LEITURA: APLICAÇÃO DO TESTE CLOZE



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Transcrição:

LEITURA: APLICAÇÃO DO TESTE CLOZE DANIELA BORGES DE LIMA 1, MAIARA APARECIDA CALDAS LIMA 1, JESSICA PAULA JACINTO DE OLIVEIRA 1, MURILLO PIRES DE SÁ 1, ROBERTA LAUDELINA PEREIRA ARRUDA 1, LEONARDO SAN- TOS ANDRADE 1,2, ADRIANA SANTOS PRADO SADOYAMA 1,3,5, GERALDO SADOYAMA LEAL 1,4,5 1. PIBID-Interdisciplinar da Regional Catalão da Universidade Federal de Goiás danielaborgeslima1@gmail.com, mai.caldas@hotmail.com.br, jessicapaula293.jp@gmail.com, murillopires@msn.com, robertalaudelina@hotmail.com, ls_andrade@ufg.br, drisadoyama@gmail.com, gsadoyama@yahoo.com.br 2. Departamento de Química da Regional Catalão da Universidade Federal de Goiás.ls_andrade@ufg.br 3. Departamento de Educação da Regional Catalão da Universidade Federal de Goiás. drisadoyama@gmail.com 4. Departamento de Ciências Biológicas da Regional Catalão da Universidade Federal de Goiás. gsadoyama@yahoo.com.br 5. Programa de Mestrado Profissional em Gestão Organizacional, Regional Catalão da Universidade Federal de Goiás. drisadoyama@gmail.com, gsadoyama@yahoo.com.br Recebido em: 28/11/2014 Aprovado em: 16/01/2015 Publicado em: 31/01/2015 RESUMO Esta pesquisa busca apresentar um estudo sobre teste Cloze da Língua Portuguesa, tendo em vista apresentar os resultados coletados num colégio estadual do sudeste goiano. Para que a leitura aconteça a criança precisa tem conhecimentos prévios sobre a leitura e escrita, nesse sentido, a linguagem exerce uma função de mediadora da relação sujeito e aprendizagem. Nas séries iniciais é muito comum uma criança apresentar algumas dificuldades de leitura e escrita, assim, o professor deverá criar novas metodologias que venham de encontro às individualidades do aluno, Uma vez isso não acorra, é preciso oferecer ao aluno possibilidades de leitura.trabalhando diretamente com a criança ela terá mais oportunidade de ambientalizar-se com o mundo da leitura e escrita e acompanhar os seus colegas em sala de aula. É por isso que as aulas de reforços são importantes para os alunos, ou seja, o professor poderá dar mais atenção as suas dificuldades e ajudá-lo a encontrar um melhor caminho para a aprendizagem. PALAVRAS-CHAVE : Escola, Leitura, Aprendizagem. READING: TEST APPLICATION CLOZE ABSTRACT This research seeks to present a study on Cloze test of the Portuguese language, with a view to presenting the results collected at school Anice Cecílio Pedreiro. ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.11, n.20; p. 862 2015

For that reading happens to child needs has previous knowledge about reading and writing, in this sense, the language exercises a function of mediator of the relation subject and learning. In the original series is very common a child present some difficulties in reading and writing, the teacher should create new methodologies that come against the individualities of the student, once this does not happen, we must offer the student tutor, working directly with the child she will have more chance of a little seasoning with the world of reading and writing and accompany their colleagues in the classroom. That is why the tutoring are important for students, that is, the teacher can give more attention to their difficulties and help him find a better path to learning. KEYWORDS: School, Reading, learning. INTRODUÇÃO Esta pesquisa tem como objetivo apresentar um estudo sobre teste Cloze da Língua Portuguesa.Este teste foi aplicado a alunos em uma escola municipal do sudeste goiano. O trabalho com a leitura é uma atividade que depende muito das metodologias de ensino utilizadas pela escola, uma vez que, os alunos precisam contar com materiais diversificados no sentido de chamar a sua atenção e aguçar a sua curiosidade em relação ao processo da leitura. Para SMITH (1997), a leitura representa uma ferramenta importante para a formação social e cognitiva do sujeito, o que o qualifica para sua inserção na cultura. Nesse sentido, a habilidade de leitura ocupa papel importante na vida dos seres humanos, principalmente no contexto escolar, que tem como objetivos ensinar conceitos por meio de práticas que requerem habilidades de leitura. O ato de ensinar a ler pode ser compreendido como um processo que exige interpretação do contexto lido. É preciso ler e interpretar o que está escrito. A grande maioria dos alunos atualmente lê muito mal e não sabem interpretar. Hà necessidade de integração da aprendizagem da leitura e da escrita, sendo que há desajustes que precisam ser corrigidos e cuidados. Leitura e escrita são habilidades práticas que precisam ser cuidadas de forma integrada para que o aluno possa aprender os vários gêneros literários, os quais devem ser devidamente trabalhados para que o aluno possa desenvolver as competências necessárias. Cabe ao professor explicitar as características e tipos de conteúdos literários de cada gênero para que o aluno possa estar ciente deles. LEITURA A leitura é uma ação indispensável para o desenvolvimento dos seres humanos, por meio de um simples ato de ler o cidadão se posiciona perante os conhecimentos do Brasil e do mundo. Para se criar hábitos de leitura é preciso que os pais e a escola trabalhem esta questão desde muito cedo, somente assim as crianças vão desenvolver hábitos saudáveis de leitura. Tendo em vista a importância da leitura, e independentemente da concepção de compreensão adotada, é importante que seja realizado um diagnóstico da habilidade de leitura dos alunos para que se possa identificar seus limites, seu potencial, visto que é principalmente por meio da leitura que ocorre o acesso ao conteúdo das diversas disciplinas (SANTOS, 1990) A leitura está presente no cotidiano das sociedades letradas, sendo o seu domínio fundamental como fator de integração social. Através da leitura, novas aprendizagens são construídas, principalmente no es- ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.11, n.20; p. 863 2015

