Enquadramento. 1 Ver lista de siglas no Anexo I. 2 A rede temática E4, no quadro do Programa Sócrates II, foi antecedida pela rede H3E Higher

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RELATÓRIO DE CONCRETIZAÇÃO DO PROCESSO DE BOLONHA

Transcrição:

Enquadramento 1. Introdução A discussão sobre as formações de engenharia a nível europeu, no quadro do Processo de Bolonha, iniciou-se logo após a assinatura da Declaração pelos ministros dos 29 países presentes na Conferência de Bolonha em Junho de 1999. Organizações como a FEANI 1, a SEFI, o CLAIU, o CLUSTER e a CESAER, e redes temáticas como o E4 2, organizaram reuniões e tomaram posição sobre as implicações do Processo de Bolonha na formação em engenharia. Também a nível nacional se realizaram reuniões para discutir a implementação do processo nas formações em engenharia oferecidas pelo subsistema universitário, bem como discussões a nível de cada instituição. Nestas discussões, tanto a nível europeu como nacional, foram tratadas questões como os perfis da formação em engenharia, orientada para a concepção ou para as aplicações, a correspondente duração dos estudos e o perfil do 1º ciclo na formação de engenheiros de concepção que requer uma qualificação de 2º ciclo. O Instituto Superior Técnico tomou posição sobre estas questões, em Julho de 2004 [1], através de um documento aprovado e disponibilizado no seu site. Este foi o ponto de partida para uma discussão sobre a oferta de formação da escola e que foi concretizada através de um documento detalhado, elaborado por uma comissão nomeada para o efeito e aprovado pelo Conselho Científico em Novembro de 2005 [2], sobre o qual o Conselho Pedagógico tomou posição no mesmo mês [3]. Na sequência destes documentos orientadores, foram elaboradas as propostas dos cursos a oferecer pelo Instituto Superior Técnico que foram discutidas e aprovadas pelo Conselho Científico e pelo Conselho Pedagógico. A aprovação da legislação relativa à implementação do Processo de Bolonha, a alteração da Lei de Bases do Sistema Educativo [4] e o decreto-lei dos graus académicos e diplomas do ensino superior [5], veio permitir a reformulação da oferta do IST, adoptando um modelo de organização da formação consentâneo com o das escolas com as quais mais colabora a nível europeu. Este facto, associado à possibilidade de conferir graus e diplomas em associação, irá permitir o desenvolvimento, em número e envolvimento, dessas colaborações. 2. Enquadramento das formações em Engenharia Na sua posição de Julho de 2004, o IST defendia a coexistência a nível nacional de dois tipos de educação em engenharia, uma com sólida base em matemática e nas ciências experimentais e orientada para engenharia conceptual, outra mais curta e com uma orientação mais aplicada ou vocacional. Defendia ainda que a formação de engenheiros de concepção, que é sua vocação como escola de engenharia, ciência e tecnologia, requer uma formação de 2º ciclo, Mestrado. Optando por 1ºs ciclos como parte da formação de engenheiros de concepção, não visando uma qualificação 1 Ver lista de siglas no Anexo I. 2 A rede temática E4, no quadro do Programa Sócrates II, foi antecedida pela rede H3E Higher Engineering Education for Europe e cessou a sua actividade, tendo dado origem à nova rede temática TREE Teaching and Research in Engineering in Europe em 2004. 1

