III-015 - RESÍDUOS SÓLIDOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE ORIUNDOS DE CLÍNICAS ODONTOLÓGICAS E CLÍNICAS VETERINÁRIAS DA CIDADE DE JOÃO PESSOA / PB - BRASIL: RESULTADOS PRELIMINARES Claudia Coutinho Nóbrega (1) Engenheira civil pela Universidade Federal da Paraíba UFPB/1989. Mestre em Engenharia Sanitária. Professora Assistente III do DTCC da UFPB/Campus I. Doutoranda em Recursos Naturais na UFPB. Consultora da Autarquia Especial Municipal de limpeza Urbana EMLUR- de João Pessoa/PB. Jussara Severo da Silva Aluna de graduação do curso de Engenharia Civil da UFPB. Bolsista PIBIC/CNPq/UFPB. Josué Peixoto flores Neto Engenheiro Civil pela UFPB/1988. Mestrando em Engenharia Sanitária e Ambiental na UFPB. Coordenador Técnico e de Planejamento da EMLUR. Membro da Equipe Executora do Projeto de Desenvolvimento Sustentável do município do Rio Formoso UNICAP/AVINA. José Dantas de Lima Engenheiro Civil pela UFPB/1988. Mestrando em Engenharia Sanitária e Ambiental na UFPB. Diretor de Operações da EMLUR. Claudia Ruberg Arquiteta pela UFPB/1994. Mestre em Estruturas Ambientais Urbanas pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo FAUUSP. Professora Adjunta do Centro de Universitário de João Pessoa UNIPÊ. Arquiteta da Coordenadoria de Planejamento da EMLUR. Endereço (1) : Av. Oceano Atlântico, 198/101 - Intermares - Cabedelo - PB - CEP: 58310-000 - Brasil - Tel: (0xx83) 248-1937 - e-mail: claudian@base.com.br RESUMO No passado, as tribos produziam apenas para a sobrevivência. Hoje, a sociedade moderna, além de capitalista, é também grande consumidora. O crescimento das cidades, a evolução tecnológica e a questão ambiental são alguns dos fatores que estão despertando nas pessoas a problemática do lixo. Em relação ao lixo sólido, nada menos que 75% de todo o lixo coletado no País é despejado a céu aberto, sem qualquer cuidado ou tratamento nos chamados lixões ou vazadouros. Quanto aos resíduos de serviços de saúde, 45% dos municípios não possuem sequer a coleta especial, sendo misturados ao lixo domiciliar, e somente 6,4% dos resíduos coletados, são destinados adequadamente (BERTUSSI, 1994). Em João Pessoa, esta prática não é diferente, diariamente são produzidas 700 toneladas de lixo urbano, desse total 3 toneladas são resíduos sólidos de serviços de saúde, dispostos em um lixão conhecido como lixão do Roger (EMLUR, 1999), causando problemas de ordem sanitária, ambiental e econômica. Este trabalho teve como objetivo elaborar um diagnóstico dos resíduos sólidos provenientes de clínicas e consultórios odontológicos e veterinários. Os resultados obtidos até o momento demonstraram que os responsáveis por estes estabelecimentos ainda não se conscientizaram que são responsáveis pelos resíduos produzidos e portanto têm o dever de gerenciar os resíduos de serviços de saúde de forma adequada a fim de não causarem danos à população e ao meio ambiente. PALAVRAS-CHAVE: Caracterização, Resíduos Sólidos, Serviços de Saúde, Odontológicos, Veterinárias. INTRODUÇÃO A cidade de João Pessoa possui atualmente cerca de 600 mil habitantes, ocupando uma área de 210,8Km². A coleta dos resíduos sólidos de serviços de saúde é realizada por uma firma terceirizada. A coleta diferenciada é feita em vários estabelecimentos de saúde: vinte e seis (26) hospitais, trinta e seis (36) laboratórios, nove (09) prontos socorros, cinco (05) ambulatórios, três (03) bancos de sangue, cinco (05) clínicas odontológicas, três (03) farmácias, dezesseis (16) clínicas médicas, seis (06) maternidades e trinta e um (31) centros de saúde. ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 1
Os resíduos sólidos dos demais estabelecimentos de saúde ainda não estão sendo coletados junto com o lixo domiciliar. Todos os resíduos sólidos do município de João Pessoa, são dispostos em um lixão. Este lixão está localizado numa área de mangue no estuário do rio Paraíba. Os resíduos sólidos de serviços de saúde, coletados separados, são dispostos em uma vala nesse lixão. A prática de dispor os resíduos à céu aberto traz uma série de transtornos de ordem ambiental, econômico, social e sanitário. OBJETIVOS Objetivo Geral Elaborar um diagnóstico dos resíduos sólidos dos serviços de saúde (clínicas e consultórios veterinários, clínicas e consultórios odontológicos), ou seja, fazer um levantamento quali-quantitativo. Objetivos Específicos Elaborar um inventário de resíduos sólidos dos serviços de saúde; Estimar, através dos