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Transcrição:

Página 1578 AVALIAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE GENÓTIPOS DE MAMONA PARA BAIXAS ALTITUDES NO MARANHÃO Hamilton Jesus Santos Almeida 1 ; Carlos Marcelo da Silva Vasconcelos 2 ; Alan Jorge Rodrigues Marinho 3 ; Rodrigo Santos Rocha 4 ; Rômulo Diego dos Santos 5 ; Reginaldo José Vieira Oliveira 6 ; Rodrigo Santos Rocha 7 ; Rafael José Pinto de Carvalho 8 ; 1UEMA - hamilton@cca.uema.br; 2 cmvasconcelo@hotmail.com; 3 UEMA - alanbrejodeareia@hotmail.com; 4 UEMArodrigorocga@hotmail.com; 5 UEMA-romulodiego@gamil.com; 6 UEMA-reginaldooliveira@yahoo.com.br ; 7 UEMArodrigorocha@hotmail.com; 8 UEMA-rafaelpinto@hotmail.com RESUMO: O presente trabalho levou em consideração os principais fatores limitantes à produção da cultura, dos quais se evidenciou a precipitação anual variando entre 600 a 700 mm, temperatura média entre 20 e 26 0 C, altitude entre 300 e 1.500 metros acima do nível do mar, declividade máxima de 15%. No entanto, os estudos têm com objetivo, avaliar e caracterizar os genótipos (HC-05-Areal e HC- 06-Lagoa) para baixa altitude no Maranhão, com precipritação na faixa de 1600 a 1.800mm. Os dados oficiais, indicam que as sementes dos genótipos de mamona, apresentam 40% de óleo, mediante o Laboratório de Combustíveis (LAC-UFPE/2008), apresentando uma produção média de 1.800 Kg/ha, com espaçamento de 3,0 x 2,0m em sistema de consócio com feijão e milho. Palavras Chaves: Genótipos, biodiesel, sementes, mamona. SãoLuisBio INTRODUÇÃO A mamoneira (Ricinus communis L.) é uma planta pertencente à família das Euforbiáceas, a mesma da mandioca, da seringueira e do pinhão manso. É originária provavelmente da África ou da Índia, sendo atualmente cultivada em diversos países do mundo, sendo a Índia, a China e o Brasil, nesta ordem, os maiores produtores mundiais. O principal produto da mamoneira é seu óleo, o qual possui propriedades químicas peculiares que lhe fazem único na natureza: trata-se do ácido graxo ricinoleico que tem larga predominância na composição do óleo o que lhe confere propriedades como alta viscosidade, estabilidade física e química e solubilidade em álcool a baixa temperatura. No Estado do Maranhão, embora possuindo áreas com aptidão ao cultivo, ainda não se registram grandes plantios comerciais (AMORIM NETO et al., 2001). No período de 1990 a 2002 não se registrou informações quanto à área plantada, produção de bagas e valor da produção da mamoeira no Estado (IBGE, 2004). Apesar da participação ainda pequena do Estado no agronegócio da mamona

