VIII JORNADA DE ESTÁGIO DE SERVIÇO SOCIAL



Documentos relacionados
Bacharelado em Serviço Social

Educação especial: um novo olhar para a pessoa com deficiência

VIII Jornada de Estágio de Serviço Social A ATUAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL NA ASSOCIAÇÃO DE PAIS E AMIGOS DO DEFICIENTE VISUAL - APADEVI

PÚBLICO-ALVO Assistentes sociais que trabalham na área da educação e estudantes do curso de Serviço Social.

Etapa 01 Proposta Metodológica

Resultados do Serviço Preparação para o Primeiro Emprego Ano 2012

VIII Jornada de Estágio de Serviço Social ASSOCIAÇÃO REVIVER DE ASSISTÊNCIA AO PORTADOR DO VÍRUS HIV

ESTÁGIO DOCENTE DICIONÁRIO

FEDERAÇÃO NACIONAL DAS ASSOCIAÇÕES PESTALOZZI

Projeto de Decreto. (Criar uma denominação/nome própria para o programa)

VIII Jornada de Estágio de Serviço Social O SERVIÇO SOCIAL NA PROLAR: BUSCANDO A EFETIVAÇÃO DO DIREITO À MORADIA.

Comemoração da 1ª semana de Meio Ambiente do Município de Chuvisca/RS

FACULDADE INTERNACIONAL DO DELTA PROJETO PARA INCLUSÃO SOCIAL DOS SURDOS DA FACULDADE INTERNACIONAL DO DELTA

INSERÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA EM UMA UNIDADE DE SAÚDE EM PONTA GROSSA-PR

EDUCAÇÃO E CIDADANIA: OFICINAS DE DIREITOS HUMANOS COM CRIANÇAS E ADOLESCENTES NA ESCOLA

A construção da. Base Nacional Comum. para garantir. Direitos e Objetivos de Aprendizagem e Desenvolvimento

1. Apresentação Curso de Serviço Social

Plano Decenal dos Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes

VIII Jornada de Estágio de Serviço Social: instrumentais técnico-operativos no Serviço Social. CRAS CONSULESA HELENA VAN DEN BERG - CASTRO/ PARANÁ

Ambientes Não Formais de Aprendizagem

Regulamento de Estágio Curricular

GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM

PRÁTICA PROFISSIONAL INTEGRADA: Uma estratégia de integração curricular

VII JORNADA DE ESTAGIO DE SERVIÇO SOCIAL A PRÁTICA DO SERVIÇO SOCIAL NO DEPARTAMENTO DE PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL DO MUNICIPIO DE CARAMBEÍ PR.

EMENTAS DAS DISCIPLINAS

SÍNTESE PROJETO PEDAGÓGICO. Missão

OS PROCESSOS DE TRABALHO DO SERVIÇO SOCIAL EM UM DESENHO CONTEMPORÂNEO

¹Assistente Social da Associação Reviver do Portador do Vírus HIV, graduada pela Universidade Estadual de Ponta Grossa.

PROJETO DE IMPLANTAÇÃO DE BIBLIOTECAS ESCOLARES NA CIDADE DE GOIÂNIA

ANEXO I ROTEIRO PARA APRESENTAÇÃO DE PROJETOS FIA Cada projeto deve conter no máximo 20 páginas

R E S O L U Ç Ã O. Fica alterado o Regulamento de Estágio Supervisionado do Curso de Psicologia, do. São Paulo, 26 de abril de 2012.

Serviço Social e o Trabalho Social em Habitação de Interesse Social. Tânia Maria Ramos de Godoi Diniz Novembro de 2015

VIII Jornada de Estágio de Serviço Social. A PRÁTICA DO SERVIÇO SOCIAL NA ASSOCIAÇÃO MINISTÉRIO MELHOR VIVER- AMMV

DIREITOS HUMANOS DE CRIANÇAS AS E ADOLESCENTES NO BRASIL.