dados obtidos no inventário, a produção (quantidade/dia) destes resíduos no município; Fazer um levantamento dos materiais e produtos utilizados nos estabelecimentos Fazer um levantamento dos resíduos sólidos produzidos pelos estabelecimentos de saúde; Fazer um levantamento das formas de acondicionamento, coleta, transporte, armazenamento, tratamento e/ou destinação final desses resíduos. DEFINIÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS De acordo com a NBR 10004 da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), resíduos sólidos são resíduos nos estados sólido e semi-sólido, resultantes da atividade da comunidade, de origem: industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Considera-se também resíduos sólidos os lodos provenientes de sistema de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos d água, ou exijam para isso soluções técnicas e economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia possível. DEFINIÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE De acordo com a NBR 12.807 JAN/1993 da ABNT, Resíduo de Serviço de Saúde é o produto residual, não utilizável, resultante de atividades exercidas por estabelecimento prestador de serviço de saúde. CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE A NBR 12808-93, da ABNT, classifica os Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde da seguinte maneira: Tipo A RESÍDUOS INFECTANTES: A1 MATERIAL BIOLÓGICO; A2 SANGUE E HEMODERIVADOS; A3 RESÍDUOS CIRÚRGICOS E ANÁTOMO-PATOLÓGICO; A4 RESÍDUOS PERFURO-CORTANTES; A5 ANIMAIS CONTAMINADOS; A6 RESÍDUOS DE ASSISTÊNCIA AO PACIENTE. ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 2
Tipo B RESÍDUOS ESPECIAIS: B1 REJEITOS RADIOATIVOS; B2 RESÍDUOS FARMACÊUTICOS; B3 RESÍDUOS QUÍMICOS PERIGOSOS. Tipo C RESÍDUOS COMUNS: São todos os resíduos que não se enquadra em nenhum dos tipos anteriores. MATERIAIS E MÉTODOS No desenvolvimento da pesquisa, foi necessário, inicialmente, elaborar um questionário específico para cada prestador de assistência médica Clínicas e Consultórios Veterinários, Clínicas e/ou Consultórios Odontológicos. Em seguida foi feito um levantamento sobre os mesmos na cidade de João Pessoa, junto a PMJP (Prefeitura Municipal de João Pessoa Cadastro de ISS do Município), CRMV (Conselho Regional de Medicina Veterinária), CRO (Conselho Regional de Odontologia), Cadastros de Cooperativas Odontológicas (Dental Center, Dental Gold, Uniodonto), e Catálogo Telefônico Local. De posse de tais dados, foi elaborado um cadastro das prestadoras acima mencionadas, e em seguida foi feita a aplicação dos questionários. Para a realização deste trabalho, contou-se com o apoio da Autarquia Especial Municipal de Limpeza Urbana EMLUR, empresa prestadora de serviços de limpeza urbana, a qual cedeu quatro (04) funcionários para a prestação de auxílio na aplicação dos questionários. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS As tabelas 1 e 2 apresentam os resultado obtidos em consultórios e clínicas veterinárias e odontológicos, respectivamente. Até o momento foram cadastrados 40% das cento e sessenta (160) clínicas e consultórios odontológicos. Apenas 28,57% desses estabelecimentos afirmaram que possuem plano de gerenciamento. A maioria dos estabelecimentos (67,86%) separam os resíduos sólidos, entretanto apenas 58,93% dos consultórios e clínicas informaram que seus funcionários receberam treinamento para manusear os resíduos sólidos de serviços de saúde. Quanto a forma de acondicionamento das chapas radiográficas observa-se que não há um padrão para o acondicionamento das mesmas. Os resíduos pérfuros-cortantes em 85,71% dos estabelecimentos analisados são acondicionados de acordo com a NBR 9190 da ABNT. A maioria dos estabelecimentos utilizam saco plástico adequado, embora que 34% utilizam o balde sem tampa. A coleta pública é diferenciada em apenas 16,07% dos estabelecimentos analisados. Mais da metade desses estabelecimentos (67,86%) afirmou não realizar tratamento prévio. Os resíduos sólidos provenientes do setor de radiografia não recebem tratamento em 53,57% desses estabelecimentos e os que afirmaram tratar não explicaram como o fazem. Os resíduos sólidos oriundos das clínicas e consultórios odontológicos são dispostos no lixão do Róger junto com o lixo domiciliar, acarretando problemas ambientais, sanitários, econômicos e sociais. Estes estabelecimentos não o cumprem a Resolução CONAMA 05/93. Foi realizado o cadastro de 