PIBID - Desenvolvimento de uma Oficina de Estatística Discreta com alunos do 3º Ano do Ensino Médio MARONESE, D.A.; CORDEIRO, E.C.F.; GAVIOLLI, I.B. Agência Financiadora: CAPES RESUMO: O presente trabalho tem por objetivo analisar a eficiência de métodos de ensino diferenciados e dinâmicos, através do desenvolvimento de oficinas de Matemática com alunos do 3º ano do ensino médio de um colégio estadual de Apucarana-Pr. Por meio de uma pesquisa fundamentada em alguns importantes autores, busca-se aplicar um plano de aula que visa transmitir tais conhecimentos aos educandos usando de ferramentas importantes nem sempre aproveitadas em sala de aula, como softwares, construções geométricas e atividades em grupo. PALAVRAS-CHAVE: Ensino de Matemática; Estatística; Ensino Médio. ABSTRACT: This study intends to analyze the effectiveness of different and dynamic teaching methods, through the development of mathematics workshops with students of the 3rd year of high school of a state college in Apucarana-Pr. Through a survey based on some important authors, we seek to implement a lesson plan that aims to impart such knowledge to the students using important tools not always utilized in the classroom, such as software, geometric constructions and group activities. KEY-WORDS: Mathematics Teaching; Statistics; High School. 1 INTRODUÇÃO Por meio de um subprojeto do PIBID 1 desenvolvido pela UNESPAR 2 /Campus FECEA visando acadêmicos do curso de Licenciatura em Matemática, foi ofertada essa valiosa oportunidade de ingressar no ambiente de sala de aula e obter uma primeira experiência como docente. Este projeto tem como objetivo principal introduzir os futuros profissionais da área no contexto educacional e proporcionar aos atuais profissionais a oportunidade de refletir sobre 1 Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência 2 Universidade Estadual do Paraná
novos métodos e ferramentas que acarretem a melhoria do processo de aprendizagem. Por muitos anos o Ensino de Matemática foi trabalhado de forma linear e separado da realidade, priorizando o uso de fórmulas e exercícios de memorização. Devido a isso, o estudo da Matemática é visto como difícil, desnecessário e até mesmo inútil pelos alunos, tornando-a uma disciplina escolar que sofre resistência e desprezo por muitos estudantes. Para reverter esse quadro, diversas são as propostas de inovação nas práticas educacionais, utilizando métodos diferenciados, visando um ensino contextualizado e interdisciplinar, bem como o desenvolvimento de atividades dinâmicas que busquem prender a atenção dos alunos e suscitar um interesse crescente pela disciplina. O acadêmico, inserido no projeto, começa a compreender e desenvolver as características de docente, o qual precisa entender o aluno como sendo sujeito ativo no processo de ensino, observar sua realidade particular, desenvolvendo o estudo dos conceitos matemáticos de maneira contextualizada e dinâmica. 2 REFERENCIAL TEÓRICO-METODOLÓGICO: A Estatística é uma ciência aplicada em muitas áreas do conhecimento humano. Porém, a facilidade existente pela evolução da tecnologia nos proporciona desenvolver cálculos avançados e de forma muito mais eficiente e ágil, o que leva muitos pesquisadores a se considerarem aptos a realizar análises e estudos estatísticos sem um conhecimento mais profundo dos conceitos e teorias. Esta ciência possui processos próprios para a coleta, apresentação e interpretação adequada de dados, sejam eles numéricos ou não. Com isso considera-se que, segundo Guedes, seu objetivo é o de apresentar informações sobre dados em análise para que se tenha maior compreensão dos fatos que os mesmos representam. A Estatística divide-se em três áreas: descritiva, probabilística e inferencial. A estatística descritiva, aquela que será desenvolvida no presente projeto, tem como principal objetivo condensar uma sequencia de valores de mesma natureza, facilitando uma visão global da variação desses valores, organizando e descrevendo os dados de três maneiras: por meio de tabelas, de gráficos e de medidas descritivas.