profissionalizante, a designação do grau a atribuir deveria ser Licenciatura em Ciências da Engenharia, distinguindo das formações de 1º ciclo orientadas para as aplicações oferecidas por outras instituições. Esta posição está em consonância com a de organizações europeias, expressas publicamente, como é o caso das declarações conjuntas da CESAER e do CLUSTER 3 [6] 4 e da CESAER e da SEFI [7], bem como da posição da CLAIU [8] e dos trabalhos da rede temática E4 [9], reconhecendo a FEANI a existência dos dois tipos de profissionais de engenharia [10]. A nível nacional, a Ordem dos Engenheiros tomou uma posição concordante com as anteriores [11]. O relatório da área de engenharia [12], elaborado no quadro do Despacho n.º 13766/2004, de 13 de Julho de 2004, propõe a existência de perfis diferenciados e a designação de Ciências da Engenharia para os cursos de 1º ciclo que não visem uma formação profissionalizante. A directiva nº 2005/36/CE [13], relativa ao reconhecimento das qualificações profissionais, distingue dois níveis de qualificação, sancionados por diplomas póssecundários, correspondendo o primeiro a formações de 3 a 4 anos e o segundo a formações de mais de 4 anos 5. A profissão de engenheiro, de concepção, não definindo a directiva as exigências mínimas de formação, é uma profissão regulamentada a nível da maioria dos Estados-Membros da União Europeia e considerada como tal no Reino Unido e na Irlanda 6. A análise das formações oferecidas a nível europeu revela uma tendência para formações de primeiro ciclo de 3 anos (180 ECTS) e uma clara predominância de formações de segundo ciclo de 5 anos acumulados (300 ECTS) 7. Revela, ainda, que nas instituições das organizações a que o Instituto Superior Técnico pertence, as formações de engenheiros de concepção se realiza a nível do 2º ciclo, sendo o 1º ciclo uma formação em Ciências de Engenharia, não tendo objectivos profissionalizantes. A questão do perfil de formação do 1º ciclo, tendo em conta o objectivo de empregabilidade, expresso na Declaração de Bolonha, tem sido também amplamente discutida a nível internacional. A empregabilidade não se confunde com profissionalização, devendo a conclusão do 1º ciclo, mesmo que não vise a profissionalização, assegurar um conjunto de competências para a inserção do diplomado no mercado de trabalho. Nesta perspectiva, os objectivos de aprendizagem do 1º ciclo terão de incluir competências de comunicação, interpessoais e de aprendizagem, assim como atitudes de responsabilidade, de liderança, de iniciativa e éticas. 3. As formações em engenharia propostas pelo IST A abordagem geral para a concepção dos cursos da área de engenharia que o Instituto Superior Técnico propõe, no quadro do processo de adequação, está de acordo com as orientações e posições assumidas pelas organizações europeias e pelo quadro legal aprovado. Formação a nível do Mestrado, acreditável profissionalmente, com um grau 3 O Instituto Superior Técnico é membro do CLUSTER desde Julho de 2005 (http://www.ist.utl.pt/en/html/cluster/). 4 Na generalidade dos casos, referem-se apenas as posições mais recentes das organizações citadas. 5 Artigo 11º, alíneas d) e e). 6 Artigo 3º, nº2. 7 Ver, por exemplo, o relatório da FEANI [7]. 2

