO: CARACTERIZAÇÃO DAS QUEDAS EM CRIANÇAS INTERNADAS EM HOSPITAL PEDIÁTRICO

Banca: Prof. Dr. Wilson Galhego Garcia- Orientador - (FOA/Unesp) Profa. Dra. Nemre Adas Saliba - Orientadora - FOA/Unesp)

HABILIDADES SOCIAIS: DIFERENÇA ENTRE SEXO E NÍVEL ESCOLAR

CURSO DE ATUALIZAÇÃO CLÍNICA EM ODONTOPEDIATRIA

A escala de percepção do paciente como um recurso para a gestão dos serviços de saúde

CAPÍTULO II DAS ATRIBUIÇÕES DO BIOBANCO

ALTERAÇÕES DE EQUILÍBRIO EM PACIENTES PÓS ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO E SUA INFLUÊNCIA NA QUALIDADE DE VIDA

EFEITO DA ESTIMULAÇÃO VESTIBULAR NO PERFIL SENSORIAL DE CRIANÇAS COM PARALISIA CEREBRAL: ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO ALEATORIZADO

PERFIL DA AUTOMEDICAÇÃO ENTRE IDOSOS USUÁRIOS DAS UNIDADES DE SAÚDES DA FAMÍLIA DO MUNICÍPIO DE CUITÉ-PB INTRODUÇÃO

ATIVIDADES EDUCATIVAS E PREVENTIVAS EM ESCOLARES E O RISCO DE CÁRIE DENTÁRIA. STEIN, Caroline¹; ROSA, Adrine Maciel¹; BIGHETTI, Tania Izabel²

NÍVEL DE CONHECIMENTO SOBRE ALEITAMENTO MATERNO DE GESTANTES NO MUNICÍPIO DE APUCARANA PR

PALAVRAS-CHAVE Redes de Atenção Materno-infantil; Saúde Bucal; Cuidado da criança.

Camila Ap. Marques Faria de Melo Kíssila Brito Fiszer

Contexto escolar: a influência de professores, pares e pais sobre o comportamento de crianças

AUTOPERCEPÇÃO EM SAÚDE BUCAL DE IDOSOS EM USF DO DISTRITO SANITÁRIO III

Módulo Opcional de Aprendizagem

PERCEPÇÃO DOS ESTUDANTES DOS CURSOS DE MEDICINA VETERINÁRIA DO ESTADO DE SANTA CATARINA SOBRE O BEM ESTAR DOS ANIMAIS DE PRODUÇÃO

RESUMO INTRODUÇÃO: Pessoas com sintomas de ansiedade apresentam maiores níveis de pressão arterial. A presença de ansiedade está associada com as

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA - UDESC

IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS: AVALIAÇÃO DAS ATIVIDADES DE VIDA DIÁRIA

PALAVRAS-CHAVE Obstetrícia. Educação em saúde. Consulta de enfermagem.

V CONGRESSO SUDESTE DE CIÊNCIAS DO ESPORTE

PERCEPÇÃO DOS DOCENTES ACERCA DO SISTEMA DE TRIAGEM ODONTOLÓGICA DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA

REVISTA PERSPECTIVA: CIÊNCIA E SAÚDE

Avaliação da Preferência dos Pares Mãe-Filho Quanto à Presença Materna Durante o Atendimento Odontopediátrico

INVESTIGAÇÃO FARMACOEPIDEMIOLÓGICA DO USO DO CLONAZEPAM NO DISTRITO SANITÁRIO LESTE EM NATAL-RN

Índice de massa corporal e prevalência de doenças crônicas não transmissíveis em idosos institucionalizados

AVALIAÇÃO DA SAÚDE BUCAL EM CRIANÇAS DE 6 ANOS DE PALMAS-TO: PREVALÊNCIA DE CÁRIE E NECESSIDADE DE TRATAMENTO 1

Situação profissional dos egressos do curso técnico em nutrição e dietética do Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais Câmpus Barbacena

VEROSSIMILHANÇA ENTRE O REAL E O RELATADO SAÚDE BUCAL DE ALUNOS DE UMA INSTITUIÇÃO DE PONTA GROSSA

PROCEDIMENTO PREPARATÓRIO FACE A FACE FRENTE A ANSIEDADE E DOR EM JOVENS SUBMETIDOS À EXODONTIA DE TERCEIRO MOLAR SUPERIOR

LISTA DE TABELAS. Página

Hidroxizina é Nova Potencial Opção Terapêutica para Tratamento do Bruxismo do Sono Infantil. Segurança e Eficácia Comprovadas em

CIRURGIÕES DENTISTAS: O QUE MOTIVA SUA INSERÇÃO NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMILIA DENTISTs: WHAT MOTIVATE THEIR INSERTION IN FAMILY HEALTH STRATEGY

Palavras chave: Comportamento, escala de agressividade competitiva, esporte coletivo, lutadores, psicologia do esporte.