Atualmente, segundo Cancho (2004), a estatística é uma ciência (ou método) baseada na teoria de probabilidades, cujo objetivo principal é auxiliar-nos a tomar decisões ou tirar conclusões em situações de incerteza, a partir de informações numéricas. No primeiro momento da oficina foi proposto aos estudantes o desenvolvimento de uma pesquisa quantitativa e qualitativa, coletando os dados por meio de questionários. Para sua realização utilizamos o método proposto por Cancho, que divide o processo de pesquisa em cinco etapas: i. Formulação do problema e definição de um objetivo. ii. Planejamento do experimento. iii. Recolha de dados. iv. Análise de dados. v. Estabelecimento de inferência estatística acerca da população. 3 DISCUSSÃO E CONCLUSÕES Iniciamos nossos trabalhos no Colégio Estadual Prof. Izidoro Luíz Cerávolo no dia 02 de agosto de 2012, quando fomos apresentados à equipe da instituição, começamos a conhecer as instalações e tivemos o primeiro contato com os estudantes. Nesse primeiro momento já pudemos notar que o colégio possui um regimento interno fortemente baseado no respeito, na educação dos alunos e funcionários e na manutenção dos conceitos morais e éticos, sendo isso facilmente perceptível desde o nosso contato com os professores antes do início das aulas até a forma como fomos recebidos na sala de aula, um exemplo claro da forma de educação pregada pela instituição. Após esse contato, iniciamos a preparação das primeiras atividades que seriam desenvolvidas, onde decidimos realiza-las com os alunos do 3º Ano do Ensino Médio no contra turno de suas aulas, ou seja, no período da tarde. Após as primeiras reuniões com a supervisora foi definido um cronograma com a previsão das atividades que seriam realizadas nos próximos meses, sendo escolhida a Estatística Discreta como tema da primeira oficina. Algo que consideramos muito importante foi que os alunos escolheram participar do projeto por interesse próprio, não sendo necessário nenhum tipo de incentivo material ou por meio de notas
extras, o que acabou formando um grupo de alunos realmente interessados em aprender os conteúdos trabalhados durante o projeto. Essa oficina foi desenvolvida em duas semanas, com duas aulas por semana às quintas-feiras. No primeiro dia tivemos a presença do coordenador do projeto, além da supervisora e da diretora do colégio, sendo que inicialmente nos apresentamos aos alunos e introduzimos o tema que seria trabalhado, sempre buscando utilizar uma linguagem mais tranquila, ligada ao dia a dia deles de forma que eles não enxergassem a experiência apenas como uma aula tradicional, e sim um método mais dinâmico e diferenciado de transmissão dos conteúdos. Como foi dito anteriormente todos os alunos demonstraram muito interesse durante a oficina e participaram de forma ativa das atividades propostas, sendo que a primeira foi a aplicação de um questionário com os alunos de duas turmas do colégio, para que eles tivessem uma experiência mais próxima de como é realizada uma pesquisa e como se obtém os dados, com os quais eles iriam desenvolver as atividades seguintes. Após esse primeiro momento, já com os dados levantados pelo questionário em mãos, foi proposto a eles a tabulação desses dados e o cálculo da frequência absoluta e relativa de cada variável, sendo esse passo explicado e acompanhado por nós, sempre intercalando a apresentação dos conceitos teóricos com a sua aplicação na pesquisa, além da ajuda nas dúvidas que foram surgindo. Também nesse momento percebemos a disposição deles em realizar as tarefas propostas, sendo que eles se ajudavam e formavam pequenos grupos, dividindo o trabalho. Devido a pouca carga horária voltada para matemática que esses alunos têm na grade curricular (duas aulas semanais), é difícil englobar métodos diferentes em sala de aula, como o uso de softwares, construções planas e espaciais ou até mesmo a resolução mais detalhada de exercícios. Pensando nisso, estamos desenvolvendo as próximas oficinas aproveitando mais o uso desses métodos e ferramentas, sendo que nessa primeira já utilizamos o computador e Datashow para mostrar a eles a construção dos gráficos da pesquisa que eles realizaram, onde percebemos o entusiasmo que eles demonstram ao trabalhar com essas ferramentas não comuns à sala de aula. Na segunda semana nos focamos em finalizar os conteúdos teóricos e resolver junto com eles os exercícios propostos. Percebemos que nesses
momentos mais voltados para a teoria, alguns alunos acabavam se distraindo ou se dispersando, o que prova que realmente o melhor método é desenvolver atividades diferenciadas ou que mesclem a teoria e a prática, chamando a atenção dos alunos, como ocorreu durante a resolução dos exercícios, quando foi possível notar que, principalmente naqueles que possuíam um grau de dificuldade maior, a atenção estava voltada para a explicação e conforme iam entendendo, eles participavam da resolução e ao conseguirem resolver estes exercícios que consideravam mais complexos, demonstraram grande espanto e animação. Através dessa primeira experiência no projeto, foi possível perceber que os alunos possuem muito interesse em participar e, principalmente por estarem em um período de preparação para o vestibular, querem buscar conteúdos que, devido à grade curricular da disciplina ser muito reduzida no Ensino Médio, não foram desenvolvidos ou quando foram isso ocorreu de uma forma muito rápida. Também observamos que os métodos que devem ser utilizados nas oficinas precisam ser claros, dinâmicos e chamar a atenção dos estudantes, além de ser utilizada uma abordagem amigável entre nós e os alunos, para que esses se sintam confortáveis e entusiasmados a continuar participando e para que nós possamos alcançar os objetivos do projeto, que são o ensino da matemática através do desenvolvimento de atividades diferenciadas nas escolas e a nossa melhor preparação enquanto graduandos e futuros docentes da área, tendo essa como uma experiência extremamente importante em nossa formação. 4 REFERÊNCIAS DANTE, L. R. Matemática Contexto e Aplicações. Volume único, Ensino Médio. Ed. Ática, São Paulo, 2006. GUEDES, T. A.; ACORSI, C.R.L.; MARTIS, A. B. T.; JANEIRO, V. Estatística descritiva. Projeto de Ensino. Aprender fazendo estatística. Disponível em: http://www.des.uem.br/downloads/arquivos/estatistica_descritiva.pdf MEDRONHO, R. A., CARVALHO, D.M.de, BLOCH K.V., LUIZ, R.R. E WERNECK, G.L. Epidemiologia. São Paulo: Editora Atheneu, 2003. CANCHO, V. G. Noções de Estatística e Probabilidade. Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2004.