INSTRUMENTOS SISTEMÁTICOS E FORMAIS DE AVALIAÇÃO DA LINGUAGEM DE PRÉ-ESCOLARES NO BRASIL: UMA REVISÃO DE LITERATURA

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656 INSTRUMENTOS SISTEMÁTICOS E FORMAIS DE AVALIAÇÃO DA LINGUAGEM DE PRÉ-ESCOLARES NO BRASIL: UMA REVISÃO DE LITERATURA Systematic and formal instruments for language assessment of preschoolers in Brazil: A Literature review Tâmara Andrade Lindau ( ¹ ), Fernando Del Mando Lucchesi (1), Natalia Freitas Rossi (1), Célia Maria Giacheti (1) RESUMO Instrumentos sistemáticos e formais de avaliação da linguagem em crianças com idade entre dois e cinco anos são de suma importância, tanto para a investigação de possíveis alterações quanto para propor intervenção fonoaudiológica. No entanto, atualmente, são poucos os instrumentos disponíveis no Português brasileiro para investigações e uso clínico. O objetivo do presente estudo, portanto, foi apresentar uma revisão bibliográfica sobre instrumentos sistemáticos e formais de avaliação da linguagem falada em pré-escolares, utilizados em investigações científicas, construídos em âmbito nacional ou em processo de adaptação e validação. Foram descritos sete diferentes instrumentos em 22 artigos científicos, número este baixo em comparação a outros países e, sobretudo, em comparação a publicações não científicas, que não necessariamente validam a eficiência do instrumento. Sugere-se maior investimento, tanto na construção de instrumentos quanto na adaptação e validação de instrumentos já utilizados em outras línguas. DESCRITORES: Testes de Linguagem; Pré-Escolar; Linguagem Infantil; Revisão INTRODUÇÃO Em âmbito fonoaudiológico, a avaliação é uma das ações mais frequentes na rotina de trabalho, cujo êxito é assegurado pela produção de informações que ajudem a levantar, confirmar ou negar uma hipótese diagnóstica. É objetivo da avaliação elencar o conjunto de dificuldades e facilidades nas diferentes áreas, verificar e especificar os problemas e, ainda, obter dados para a tomada de decisões 1-3. (1) Universidade Estadual Paulista UNESP, Marília, São Paulo, Brasil. Instituição: Faculdade de Filosofia e Ciências da Universidade Estadual Paulista FFC UNESP, Marilia, SP, Brasil. Fonte de Auxílio: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo-FAPESP (Processo nº 2012/19808-5)/ Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia sobre o Comportamento, Cognição e Ensino (CNPq:#573972/2008-7, FAPESP#2008/57705-8). Conflito de interesses: inexistente A avaliação é um processo complexo em que procedimentos específicos e apropriados caracterizam o desempenho individual em determinado momento. Porém, devem-se considerar as diversas influências que o sujeito sofreu no decorrer da vida e, ainda, as influências decorrentes da própria tarefa e das peculiaridades pertencentes ao meio em que a avaliação é realizada 1. A Psicologia é a ciência que respalda o uso de instrumentos de medida, assunto que vem sendo amplamente discutido. Os instrumentos testes são considerados procedimentos sistemáticos/ formais que investigam situações para a tomada de decisões. A avaliação formal e sistemática surgiu no final do século XIX, em conjunto com a psicometria, que serviu de base à tecnologia de avaliação 4. Alterações da linguagem falada podem influenciar no aprendizado de competências sociais e acadêmicas da criança, e a identificação precoce dessa alteração possibilita também a intervenção precoce, contribuindo, consequentemente, para

