INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO SOCIOAMBIENTAL: Estratégias para mensurar e analisar as dimensões relacionadas ao empreendimento
GESTÃO AMBIENTAL INTEGRADA GAI Estratégias do Ciclo de Planejamento: Políticas, Planos e Programas (PPP) Projetos Hidrelétricos Abrangência Bacias Hidrográficas Projetos AVALIAÇÃO AMBIENTAL ESTRATÉGICA - AAE Impactos Ambientais de Políticas Públicas Relação Região/Bacia e Integração de Políticas AVALIAÇÃO AMBIENTAL INTEGRADA - AAI Efeitos sinérgicos e cumulativos dos impactos Socioambientais dos aproveitamentos hidrelétricos de uma Bacia Hidrográfica AVALIAÇÃO DE IMPACTO - AIA Impactos potenciais de novos empreendimentos Utiliza padrões socioambientais ANÁLISE CUSTO-BENEFÍCIO Avaliação monetária de custos sociais e privados de Empreendimentos Propostas + Processos existentes AUDITORIA AMBIENTAL Usos existentes da terra + processos Leva ao estabelecimento de metas ambientais Implementação e Monitoramento PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL - PGA
AVALIAÇÃO AMBIENTAL INTEGRADA AAI
ORIGEM: Estudo concebido com a intenção de atender a uma aspiração recorrente do MMA/IBAMA de dispor de conhecimento prévio e sistematizado sobre as condições socioambientais de uma bacia hidrográfica decorrente do planejamento, implantação e operação de empreendimentos do setor elétrico.
HISTÓRICO: Em 2004 foi elaborada uma proposta metodológica por consultor do MMA com a colaboração do MME, motivada pelo Termo de Compromisso TC, firmado entre o IBAMA, a Energética Barra Grande BAESA, o MME, o MMA, a AGU e o MPF, no âmbito do processo de Licenciamento Ambiental da UHE Barra Grande, localizada no trecho nacional da bacia do rio Uruguai. Daí ter sido essa a primeira bacia a ser objeto de uma AAI.
OBJETIVO: Identificar e avaliar os efeitos sinérgicos e cumulativos resultantes dos impactos socioambientais ocasionados pelo conjunto de aproveitamentos hidrelétricos na fase de planejamento, construção e operação em uma bacia hidrográfica
TERMO DE REFERÊNCIA: O Termo de Referência - TR, orientador para a execução da AAI da bacia do rio Uruguai, teve sua metodologia desenvolvida pelo MMA e o IBAMA, com a participação do MME, EPE, Eletrobrás e Órgãos Estaduais de Meio Ambiente (FEPAM e FATMA) com a anuência dos Ministérios Público Federal e Estaduais.
ESTUDOS REALIZADOS: A partir de 2006 foram elaborados, sob a coordenação da equipe da EPE, utilizando a metodologia estabelecida no TR da Bacia do rio Uruguai, as AAIs das bacias dos rios: Uruguai; Araguaia-Tocantins; Doce; Paraíba do Sul; Paranaíba; Parnaíba; e Teles Pires. Os resultados desses estudos subsidiaram, eventualmente, Estudos de Viabilidade e Estudos Ambientais EIA/RIMA de aproveitamentos situados nessas bacias.
ESTUDOS REALIZADOS: A partir de 2007 a metodologia da AAI, com algumas adequações, foi justaposta ao Manual de Estudo de Inventário. Foram elaborados, também sob a coordenação da EPE, novos estudos de AAI, agora no âmbito dos Estudos de Inventário das seguintes bacias: Aripuanã; Branco; Jari; Juruena; Sucunduri; e Tibagi. Outras AAIs incluindo as dos rios Tapajós, Xingu e Iguaçu foram elaboradas por outros agentes do setor elétrico
RESULTADOS: Utilização das AAIs: Os primeiros estudos de AAI encontram-se disponíveis no site da EPE. Versões em CD e Relatórios impressos foram distribuídos a diversos órgãos públicos das respectivas bacias. Desconhece-se, hoje, se tais entidades empregam os resultados (Diretrizes e Recomendações) da AAI em seus processos de tomada de decisão; A ANEEL determina que as AAIs elaboradas no âmbito dos Estudos de Inventário sejam objeto de consulta, pelos empreendedores, para a elaboração de qualquer projeto de AHE nas bacias inventariadas. Essas consultas devem ser comprovadas por meio dos contatos feitos pelos empreendedores junto à EPE.