HUMANIZAÇÃO NO TRATAMENTO ODONTOLÓGICO HUMANIZATION IN DENTAL TREATMENT

Palavras-chave: Educação em Saúde, Acolhimento, Odontopediatria, Equipe interdisciplinar.

PERFIL NUTRICIONAL DAS CRIANÇAS QUE FREQUENTAM OS CENTROS MUNICIPAIS DE EDUCAÇÃO INFANTIL DE JANDAIA DO SUL PR

Liga de Puericultura. League childcare

Stomatos Universidade Luterana do Brasil ISSN (Versión impresa): BRASIL

AGENESIA DO SEGUNDO PRÉ-MOLAR INFERIOR: AVALIAÇÃO OCLUSAL E RADICULAR DO CORRESPONDENTE DECÍDUO

Universidade de São Paulo

Técnicas de Controle do Comportamento do Paciente Infantil: Revisão de Literatura

Os escolares das Escolas Municipais de Ensino Fundamental

A ARTE E O BRINCAR MELHORANDO A ASSISTÊNCIA À SAÚDE MENTAL INFANTIL

AVALIAÇÃO DA SATISFAÇÃO DOS PACIENTES ATENDIDOS NA CLÍNICA ESCOLA DE ODONTOLOGIA EM UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR

A INFLUÊNCIA DE ASPECTOS CONTEXTUAIS E INDIVIDUAIS NA DENTIÇÃO FUNCIONAL DE ADULTOS DO SUL DO BRASIL

CURSOS ICMDS ODONTOPEDIATRIA

COMUNICAÇÃO E RECURSOS AMBIENTAIS: ANÁLISE NA FAIXA ETÁRIA DE 1 A 3 ANOS.

Estudo da cronologia da erupção dental decídua das crianças atendidas nas clínicas do curso de Odontologia da Univali

CORRELAÇÃO ENTRE CAPACIDADE INTELECTUAL, IDADE MENTAL E CRONOLÓGICA DE CRIANÇAS SUBMETIDAS A TRATAMENTO ODONTOLÓGICO

Resiliência e burnout em trabalhadores de enfermagem

INCLUSÃO DO IDOSO NO MUNDO DIGITAL Emerson da Silva Xavier. Universidade Federal de Campina Grande/UFCG. Eliane de Sousa

Dissertação de mestrado

UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO

INTRODUÇÃO MATERIAL E MÉTODOS OU METODOLOGIA

INTRODUÇÃO. 15. CONEX Resumo Expandido - ISSN

Professora adjunta da Faculdade de Nutrição/UFPEL Campus Universitário - UFPEL - Caixa Postal CEP

Sinaes Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior. Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes. Relatório da IES

INFLUÊNCIA DOS DESVIOS NUTRICIONAIS GESTACIONAIS NO PESO AO NASCER DE RECÉM-NASCIDOS ATENDIDOS PELA REDE PÚBLICA DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE PALMAS TO

Título do projeto: ESTUDO DA SAÚDE BUCAL DE PACIENTES COM SÍDROME DE PRADER-WILLI

FACULDADES INTEGRADAS DE PATOS VI JORNADA ACADÊMICA DE ODONTOLOGIA (JOAO) PAINEIS ÁREA 1: DENTÍSTICA, PRÓTESE DENTÁRIA E DISFUNÇÃO TEMPORO-MANDIBULAR

O USO DA CONTENÇÃO FÍSICA COMO TÉCNICA DE CONDICIONAMENTO NO ATENDIMENTO ODONTOLÓGICO DE BEBÊS: REVISÃO DE LITERATURA.