Instrumentos de avaliação da linguagem 657 minimizar o agravamento e a persistência dessas alterações 5-8. Neste sentido, diferentes métodos são utilizados na avaliação da linguagem falada, e sua eficácia dependerá do uso de procedimentos adequados às condições de faixa etária e habilidade de linguagem do sujeito avaliado, que, complementadas e apreciadas por um profissional, permitem a tomada de decisões diagnósticas e de intervenção 9-12. Conhecimentos e práticas difundidas em outras áreas podem contribuir para a avaliação, diagnóstico, tratamento e acompanhamento da comunicação humana e seus distúrbios 13. Uma das formas de difusão desses conhecimentos, em âmbito da avaliação, refere-se ao uso de testes padronizados/ formais que proporcionam uma apreciação global ou específica do perfil estudado 14-16. O Brasil é, ainda, carente quanto à disponibilidade de instrumentos sistemáticos e formais indicados para avaliação e diagnóstico na área da Fonoaudiologia em geral e, principalmente, para crianças em idade pré-escolar 17-20. Na caracterização da população alvo do presente estudo, o termo pré-escolar foi adotado por motivos didáticos. De acordo com Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a população pré-escolar caracteriza-se por crianças de quatro e cinco anos 21, no entanto, para a avaliação fonoaudiológica, levando em conta a importância da identificação de alterações precoces 5-8, tal conceito foi ampliado para que abrangesse crianças de dois a cinco anos. A partir do exposto, o presente estudo teve como objetivo apresentar uma revisão bibliográfica sobre instrumentos sistemáticos e formais de avaliação da linguagem falada, em crianças entre dois e cinco anos, utilizados em investigações científicas e/ou na prática clínica,, construídos em âmbito nacional ou em processo de adaptação e validação. MÉTODOS Foram levantados artigos científicos que utilizavam protocolos, provas ou testes sistemáticos ou formais, indexados em bases de dados nacionais e internacionais. Utilizaram-se os descritores em ciências da saúde (DeCs), relacionados com o objetivo do presente estudo, ou seja, instrumentos sistemáticos e formais de avaliação da linguagem falada de pré-escolares, utilizados em investigações científicas e/ou na prática clínica,. Foram realizadas buscas nas bases de dados nacionais e internacionais: Biblioteca Virtual em Saúde (BVS)-, Bireme (Lilacs, Ibecs e Adolec) e PUBMED/MEDLINE. Para isso, os procedimentos adotados foram divididos em três pesquisas distintas: a primeira e a segunda foram realizadas em bases de dados nacionais; e a terceira, em bases de dados internacionais. Os descritores foram selecionados após consulta nos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS-BVS) e cruzados da seguinte forma: Pesquisa 1: ( Linguagem Infantil ) Or Transtornos Da Linguagem ) Or Patologia Da Fala ) Or Linguagem ) Or Desenvolvimento Da Linguagem ) Or Transtornos Do Desenvolvimento Da Linguagem ) Or Comportamento Verbal ) Or Estudos De Linguagem ) Or Aprendizagem Verbal ) Or Vocabulario ) Or Narracao [Descritor De Assunto] AND Testes De Linguagem [Descritor De Assunto] AND ( Pre-Escolar ) Or Educacao Infantil ) Pesquisa 2: Comparação transcultural [Palavras] and linguagem [Palavras] Pesquisa 3: ( Language Tests [Mesh]) AND ( Child Language [Mesh]) OR Language Disorders [Mesh]) OR Speech-Language Pathology [Mesh]) OR Language [Mesh]) OR ( Language Development [Mesh] OR Language Development Disorders [Mesh])) OR Verbal Behavior [Mesh]) OR Language Arts [Mesh]) OR Verbal Learning [Mesh]) [Mesh]) OR Vocabulary [Mesh]) OR Narration [Mesh]) Os critérios de exclusão estabelecidos para este estudo bibliográfico foram: (1) artigos repetidos por estarem publicados em mais de um idioma; (2) artigos repetidos localizados em mais de uma base de dados; (3) artigos de revisão; (4) artigos que apresentavam casuística com idade cronológica diferente da faixa etária pré-escolar (dois a cinco anos); (5) estudos realizados em outras línguas (i.e. Espanhol) e (6) instrumentos que se destinam a avaliar apenas um componente da linguagem falada (i.e Teste Brasileiro Infantil de Repetição de Pseudopalavras (BCPR) 22 ; Teste de Vocabulário Auditivo Expressivo (TVExp) 23 ; Avaliação Fonológica da Criança (AFC) 24 ; Consciência fonológica: instrumento de avaliação sequencial (CONFIAS) 25 e Perfil das Habilidades Fonológicas (PHF) 26. REVISÃO DA LITERATURA Os resultados referentes à busca estão dispostos a seguir, de acordo com as bases de dados em que foram selecionados (Figura 1).