Página 1579 na Região Nordeste, o governo do Estado do maranhão tem incentivado a cadeia produtiva voltada para a produção de combustível renovável e ecológico, o biodiesel, extraído da mamoeira. Em termos fisiológicos, o Estado do Maranhão apresenta duas regiões distintas que incluem a planície litorânea e o planalto tabular. A planície litorânea é formada por baixas alagadiças, tabuleiros e extensas praias, destacando-se as grandes formações de dunas e o litoral recortado. As demais regiões compõem-se de planaltos, que formam as chapadas. A precipitação média anula é de 1.557 mm, apresentando desde cotas pluviométricas de 800 a 1.200 mm, nas regiões centrais e sul do Estado, a cotas entre 2.400 e 2.800 mm, na região da Amazônia Maranhenses (MARANHÃO, 2002). Há, portanto, necessidade da obtenção e distribuição de genótipos de mamoneira mais produtivos, precoces, indeiscentes ou semideiscentes, de porte baixo e anão, adequados para a colheita manual quando cultivados por pequenos agricultores familiares e para colheita mecânica quando cultivados por produtores que dispõem de máquinas. Além dessas características, os genótipos ainda devem apresentar alto teor de óleo e resistência às principais pragas e doenças que ocorrem nas regiões produtoras do Brasil (FREIRE, LIMA; ANDRADE, 2001). Desse modo, este trabalho teve como objetivo avaliar e caracterizar o comportamento de genótipos de mamoneira quanto à produtividade de bagas e outras características agronômicas nas condições de baixa altitude no Estado do Maranhão, Brasil. METODOLOGIA Os estudos foram realizados em áreas de baixas altitudes de maior ocorrência da espécie de mamona do Estado Maranhão, na Região dos Lençóis/Munim, envolvendo os de Municípios de Humberto de Campos, Primeira Cruz e Santo Amaro do Maranhão, localizados na Baixada Oriental Maranhense, em solo classificado como Areias Quartzosas Areias Quartzosas Marinhas e Dunas, situado a 05º 02 de latitude Sul, 42º 47 de longitude Oeste e 72 m de altitude. A temperatura máxima do ar anual é de 33,1 C e mínima anual de 22,1 ºC (BRASIL, 1992). O delineamento experimental foi o de blocos ao acaso, com três repetições. O espaçamento foi de 2x1m, com uma planta por cova, após o desbaste, a parcela foi constituída por uma fileira de 10m. O experimento foi plantado em 26 de abril de 2005. A semeadura e demarcação das unidades, constarão de espaçamento de 2 x 1m utilizando 3 fileiras de feijão com 0,5 x 0,25m e girassol com 0,60 x 0,20m Nas áreas escolhidas, serão evitados

Página 1580 locais com declividade acentuadas e cuidado de não escolher áreas passíveis de alagamento em épocas chuvosas. O plantio foi realizado, mediante cronograma abaixo, e após 15 dias do plantio da mamona realizou-se o plantio do feijão e girassol, visando reduzir-se a competição interespecífica, entre as plantas. Os tratos culturais basearam-se em capinas e coroamentos e observações com relação ao aspecto fitossanitário, no cultivo da mamoneira e das espécies consorciadas. A colheita da mamona foi realizada do primeiro até o terceiro ano, iniciando-se quando 2/3 dos frutos estavam secos. A colheita será manual e parcelada obtendo-se uma secagem de modo planejado apresentando um maior rendimento por hectare e evitando perdas na pós-colheita em relação à secagem e armazenamento de toda cadeia produtiva da mamona. As amostras de sementes para análise do teor de óleo por extração mecânica foram enviadas para Recife/PE, mediante as normas de embalagens, para o Laboratório de Combustíveis (LAC-UFPE) da Universidade Federal de Pernambuco-UFPE, A extração foi feita com n-hexano, após destilação do solvente, o teor de óleo das amostras de sementes de mamona in natura foi determinado, obtendo-se rendimentos que variaram de 33,0% e 47,0% (m/m) nas sementes com casca. A variabilidade do teor de óleo observada entre os diferentes tipos de amostras foi atribuída à variabilidade genética, aos graus de maturação variados e aos diferentes estados de conservação dos frutos. Os óleos extraídos das amostras apresentaram coloração amarelo. RESULTADOS E DISCUSSÕES No Estado do Maranhão, o cultivo da mamona tem alcançado grande expansão, devido, principalmente, a sua capacidade de adaptação a diferentes condições de solo e clima e ao uso múltiplo do óleo extraído de suas sementes, que possui inúmeras aplicações. Dentre elas, destaca-se a produção de óleo, visando a produção de biodiesel (ANDRADE JÚNIOR et. al., 2004). Os resultados do teor de óleo apresentaram uma variabilidade substancial, variando entre 33% e 47,0%, para o cálculo do rendimento em relação à massa das sementes maceradas com casca. Diversos fatores podem ter contribuído para essa variabilidade, tais como: teor de umidade; teor de casca, variabilidade genética nas amostras e estado de conservação dos frutos (STRAGEVITCH, et. al. 2008).