~ 16 ~ PRESENÇA DA EXPRESSÃO DE RAIVA COMO ESTADO E TRAÇO NO PROCESSO DE ELABORAÇÃO DO LUTO EM CONSULTÓRIOS PSICOLÓGICOS NO MUNICÍPIO DE CAÇADOR, SC

conhecidos pela comunidade científica e difundidos na sociedade, principalmente aqueles que

PERCEPÇÃO MATERNA SOBRE A SAÚDE BUCAL DE SEUS BEBÊS: ESTUDO EM UNIDADES DE SAÚDE DA FAMÍLIA DE PONTA GROSSA PARANÁ

PALESTRA EDUCATIVA NA PROMOÇÃO DE SAÚDE BUCAL COM ALUNOS DA CRECHE-ESCOLA RAINHA DA PAZ DE QUIXADÁ-CE

Brazilian Journal of Forensic Sciences, Medical Law and Bioethics. Auditoria Odontológica: Incidência de Procedimentos Glosados nas Especialidades

Saúde bucal na escola: Um estudo sobre atividades de educação em saúde para estudantes. RESUMO

Luciano Teles * Dionísia Cataldo ** Luis Felipe Jochims Schneider *** Mayra Cardoso **** Patricia Nivoloni Tannure ***** RESUMO

ISSN ÁREA TEMÁTICA:

Cirurgiã-Dentista do Hospital Universitário Professor Alberto Antunes Unidade Cérvico-Facial EBSERH UFAL Maceió, AL

Personalidade de marcas de fast-food: uma comparação entre consumidores jovens brasileiros e americanos

PONTO DE VISTA DOS PAIS EM RELAÇÃO A SUA PRESENÇA DURANTE O ATENDIMENTO ODONTOLÓGICO DE SEUS FILHOS

ASSOCIAÇÃO ENTRE PRESSÃO ARTERIAL E CAPACIDADE FUNCIONAL DE IDOSOS DE UM CENTRO DE ESPECIALIDADES MÉDICAS DE BELO HORIZONTE-MG

Avaliação da telelaringoscopia no diagnóstico das lesões benignas da laringe

Sinaes Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior. Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes. Relatório da IES

ANEXO 1. Modelo Estruturado do Projeto de Pesquisa

Avaliação da experiência de cárie e necessidade de tratamento de pré-escolares de 5 e 6 anos das redes pública e privada do município de Porto Velho,

Odontologia Bacharelado

USO DE SEDAÇÃO ORAL PARA O ATENDIMENTO ODONTOLÓGICO NO NESO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO, CULTURA E ASSUNTOS ESTUDANTIS. 1. Modalidade da Ação. 2. Apresentação do Proponente

Transcrição:

Ansiedade infantil antes e após o tratamento endodôntico Anxiety child before and after endodontical treatment Daiani Jovanowichs Ramos * Jéssica Carolina Larini Oliveira ** Marília Leão Goettmes *** Luiza Helena Almeida **** Objetivo: avaliar o grau de ansiedade das crianças antes e após o tratamento endodôntico, por meio do teste Venham Picture Teste (VPT) modificado, e a percepção dos responsáveis diante do atendimento dos filhos. Sujeitos e método: trata-se de um estudo observacional, do tipo transversal, em que foram selecionadas 50 crianças entre 4 e 8 anos de idade, atendidas nas disciplinas de estágios supervisionados em Odontopediatria e Ortodontia I e II da Faculdade Avantis, Santa Catarina. As crianças que participaram da pesquisa foram distribuídas em dois grupos: as que passaram por consultas com terapia endodôntica (Grupo A = 25 crianças); e as que passaram por consultas menos invasivas (Grupo B = 25 crianças). O teste VPT foi aplicado em dois momentos: antes e após o atendimento odontológico. Os responsáveis legais pelas crianças também responderam perguntas relacionadas à ansiedade. Resultados: a maioria das crianças apresentou nível baixo de ansiedade antes e após os procedimentos, 84% e 92% para os grupos A e B, respectivamente. A respeito da ansiedade dos responsáveis, a maioria encontrava-se relaxada durante o procedimento do filho. Conclusões: a maioria das crianças apresentou um nível baixo de ansiedade em ambos os grupos e os responsáveis estavam se sentindo relaxados durante o atendimento dos filhos. Palavras-chave: Ansiedade. Atendimento odontológico. Crianças. Endodontia. Odontopediatria. Introdução A dentição decídua exerce influência significativa no crescimento e desenvolvimento da criança. Essa influência ocorre tanto sistemicamente, na respiração, fonação, alimentação, quanto localmente, promovendo a manutenção de espaço para a dentição permanente e estimulando o crescimento da maxila 1,2. Nos casos em que os dentes decíduos evoluem para inflamação pulpar irreversível ou necrose, sempre que possível, para sua manutenção no arco, indica-se o tratamento endodôntico 3, que compreende a limpeza e a modelagem dos condutos radiculares seguidas pela obturação 4. Esse tratamento, por ser mais demorado, pode trazer algum incômodo ao paciente infantil, para tanto, o profissional precisa ter conhecimento dos diferentes estágios do desenvolvimento psicológico da criança e de seu comportamento 5. O comportamento infantil é definido por experiências, vivências e influências que a criança recebe do meio em que vive. A falta de tratamento, a presença de dor no tratamento anterior e a forma com que os pais lidam com a ansiedade e como transmitem essa informação à criança são fatores decisivos para as atitudes dentro do consultório odontológico 6. No estudo de Goes et al. 7 (2009), a presença de história odontológica relevante, ou seja, primeira vez ao dentista ou experiência negativa em consultas anteriores, representou chances muito maiores de apresentar ansiedade infantil no tratamento odontológico. http://dx.doi.org/10.5335/rfo.v22i3.7579 * Acadêmica de Odontologia, Centro de Saúde, Faculdade Avantis, Balneário Camboriú, Santa Catarina, Brasil. ** Acadêmica de Odontologia, Centro de Saúde, Faculdade Avantis, Balneário Camboriú, Santa Catarina, Brasil. *** Professora do Departamento de Odontologia Social e Preventiva, Programa de Pós-Graduação em Odontologia, Faculdade de Odontologia, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, RS, Brasil. **** Professora coordenadora da área de Odontopediatria, Centro de Saúde, Faculdade Avantis, Santa Catarina, SC, Brasil. 309

