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Transcrição:

Venerando Juiz Presidente do Tribunal Supremo, Excelência Venerando Presidente do Conselho Constitucional, Excelência Digníssima Procuradora-Geral da República, Excelência Senhor Ministro da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos, Excelência Senhor Ministro do Interior, Excelência Senhores representantes de missões diplomáticas acreditadas na República de Moçambique, Excelência Senhor Director Nacional da PIC Senhor Director-Geral do IPAJ Ilustres colegas, Advogados e Advogados estagiários Caros parceiros de cooperação Distintos convidados Minhas Senhoras e Meus Senhores, todo o protocolo observado Começo por agradecer, em meu nome pessoal e em nome de todos os advogados e advogados estagiários inscritos, a presença de tão ilustres personalidades neste acto em que tomo posse como o quarto Bastonário da Ordem dos Advogados de Moçambique, e comigo, os titulares eleitos para os demais órgãos sociais da mesma Ordem. A vossa presença neste acto significa que estão atentos à vida e actividades de um dos três pilares do sistema de administração da justiça, mas mais do que isso, que são enormes as expectativas da actuação da Ordem dos Advogados de Moçambique. Os titulares hoje empossados foram legitimados por via do voto, tendo merecido a confiança dos advogados inscritos e com direito a voto, através de uma confortável maioria de 67.15%, num processo que decorreu, no geral, sem

incidentes, e que em nosso entender, constitui uma verdadeira escola de democracia. Este resultado deve ser interpretado como sendo vitória da Ordem dos Advogados de Moçambique. Como o dissemos em ocasiões anteriores, com a proclamação dos resultados pela Comissão Eleitoral, deixaram de existir as listas então concorrentes e voltamos a ter a mesma Ordem dos Advogados, em que todos os advogados e advogados estagiários devem juntos envidar esforços para a implementação do manifesto aprovado no pleito eleitoral. Saúdo a todos os advogados por terem acreditado no nosso manifesto e por confiarem em mim e nos membros da lista por mim encabeçada, para dirigir os destinos da nossa agremiação no triénio 2016-2019. Saúdo-vos a todos, meus ilustres colegas, pela forma como participaram no processo eleitoral e têm dado contribuições para converter as ideias que corporizam o manifesto eleitoral em plano de acção. Agradeço a todos os colaboradores da área administrativa da Ordem dos Advogados, por se terem empenhado de forma profissional para que as eleições tivessem lugar dentro do prazo e de forma ordeira. Uma menção especial é dirigida à Comissão Eleitoral que, num quadro regulamentar prenhe de lacunas, soube conduzir com transparência e responsabilidade todo o processo, que pela primeira vez decorreu na cidade de Maputo e em mais seis capitais provinciais. Vale aqui referir que a composição da Comissão Eleitoral, só por si, emprestava muita segurança e credibilidade ao processo, de tal modo que os concorrentes tinham todo o tempo para se dedicarem à caça ao voto, sem desconfianças de qualquer natureza. Excelências

Ilustres colegas Senhoras e Senhores A Ordem dos Advogados foi criada pela Lei n.º 7/94, de 14 de Setembro. Ao longo dos tempos, ela foi-se impondo enquanto actor do sistema de administração da justiça, ocupando o seu lugar como pessoa colectiva de direito público, independente dos órgãos do Estado, sendo livre e autónoma no seu funcionamento, tal como estabelece a lei. Embora seja um ente representativo dos advogados e advogados estagiários, a lei reserva-lhe um papel muito para além de defender os direitos, prerrogativas e imunidades dos seus membros e reforçar a sua solidariedade. Não é por acaso que as quatro primeiras atribuições da Ordem dos Advogados são a defesa do Estado do Direito Democrático, os direitos liberdades e garantias fundamentais, a participação na boa administração da justiça, a promoção do acesso à justiça nos termos da Constituição e demais lei, a contribuição para o desenvolvimento da cultura jurídica e o aperfeiçoamento do Direito, a participação no estudo e divulgação das leis, a promoção do respeito pela legalidade, bem como o zelar pela função social da profissão de advogado. Ilustres colegas, esta hierarquização das atribuições da Ordem obriga-nos a ter uma atitude cada vez mais séria relativamente ao nosso trabalho, a tornar a Ordem cada vez mais intervent iva enquanto um dos pilares do sistema de administração da justiça. No triénio que hoje inicia, vamos desenvolver acções com vista à garantia da defesa, protecção e reforço das prerrogativas e imunidades dos advogados com vista à dignificação da classe.

Neste particular, tudo faremos para assegurar a devida protecção jurídica a todos os advogados, independentemente de exercerem a profissão a tempo inteiro ou parcial; instituiremos mecanismos internos visando a difusão, defesa, protecção e reforço das prerrogativas e imunidades dos Advogados com vista à dignificação da classe; desenvolveremos acções com vista ao reforço das prerrogativas e imunidades dos advogados em exercício de profissão, principalmente, no que diz respeito à igualdade de tratamento perante os demais serviços da administração da justiça, incluindo garantias de foro adequadas. desenvolveremos acções no sentido de criar e implementar um sistema complementar de previdência social do advogado. Tornaremos a Comissão de Direitos Humanos e o Instituto de Acesso à Justiça mais prestativos e activos, reforçando a complementaridade da sua actuação, aumentando a articulação entre eles, de modo a que, conjuntamente, possam assegurar a protecção dos direitos humanos dos cidadãos. Estas unidades orgânicas deverão conceber projectos para a prossecução deste desiderato. Através destas unidades a Ordem deverá promover acções de educação jurídica às comunidades. Tal como resulta do Estatuto da Ordem, deveremos agir no sentido de defender o Estado de Direito Democrático. Os advogados devem ter liberdade e oportunidade de participar na discussão pública, aberta, responsável e ética, dos assuntos que fazem parte da agenda da administração da justiça e, desta forma, despertar e fortalecer a consciência jurídica da sociedade. Criaremos novos Conselhos e Delegações Provinciais e envidaremos esforços para que ao nível das províncias a vida da Ordem se faça sentir sem necessidade de grande intervenção da sede. Os Conselhos e Delegações provinciais devem ter maior intervenção nas nossas actividades, mormente no que tange ao estágio, avaliação e formação profissional dos advogados estagiários, na arrecadação de receitas, na busca de solução para que estas unidades tenham instalações próprias.