intermédio de licenciatura em ciências da engenharia, tendo este objectivos de empregabilidade geral. As propostas apresentadas incluem duas opções de organização dos ciclos de estudos: ciclos de estudos integrados conducentes ao grau de mestre em engenharia, conferindo uma qualificação intermédia de licenciatura em ciências da engenharia; e dois ciclos de estudos, concebidos de forma articulada, conducentes ao grau de licenciado em ciências da engenharia e ao grau de mestre em engenharia. Em qualquer dos casos previu-se a possibilidade de detentores de outras formações de 1º ciclo, do IST ou de outra escola, nacional ou estrangeira, poderem frequentar o 2º ciclo. No quadro do CLUSTER, foi deliberado que as escolas que o compõem aceitarão diplomados com o 1º ciclo de qualquer das outras escolas do consórcio. O ciclo integrado conducente ao grau de mestre foi adoptado no caso de formações em que existe uma prática a nível europeu de oferta deste tipo de organização curricular, em particular nas instituições com as quais o Instituto Superior Técnico tem relações de colaboração privilegiadas, designadamente no quadro das redes ou organizações em que participa, como é o caso do CLUSTER. Os cursos propostos correspondem a ofertas de formação consolidadas, com elevado número de alunos e/ou de elevada atractividade. A opção por dois ciclos autónomos, apesar de poder existir nas mesmas especialidades a prática europeia de oferta de ciclos integrados, baseou-se em razões diversas. Uma parte dos cursos corresponde a formações cuja atractividade e número de alunos são reduzidos e que poderiam ser organizados apenas como 2ºs ciclos, baseados em 1ºs ciclos de outras formações com os quais partilham, na generalidade das propostas apresentadas, uma grande parte da formação. No entanto, a adopção deste modelo, oferta exclusiva de 2ºs ciclos, poderia acentuar a sua falta de atractividade, por reduzir a sua visibilidade para os candidatos ao ensino superior, pondo em causa a oferta de formações que, apesar do reduzido número de alunos, são relevantes para a economia portuguesa. Simultaneamente, a oferta dos 1ºs ciclos facilita o processo de transição dos cursos existentes para os resultantes da adequação. A solução adoptada deverá ser revista a médio prazo, confirmando ou não a manutenção de 1ºs ciclos, quando o funcionamento dos cursos propostos estiver estabilizado. Há, no entanto, situações específicas que foram consideradas na opção por dois ciclos autónomos. É o caso da Engenharia Informática e de Computadores, em que se constata que um número muito significativo de estudantes da actual licenciatura obtém um emprego ainda durante o curso 8 e que, em consequência, as dificuldades em terminar a formação longa estão identificadas. 4. A formação em Arquitectura A formação em Arquitectura, a nível da União Europeia, rege-se pela Directiva 2005/36/CE 9. Esta directiva implica a concepção do curso como mestrado integrado, como está justificado na proposta apresentada. 8 60% dos alunos das actuais licenciaturas em engenharia informática e de computadores estão empregados antes da conclusão do curso. 9 Abrange igualmente o Espaço Económico Europeu. 3

5. As formações em Matemática e em Química Para além das formações em engenharia e arquitectura, o IST oferece formações nas áreas da Matemática e da Química. O exercício profissional nestas áreas não é regulamentada, pelo que as formações de 1º ciclo foram concebidas tendo em conta a sua inserção no mercado de trabalho. Os objectivos destas formações, assim como dos respectivos 2ºs ciclos, constam das propostas apresentadas. 6. Os actuais mestrados no quadro da adequação O IST oferece actualmente cursos de mestrado, sendo que uma parte destes têm designações iguais às que serão adoptadas para os 2ºs ciclos resultantes da adequação. A admissão a estes mestrados será suspensa, podendo os alunos que actualmente os frequentam terminar os seus cursos, desde que o façam dentro do prazo legalmente previsto. A actual oferta de formação pós-graduada será reavaliada, tendo em conta os seus objectivos e a articulação com as formações propostas, no sentido de oferecer cursos não conferentes de grau académico e/ou em cursos de doutoramento. 7. A organização dos ciclos de estudos O decreto-lei dos graus académicos e diplomas do ensino superior apresenta, no seu preâmbulo, como um dos objectivos da adequação dos cursos a passagem de um ensino baseado na transmissão de conhecimentos para um ensino baseado no desenvolvimento de competências. Esta alteração é concretizada, para os cursos de licenciatura e de mestrado, nos artigos 5º e 15º, dando corpo, no ordenamento jurídico nacional, aos objectivos de aprendizagem contidos no Quadro de Qualificações do Espaço Europeu de Ensino Superior [14], adoptado pelos ministros na Conferência de Bergen. A alteração de paradigma da formação obriga a uma adequação dos métodos de ensinoaprendizagem e de avaliação, por forma a garantir que os objectivos de formação previstos são atingidos. Para o efeito, foram analisadas e consideradas experiências de outros países, em particular do Reino Unido, cujo processo se baseia na especificação dos cursos [15] a partir da definição de objectivos das qualificações por área do conhecimento (benchmark statements) 10 e na especificação dos métodos e estratégias de ensino-aprendizagem e de avaliação. As propostas apresentadas satisfazem as condições estabelecidas no decreto-lei dos graus académicos e diplomas do ensino superior, incluindo os mestrados uma dissertação. O número de créditos exigíveis para a dissertação nos mestrados não integrados, 35 % do total dos créditos dos mestrados 11, foi satisfeito, embora se considere este número excessivo para as formações profissionalizantes de engenharia. Assim, propor-se-á à agência de acreditação, logo que criada, a sua redução para 25%, nos termos previstos no decreto-lei 12, em consonância com o adoptado nos mestrados integrados, ou seja, 30 créditos. 10 Disponíveis no site da QAA (http://www.qaa.ac.uk/academicinfrastructure/benchmark/default.asp). 11 Artigo 20º, nº1, alínea b). 12 Artigo 20º, nº2, alínea b). 4