O teste Venham Picture Test (VPT) foi preconizado para medir a ansiedade infantil durante o tratamento odontológico e é um instrumento no qual se usa um conjunto de figuras, entre as quais a criança que está sendo pesquisada escolhe a que mais se identifica no momento. Apresentam-se às crianças oito pares de figuras com uma menina ou um menino, conforme o sexo do participante, que expressam várias reações; diante delas, as crianças são estimuladas a escolher as figuras que mais refletem suas emoções. Assim sendo, o teste VPT modificado, validado no Brasil, pode auxiliar na avaliação do estado emocional da criança durante o procedimento 8. Sabe-se que o vínculo e a confiança entre o profissional cirurgião-dentista e o paciente infantil são influenciados por adequado manejo psicológico da criança 9. Sendo assim, o controle da ansiedade infantil se torna indispensável para o atendimento no consultório odontológico. Tendo em vista que ainda há necessidade de realizar tratamento endodôntico em crianças, é necessário que o odontopediatra saiba prevenir e avaliar a ansiedade. Assim, o objetivo do presente trabalho foi avaliar o grau de ansiedade de crianças antes e após o tratamento endodôntico, utilizando o teste VPT modificado, e a percepção dos responsáveis perante o atendimento dos filhos. A hipótese do artigo era a de que crianças que passariam por tratamento endodôntico apresentariam mais ansiedade quando comparadas às crianças que receberiam tratamentos menos invasivos. Sujeitos e método Este estudo foi previamente encaminhado ao Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade Avantis, tendo sido aprovado sob o parecer nº 1.953.879, atendendo aos requisitos da Resolução nº 466/1996, do Conselho Nacional de Saúde. O desenho do estudo foi observacional, do tipo transversal. Foram incluídas na pesquisa 50 crianças entre 4 e 8 anos, as quais foram atendidas nas disciplinas de estágios supervisionados em Odontopediatria e Ortodontia I e II do Curso de Odontologia da Faculdade Avantis, SC, durante o período de março de 2016 a setembro de 2017. A amostra foi selecionada por conveniência. As crianças foram divididas em dois grupos: grupo A, com crianças que receberam tratamento endodôntico; e grupo B, com crianças que receberam tratamentos menos invasivos: como profilaxia, adequação do meio e fluorterapia. A partir dos prontuários dos pacientes, foram coletados dados referentes a sexo, idade, nível escolar, renda familiar, estrutura familiar, número de consultas odontológicas, tipo de controle da dor realizado (com anestesia, sem anestesia) e tipo de manejo utilizado (com contenção protetora ou sem contenção protetora). As crianças foram escolhidas aleatoriamente, as do grupo A deveriam ter pelo menos uma indicação de tratamento endodôntico, e as do grupo B, ter recebido atendimento de rotina, com procedimentos menos invasivos, que não geraram desconforto ou ansiedade. Todas as consultas foram conduzidas no mesmo ambiente. Os pesquisadores dirigiram-se até as crianças e seus responsáveis que aguardavam para o início do atendimento odontológico na clínica de pacientes infantis da Faculdade Avantis, explicando os objetivos da pesquisa e perguntando se concordavam em participar, após a assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido, iniciaram-se os testes e os questionários. Para a avaliação da ansiedade da criança, foi utilizada a escala do teste VPT, modificada por Ramos-Jorge et al. 8 (2006) (Figura 1). As crianças, já no ambiente odontológico, ou seja, na cadeira, foram apresentadas à escala VPT modificada e escolheram as figuras que apresentavam a etnia e o sexo correspondentes. Após a escolha, era indagado, de maneira clara, pelo examinador previamente calibrado, o seguinte: Eu gostaria que você apontasse para o(a) menino(a) que está sentindo o mesmo que você está sentindo agora. Olhe cuidadosamente para os rostos nas figuras e veja como eles se sentem. Cada um dos oito pares de figuras era mostrado separadamente para a criança. Para a figura que revelava um sentimento negativo era atribuído um ponto na avaliação. A soma da avaliação de todos os pares de figuras pode variar de zero a oito, sendo que zero representa crianças livres de ansiedade, um a três baixo nível de ansiedade, quatro a seis nível médio de ansiedade e oito a nove alto nível de ansiedade 8. A escala VPT foi aplicada previamente e logo após o atendimento odontológico. 310