Secretaria de Trabalho, Emprego e Promoção Social Piraí do Sul/PR: Órgão Gestor

A INCLUSÃO ESCOLAR DE UM ALUNO SURDO: UM ESTUDO DE CASO NA REGIÃO DO CARIRI ORIENTAL DA PARAÍBA

POLÍTICAS DE EXTENSÃO E ASSUNTOS COMUNITÁRIOS APRESENTAÇÃO

REGULAMENTO DO ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO FACULDADE SUMARÉ

A Educação Brasileira dos Surdos: Um Novo Mundo a Ser Desvendado

Escola Superior de Ciências Sociais ESCS

ESCOLA: Créditos. Um lugar de e para Todos. PROJETO: Com Passos

V Simpósio da ARELA-RS sobre Esclerose Lateral Amiotrófica ELA

********** É uma instituição destinada ao atendimento de crianças de 0 a 3 anos e faz parte da Educação Infantil. Integra as funções de cuidar e

MANUAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO CURSO DE FISIOTERAPIA

PREFEITURA MUNICIPAL DE JUNDIAÍ DO SUL

CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES

REGULAMENTO DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO DO CURSO DE PSICOLOGIA DA FACULDADE ANGLO-AMERICANO

Plano Integrado de Capacitação de Recursos Humanos para a Área da Assistência Social TEMA A IMPORTÂNCIA DO TRABALHO EM EQUIPE E A ARTICULAÇÃO DA REDE

EIXO 5 GESTÃO DOS BENEFÍCIOS DO SUAS

POLÍTICAS DE SAÚDE PARA OS SURDOS E O PRINCÍPIO DE UNIVERSALIDADE

Curso de Graduação. Dados do Curso. Administração. Contato. Modalidade a Distância. Ver QSL e Ementas. Universidade Federal do Rio Grande / FURG

A Educação Bilíngüe. » Objetivo do modelo bilíngüe, segundo Skliar:

II SEMINÁRIO CATARINENSE PRÓ- CONVIVENCIA FAMILIAR E COMUNITÁRIA ABORDAGEM SÓCIO PEDAGÓGICA NA RUA

Pesquisa sobre o perfil dos alunos com deficiência da PUC/SP Dezembro/2010

SAÚDE COMO UM DIREITO DE CIDADANIA

Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais/ NÚCLEO DE APOIO À INCLUSÃO DO ALUNO COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS

II. Atividades de Extensão

REFORÇO AO ENSINO DE FÍSICA PARA CURSOS TÉCNICOS INTEGRADOS DO INSTITUTO FEDERAL FARROUPILHA

SOCIAL ASSISTENTE. Um guia básico para conhecer um pouco mais sobre esta categoria profissional

O TRABALHO SOCIAL EM HABITAÇÃO COM UM CAMPO DE ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL

TÍTULO: AUTORES: INSTITUIÇÃO: ÁREA TEMÁTICA 1-INTRODUÇÃO (1) (1).

ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL NO CONTEXTO DA LEI DE COTAS PARA O ENSINO SUPERIOR (LEI Nº /12).

Proteção Social Básica

Resolução de Exercícios Orientações aos alunos

A GESTÃO DOS PROCESSOS TRABALHO NO CREAS

O PROGRAMA SAÚDE DA FAMILIA NA COMPREENSÃO DOS AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO VIÇOSA/ALAGOAS PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGCIO

Estadual de Ponta Grossa -Pró-Reitora de Extensão e Assuntos Culturais gquimelli@uepg.br.

CURSO: LICENCIATURA DA MATEMÁTICA DISCIPLINA: PRÁTICA DE ENSINO 4

O SERVIÇO SOCIAL E CONSELHO MUNICIPAL DE ECONOMIA SOLIDÁRIA CMESO: ASSESSORIA DE GRUPO INCUBADO PELA INCUBADORA DE EMPREENDIMENTOS SOLIDÁRIOS- IESol

REGULAMENTO DA POLÍTICA DE GESTÃO DE PESSOAS NO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA FARROUPILHA

Os Catadores de Materiais Recicláveis e a atuação do Ministério Público

PREFEITURA MUNICIPAL DE CARMO DA CACHOEIRA ESTADO DE MINAS GERAIS GABINETE DO PREFEITO

REGULAMENTO DOS ESTÁGIOS SUPERVISIONADOS DO CURSO DE PSICOLOGIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CAPÍTULO I DAS DISPOSIÇÕES LEGAIS

Sistema Único de Assistência Social

II TEXTO ORIENTADOR 1. APRESENTAÇÃO

Violência contra crianças e adolescentes: uma análise descritiva do fenômeno

Acessibilidade na Biblioteca Anísio Teixeira (BAT): as ações do Setor de Atendimento a Criança e ao Adolescente Surdo (SACAS).

