C 166/18 Jornal Oficial da União Europeia 7.6.2011 Parecer do Comité das Regiões sobre a «Plataforma Europeia contra a pobreza e a exclusão social» (2011/C 166/04) O COMITÉ DAS REGIÕES reconhece que a competência pela execução no terreno de medidas nesta matéria recai, primeiramente, nos Estados Membros e nos órgãos de poder local e regional, embora a Comissão possa prestar apoio através da concessão de financiamento da UE e da promoção de intercâmbios de boas práticas, de partilha de conhecimentos e da avaliação do impacto social adequada das políticas da UE; congratula se com o facto de a iniciativa emblemática incluir a luta contra a pobreza infantil entre as suas prioridades, mas lamenta que se tenha assumido um compromisso limitado neste domínio bem como uma perspectiva estreita; não vê qualquer razão para se adiar a adopção da recomendação sobre pobreza infantil para depois de 2011; solicita o apoio inequívoco da Comissão para que se mantenha e aprofunde os trabalhos do Método Aberto de Coordenação Social e se explore a forma como os intervenientes regionais e locais podem ser envolvidos de forma mais eficaz neste processo; sugere à Comissão que prepare orientações europeias para os Estados Membros a fim de assegurar a participação efectiva dos órgãos de poder local e regional e de outras partes interessadas na preparação dos programas nacionais de reformas; nota que os «pactos territoriais» são potencialmente o mecanismo mais exaustivo e coerente para envolver os órgãos de poder local e regional neste processo; apoia que o âmbito de aplicação do Fundo Social Europeu passe a abarcar, além da empregabilidade e da quantidade de emprego, a luta contra a pobreza e a exclusão social, sendo absolutamente essencial que continue a ser dada primazia a uma política de emprego integrada enquanto elemento central de uma acção bem sucedida de combate à pobreza no âmbito do FSE; observa que a grande maioria dos participantes no inquérito do Comité das Regiões se pronunciou no sentido de ser dada prioridade absoluta ao combate à exclusão social e à pobreza no âmbito dos futuros programas regionais da política de coesão da UE.
7.6.2011 Jornal Oficial da União Europeia C 166/19 Relatora Texto de referência Christine CHAPMAN (UK-PSE), Membro da Assembleia Nacional do País de Gales Comunicação da Comissão ao Parlamento Europeu, ao Conselho, ao Comité Económico e Social Europeu e ao Comité das Regiões Plataforma Europeia contra a Pobreza e a Exclusão Social: um quadro europeu para a coesão social e territorial COM(2010) 758 final I. RECOMENDAÇÕES POLÍTICAS O COMITÉ DAS REGIÕES acentuou as desigualdades em muitos países. Esta situação piorou na sequência da actual crise social e económica; Visibilidade e compromisso Os actos valem mais do que as palavras 1. acolhe favoravelmente o compromisso da UE de tirar até 2020 pelo menos 20 milhões de europeus do risco de pobreza e exclusão social e congratula se com a comunicação da Comissão sobre a Plataforma Europeia contra a Pobreza e a Exclusão Social: um quadro europeu para a coesão social e territorial (COM(2010) 758 final), considerando a um quadro de acção dinâmico para alcançar este objectivo; 2. saúda o facto de a pobreza e a exclusão social terem maior visibilidade na Estratégia Europa 2020 e concorda que a dimensão social deva estar no cerne desta estratégia; recorda que a pobreza constitui uma ameaça para, pelo menos, um em cada seis cidadãos europeus; 3. nota que a iniciativa emblemática só dará provas do seu sucesso se encetar, encorajar e apoiar política, técnica e financeiramente acções que provoquem uma mudança verdadeiramente sustentável na vida de cada um; 4. reconhece a importância da participação neste processo das próprias pessoas que se encontram em situação de pobreza e das ONG que com elas trabalham; 5. insta a Comissão e os Estados Membros a demonstrar genuína vontade política para traduzir em acções reais os compromissos assumidos a nível da UE em matéria de pobreza, adoptando uma abordagem que põe em prática os direitos enunciados na Carta dos Direitos Fundamentais e que introduz a cláusula social horizontal, em estreita cooperação com os órgãos de poder local e regional, e a aproveitar esta oportunidade para construir uma sociedade mais íntegra, mais justa e mais equitativa; 6. assinala, contudo, que não será possível reduzir a pobreza e a exclusão social de forma sustentável ou atingir o crescimento inclusivo, sem combater as