Figura 1 Escala Venham Picture Test modificada Os responsáveis legais foram questionados sobre a sua percepção diante do tratamento odontológico do filho. A pergunta era: Como o(a) senhor(a) se sente quando seu(sua) filho(a) está sentado(a) na cadeira do dentista? E as possíveis respostas eram: relaxada(o); desconfortável; ansiosa(o); e tão ansiosa(o), que começo a suar e me sentir mal. Em seguida, os dados foram digitados em um banco de dados do programa Microsoft Excel e analisados no programa Stata 10.0. Os dados foram submetidos à análise estatística descritiva e apresentados em forma de frequências relativas e seus percentuais. Para a comparação dos grupos, foi aplicado o teste exato de Fisher. Resultados A escala VPT foi aplicada em 50 crianças com idades entre 4 e 8 anos, sendo que 25 fizeram parte do grupo A e 25 do grupo B. A Tabela 1 mostra as características da amostra estudada. A Tabela 2 mostra os dados obtidos no grupo A e no grupo B, de acordo com o nível de ansiedade para cada criança. Tabela 1 Frequências absolutas e relativas da amostra estudada (n=50) Renda familiar n (%) Até um salário mínimo 20 (40%) Dois a três salários mínimos 24 (48%) Acima de três salários mínimos 6 (12%) Estrutura familiar Mora com pai e mãe 32 (64%) Apenas com a mãe 13 (26%) Outras situações (avós e tios) 5 (10%) Idade 4-5 anos 19 (38%) 6-7 anos 18 (36%) 8 anos 13 (26%) Técnica de manejo Com contenção 10 (20%) Sem contenção 40 (80%) Tabela 2 Distribuição dos grupos A e B segundo a escala VPT (50 crianças) Nível de ansiedade Antes do procedimento Após o procedimento P<0,05 Grupo A 0,99 Baixo 21 21 Médio 4 2 Alto 0 2 Grupo B 0,23 Baixo 23 23 Médio 0 2 Alto 2 0 P<0,05 0,670 0,083 Nota: Diferenças estatísticas entre os grupos na linha e diferença estatística na coluna dentro do mesmo grupo. Segundo o teste, 84% (21) das crianças do grupo A apresentaram nível baixo de ansiedade antes e após o procedimento; 16% (4), nível médio de ansiedade antes do procedimento, índice que, ao final, reduziu para 8% (2). O nível alto de ansiedade foi observado em apenas 2 crianças (8%) ao final de procedimentos, as quais se encontravam no nível médio de ansiedade antes do atendimento. Não houve diferença estatisticamente significante antes e após os procedimentos para o grupo A. No grupo B, predominou o nível baixo de ansiedade, em 92% (23), tanto antes quanto após o procedimento. No nível médio de ansiedade, enquadraram-se 8% (2) das crianças somente após o procedimento; 2 (8%) crianças tiveram nível alto apenas antes do procedimento. Não houve diferença estatisticamente significante antes e após os procedimentos para o grupo B, e nem entre os grupos A e B..Os resultados obtidos por meio da pesquisa com os responsáveis legais mostraram que 60% encontravam-se relaxados durante o procedimento do filho, 30% encontravam-se ansiosos, 6% desconfortáveis e 4% sentiam-se muito ansiosos (Tabela 3). 311