CONCLUSÕES Página 1581 Pelos critérios utilizados, em todas as regiões do Estado do Maranhão em que foram instaladas os experimentos, mostraram aptos para o cultivo dos genótipos HC-05-Areal e HC-06-Lagoa, em condições de sequeiro; Os genótipos HC-05-Areal e HC-06-Lagoa, apresentam teor de óleo apresentou variabilidade substancial variando entre 33% e 47,0%, para o cálculo do rendimento em relação à massa das sementes maceradas com casca. Diversos fatores podem ter contribuído para essa variabilidade, tais como: teor de umidade; teor de casca, variabilidade genética nas amostras e estado de conservação dos frutos, considerado excelentes em comparação com os cultivar da Embrapa; Os genótipos HC-05-Areal e HC-06-Lagoa, tiveram bons resultados, em sistema de consórcio com feijão e girassol, aplicados para modelos de desenvolvimento sustentável para agricultura familiar no Maranhão. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ALMEIDA, H.J.S. Seminário SãoLuisBio, e a Inclusão Social, UEMABIO/REMABIO. São Luis, 2008. AMORIM NETO, M. da S.; ARAÚJO, A.E. de M. Clima e Solo. In:> AZEVEDO, D.M. de; LIMA, E.F. (Ed). O agronegócio da mamona no Brasil. Brasília. Embrapa Algodão. 2001. p. 63-73. ANDRADE JÚNIOR, A.S.; BARROSO, A.H.C.B.; MELO, F. de B.; GOMES, A.A.N.; SILVA, C.O. Zoneamento de Aptdões de Risco Climático para a Cultura da Mamona no Estado do Maranhão. Teresina, Embrapa meio-norte, 2004, 32 p. AZEVEDO, D.M.P. de LIMA, E.F.; BATISTA, F.A.S. Recomendações técnicas para o cultivo da mamona (Ricnnus communis, L) no Brasil. Campina Grande: Embrapa/CNPA, 1997. 52p. BELTÃO, N.E.de M.; SILVA, L.C.; VASCOCELOS, O.L.; AZEVEDO, D.M.P. de LIMA, E.F. (eds. tec.). O Agronegócio da mamona no Brasil. Brasília; Embrapa Informação Tecnológica, 2001, p.37-61. FREIRE, E. C.; LIMA, E. F.; ANDRADE, F. P. Melhoramento Genético. In: AZEVEDO, D. M. P.; LIMA, E. F. O agronegócio da mamona no Brasil. Brasília: Embrapa Informação Tecnológica/ Campina Grande: Embrapa Algodão. 2001, P. 17-36. HOLANDA, A. Biodiesel e Inclusão Social. Brasília, Câmara dos Deputados, 2004, 200p. MELO, F. de B.; BELTRÃO, N. E. M.; SILVA, P. H. S. Cultivo da mamona (Ricinus communis L. ) consorciada com feijão-caupi (Vigna unguiculata (L.) Walp) no semi-

Página 1582 árido. Teresina,PI: Embrapa Meio-Norte,2003. 89 p. (Embrapa Meio-Norte. Documentos 74). MELO, F. de B.; LILANI, M.; RIBEIRO, V.Q. Comportamento Produtivo de Genótipos de Mamoneira em Baixa Altitude, Embrapa Meio-Norte, Anais do XXV Congresso Brasileiro de Agronomia, Guaraparí, 2007. Tabela 1. Teor de óleo das sementes de mamona HC-05-Areal e HC-06-Lagoa, 2008. Tipo de Massa das Maceradas 2 (g) Massa de Óleo Extraído (g) Teor de Óleo nas Teor de Óleo Médio nas Desvio Padrão A1 20,03 20,04 7,3 7,7 36,4 38,4 37,4 1,4 A2 20,02 20,03 6,7 6,5 33,5 32,4 33,0 0,8 B1 20,0 20,0 8,5 9,1 42,5 45,5 44,0 2,1 B2 20,0 20,0 9,2 9,6 46,0 48,0 47,0 1,4 2 Massa usada no experimento Figura 1: Unidade Experimental, observando o consórcio com feijão, produção e colheita na CCA/UEMA 2008 Fazenda Escola do Figura 2. Ilustra os óleos obtidos após a destilação. Os óleos extraídos a partir das sementes maceradas possuem coloração amarelo.