paço escolar, para diferentes disciplinas do currículo. O desenvolvimento da habilidade de leitura, por sua vez, requer um aprendizado sistemático (COLOMER & CAMPS, 2002; SPINILLO, 1994), o que torna a escola um espaço privilegiado de investigação e de intervenção no estudo da compreensão textual. (p. 575) No entendimento dos autores supracitados, a leitura faz parte do mundo dos letrados. Seu domínio é importante para a vida social uma vez que, as pessoas leem o tempo todo no seu dia a dia. A leitura promove aprendizagens sempre, o ser humano está sempre descobrindo coisas novas através do ato de ler. O espaço escolar, por exemplo, é um meio que promove a interação com a leitura diariamente em todas as disciplinas. Há professores que gostam de trabalhar a leitura das séries iniciais através da Literatura Infantil, com isso as crianças vão apreendendo o doce sabor da leitura. Algumas escolas contam com o cantinho da Literatura ou com a roda da leitura, oferecendo aos seus alunos materiais de leitura como Cecília Meireles, Sylvia Orthof, Monteiro Lobato e outros. Sabendo que a leitura é um ato importante, o Teste Cloze veio facilitar ainda mais o trabalho com a leitura, isso porque ele pode ser aplicado aos alunos para melhor compreensão dos processos da leitura. Assim, o item seguinte apresenta um estudo sobre a aplicação do teste do Cloze. Teste do Cloze A aplicação do teste Cloze da Língua Portuguesa é um procedimento que oferece meios para avaliar a leitura em sala de aula. TAYLOR (1953) expõe que essa técnica que consiste na seleção de texto de aproximadamente 200 vocábulos, do qual, na proposta original do autor, omite-se o quinto vocábulo, como forma mais adequado para o diagnóstico da compreensão. Segundo MOTA & SANTOS (2014), A técnica de Cloze está entre os primeiros procedimentos sistemáticos utilizados na avaliação da compreensão em leitura, compreensão que significa a competência de dar o sentido ao texto, valendo-se de dois principais tipos de processamento: a redundância semântica e sintática do texto e seus conhecimentos prévios. Destaca-se que o uso do Cloze é compatível com a concepção do processo de compreensão em leitura baseada nos modelos de integração recentemente propostos, que atribuem importância tanto ao conhecimento linguístico como ao conceitual. Além das vantagens já assinaladas, o Cloze é mais eficiente que os testes em formato de questões sobre o entendimento do texto, pois um escore alto em um teste desse tipo não significa necessariamente que o estudante tenha compreendido bem o texto, mas apenas que possui uma boa técnica para responder corretamente às questões (MOTA & SANTOS, 2014, p. 2) O autor citado concorda que a técnica está entre os primeiros procedimentos utilizados na avaliação do processo de compreensão da leitura, tendo em vista a difusão semântica e sintática dos textos. O procedimento Cloze consiste, desde sua versão original, na apresentação de uma seleção de prosa da qual se omitem palavras de maneira sistemática, substituídas por uma linha de extensão constante. Essas palavras omitidas devem ser recuperadas pelo leitor para restituir seu sentido completo à seleção. Muitos autores têm apontado esse procedimento como forma de diagnóstico e de ensino visto que, se desdobra numa versatilidade de formatos e ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.11, n.20; p. 864 2015