Tabela 3 Distribuição dos resultados obtidos após a entrevista direcionada aos responsáveis Como se sentem durante o procedimento Resultados Relaxada(o) 30 (60%) Ansiosa(o) 15 (30%) Desconfortável 3 (6%) Tão ansiosa(o) que começa (o) a suar e se sentir mal 2 (4%) Na Figura 2, pode-se observar a predominância de crianças e responsáveis com nível baixo de ansiedade. Figura 2 Nível de ansiedade dos grupos estudados e seus responsáveis Discussão O maior desafio para o atendimento odontopediátrico é o manejo do comportamento dos pacientes. Estudos relacionados a essa temática são de extrema importância para nortear o cirurgião- -dentista acerca de metodologias adequadas para o atendimento. Medo e ansiedade estão interligados, mas seus conceitos são distintos. O medo faz parte do desenvolvimento da infância normal da criança, pode ser transitório ou perdurar por longos períodos, como o medo do atendimento odontológico. A ansiedade é tida como resposta diante de uma situação de ameaça, não é bem definida nem objetivamente presente 7. Neste estudo, a ansiedade das crianças, assim como a de seus responsáveis, durante atendimentos odontológicos, avaliada por meio da escala VPT, manteve-se em um baixo nível, apesar de não haver diferença estatisticamente significante, sendo assim, a hipótese do artigo foi rejeitada. Segundo Albuquerque et al. 9 (2010), mesmo que o dentista possua habilidades de lidar com crianças, para que haja uma melhora significativa na relação entre o odontopediatra e o paciente, são necessários conhecimentos sobre psicologia e técnicas de manejo do comportamento infantil. Quando existe segurança por parte do dentista em relação às suas habilidades de manejo de conduta, há uma maior cooperação do paciente infantil. Neste trabalho, 84% das crianças do grupo A e 92% do grupo B foram classificadas, segundo o teste VPT modificado, com baixo nível de ansiedade. Os resultados apontaram que as crianças atendidas na instituição, de maneira geral, apresentam-se tranquilas nas consultas odontológicas, independentemente do tratamento a ser executado. Além disso, contatou-se que os acadêmicos que realizaram os procedimentos estavam preparados para realizar o tratamento, invasivo ou não, usando a técnica de manejo correta naquele momento. Resultados similares foram encontrados no estudo de Oliveira et al. 6 (2012), no qual os autores verificaram que, a maioria das crianças entrevistadas apresentaram-se livres ou com baixo nível de ansiedade. Essa mensuração demonstra que a ansiedade da criança durante o atendimento odontológico depende não só do preparo prévio dos pais, mas também da habilidade do cirurgião-dentista e de sua equipe em manejá-la 9,10. No nível médio de ansiedade, enquadraram-se quatro crianças do grupo A, antes do procedimento. Este resultado pode ser explicado pelo fato de a criança não conhecer o que seria executado, apenas reflexões das experiências prévias vividas ou até mesmo daquilo que lhe foi relatado. Tal situação pode ser definida pelo medo, que é uma inquietação emocional diante de uma ameaça, interligada com a ansiedade, que nos mantém em alerta, em estado de opressão, com medo difuso, acompanhado de sinais somáticos, palpitações e suores 11. Segundo Ramos-Jorge et al. 12 (2011), o medo de dentista pode ser considerado algum temor das primeiras experiências, tratamentos odontológicos malsucedidos e/ou situações que geraram algum desconforto físico ou psicológico; ou seja, mesmo não sendo um procedimento tão invasivo, essas circunstâncias podem ter sido reflexo dos achados encontrados. Da mesma forma, as crianças do grupo B, com alto índice de ansiedade, após o procedimento, estavam com baixo nível de ansiedade. Sabe-se que crianças têm um receio inicial prévio à consulta odontológica, contudo, após ser superado, cria-se um vínculo entre paciente e dentista, de modo que a criança passa a se sentir mais tranquila durante a consulta 6. A relação interpessoal entre o cirurgião- -dentista e o paciente torna a criança mais confiante, aumenta a possibilidade da tolerância da criança ao procedimento odontológico, podendo ocorrer uma maior facilidade de o cirurgião-dentista convencer a criança das frequências das consultas 11. Nos tratamentos odontológicos mais longos, em que há a necessidade do uso de anestesia, como é o caso da terapia endodôntica, a criança poderá, algumas vezes, apresentar cansaço durante a execução do procedimento e passar a desenvolver ansiedade prévia à consulta ou ao final 6. Pôde-se observar que, entre as crianças do grupo A que receberam anestesia, apenas 2 (8%) apresentaram nível alto de ansiedade, resultados semelhantes foram encontrados no grupo B, no qual não houve o uso de anestesia. Esperava-se que houvesse diferenças entre os grupos, no entanto, isso não ocorreu. Similar resultado foi observado em crianças expostas a imagens positivas e imagens neutras referentes ao tratamento odontológico, e não houve diferença significativa 13,14. 312