658 Lindau TA, Lucchesi FDM, Rossi NF, Giacheti CM Legenda: BIREME = Biblioteca Virtual em Saúde; N = número de artigos encontrados; ITPA = Teste Illinois De Habilidades Psicolinguísticas ; PEABODY = Teste de Vocabulário por Imagens Peabody ; PODCLE = Protocolo para Observação do Desenvolvimento Cognitivo e de Linguagem Expressiva ; PODCLE-r= Protocolo para Observação do Desenvolvimento Cognitivo e de Linguagem Expressiva revisado ; ABFW= Teste de Linguagem Infantil ABFW ; PROC= Protocolo de Observação Comportamental ; TELD= Test of Early Language Development: Third Edition ; TOLD-P:3 = Test of Language Development Primary: 3. Figura 1 Resultado referente à busca bibliográfica Ao final do levantamento, foram selecionados 22 artigos que contemplavam um total de sete procedimentos sistemáticos e formais para avaliação da linguagem de sujeitos em idade pré-escolar. Destes sete instrumentos, quatro são internacionais e três são instrumentos desenvolvidos e não apresentam versão internacional. A seguir, serão apresentados os instrumentos internacionais que avaliam a linguagem falada de pré-escolares, que foram adaptados ou estão em processo de adaptação para a cultura linguística do Português brasileiro, e, ao final, a apresentação dos instrumentos construídos em âmbito nacional. Instrumentos de avaliação de linguagem internacionais adaptados ou em processo de adaptação para o Português brasileiro Com enfoque inicial nos instrumentos internacionais para a avaliação da linguagem falada, que foram adaptados ou estão em processo de adaptação para a cultura linguística do Português brasileiro, cita-se, inicialmente, o Teste Illinois De Habilidades Psicolinguísticas (ITPA), adaptado para o Brasil em 1975/1977 27,28. Esse teste destina- -se a investigar habilidades psicolinguísticas, com base nos processos de comunicação 29, em crianças entre dois e 10 anos e 11 meses de idade. Porém,

Instrumentos de avaliação da linguagem 659 pelo fato de estar desatualizado, tem sido pouco utilizado. O Teste de Vocabulário por Imagens Peabody (TVIP), que avalia o desenvolvimento lexical no domínio receptivo, foi traduzido, validado e normatizado para sujeitos de dois a seis anos de idade 30. O modelo de múltipla escolha do TVIP facilita a aplicação em sujeitos com restrições quanto ao uso da escrita, da fala ou para casos com deficiência mental. Ainda com referência aos procedimentos que foram adaptados para o Brasil, há mais dois a serem apresentados em sequência. O Test of Language Development Primary: 3 (TOLD-P:3), bastante utilizado para diagnóstico de alterações de desenvolvimento da linguagem em crianças falantes do Inglês, foi adaptado e normatizado para o Português brasileiro por Broggio 31. Esse teste abrange parte dos sujeitos em idade pré-escolar e escolar, ou seja, a faixa etária de avaliação encontra-se entre quatro e oito anos de idade. Como resultado da pesquisa, os autores afirmaram que os dados encontrados podem servir como parâmetro para pesquisas futuras sobre aquisição e desenvolvimento da linguagem em sujeitos com desenvolvimento típico 31. O último se refere ao Test of Early Language Development: Third Edition (TELD-3), que é aplicável em crianças com idade entre dois e sete anos e 11 meses, que se encontram na faixa de pré-escolares e início da escolarização, para a avaliação da linguagem em âmbito receptivo e expressivo. Foi traduzido e adaptado por Giusti e Befi-Lopes 32. Ressalta-se que, a partir dos resultados do estudo, após análise do desempenho das crianças brasileiras com desenvolvimento típico de linguagem, o instrumento é passível de utilização sem maiores adaptações culturais ou linguísticas, demonstrando que é valido além do processo diagnóstico no acompanhamento da evolução clínica em casos de distúrbios da comunicação 32. Instrumento sistemático construído em âmbito nacional Dentre os instrumentos nacionais, ou seja, elaborados, apresenta-se o Teste de Linguagem Infantil ABFW 12,33, que foi desenvolvido com base na cultura linguística do Português brasileiro para avaliar a linguagem falada de crianças na faixa etária pré-escolar e escolar, com idade entre dois e 12 anos, nas áreas de Fonologia, Vocabulário, Fluência e Pragmática. Esse instrumento tem sido amplamente utilizado nos contextos clínico e científico,, dado o fornecimento de valores de referência, que permitem traçar parâmetros comparativos de um sujeito em relação ao grupo etário de referência 12,33. Contudo, o teste não disponibiliza escore padronizado para os componentes avaliados, dificultando, assim, a identificação da posição