desigualdades e a discriminação; observa que o aumento do crescimento e do emprego entre 2000 e 2008 não teve um impacto substancial na pobreza, mas 7. salienta a importância da criação prioritária de um enquadramento e de um roteiro para a aplicação da Recomendação sobre a inclusão activa, bem como de uma directiva que garanta um rendimento mínimo suficiente, pelo menos acima do limiar de pobreza; 8. exprime a sua profunda preocupação com a disparidade entre o anterior compromisso da Comissão Europeia de garantir um «crescimento inteligente, sustentável e inclusivo» e a sua recente comunicação sobre o Inquérito Anual sobre o Crescimento, que se centra numa maior consolidação fiscal; 9. enfatiza a importância do trabalho, mas assinala igualmente que o emprego, por si só, não garante um meio de luta contra a pobreza e que é necessário tomar mais medidas para combater a pobreza no trabalho e assegurar o acesso a um emprego sustentável e de qualidade; lamenta que a questão fundamental de assegurar um rendimento adequado, em conformidade com a Recomendação do Conselho 92/441/CEE e a Recomendação da Comissão sobre a inclusão activa de 2008, não mereça maior destaque; 10. salienta que se deve procurar atingir o objectivo de facultar a todos os cidadãos da UE uma elevada qualidade de vida e bem estar, a fim de reduzir a pobreza e a exclusão social que são uma realidade para um número demasiado elevado de cidadãos na União. Há que adoptar medidas para reduzir os efeitos de limiar e abrir novas vias de acesso ao mercado de trabalho, mais amplas, para os cidadãos alvo de exclusão; 11. reconhece que a competência pela execução no terreno de medidas nesta matéria recai, primeiramente, nos Estados Membros e nos órgãos de poder local e regional, embora a Comissão possa prestar apoio através da concessão de financiamento da UE e da promoção de intercâmbios de boas práticas, de partilha de conhecimentos e da avaliação do impacto social adequada das políticas da UE; apraz lhe, neste contexto, o empenho da Comissão para a realização destas avaliações do impacto social, mas solicita que estas tenham uma maior base territorial;
C 166/20 Jornal Oficial da União Europeia 7.6.2011 12. insiste na necessidade de introduzir uma cláusula social horizontal, no contexto do disposto no artigo 9. o do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia, que assegure que a legislação relativa ao mercado único tem em consideração requisitos relacionados com a promoção da coesão social, em particular de um alto nível de emprego, a garantia de uma protecção social adequada, o combate à exclusão social e à discriminação, um nível elevado de ensino, formação e protecção da saúde humana e uma boa política de habitação, e ainda que não limite de forma alguma o exercício dos direitos fundamentais reconhecidos pelos Estados-Membros e consagrados nos Tratados da UE; 13. reconhece o trabalho realizado durante o Ano Europeu de Combate à Pobreza e à Exclusão Social (2010) para aumentar a visibilidade destes tópicos; deseja que a Plataforma Europeia contra a Pobreza e a Exclusão Social permita que o legado do Ano Europeu se enraíze nas prioridades políticas da UE para a próxima década; A dimensão múltipla da pobreza e grupos vulneráveis específicos 14. apraz lhe o facto de a comunicação reconhecer a dimensão múltipla da pobreza e da exclusão social e, em especial, de referir explicitamente a pobreza infantil, os jovens, os idosos, os trabalhadores pobres (incluindo as famílias monoparentais e aquelas onde há só um salário), as mulheres, as pessoas com deficiência, os migrantes, as minorias étnicas e os roma; 20. assinala novamente o papel importante que pode ser desempenhado, neste contexto, por pessoas com experiência no terreno e ONG que trabalham com pessoas em situação de pobreza; reconhece igualmente que é necessário envolver também todos os intervenientes relevantes, como os parceiros sociais, prestadores de serviços dos sectores público e privado, organizações da sociedade civil e administrações regionais e locais, numa abordagem holística e integrada; 21. destaca os efeitos negativos associados à pobreza e à exclusão social, sobretudo ao nível da saúde, saúde mental, solidariedade na sociedade, falta de confiança e de empenho, violência e possíveis perturbações sociais; 22. insta a Comissão e os Estados-Membros para que dêem maior reconhecimento ao facto de a pobreza ser uma responsabilidade partilhada e um desafio para a sociedade