A amostra total apresentou heterogeneidade quanto à idade, variando de 4 a 8 anos, e apresentou alto índice de crianças com baixo nível de ansiedade antes e após o procedimento (88%), o que reforça o preparo dos acadêmicos quanto ao uso adequado das técnicas de manejo do comportamento infantil, para diferentes faixas etárias. O comportamento da criança perante o tratamento odontológico depende, em grande parte, da sua maturidade psicológica. À medida que o processo de amadurecimento acontece, a criança passa, comumente, a aceitar melhor o tratamento 5. A relação harmoniosa entre os acadêmicos de Odontologia e os pacientes e os responsáveis é outro fator que estabelece um atendimento humanístico durante as aulas práticas de odontopediatria 15. A ansiedade de pais e mães bem como a maneira como esses reagem às impressões dos filhos e à preparação da criança para o atendimento odontológico têm muita influência no seu comportamento 16-18. Uma criança que teve uma boa preparação pelos pais tem seu medo diminuído e, consequentemente, também a sua resistência em relação ao tratamento proposto 19-21. Nos resultados encontrados nesta pesquisa, 60% dos responsáveis pelas crianças sentiam-se relaxados durante o procedimento, 30% ansiosos, 6% desconfortáveis e 4% altamente ansiosos. Foi observado um maior número de responsáveis ansiosos no grupo A, se comparado ao grupo B. O estudo apresenta algumas limitações. A amostra foi por conveniência e, portanto, os resultados não podem ser extrapolados para toda a população infantil do município. Além disso, os procedimentos odontológicos foram realizados por diferentes alunos e, possivelmente, pode ter ocorrido influência nos resultados devido a diferenças de personalidade e formas de abordagem. Por se tratar de uma escola, os pacientes são atendidos em um mesmo ambiente, e o comportamento de uma criança eventualmente pouco colaboradora pode ter influenciado na resposta de ansiedade dos participantes. Foi importante ter um panorama sobre a ansiedade das crianças atendidas na clínica infantil para avaliar o manejo do comportamento realizado pelos acadêmicos bem como para demostrar que, para esta amostra, o tratamento endodôntico, muitas vezes temorizado por familiares, pôde ser realizado com crianças sem trazer consequências comportamentais, como elevar o nível de ansiedade, por exemplo. Conclusão Apesar de não ter sido verificada diferença estatística significativa entre os grupos avaliados, os resultados observados demostram que, na amostra, a maior parte das crianças relatou baixos níveis de ansiedade antes e após o tratamento endodôntico e os procedimentos menos invasivos. Os responsáveis legais também estavam se sentindo relaxados durante o atendimento de seus filhos. Abstract Objective: evaluate the degree of anxiety in children before and after endodontic treatment, through the Venham Picture Test (VPT), and the perception of those responsible for the care of the children. Subjects e method: this is an observational, cross-sectional study, in which 50 children between 4 and 8 years of age attended the supervised stages in Pediatric Dentistry and Orthodontics I and II of the Faculdade Avantis, SC. The children who were interviewed with the VPT test to measure the degree of anxiety were divided into 2 groups: children who received consultations with endodontic therapy (Group A = 25 children); and less invasive consultations (Group B = 25 children). The VPT test was applied in two moments: before and after dental care. Legal officials also answered questions related to anxiety. Results: the majority of the children presented low level of anxiety before and after the procedures, 84% and 92% for groups A and B respectively. Regarding maternal anxiety, most were relaxed during the child s procedure. Conclusions: most of the children presented a low level of anxiety in both groups. Parents were feeling relaxed during the care of their children. Keywords: Anxiety. Dental care. Child. Endodontics. Fear. Pediatric Dentistry. Referências 1. Brothwell DJ. Guidelines on the use of space maintainers following premature loss of primary teeth. J Can Dent Assoc 1997; 63(5):753-66. 2. Da Costa CC, Almeida CI. Clinical comparative study of the effects of two types of mandibular space-regaining devices. Gen Dent 2006; 51(3):120-6. 3. Fuks AB. Vital pulp therapy with new materials for primary teeth: new directions and treatment perspectives. Pediatr Dent 2008; 30(3):211-9. 4. Ørstavik D. Materials used for root canal obturation: technical, biological and clinical testing. Endodontic Topics 2005; 12(1):25-38. 5. Ramos-Jorge ML, Paiva SM. Comportamento infantil no ambiente odontológico: aspectos psicológicos e sociais. J Bras Odontopediatr Odontol Bebê 2003; 6(29):70-4. 6. Oliveira MF, Morais MVM, Cardoso DD. Avaliação da ansiedade infantil prévio ao tratamento odontológico. Pool UEPG Cienc Biol 2012; 18(1):31-7. 7. Goes MPS, Domingues MC, Couto GBL, Barreira AK. Ansiedade, medo e sinais vitais dos pacientes infantis. Revista Odonto 2009; 9(1):39-44. 8. Ramos-Jorge ML, Marques LS, Pavia SM, Serra-negra JM, Pordeus IA. Predictive factors for child behavior in the dental environment. Eur Arch Paediatr Dent Leeds 2006; 7(4):252-6. 9. Albuquerque CM, Gouvêa CVP, Moraes RCM, Barros RN, Couto CF. Principais técnicas de controle de comportamento em Odontopediatria. Arq Odontologia 2010; 46(02):110-5. 10. Singh KA, Moraes ABA, Ambrosano GMB. Medo, ansiedade e controle relacionados ao tratamento odontológico. Pesqui Odontol Bras 2000; 14(2):131-6. 11. Nagano HCM. Dilemas e reflexões de odontopediatras sobre estratégias de manejo do comportamento infantil [Tese de Doutorado]. Florianópolis: Faculdade de Odontologia; Universidade Federal de Santa Catarina; 2010. 313