O processo de acompanhamento das inovações, durante o processo de transição, e posteriormente do funcionamento regular é essencial para assegurar a qualidade das formações. 8. A organização do IST A entrada em funcionamento das formações resultantes do processo de adequação, terá implicações na organização interna do IST. Os objectivos de aprendizagem, em particular no que se refere a competências transversais ou transferíveis, obriga a repensar o funcionamento dos cursos e a sua coordenação. A articulação entre os métodos de ensino-aprendizagem e de avaliação adoptados nas diferentes unidades curriculares é essencial para assegurar que são efectivamente adquiridas competências previstas no decreto-lei dos graus académicos e diplomas do ensino superior, designadamente as de comunicação e de aprendizagem. Daqui resulta a necessidade de reformular a composição e funcionamento do Conselho Pedagógico, bem como de reforçar as competências das coordenações dos cursos, por forma a assegurar a coerência da formação e as competências adquiridas pelos diplomados. O processo de reflexão levado a cabo no IST levou igualmente a formular a organização da oferta formativa em Grandes Áreas de Estudo. Uma primeira aproximação consta do documento aprovado pelo Conselho Científico [2] e será objecto de revisão, de forma a poder servir de base a uma proposta de organização interna do IST, designadamente no que se refere à coordenação dentro da mesma Grande Área de Estudo e ao Conselho Pedagógico. No sentido de assegurar que os resultados da formação estão de acordo com o previsto, será aperfeiçoado o sistema de acompanhamento do funcionamento dos cursos. O IST realiza semestralmente a avaliação do funcionamento das disciplinas, envolvendo inquéritos aos alunos. Estão definidas normas relativas a elaboração de horários, de avaliação, etc. Os processos e procedimentos serão revistos, tendo em conta os padrões e linhas directrizes para os sistemas internos de garantia da qualidade, adoptados pelos ministros na Conferência de Bergen [16]. A carga de trabalho dos estudantes em cada disciplina, para além da estimativa inicial do corpo docente, terá de ser monitorizada. Os actuais inquéritos aos alunos apenas permitem uma estimativa limitada da carga de trabalho, pelo facto de serem realizados ainda durante o semestre, embora próximo do seu final, não contabilizando o trabalho realizado durante o período de avaliação. Está em curso uma experiência piloto que visa a entrada em funcionamento pleno de um sistema de monitorização permanente da carga de trabalho dos alunos a partir do início do ano lectivo de 2006/07. O IST desenvolveu um sistema de acompanhamento dos alunos por tutores que ainda não está em funcionamento em todos os cursos. Este sistema será estendido a todo o IST, com ênfase especial nos primeiros anos dos 1ºs ciclos, tendo em conta as dificuldades identificadas na transição dos alunos entre o ensino secundário e o ensino superior. 5

