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Transcrição:

ENFERMAGEM ATENÇÃO BÁSICA E SAÚDE DA FAMÍLIA Parte 4 Profª. Lívia Bahia

Atenção Básica e Saúde da Família Programa de Agentes Comunitários de Saúde PACS Existente desde o início da década de 1990, porém foi instituído e regulamentado em 1997; É uma estratégia transitória para o Programa de Saúde da Família (PSF); O programa foi inspirado em experiências de prevenção de doenças por meio de informações e de orientações sobre cuidados de saúde;

Atenção Básica e Saúde da Família O desenvolvimento do programa é realizado através do Agente Comunitário de Saúde (ACS); O ACS deverá atender entre 400 a 750 pessoas, dependendo das necessidades locais; Cabe ao ACS desenvolver atividades de prevenção de doenças e promoção da saúde por meio de ações educativas individuais e coletivas, nos domicílios e na comunidade, como por exemplo:

Atenção Básica e Saúde da Família Visitar no mínimo uma vez por mês cada família; Identificar situação de risco e encaminhar aos setores responsáveis; Pesar e medir mensalmente as crianças menores de 2 anos e registrar no Cartão da Criança; Acompanhar a vacinação periódica das crianças por meio do cartão de vacinação;

outras doenças crônicas; Atenção Básica e Saúde da Família Identificar as gestantes e encaminhá-las ao pré-natal; Orientar sobre métodos de planejamento familiar, prevenção da AIDS, cuidados em situações de endemias; Realizar ações educativas sobre câncer cérvico-uterino e de mama, climatério, educação nutricional, saúde bucal, saúde do idoso, entre outros. Supervisionar pacientes em tratamento domiciliar e pacientes com tuberculose, hanseníase, hipertensão arterial, diabetes e

Atenção Básica e Saúde da Família Cadastramento/ Diagnóstico: primeira etapa do trabalho junto a comunidade. Consiste em registrar em ficha de cadastro do Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB) informações sobre cada membro da família, além da situação de moradia e condições de saúde; Mapeamento: registrar em um mapa de localização das residências as áreas de risco para a comunidade, assim como pontos de referência no dia-a-dia; Identificação das microáreas de risco: após o mapeamento, identificar setores no território que representam algum risco para a saúde das pessoas que residem na comunidade;

Atenção Básica e Saúde da Família Realização de visitas domiciliares: principal instrumento do trabalho do ACS. Ações coletivas: realizar reuniões e encontros com grupos diferenciados com intuito de mobilizar a comunidade e incentivar a participação das famílias na discussão dos diagnósticos comunitários de saúde, no planejamento de ações e definição de prioridades; Ações intersetoriais: além das ações na área de saúde, o ACS pode atuar em áreas como educação e cidadania/ direitos humanos;

Atenção Básica e Saúde da Família O trabalho do ACS deve ser supervisionado e orientado por um enfermeiro lotado em uma unidade de saúde. Proporção máxima de 30 ACS para cada enfermeiro

Atenção Básica Estratégia Saúde da Família ESF A Estratégia Saúde da Família visa à reorganização da atenção básica no País, de acordo com os preceitos do Sistema Único de Saúde;

Atenção Básica Ministério da Saúde, gestores estaduais e municipais acreditam nela como estratégia de expansão, qualificação e consolidação da atenção básica; Propósito de ampliar a resolutividade e impacto na situação de saúde das pessoas e coletividades, além de propiciar uma importante relação custo-efetividade.

Atenção Básica Princípios: Atenção à saúde com foco na família e comunidade; Territorialização/ Adscrição da clientela; Trabalho em equipe interdisciplinar; Vínculo de co-responsabilização entre profissionais e famílias assistidas; Resolubilidade das ações; Valorização dos diversos saberes e práticas; Estímulo à participação social.

auxiliar e/ ou técnico em saúde bucal Atenção Básica Itens necessários à Estratégia Saúde da Família: Existência de equipe multiprofissional composta por, no mínimo: Médico generalista ou especialista em Saúde da Família ou médico de Família e Comunidade; Enfermeiro generalista ou especialista em Saúde da Família; Auxiliar ou técnico de enfermagem; Agentes comunitários de saúde. Podendo acrescentar a esta composição, os profissionais de saúde bucal: cirurgião-dentista generalista ou especialista em Saúde da Família,

Atenção Básica Cadastramento da População adscrita: Preferencialmente em visita domiciliar Identificar componentes familiares, morbidades referidas, condições de moradia, saneamento, condições ambientais; Cada equipe de Saúde da Família deve ser responsável por, no máximo, 4.000 pessoas, sendo a média recomendada de 3.000, respeitando critérios de equidade para essa definição.

Atenção Básica O número de ACS deve ser suficiente para cobrir 100% da população cadastrada, com um máximo de 750 pessoas por ACS e de 12 ACS por equipe de Saúde da Família, não ultrapassando o limite máximo recomendado de pessoas por equipe;

Atenção Básica Ações, planejamento e trabalho das equipes: Conhecimento do perfil epidemiológico de sua área de abrangência; Compreensão da família de forma integral, como forma de desenvolvimento individual e de grupo, dinâmico e passível de crises; Identificação da relação da família com a comunidade; Estabelecimento de prioridades entre os problemas detectados e traçar estratégias para sua superação; Realização Diagnóstico Situacional;

Atenção Básica Conhecer os fatores ( sociais, políticos, culturais, econômicos, ambientais e individuais) que determinam a qualidade de vida da população adscrita; Entrar em contato com outros setores da sociedade para integralizar ações de melhoria de vida para a população;

Atenção Básica Evolução da ESF no Brasil Ano ACS Equipes Saúde da Família Proporção de cobertura populacional estimada (%) Número de municípios com PSF/ESF Estimativa da população coberta 1998 20,21 739 7.023.844 2003 54,05 4.488 62.339.523 2008 60,41 5.235 93.178.011 2013 64,74 5.346 109.341.094 2015 66,35 5.458 121.313.472 Fonte: MS/SAS/DAB e IBGE.

Atenção Básica Referências: Brasil. Ministério da Saúde. Programa Agentes Comunitários de Saúde (PACS). Brasília: Ministério da Saúde, 2001. BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde, 2012.