Criaremos condições para que haja uma maior interacção entre o Bastonário e os advogados domiciliados fora de Maputo. Excelências Ilustres convidados Caros colegas O sucesso da actuação da Ordem depende, em grande medida, da participação de todos na sua vida. Neste sentido, promoveremos acções com vista a permitir que todos se sintam donos da Ordem e se apropriem dos seus projectos e acções. Pedimos a cada um dos advogados que dê o seu máximo neste sentido, partindo do pressuposto de que a implementação do plano estratégico, dos planos anuais não é da exclusiva responsabilidade dos órgãos sociais. Lembrem-se, ilustres colegas, que aprovaram um lema que inclui uma maior inclusão. Decorre da lei, que só os advogados podem praticar actos próprios da sua profissão. A mesma lei indica quais são esses actos. Ocorre, não poucas vezes, que pessoas e entidades não autorizadas, pratiquem actos próprios da nossa profissão. Levaremos a cabo um combate cerrado a estas práticas ilegais. Queremos ter uma Comissão de Combate à Procuradoria Ilícita activa, operante e rigorosa, constituída por membros comprovadamente comprometidos com esta causa e sobre os quais não recaiam suspeitas ou indícios de poderem estar envolvidos nas referidas práticas. A acção desta comissão deverá fazer-se sentir nas províncias, através de núcleos que deverão agir de forma sintonizada com a comissão central. Relativamente às situações em que o país ainda tem algum défice de experiência em determinadas matérias, desenvolveremos acções com vista a que a intervenção de peritos estrangeiros conte sempre com conteúdo local, adoptando sempre critérios de transparência nas parcerias.

Com vista à promoção e engajamento da jovem advocacia, promoveremos parcerias internas entre escritórios de Advogados de modo a abrir oportunidades para os advogados mais jovens. Tudo faremos para que os advogados mais jovens integrem as diversas comissões de t rabalho da Ordem, de modo a que possam, ainda cedo, participar na vida da Ordem e prepararse para assumir os seus destinos. Continuaremos o controlo jurisdicional sobre a conduta dos advogados. Neste particular, estabeleceremos canais de denúncia efectivos e eficazes para que o Conselho Jurisdicional receba em tempo útil os comportamentos desviantes dos membros; dinamizaremos as actividades da Comissão de Ética e Deontologia Profissional, dotando-a dos recursos necessários para o seu funcionamento. Temos de continuar a melhorar o nível de desempenho do Conselho Jurisdicional, não só em termos quantitativos como também em termos da qualidade e impacto das suas decisões. A capacitação e desenvolvimento institucional constitui uma das grandes apostas neste mandato. Temos de criar incentivos, motivar e estabilizar o quadro de pessoal administrativo da Ordem, imprimir maior dinamismo na gestão e qualidade na prestação serviços administrativos e assegurar o apetrechamento dos Conselhos Provinciais e dotá-los de recursos necessários para o seu funcionamento. O estágio constitui uma das maiores inquietações de todos os advogados e advogados estagiários. Tal como referimos no nosso manifesto eleitoral, temos de repensar este assunto de modo a que o plano temático tenha uma componente prática mais expressiva e o estágio deixe de constituir um pesadelo, mas sem pôr em causa a qualidade. A Ordem representa um dos pilares do sistema de administração da justiça. O edifício da justiça só pode ser forte se cada um dos seus actores entender o papel e importância dos restantes, promovendo o respeito mútuo e a complementaridade.

Queremos reforçar a cooperação institucional, contribuindo para a melhoria do relacionamento entre os órgãos que integram o sistema de administração da justiça. Queremos contribuir para uma cada vez maior celeridade processual. Queremos contribuir para que os actores do sistema de administração da justiça não adoptem práticas corruptas. Excelências Distintos convidados Caros colegas Tal como nos anteriores mandatos, contamos com o inestimável apoio de parceiros de cooperação na capacitação institucional e no financiamento de alguns projectos. Queremos reforçar a nossa relação com os nossos parceiros e identificar novas parcerias. As quotas pagas pelos pouco mais de 1400 advogados inscritos estão muito aquém das nossas necessidades. A contribuição do Estado, feita através da consignação à Ordem, de 3% das custas judiciais, é também pouco expressiva. Para que a Ordem cumpra as suas atribuições, t emos de desenvolver acções com vista à mobilização de mais fundos, sem que para tal mobilização signifique adicional sacrifício para os advogados e advogados estagiários. São bem-vindas as iniciativas no sentido de fazer da Ordem dos Advogados de Moçambique uma instituição mais interventiva, mais dinâmica e mais inclusiva. Aos colegas recém-empossados, votos de bom trabalho. De nós se espera entrega e muito trabalho. Por isso vos digo, ilustres colegas: mãos à obra. Vamos, todos juntos, promover acções para que a Ordem tenha cada vez mais capacidade para defender o Estado de Direito Democrático, os direitos e liberdades fundamentais e participar na boa administração da justiça. Muito obrigado pela vossa atenção. Maputo, 4 de Maio de 2016