relativa do indivíduo diante de uma amostra normativa. Instrumentos construídos em âmbito nacional: Protocolos No Brasil, existem dois protocolos publicados que consideram o nível expressivo e receptivo da linguagem: o Protocolo de Observação Comportamental PROC 34 e o Protocolo para Observação do Desenvolvimento Cognitivo e de Linguagem Expressiva PODCLE 35, e sua versão revisada (PODCLE-r) 36. O PROC está voltado para a avaliação do desenvolvimento comunicativo e cognitivo em crianças de um a quatro anos, por meio de observação comportamental para a detecção precoce de alterações no desenvolvimento receptivo da linguagem oral. É importante destacar que um estudo recente, de 2012, forneceu os valores de referência para uma análise quantitativa desse procedimento 34,37. O PODCLE e o PODOCLE-r estão voltados para a análise da diversidade das realizações e produções linguísticas apresentadas por crianças, desde o nascimento até os sete anos de idade. Eles fornecem um conjunto de informações que direcionam o olhar do avaliador para aspectos específicos contemplados pelo protocolo, mas não contemplam um valor de referência para a análise do ponto de vista quantitativo em que se dispõe de dados autênticos e generalizáveis que direcionam a análise para a confirmação de uma hipótese pré-estabelecida 35,36,38. A Tabela 1 apresenta uma síntese dos instrumentos anteriormente descritos, com destaque para as informações de autoria, ano de publicação, elaboração e faixa etária compreendida pelo instrumento. Observa-se que, dos instrumentos encontrados, somente dois (TELD e TOLD-P:3) avaliam aspectos receptivos e expressivos em um mesmo instrumento. Apenas a habilidade expressiva é contemplada por três instrumentos (ABFW, PODCLE e PODCLE-r), e a habilidade receptiva, em três outros instrumentos (PROC, PEABODY e ITPA). Os resultados obtidos no presente estudo vão ao encontro da literatura no que concerne à carência de instrumentos validados para a avaliação de linguagem falada em crianças pré-escolares 17-20.

660 Lindau TA, Lucchesi FDM, Rossi NF, Giacheti CM Tabela 1 Informações sobre os instrumentos de avaliação da linguagem falada, apresentadas por ordem cronológica Procedimento Teste Illinois De Habilidades Psicolingüísticas (ITPA) Teste de Vocabulário por Imagens Peabody (TVIP) Teste de Linguagem Infantil ABFW Test of Language Development Primary: 3 (TOLD-P:3) Test of Early Language Development Terceira Edição (TELD-3) Protocolo para Observação do Desenvolvimento Cognitivo e de Linguagem Expressiva (PODCLE) Protocolo para Observação do Desenvolvimento Cognitivo e de Linguagem Expressiva versão revisada (PODCLE-r) Protocolo de Observação Comportamental (PROC) Autores (Versão-Brasil) Bogossian MAD, Santos M.J. Capovilla FC; Capovilla AGS Andrade, CRF; Befi- Lopes DM; Fernandes FDM; Wertzner HF Ano Elaboração Faixa etária 1975; 1977 1997 2000; 2004 Broggio, FTO 2005 Giusti, E; Befi-Lopes, DM Bühler, KEB; Flabiano, FC; Limongi, SCO; Befi-Lopes, DM Flabiano, FC; Buhler, KEB; Limongi, SCO; Befi-Lopes, DM. 2008 2008 2009 Zorzi, JL.; Hage, SRV. 2009 2-10 2-6 2-12 4-8 2-7 0-7 0-7 1-4 Em breve levantamento no site American Speech-Language-Hearing Association (ASHA), encontrou-se como resultado um número aproximado de 20 instrumentos disponíveis a serem utilizados na avaliação de linguagem receptiva ou expressiva de crianças pré-escolares, em língua inglesa 39. Resultado discrepante quando comparado ao encontrado no presente estudo, que registra quatro instrumentos utilizados nas pesquisas do Brasil (ITPA, TVIP, TELD e TOLD:P-3), em que três deles são restritos aos pesquisadores que adaptaram e, por isso, não estão disponíveis para uso clínico. Logo, há apenas três instrumentos disponíveis para uso clínico, pelo fato de serem construídos em âmbito nacional (ABFW, PROC, PODCLE/PODCLE-r). Outros instrumentos encontrados durante a busca se enquadraram no critério de exclusão, por permitirem avaliações de habilidades específicas da linguagem (i.e. vocabulário expressivo, receptivo ou fonologia). CONCLUSÃO A partir destes dados, confirma-se a carência de instrumentos de avaliação da linguagem falada na faixa etária investigada e sugere-se, portanto, um maior investimento no estudo de instrumentos que avaliam a linguagem de crianças em idade pré-escolar, tanto na construção quanto na tradução, adaptação e validação de instrumentos utilizados em outros países. AGRADECIMENTOS À Denise Giacheti Gillio, Bibliotecária do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (HRAC/ USP), pelo auxílio e colaboração no levantamento dos dados.