em geral, não devendo ser encarada como um estigma ou uma falha dos indivíduos que se encontram numa situação de pobreza ou exclusão social; 23. congratula se com o empenho visando a adopção pelo Conselho Europeu de uma estratégia para a integração social dos roma em Junho de 2011; 15. congratula-se com o reconhecimento dos elementos complexos que contribuem para a pobreza, incluindo o acesso ao emprego, os baixos rendimentos e o endividamento pessoal, o acesso a serviços básicos, a educação, a saúde, a saúde mental, a habitação, a discriminação, o desafio da transmissão intergeracional da pobreza e a dimensão territorial da pobreza; 16. acolhe favoravelmente a referência feita à importância de solucionar o problema dos sem abrigo e remete para o seu recente parecer sobre o assunto ( 1 ); 17. refere o seu parecer relativo ao Livro Verde sobre pensões ( 2 ) e congratula se com o facto de a Comissão ter anunciado a apresentação, em 2011, de um Livro Branco para abordar a sustentabilidade e adequação das pensões; 18. solicita novamente à Comissão que estabeleça uma agenda europeia ambiciosa para o alojamento social que reforce o seu papel nas políticas de inclusão social na próxima geração de fundos estruturais e que confirme que as funções de serviço público do alojamento social devem ser definidas ao nível nacional; 19. concorda que é precisa uma abordagem holística e integrada que tenha em consideração as necessidades dos diferentes grupos, particularmente os desafios enfrentados, para atenuar e prevenir a pobreza; ( 1 ) CdR 18/2010, adoptado em Outubro de 2010. ( 2 ) ECOS-V-008, CdR 319/2010 fin, adoptado em 28 de Janeiro de 2011. Pobreza infantil 24. destaca, em especial, a importância de solucionar a pobreza infantil, que é um motivo de vergonha para a sociedade da UE, e concorda que o combate à pobreza infantil é um factor importante para romper com a transmissão intergeracional da pobreza, o que exige uma abordagem holística de prevenção dando prioridade aos direitos da criança; 25. mostra se desiludido com o facto de os líderes europeus não terem definido um objectivo/compromisso específico para a pobreza infantil no quadro da Estratégia Europa 2020; 26. congratula se com o facto de a iniciativa emblemática incluir a luta contra a pobreza infantil entre as suas prioridades, mas lamenta que se tenha assumido um compromisso limitado neste domínio bem como uma perspectiva estreita; não vê qualquer razão para se adiar a adopção da recomendação sobre pobreza infantil para depois de 2011; 27. apela a uma abordagem mais exaustiva para o tema da pobreza infantil e nota que o trabalho da UE nesta matéria já avançou bastante no que diz respeito ao estabelecimento de princípios comuns, como demonstram a declaração assinada pelo trio de presidências da UE (Bélgica, Hungria e Polónia) na conferência sobre pobreza infantil em Setembro de 2010 e as conclusões do Conselho (Emprego) de 6 de Dezembro de 2010, que encaram como prioritário o combate à pobreza infantil;
7.6.2011 Jornal Oficial da União Europeia C 166/21 28. toma igualmente nota das acções realizadas a nível regional para combater a pobreza infantil de forma mais exaustiva e encoraja o intercâmbio de boas práticas para que possam ser atingidos os melhores resultados possíveis neste contexto; 29. solicita que, nas avaliações do impacto social, seja claramente considerado o impacto que as medidas podem ter na situação já precária das crianças que vivem em famílias em risco de pobreza; Crise social, financeira e económica 30. acolhe favoravelmente as referências à crise económica e financeira, mas está desiludido com o facto de a comunicação não ir mais longe; apela a que se dê maior destaque aos custos sociais consideráveis que já foram incorridos e exorta a Comissão a realizar uma análise aprofundada do impacto actual e dos próximos anos das medidas de austeridade que estão a ser aplicadas pelos governos nacionais de toda a Europa na pobreza e na exclusão social, incluindo as repercussões a nível local e regional na prestação de serviços centrais de interesse económico geral; 31. apela a que sejam avaliadas as reformas levadas a cabo, com destaque para a amplitude, os custos e o impacto das inovações sociais, e a que as novas soluções que se tenham revelado eficazes sejam desenvolvidas e aplicadas em toda a Europa; 32. insiste no risco potencial de se perder uma geração de jovens na sequência da crise, como demonstra o aumento do