Anexo I Siglas CESAER Conference of European Schools for Advanced Engineering Education and Research CLAIU Conseil des Associations d Ingénieurs de cycle long, d Université ou d Ecole d Ingénieurs de l Union Européenne CLUSTER Consortium Linking Universities of Science and Technology for Education and Research E4 Enhancing Engineering Education in Europe, Rede Temática do Programa Sócrates II FEANI Fédération Internationale d'associations Nationales d'ingénieurs IST Instituto Superior Técnico QAA quality Assurance Agency for Higher Education, Reino Unido SEFI European Society for Engineering Education 6

Anexo II Referências [1] Concretização do Processo de Bolonha no Ensino da Engenharia em Portugal, Posição do IST, IST, Julho de 2004 (http://www.ist.utl.pt/html/spot/bolonha/). [2] O Processo de Bolonha e a organização da formação superior no IST, IST, Novembro de 2005 (http://www.ist.utl.pt/files/bolonha/bolonha.pdf). [3] Parecer da Comissão Executiva do Conselho Pedagógico sobre O Processo de Bolonha e a organização da formação superior no IST, IST, Novembro de 2005 (http://wwwcp.ist.utl.pt/2005-2006/_documentos/05-11-bolonha-cp.pdf). [4] Lei nº 49/2005, de 30 de Agosto. [5] Decreto-lei dos graus académcos e diplomas do ensino superior, ainda não publicado (http://www.mctes.pt/docs/ficheiros/dl_graus_diplomas_es.pdf). [6] CESAER and CLUSTER Joint Statement on Quality Assurance and Accreditation of Engineering Education, CLUSTER Steering Committee, Outubro de 2005 (http://www.cluster.org/manifestoes/accreditation.html). [7] Engineering Education and Research and the Bologna Process On the Road to Bergen, Março de 2005 (http://www.cesaer.org/static/content/pdf/cesaer_sefi_2005.pdf). [8] Criteria for automatic recognition for engineers: a first approach, CLAIU, sem data (http://www.claiu.org/site_uk/opinions_pdf/firstapproachrecognition.pdf). [9] Borri, Claudio; Maffioli, Francesco (Eds.), E4 Thematic Network: Enhancing Engineering Education in Europe, Volume A, Firenze University Press, 2003 (http://www3.unifi.it/tree/index.php?l=x&s=18). [10] Special FEANI News 10/2005, FEANI, Outubro de 2005 (http://www.feani.org/feani%20news/feani%20news%20special%2010_2005_cor.pdf). [11] Posição da Ordem dos Engenheiros relativamente ao Processo de Bolonha, Ordem dos Engenheiros, Conselho Directivo Nacional, Outubro de 2004 (http://www.ordemengenheiros.pt/default.aspx?tabid=508). [12] Luís J. S. Soares, Implementação do Processo de Bolonha a nível nacional, por áreas de conhecimento: engenharia, MCES, Novembro de 2004. [13] Directiva 2005/36/CE do Parlamento Europeu e do Conselho de 7 de Setembro de 2005 relativa ao reconhecimento das qualificações profissionais, JO L255, 30 de Setembro de 2005. [14] A Framework of Qualifications for The European Higher Education Area, Bologna Working Group on Qualifications Frameworks, Ministry of Science, Technology and Innovation, Fevereiro de 2005 (http://www.bologna-bergen2005.no/docs/00- Main_doc/050218_QF_EHEA.pdf). [15] Guidelines for preparing programme specifications, Quality Assurance Agency for Higher Education, Reino Unido, 1ª edição de 2000, actualmente em revisão (http://www.qaa.ac.uk/academicinfrastructure/programspec/progspec0600.pdf). 7

[16] Standards and Guidelines for Quality Assurance in the European Higher Education Area, ENQA, Fevereiro de 2005 (http://www.bologna-bergen2005.no/docs/00- Main_doc/050221_ENQA_report.pdf). 8