COMISSÃO DE SEGURIDADE SOCIAL E FAMÍLIA PROJETO DE LEI Nº 3.630, DE 2004

Relatório de Atividades do Trabalho Social Residencial Recanto dos Pássaros Limeira/SP

DEGRAU Desenvolvimento e Geração de Redes

ASPECTOS HISTÓRICOS: QUANTO A FORMAÇÃOO, FUNÇÃO E DIFULCULDADES DO ADMINISTRADOR.

REGULAMENTO PROGRAMA DE APOIO AO DISCENTE - PADI DA FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS DE GUARANTÂ DO NORTE

FORMANDO AS LIDERANÇAS DO FUTURO

Serviço Social na Previdência Social INSS

PROGRAMA ULBRASOL. Palavras-chave: assistência social, extensão, trabalho comunitário.

REDE TEMÁTICA DE ACTIVIDADE FÍSICA ADAPTADA

Pessoas com deficiência em Uberlândia

LEI N.º 7.390, DE 6 DE MAIO DE 2015

O SERVIÇO SOCIAL E A PRÁTICA PROFISSIONAL NA CASA DA ACOLHIDA

FÓRUM REGIONAL DE EDUCAÇÃO INFANTIL DO ALTO VALE DO ITAJAÍ RIO DO SUL SC 2015 CARTA DE PRINCÍPIOS

INCLUSÃO DE ALUNOS SURDOS: A GESTÃO DAS DIFERENÇAS LINGUÍSTICAS

PLANO OPERATIVO DA POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE INTEGRAL DA POPULAÇÃO DO CAMPO E DA FLORESTA

Câmara Municipal de Uberaba A Comunidade em Ação LEI Nº 7.904

ESCLARECIMENTOS SOBRE OS CURSOS DE BACHARELADO E LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA

Trabalho em Equipe e Educação Permanente para o SUS: A Experiência do CDG-SUS-MT. Fátima Ticianel CDG-SUS/UFMT/ISC-NDS

IMSNS GRÁFICA E EDITORA O LUTADOR - CNPJ

PAIF. Programa de Atenção Integral à Família - PAIF CRAS

Os direitos das crianças e adolescentes no contexto das famílias contemporâneas. Ana Paula Motta Costa anapaulamottacosta@gmail.

Fórum Nacional de Diretores de Faculdades/Centros/Departamentos de Educação das Universidades Públicas Brasileiras (FORUMDIR)

Transcrição:

VIII JORNADA DE ESTÁGIO DE SERVIÇO SOCIAL CONSIDERAÇÕES SOBRE O TRABALHO REALIZADO PELO SERVIÇO SOCIAL NO CENTRO PONTAGROSSENSE DE REABILITAÇÃO AUDITIVA E DA FALA (CEPRAF) TRENTINI, Fabiana Vosgerau 1 BARRETO, Adriano Albuquerque 2 LOPES, Inês Chuy 3 Apresentador: Adriano Albuquerque Barreto Resumo: A condição especial dos surdos e as atividades realizadas pelo serviço social em uma instituição de atendimento a este público é o que nos mobiliza neste trabalho. O serviço social no Centro Pontagrossense de Reabilitação Auditiva e da Fala (CEPRAF) vem procurando garantir a vida comunitária aos surdos como tem previsto as leis que regulamentam o trabalho com os surdos e as leis que regulamentam a assistência social. Como fundamento tem-se os direitos sociais e as políticas públicas que contemplam este grupo social e seus familiares. Como estratégia de atuação vem-se desenvolvendo projetos que visam mobilizar a comunidade surda e não surda para as questões que envolvem a inserção dos surdos nas mais diversas instâncias da sociedade. Ciente dos limites que a estrutura social coloca ao público com alguma necessidade especial o que tem-se proposto vai de encontro com as novas concepções humanas reivindicadas pelos sujeitos sociais. Estas concepções estabelecem que os direitos humanos a respeito principalmente da saúde, educação, direitos políticos, econômicos, direitos sociais, trabalho, lazer, assistência social, moradia, saneamento básico, etc., devem ser garantidos tanto pelas instituições sociais bem como pela sociedade no âmbito dos Estados Nacionais. Diante disso, nas próximas linhas veremos como estes tipos de situação se apresentam em uma instituição local de atendimento a pessoas com necessidades especiais. A enfase é sobre os surdos e os serviços prestados pelo setor de serviço social. Procuramos contemplar, de modo geral, as principais dificuldades e limites encontrados no trabalho com esta população. Palavras Chave: Surdez, Atuação Profissional, Instituição Social. Introdução O direito das pessoas com algum tipo de deficiência é reconhecido por 1 Professora do Departamento de Serviço Social da Universidade Estadual de Ponta Grossa UEPG, Mestre em Ciências Sociais Aplicadas e Bacharel em Serviço Social pela UEPG. 2 Mestre em Ciências Sociais Aplicadas, Licenciado em Geografia e Acadêmico de Serviço Social pela UEPG. 3 Especialista em Educação Especial, Bacharel em Serviço Social pela UEPG e Assistente Social do Centro Pontagrossense de Reabilitação Auditiva e da Fala (CEPRAF).