desemprego dos jovens para cerca 21 % em 2010; reitera, contudo, que o desemprego dos jovens é um problema espinhoso e contínuo, cuja taxa variou entre os 14,5 % e os 18 % no período de 2000 a 2008; observa que estes dados escondem variações significativas na UE, tanto nos e entre Estados Membros, como ao nível das pequenas comunidades; 33. chama a atenção para as dificuldades que as pessoas em situação de pobreza enfrentam no acesso aos serviços bancários e financeiros regulares e para o papel dos órgãos de poder local e regional na prestação de informações, apoio e aconselhamento no contexto financeiro; 34. apela à tomada de medidas urgentes para enfrentar as consequências do elevado endividamento pessoal; congratula se, neste contexto, com o novo compromisso assumido no quadro do instrumento de microfinanciamento europeu PROGRESS para microcrédito, mas recomenda cautela na aplicação de medidas para estimular novas formas de microfinanciamento comercial, que visam a obtenção de lucros para os mutuantes e não a prossecução de uma actividade económica financeira e socialmente sustentável; Governação e parceria 35. verifica com agrado o destaque concedido ao envolvimento dos órgãos de poder local e regional através do Comité das Regiões como forma de colocar uma tónica acrescida na dimensão territorial da pobreza e reforçar as sinergias na afectação dos fundos da UE; não compreende a falta de referência aos órgãos de poder local e regional no ponto 3.5 sobre Intensificar a coordenação política entre os Estados Membros, tendo em conta que detêm competências directas no domínio da política social em muitos Estados Membros; 36. solicita o apoio inequívoco da Comissão para que se mantenha e aprofunde os trabalhos do Método Aberto de Coordenação Social e se explore a forma como os intervenientes regionais e locais podem ser envolvidos de forma mais eficaz neste processo; destaca o valor do seu trabalho no sentido de aumentar a visibilidade de temas como a inclusão social e a pobreza infantil; 37. solicita que o estatuto dos planos de acção nacionais para a inclusão social seja clarificado e gostaria de saber se estes serão integrados nos programas nacionais de reformas da Estratégia Europa 2020; se for esta a intenção, exige garantias de que esta abordagem não conduzirá a um enfoque limitado nos objectivos «macroeconómicos» e de que a Comissão não considerará reprogramar os planos de acção nacionais para a inclusão social, caso a abordagem global se revele ineficaz; 38. sugere à Comissão que prepare orientações europeias para os Estados Membros a fim de assegurar a participação efectiva dos órgãos de poder local e regional e de outras partes interessadas na preparação dos programas nacionais de reformas; nota que os «pactos territoriais» são potencialmente o mecanismo mais exaustivo e coerente para envolver os órgãos de poder local e regional neste processo, conforme proposto no quinto relatório sobre a coesão; 39. manifesta se preocupado com o facto de a comunicação sobre inclusão activa ter sido adiada para 2012; solicita à Comissão que antecipe a publicação da mesma para 2011 e que esta compreenda uma avaliação sobre a aplicação da inclusão activa; 40. saúda a referência à participação de pessoas em situação de pobreza como um objectivo fundamental das políticas de inclusão e gostaria que a iniciativa emblemática incluísse um compromisso mais explícito sobre a forma como a Comissão pretende alcançar este fim, incluindo a participação dos principais grupos alvo identificados na comunicação. Esta participação enquadrar-se-á, por exemplo, nas funções do comité director de alto nível que será criado para fazer avançar as acções em matéria de inovação social? Coesão territorial e futuro financiamento da UE 41. congratula se com o facto de a coesão territorial ser referida no título da comunicação e sublinha que a plataforma proposta e os fundos estruturais da UE não são apenas veículos de entrega da Estratégia Europa 2020, mas desempenham também um papel mais amplo na realização do objectivo de coesão social e territorial inscrito no Tratados da UE;