Instrumentos de avaliação da linguagem 661 ABSTRACT Systematic and formal instruments of language in children aged between two and five years are of predominant importance both for the investigation of possible alterations and to propose language intervention. However, currently there are few instruments available in Brazilian Portuguese for research and clinical use. The aim of this study therefore was to present a review on systematic and formal assessment instruments spoken language in preschool, used in scientific research in Brazil, built nationally or in the adaptation and validation process. Seven different instruments have been described in 22 scientific papers, which is a low number compared to other countries, and especially in comparison to non-scientific publications, not necessarily validate the efficiency of the instrument. It is suggested increased investment both in the construction of instruments as in the adaptation and validation of instruments already used in other languages. KEYWORDS: Language Tests; Child, Preschool; Child Language; Review REFERÊNCIAS 1. Salvia J, Ysseldyke JE. Avaliação: em educação especial e corretiva. 4 ed. São Paulo: Manole, 1991. 2. Giacheti CM, Rossi NF. Diagnóstico fonoaudiológico dos distúrbios da comunicação. Pró-Fono R Atual Cient;. 2008;20(Supl):4-6. 3. Pasquali L. Taxonomia dos instrumentos psicológicos. In: Pasquali L. Instrumentação psicológica: fundamentos e práticas. Rio de Janeiro: Artmed, 2010. p. 48-55. 4. Pasquali L. Histórico dos procedimentos psicológicos. In: Pasquali L. Instrumentação psicológica: fundamentos e práticas. Rio de Janeiro: Artmed, 2010. p. 11-47. 5. American Speech-Language-Hearing Association ASHA. Language.1982. Disponível em: <www. asha.org/policy>. 6. Bishop DVM, Edmundson A. Language impaired 4-year-olds: Transient from persistent impairment. J. Speech Hear. Disord.1987;52:156-73. 7. Bishop DVM, Adams C. A prospective study of the relationship between specific language impairment, phonological disorders and reading retardation. J. Child Psychol. Psychiatry Allied Discipl. 1990;31:1027-50. 8. Peixoto V. Perturbações da Comunicação: A Importância da detecção precoce. 1a ed. Portugal (Porto): Edições Univ. Fernando Pessoa; 2007. 9. Anastasi A, Urbina S. Testagem psicológica. 7a ed. Porto Alegre: Artmed; 2000. 10. Befi-Lopes DM. Prova de verificação do vocabulário: aspectos da efetividade como instrumento diagnóstico. [Tese de Livre-Docência]. São Paulo (SP): Universidade de São Paulo; 2002. 11. Shipley KG, MCafee JG. Foundations of assessment. In: Shipley KG, MCafee JG. Assessment in speech-language pathology: a resource manual. 4th ed. New York: Delmar Cengage Learning; c2009. p. 3-21. 12. Andrade CRF, Befi-Lopes DM, Fernandes FDM, Wertzner HF. ABFW: teste de linguagem infantil: nas áreas de fonologia, vocabulário, fluência e pragmática. 2a ed. rev. ampl. e atual. Barueri: Pró-Fono; 2004. 13. Goulart BNG, Chiari BM. Testes de rastreamento x testes de diagnóstico: atualidades no contexto da atuação fonoaudiológica. Pró Fono R Atual Cient. 2007;19(2):223-32. 14. Duarte CS, Bordin IAS. Instrumentos de avaliação. Rev. Bras. Psiquiatr. 2000;22(2):55-8. 15. Jorge MR. Adaptação transcultural de instrumentos de pesquisa em saúde mental. Rev Psiquiatr Clin. 1998;25(5):233-9. 16. Menezes PR, Nascimento AF. Validade e confiabilidade das escalas de avaliação em psiquiatria. In: Gorenstein C, Andrade LHSG, Zuardi AW. Escalas de avaliação clínica em psiquiatria e psicofarmacologia. São Paulo: Lemos Editorial, 2000. p. 23-8. 17. Guillemin F, Bombardier C, Beaton D. Crosscultural adaptation of healthy-related quality of life measures: literature review and proposed guidelines. J Clinical Epidemiol. 1993;46(12):1417-32. 18. Freitas S, Lopes CS, Coutinho W, Appolinario JC. Tradução e adaptação para o português da Escala de Compulsão Alimentar Periódica. Rev. Bras. Psiquiatr. 2001;23(4):215-20. 19. Giusti E, Befi-Lopes DM. Tradução e adaptação transcultural de instrumentos estrangeiros para o Português Brasileiro (PB). Pró-Fono R Atual Cient. 2008;20(3):207-10. 20. Gurgel LG, Plentz RDM, Rodrigues MC, Joly MCRA, Reppold CT. Instrumentos de avaliação da compreensão de linguagem oral em crianças e

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