EFETIVIDADE DA AAI: AAI é uma proposta que contém numerosas controvérsias: Conceitualmente é uma derivação da AAE e AIA; Quanto ao normativo é um estudo desvinculado do processo de Licenciamento Ambiental, mas que gera polêmicas e cobranças por parte dos MPs, causando insegurança jurídica ao processo de licenciamento; Metodologicamente exige aperfeiçoamentos, devido à forma como foi inserida no Manual de Inventário, constituindo-se numa dupla avaliação socioambiental dos aproveitamentos da alternativa selecionada; Tecnicamente a AAI trabalha com escalas diferenciadas, prejudicando sensivelmente a abordagem de planejamento do inventário (escala regional) que estuda um conjunto de alternativas, enquanto a AAI estuda as alternativas individualizadas (escala local)
EFETIVIDADE DA AAI: AAI é uma proposta que contém numerosas controvérsias: Cont. As recomendações da AAI tratam, ora de questões de planejamento, ora de questões específicas da fase dos estudos de viabilidade dos projetos. Questiona-se a efetividade dessas recomendações; Do ponto de vista da participação da sociedade, está prevista nos procedimentos da AAI a realização de reuniões públicas. Seus resultados porém, apresentam-se aquém das expectativas, devido: A pouca afluência de interessados; Tema de alcance limitado em face da natureza técnica dos assuntos tratados e à escala de abordagem; e Difícil percepção e interesse do cidadão, já que abrange conjuntos de projetos e não projetos específicos
SUGESTÕES: Retomar as reflexões sobre AAI: Rever o Manual de Inventário e excluir deste o capítulo da AAI; Alguns aspectos da metodologia da AAI podem ser incorporados na análise socioambiental desenvolvida no âmbito dos estudos de inventário, tais como os efeitos sinérgicos e impactos cumulativos das alternativas estudadas e eventuais recomendações para os Estudos de Viabilidade e Estudos Ambientais - EIA; Aperfeiçoamento da metodologia das avaliações socioambientais; Discussão da pertinência de realização dos Seminários, Consultas Públicas ou Reuniões Técnicas na etapa dos Estudos de Inventário, considerando que o tema é de caráter estratégico e altamente técnico. O mais adequado seria Reuniões Técnicas com Universidades, Instituições de Pesquisa e Órgãos Ambientais.
AVALIAÇÃO AMBIENTAL ESTRATÉGICA AAE
DEFINIÇÃO DE AAE: Define-se a AAE como um instrumento de natureza estratégica que pode contribuir para reforçar o compromisso da sociedade com o Desenvolvimento Sustentável, facilitando a integração, o mais cedo possível, das questões socioambientais na formatação e no desenvolvimento de Políticas, Planos e Programas (PPP) aos processos públicos de planejamento e tomada de decisão. (Partidário, Lisboa 2012)
PONTOS POSITIVOS DA AAE: Permite a seleção de projetos potencialmente viáveis que seguem o Licenciamento Ambiental; Aumenta a probabilidade de solucionar questões relativas à justificativa e à localização de projetos; Antecipa a análise de impactos cumulativos; Permite que a AIA de projetos fiquem concentrados em questões locais e em medidas mitigadoras individualizadas; e Tornar mais fácil a aprovação de projetos decorrentes ou associados aos PPPs.
DÚVIDAS SOBRE A AAE: Transparência na discussão de regulamentação da AAE como instrumento de avaliação de PPPs: Necessidade de envolvimento dos setores que deverão desenvolver as AAEs e dos órgãos que irão aprová-las, etc.
DÚVIDAS SOBRE AAE: Quem desenvolve a AAE? Ministérios? Empresas Públicas? Setor privado?... Quem aprova a AAE? MMA? IBAMA? Órgãos Ambientais Estaduais? As Políticas, Planos e Programas(PPP) Governamentais serão submetidos à AAE ou este instrumento será usado na formulação e no desenvolvimento das PPP?
DÚVIDAS SOBRE AAE: Orientações para desenvolvimento da AAE Manual? Termo de Referência? Deverão ser considerados as PPPs de outros setores na AAE de determinado setor? (Setor Elétrico deverá, considerar as PPPs do Setor de Transportes em sua AAE ou vice-versa?) Transparência e comunicação Como se dará a participação dos diversos atores durante o desenvolvimento da AAE? (Consulta Pública, Seminário, Reuniões Técnicas, etc.) Qual a abrangência espacial da AAE? (Território Nacional, Abrangência Regional, Unidades da Federação, Bacias Hidrográficas?) Necessidade de grande quantidade de dados secundários, disponíveis para que a AAE tenha qualidade, minimamente, plausível por quem irá aprová-la
PONTOS CRÍTICOS SOBRE AAE: Como avaliar os resultados das AAEs? Será apenas mais um processo burocrático para JUDICIALIZAR E ATRASAR o Licenciamento Ambiental?
DIFERENÇA ENTRE AAI X AAE SETORIAL Na AAI de bacias hidrográficas, parte-se dos projetos que compõem a alternativa de divisão de queda definida pelo estudo de inventário hidrelétrico, considerando-se os empreendimentos já em operação e os cenários relativos aos futuros projetos, focando as avaliações na identificação e na minimização dos efeitos cumulativos e sinérgicos. X Na AAE Setorial para bacias hidrográficas, parte-se da definição de uma programação para implantação de projetos e o estabelecimento de estratégias para a viabilização, ou seja, deve-se avaliar e comparar as estratégias de implantação dos projetos, considerando inclusive a possibilidade da não implantação de alguns deles. Neste caso, quanto menos empreendimentos em operação existirem na bacia maior será a flexibilidade para as análises. A diferença está relacionada à flexibilidade para comparação de alternativas, devido ao estágio de desenvolvimento dos projetos aos quais se aplicam.
OBRIGADO Ronaldo Cavalcanti Gerente de Meio Ambiente ronaldo.cavalcanti@brennandenergia.com.br