C 166/22 Jornal Oficial da União Europeia 7.6.2011 42. concorda que é necessário explorar novos trilhos para assegurar uma melhor utilização e mais eficaz destes fundos estruturais na consecução dos objectivos da Estratégia Europa 2020 e apoia que o âmbito de aplicação do Fundo Social Europeu passe a abarcar, além da empregabilidade e da quantidade de emprego, a luta contra a pobreza e a exclusão social, sendo absolutamente essencial que continue a ser dada primazia a uma política de emprego integrada enquanto elemento central de uma acção bem sucedida de combate à pobreza no âmbito do FSE; entende que importa sobretudo criar e divulgar inovações sociais, para que possam ser encontradas novas soluções para os problemas e desafios, e as abordagens de eficácia comprovada devem ser coligidas e utilizadas como indicadores para os Estados Membros e o poder regional e local; assinala que o objectivo de aumentar a taxa de emprego para 75 % não é, per se, suficiente para reduzir a pobreza e a exclusão social e que é necessário dar maior destaque à solução do problema dos trabalhadores pobres e ao aumento da qualidade e sustentabilidade dos postos de trabalho na Europa, incluindo medidas em prol de um rendimento adequado e benefícios sociais; 43. destaca a situação real das medidas de austeridade tomadas na maioria dos Estados-Membros e sublinha o seu impacto imediato nas pessoas em situação de pobreza e exclusão; observa que a grande maioria dos participantes no inquérito do Comité das Regiões se pronunciou no sentido de ser dada prioridade absoluta ao combate à exclusão social e à pobreza no âmbito dos futuros programas regionais da política de coesão da UE. Solicita, por isso, à Comissão que tenha em conta este factor nas propostas legislativas a apresentar em 2011, ao mesmo tempo que sublinha a importância de garantir a flexibilidade ao nível local e regional para definir métodos de aplicação mais adequados no combate à exclusão social e à pobreza no terreno; 44. apoia os esforços no sentido de melhorar a coordenação/ /sinergias entre os diferentes fundos estruturais da UE de modo a assegurar abordagens comuns para responder à dimensão múltipla da pobreza e da exclusão social, incluindo a dimensão territorial da pobreza; 45. disponibiliza se para assistir a Comissão Europeia na monitorização da aplicação da Estratégia Europa 2020 pelos órgãos de poder local e regional através da sua Plataforma de Acompanhamento da Estratégia Europa 2020; Economia social, inovação social e experimentação social 46. congratula se com o contributo que a economia social, o voluntariado e a responsabilidade social das empresas podem dar enquanto valor acrescentado para a prestação actual do serviço público universal; 47. reconhece o valor acrescentado de uma participação activa de todos os intervenientes relevantes, incluindo os que são confrontados com a pobreza e a exclusão social, as ONG que trabalham com pessoas em situação de pobreza, os parceiros sociais, os prestadores de serviços e, naturalmente, os órgãos de poder ao nível local, regional, nacional e da UE; 48. subscreve os princípios orientadores adoptados pelo Centro Europeu de Voluntariado em relação ao Ano Europeu do Voluntariado (2011), sublinhando, em particular, que o voluntariado, enquanto actividade não remunerada exercida de livre vontade, não deve substituir o trabalho remunerado nem deve ser utilizado como alternativa barata para substituir mão-de- -obra ou para reduzir os custos dos serviços governamentais/ /públicos; 49. saúda as iniciativas que visam encorajar as empresas a empregar pessoas de grupos desfavorecidos e a terem mais em conta as preocupações sociais nos contratos públicos; 50. reconhece a importância do apoio à economia social e ao emprego protegido como forma de promover melhores condições de trabalho e emprego mais sustentável; 51. reitera a importância de medidas destinadas a simplificar o acesso das ONG e das pequenas parcerias a financiamento da UE, bem como o acesso das pequenas organizações a subvenções globais; 52. concorda que a inovação social baseada em dados concretos pode ser crucial para desenvolver novas soluções ou responder a novos desafios, mas salienta que uma tal abordagem deve reconhecer as boas práticas existentes na Europa e procurar apoiar e encorajar a transferência das mesmas, a aprendizagem mútua e a avaliação interpares por ONG/organizações comunitárias, com particular destaque para as acções de pequena escala e o trabalho desenvolvido por essas organizações no terreno. Essas acções devem ser introduzidas com grande prudência para evitar riscos de estigmatização das pessoas em situação de pobreza, pelo que o Comité utiliza a expressão «experimentação social» com cautela. Bruxelas, 31 de Março de 2011 A Presidente do Comité das Regiões Mercedes BRESSO