inúmeras instituições sociais na contemporaneidade. Seja no Brasil, ou no exterior, ao longo da história, os portadores de necessidades especiais sempre foram tratados como desvalidos, visto que suas limitações não permitiam que os mesmos fizessem parte do padrão de sociedade que normatizava as relações sociais. O século XX foi um momento de grandes mudanças nas concepções de homem. Principalmente no ocidente, e mais especificamente a partir dos anos 50 e 60 do século XX, as instituições sociais tem alterado significativamente a perspectiva das configurações sociais. O avanço no que se refere aos direitos sociais e as políticas públicas propiciaram a grupos sociais, até então desconsiderados, leis que se fundamentam nos conceitos de cidadania e justiça social, procurando garantir, na medida do possível, igualdade de condições às pessoas menos favorecidas pela ordem social. Este trabalho se refere a um grupo social específico da órbita das pessoas com necessidades especiais. Os surdos, ao longo da história, também foram considerados pessoas incapazes de gerir suas próprias vidas. Hoje pensa-se que os mesmos são sujeitos autônomos e ainda pensa-se que é responsabilidade do Estado e da sociedade garantir esta autonomia e igualdade de condições para que possam participar da vida comunitária. Nossa proposta aqui é apresentar nosso campo de trabalho e ainda levantar as principais ações que o serviço social tem realizado no campo da surdez. Isso em uma instituição específica da cidade de Ponta Grossa chamada Centro Pontagrossense de Reabilitação Auditiva e da Fala (CEPRAF). Contextualização do campo de estágio O Centro Pontagrossense de Reabilitação Auditiva e da Fala (CEPRAF) é uma instituição que trabalha com surdos e seus familiares, e as atividades que são realizadas tem por objetivo proporcionar a essa população condições para que os mesmos tenham uma qualidade de vida melhor. A surdez e as limitações das organizações sociais no atendimento deste público é um dos aspectos com os quais o CEPRAF se preocupa. Neste sentido, o propósito da instituição é garantir que os surdos participem da vida social e comunitária,

assim como tenham oportunidades iguais aos ouvintes. O Serviço Social na instituição procura permitir que se abram estas oportunidades a partir das especificidades de seu trabalho. No âmbito do Serviço Social, as principais atividades realizadas no cotidiano do CEPRAF são: A avaliação do ambiente sociofamiliar dos surdos através de entrevistas e visitas domiciliares, orientação as famílias dos surdos quanto à utilização dos recursos comunitários, o atendimento e acompanhamento dos surdos no mercado de trabalho através do Projeto de Orientação Profissional, o encaminhamento dos surdos ao Benefício de Prestação Continuada, o encaminhamento dos surdos para transporte coletivo gratuito e o estudo e o acompanhamento de casos especiais. Objetivos do estágio O serviço social na instituição tem por finalidade desenvolver projetos e propostas que proporcionem ao usuário sua inserção na sociedade buscando seu espaço e sua identidade (DUTRA, 2005, p. 55). Desta forma, o que o serviço social tem procurado é garantir a vivência comunitária dos surdos nos mais variados aspectos sociais. A educação, o trabalho, a saúde e a própria assistência social são campos que tem requerido nossa atuação. Tendo clara a especificidade do serviço social sabemos que é de nossa responsabilidade facilitar o acesso dos surdos aos bens públicos, as políticas públicas, bem como orientá-los no sentido de visualizar as variadas possibilidades diante da estrutura social, garantindo assim sua autonomia. Metodologia dos trabalhos realizados A metodologia de trabalho tem sido orientada pelos instrumentais técnicos do Serviço Social. Destes instrumentais destacamos: Observação, pesquisa, supervisão, coordenação, triagem, reunião, estudo de caso, entrevista, orientação, encaminhamento, visitas domiciliares e institucionais, relatórios e pareceres.