conteúdos, permitindo ao leitor tomar consciência do interjogo entre seu eu e o texto e de sua participação ativa na reconstrução do significado pretendido pelo autor (BENSOUSSAN, 1990; NASSRI, 2002; SAMPAIO & SANTOS, 2002; SANTOS, 1990). HAYES (1991) destaca que a facilidade da construção, de aplicação e correção tem favorecido o uso do Cloze e a fidedignidade dos resultados tem sido confirmada em muitas pesquisas. Há ainda autores que consideram que o Cloze é mais que um instrumento de avaliação da compreensão em leitura, pois possibilita o acesso aos processos de pensamento relacionados tanto com a leitura como com a escrita (A- BRAHAM & CHAPELLE, 1992; HELFELDT & HENK, 1985). Para os autores citados o Cloze é muito mais que um processo de avaliação, ele permite também a compreensão da leitura tendo em vista a possibilidade do acesso a leitura bem como a escrita. A técnica de Cloze está entre os primeiros procedimentos sistemáticos utilizados na avaliação da habilidade de leitura. É considerada adequada por favorecer a utilização dos dois principais tipos de processamento pelo leitor, que pode valer-se tanto da redundância semântica e sintática do texto, como de seus conhecimentos prévios. Ao lado disso, é um instrumento estruturado, simples e válido para se avaliar o nível de compreensão de leitura, podendo ser utilizado desde o ensino fundamental até o superior (BENSOUSSAN, 1990; SAN- TOS 1991; SILVA & WITTER, 2008). Conforme os autores citados, a técnica do Cloze é uma das expressões ordenadas utilizadas na avaliação das habilidades de leitura. Vale ressaltar que, esta beneficia dois principais tipos de processamento pelo leitor, valendo tanto para a semântica quanto para a sintática do texto em questão. Esta técnica pode ser utilizada tanto no ensino fundamental quanto no superior. MATERIAL E MÉTODOS O presente trabalho trata-se de um estudo de corte transversal, com amostra de conveniência. Foram incluídos neste estudo nº 74 discentes da série 3º Ano do Ensino Fundamental. Com a finalidade de medir a compreensão de leitura foi aplicado o teste Cloze. O critério de interpretação foi o número de acertos obtidos nos dois textos, cuja forma de correção foi literal, sendo que era atribuído um ponto para cada resposta idêntica à palavra omitida. A partir da correção são considerados três níveis de compreensão, quando os acertos abaixo de 44%, considera-se que o nível de compreensão é de frustração, sendo assim o leitor não consegue compreender o que lê. Quando os acertos variam de 44% a 57%, é o chamado nível de compreensão instrucional, neste caso o leitor compreende somente o suficiente para sua compreensão, e o último nível, chamado de nível independente, quando o leitor atinge uma pontuação acima de 57%, considera-se que o leitor possui um nível de compreensão autônoma acerca do que lê. A análise estatística foi realizada de modo descritivo (frequência absoluta e relativa, média, desvio padrão), teste de normalidade e inferencial com os testes t- Student, com nível de significância para p<0,05. As análises foram realizadas utilizando-se o software SPSS for Windows, versão 20.0. Gráfico 1, aplicação do teste Cloze aos alunos do 3º Ano do Ensino Fundamental. ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.11, n.20; p. 865 2015

RESULTADOS E DISCUSSÕES Na primeira etapa foi estabelecida a evidência de validade de critério e identificados os índices de precisão. Tal como sugerido por TAYLOR (1953), foram utilizados textos estruturados na forma do Cloze tradicional. Na aplicação, os alunos foram orientados a preencher as lacunas com a palavra que julgassem ser mais adequadas para completar o sentido do texto. A coleta de dados foi realizada numa escola municipal do sudeste goiano com 4 turmas do 3º Ano. GRÁFICO 1: Aplicação do Teste Cloze no 3º Ano do Ensino Fundamental Fonte: Autores. O gráfico permite fazer uma análise sobre a média entre o 3º A, B, C e D. Observa-se que a média do 3º A corresponde a 15,7; o 3º B com 13,7; o 3º C com 10.6 e o 3º D com 16.2. Quanto ao desvio Padrão, o 3º A está com 3.1; 3º B com 5.6; 3º C com 4.4 e o 3º D com 4.4. Teste t-student com diferenças significantes entre o 3º ano B e C; C e D ; p<0,05. GRÁFICO 2: Teste t-student com diferenças significantes entre o 3º ano B e C; C e D ; p<0,05. Fonte: Autores. ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.11, n.20; p. 866 2015