12. Ramos-Jorge ML, Ramos-Jorge J, Andrade RGV, Marques LS. Impact of exposure to positive images on dental anxiety among children: a controlled trial. Eur Arch Paediatr Dent 2011; 12(4):195-9. Pereira VZ, Barreto RC, Pereira GAS, Cavalcanti HRBB. Evaluation of the level of anxiety in patients undergoing dental treatment. Rev Bras Ciências da Saúde 2013; 17(1):55-64. Hass MG, Jardim COL, Sousa AM. Influência da vestimenta do cirurgião-dentista e do ambiente do consultório odontológico na ansiedade de crianças pré-escolares durante consulta odontológica: resultados de um estudo piloto. RFO UPF 2016; 21(2):201-7. Goettems ML, Ardengui TM, Romano AR, Demarco FF, Torriani DD. Influence of maternal dental anxiety on the child's dental caries experience. Caries Res 2012; 46(1):3-8. Karibe H, Aoyagi-Naka K, Koda A. Maternal anxiety and child fear during dental procedures: a preliminary study. J Dent Child (Chic) 2014; 81(2):72-7. Majstorovic M, Morse DE, Do D, Lim LL, Herman NG, Moursi AM. Indicators of dental anxiety in children just prior to treatment. J Clin Pediatr Dent 2014; 39(1): 12-7. Barbosa CSA, Toledo OAD. Uso de técnicas aversivas de controle de comportamento em odontopediatria. J Bras Odontopediatr Odontol Bebê 2003; 6(29):76-82. Meira-Filho MMO, Araújo DTC, Menezes VA, Garcia AFG. Atendimento odontológico da criança: percepção materna. RGO 2009; 57(3):311-5. Oliveira MF, Moraes MVM, Evarista PCS. Avaliação da ansiedade dos pais e crianças frente ao tratamento odontológico. Pesqu Bras Odontopediatria Clínica Integrada 2012; 12(4):483-9 Araújo SM, Silveira EG, Mello LD, Caregnato M, Da l Costa GV. Ponto de vista dos pais em relação a sua presença durante o atendimento odontológico de seus filhos. Salusvita 2010; 29(2):17-27. Endereço para correspondência: Luiza Helena Almeida Centro de Saúde Odontologia Av. Marginal Leste, 3600 - Estados CEP 88339-125 Balneário Camboriú, SC, Brasil Telefone: (47) 992649992 E-mail: luizahelenadentista@hotmail.com Recebido: 05/10/17. Aceito: 06/12/17. 314