Considerações sobre os trabalhos desenvolvidos O trabalho com os surdos envolve alguns aspectos delicados. Primeiramente o envolvimento da família do surdo é fundamental. Isso para para que os surdos possam enfrentar os limites colocados a eles pelas sua condição especial. Em uma sociedade de ouvintes é necessário que os surdos criem estratégias para que possam superar os entraves sociais presentes até mesmo nas instituições sociais que são preparadas para atendê-los. Neste sentido, o apoio da família é essencial, visto que a mesma acompanha cotidianamente suas dificuldades. Outro aspecto importante é a própria formação intelectual dos surdos. Os surdos são saudáveis cognitivamente, mas o que acaba acontecendo no decorrer de sua formação, e mesmo em seu desenvolvimento como pessoa, dado o tratamento que os surdos vieram recebendo ao longo do tempo, é que alguns surdos não tem a devida formação no que se refere a situações básicas para vivência em sociedade. Como os surdos sempre foram estigmatizados sob o rótulo de incapazes o tratamento dado a eles também sempre foi fundado em torno da proteção acessiva. Sabe-se contemporaneamente que a sociedade requisita sujeitos dinâmicos e o modelo de educação que se tinha com relação aos surdos criava mais dependência destes sujeitos das instituições sociais do que propriamente autonomia diante das situações da existência concreta fora do âmbito institucional. Estes, na nossa concepção, são os principais desafios que precisamos enfrentar. A educação, permeando todo o processo que envolve a sociabilidade, é o elemento central para emancipação do surdo diante dos limites que incidem em sua existência. Além disso, a contribuição do serviço social pode se dar na co-responsabilidade partilhada por toda a sociedade para com o desenvolvimento da cultura surda. Isso permitirá que avencemos na concepção que temos do surdo e em decorrência disto avancemos no que se refere ao modelo de inclusão ideal. Isto posto, entendemos que as leis que tem garantido o acesso dos surdos na sociedade são apenas a ponta dos icebergs de toda uma conjuntura social que sempre tomou os mesmos como inválidos diante das determinações de uma sociedade dita normal. Cabe a nós avançar neste sentido e produzir,

ainda que em pequenos espaços de discussão, uma nova subjetividade no que se refere a surdez. Referenciais teóricos que embasam a prática Além do conhecimento próprio do serviço social que corresponde as leis que regem a prática profissional do serviço social (Constituição Federal, Lei Orgânica da Assistência Social, Código de Ética do Serviço Social, Lei de Regulamentação da Profissão, Politica da Assistência Social, Estatuto da Criança e do Adolescente, Estatuto do Idoso, Lei Maria da Penha, Norma Operacional Básica de Recursos Humanos) é fundamental que o profissional tenha conhecimento da linguagem dos sinais e conhecimento da legislação vigente em relação ao surdo (Lei de Diretrizes e Bases da Educação e Politica Nacional de Integração de Pessoas com Deficiências). Principalmente da legislação referente a educação, que garante uma educação de qualidade para o surdo, com todo os recursos de atendimento necessários para isto, e a legislação referente a inclusão dos surdos no mercado de trabalho. Referencias BRASIL. Código de Ética do Assistente Social. In: Legislação Brasileira para o Serviço Social. 2 ed. São Paulo, 2006.. Lei nº. 8.6662, de 07 de junho de 1993, que dispõe sobre a profissão de Assistente Social e dá outras providências.. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº. 9394/96 de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União. Brasília, DF, 23 de dez. 1996.. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Lei Nº. 10.436, de 24 de abril de 2002. Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais LIBRAS e dá outras providências. DUTRA, Fabiana Santos. Serviço Social no Campo da Surdez: Desafios e Perspectivas de Atuação Profissional. Trabalho de Conclusão do Curso de Serviço Social - Universidade Estadual de Ponta Grossa. 2005.