O gráfico 2 apresenta os resultados obtidos com a aplicação do teste t-student. As diferenças obtidas entre o 3º ano e C; C e D; p<0,05. Quanto ao resultado independente; 3º B está com 2; 3º A, C e D estão com 0. Em relação ao instrucional 3º A e D estão com 4. 3º B e C estão com 0. Sobre as frustrações têm-se os seguintes resultados 3º A e B estão com 17; 3º C 21 e 3º D está com 9. Gráfico 3: freqüência Fonte: Autores. Dada a importância da compreensão em leitura dos estudantes da escola avaliada, este trabalho procurou compreender mais detalhadamente as propriedades da técnica de Cloze para a avaliação da compreensão de leitura em Língua Portuguesa. Especificamente, procurou-se refinar as interpretações atribuídas às notas obtidas pelo teste. A compreensão em leitura, tal como exigida no teste de Cloze, depende, entre outras variáveis, da habilidade do leitor em estabelecer relações entre os elementos do texto e, também, de sua capacidade em desenvolver associações apropriadas entre o conhecimento anteriormente adquirido e a informação expressa, o que fica bem explícito a não ocorrência dessa associação. Ainda que parcialmente, este estudo trouxe novas informações sobre a viabilidade de utilização da técnica de Cloze, reafirmando sua boa qualidade como instrumento para a avaliação de compreensão em leitura. Sugere que haja um incremento em pesquisas que investiguem, não apenas o seu potencial de diagnóstico, como também, outra dimensão promissora, como técnica de intervenção psicopedagógica CONCLUSÃO O estudo realizado foi importante não só pelos resultados imediatamente alcançados, mas também por outras consequências educacionais mais difíceis de serem mensuradas. Sabendo que a leitura é um processo importante no convívio social é essencial que estudos sejam realizados no sentido de promover meios de aprendizagens da leitura em sala de aula. ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.11, n.20; p. 867 2015

Cabe, portanto, as escolas, bem como os pais proporcionar ambientes de leitura as crianças para que no futuro estas possam ser adultos inteirados no mundo da leitura e consequentemente da cultura. Mediante os dados apresentados é válido ressaltar a importância de técnica de Cloze como instrumento diagnóstico e de remediação de compreensão em leitura, e sua relevância no contexto educacional. Contudo, sabe-se que há ainda lacunas no conhecimento referentes às possíveis relações entre a compreensão da leitura e outras habilidades básicas, o que necessita ser mais bem explorado em novos estudos. REFERÊNCIAS ABRAHAM, R. G.; CHAPELLE, C. A. The meaning of Cloze test scores: an item difficulty perspective. The Modern Language Journal, Iowa City, v. 76, n. 4, p. 468-479, 1992. BENSOUSSAN, M. Redundancy and the cohesion Cloze. Journal of Research in Reading, leitura e estudo. Pro-Posições, 8(1), 27-37, 1990. COLOMER, T.; CAMPS, A. Ensinar a ler, ensinar a compreender. Porto Alegre, RS: Artmed, 2002. DA MOTA, M. M. P. E.; DOS SANTOS, A. A. A. O Cloze como instrumento de avaliação de leitura nas séries iniciais. Psicol. Esc. Educ. vol. 18 no.1, Jan./June, 2014. HAYES, B. L. Effective strategies for teaching reading.needham Heights: Allyn and Bacon, 1991. HELFELDT, J. P.; HENK, W. A. Usefulness of conventional vs total random cued cloze tests as measure of Reading comprehension, Journal of Reading, 28, 719-725, 1985. NASSRI, R. C. B. M. Compreensão de leitura em universitários de Direito e Medicina. In G. P. Witter, Psicologia: Tópicos gerais (pp.179-191). Campinas, SP: Alínea, 2002. SAMPAIO, I. S.; SANTOS, A. A. A. Leitura e redação entre universitários: Avaliação de um programa de intervenção. Psicologia em Estudo, 7, 31-38, 2002. SANTOS, A. A. A. Compreensão em leitura na universidade: Um estudo comparativo entre dois procedimentos de treino. Estudos de Psicologia, 7(2), 39-53, 1990. SANTOS, A. A. A. Desempenho em leitura: Um estudo diagnóstico da compreensão e hábitos de leitura em universitários. Estudos de Psicologia, 8(1), 6-19, 1991. ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.11, n.20; p. 868 2015

SILVA, E. M. T; WITTER, G. P. Compreensão de texto e desempenho acadêmico em estudantes de psicologia. Estud. psicol. (Campinas) [online], vol.25, n.3, pp. 395-403, 2008. SMITH, F. Reading without nonsense. Toronto: Teachers College Press, 1997. SPINILLO, A. G. Estudos de treinamento e variações experimentais. Temas de Psicologia, 3, 43-56, 1994. TAYLOR, W. L. Cloze procedure: a new tool for measuring readability. Journalism Quarterly, San Jose, v. 30, p. 415-433, 1953. ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.11, n.20; p. 869 2015