86% das vinte e oito (28) clínicas e consultórios veterinários do município. Desses estabelecimentos 62,50% afirmou separar os resíduos sólidos de serviços de saúde. Quanto a forma de acondicionar os resíduos, apenas 43,75% acondicionam os resíduos de forma adequada como preconiza a NBR 9190 da ABNT. Só 37,50% das clínicas e consultórios veterinários acondicionam os resíduos pérfurocortantes de acordo com as recomendações da NBR 12808 da ABNT. Com relação a existência de recipiente apropriado com a identificação de substâncias contaminantes para acondicionar os resíduos sólidos (vacinas vencidas, remédio vencido, seringa, gazes, algodão, etc.) 18,75% afirmaram possuir. A coleta pública é diferenciada em apenas 37,50%. Quanto ao tratamento dos resíduos apenas 6,25% o fazem previamente, sendo o mesmo autoclavado e lançado na rede coletora de esgoto. Os resíduos sólidos coletados nesses estabelecimentos são dispostos em uma vala no lixão do Roger ou, de forma clandestina, em terrenos particulares. ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 3
TABELAS DOS RESULTADOS OBTIDOS Tabela 1: Resultados Obtidos Para Clínicas E Consultórios Veterinários. Os R.S.S.S são separados Sim - 62,5% Não - 37,5% Acondicionamento Descartador utilizado para perfurocortantes Utilização de produto químico no descartador dos perfurocortantes Acondicionamento das chapas radiográficas Recipientes utilizados são identificados quanto à existência de substâncias contaminantes Coleta pública é diferenciada Frequência da coleta pública Veículo utilizado Todo o pessoal recebeu treinamento de como manusear Saco plástico (SP) - 31,25% Saco plástico adequado (SPA) - 37,5% Saco plástico inadequado (SPI) - 6,25% Latão com saco e tampa ( LCS e T) - 6,25% LCSeT e SPA - 6,25% SP e caixa de papelão - 6,25% Latão com saco sem tampa ( LCS e T) - 6,25% Recipiente de perfurocortante de papelão -6,25% Galão desinfetante - 0 % Lata de cera - 0% Lata de leite - 18,75% Caixa de papelão comum - 12,5% Saco plástico - 31,25% Outros (garrafa de álcool, quebra a ponta e devolve ao vidro, recipiente de vidro) - 25% Não respondeu - 6,25% Sim - 12,5 % Não - 81,25 % Não respondeu - 6,25 % Não informou - 37,5 % Não possui - 62,5 % Sim - 18,75 % Não - 81,25 % Sim - 37,5 % Não - 62,5 % Diária - 56,25% Dias alternados - 43,75 % Tipo basculante - 12,5% Tipo baú - 12,5 % Tipo baú com trator - 25 % Caminhão aberto - 25 % Triturador - 12,5 % Tipo compactador - 6,25 % Não informou - 6,25% Sim - 62,5 % Não - 37,5 % Frequência da coleta interna Como é feita a coleta interna Os resíduos recebem tratamento prévio antes do transporte interno Produção Uma vez ao dia - 50 % Duas vezes ao dia - 43,75% Três vezes ao dia - 6,25 % Saco e manual - 62,5% Balde plástico com tampa - 37,5% Nenhum tratamento - 93,75 % Autoclavado e lançado na rede coletora de esgoto - 6,25 % 5 litros - 6,25 % 30 litros - 25 % 100 litros - 6,25 % 1 kg - 6,25 % Não respondeu - 18,75% Não soube informar - 56,25% ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 4
Tabela 2: Resultados Obtidos Para Clínicas E Consultórios Odontológicos. Foi elaborado um plano de gerenciamento para os R.S. Horário de funcionamento O R.S.S. é separado Profissional encarregado da coleta interna pertence Pessoal recebeu treinamento de como manusear os R.S.S.S. O R.S.S. é segregado Descartador utilizado para os resíduos perfurocortantes Acondicionamento das chapas radiográficas Sim - 28,57% Não - 71,43% Um turno - 28,71% Dois turnos - 64,29% Três turnos - 7% Sim - 67,86% Não - 32,14% Clínica/consultório - 85,71% Firma prestadora de serviços - 14,29% Sim - 58,93% Não - 41,07% Sim - 60,71% Não - 39,29% Coletor para perfurocortante de papelão -10,71% galão desinfetante - 1,79 % lata de cera - 7,14% lata de leite - 44,64% caixa de papelão comum - 3,57% saco plástico - 8,93% outros (recipiente descartável, próprio coletor do resíduo, etc) - 17,86% envolve nela mesma, lacra e identifica - 5,36% Saco plástico - 16,07% Arquivo - 42,86% Não informou - 10,71% Não possui resíduos - 23,21% Outras formas de acondicionamento - 7,15 Acondicionamento dos R.S.S. da área interna Saco plástico (SP) - 60,71% Tambor ou balde + SP - 17,86% Outras formas de acondicionamento - 21,43% Acondicionamento dos R.S.S. da área externa Saco plástico - 57,14% Tambor ou balde + SP - 19,64% Não respondeu - 5,36% Outras formas de acondicionamento) - 17,86% Acondicionamento na fonte geradora sendo em saco plástico ocupa Recipientes utilizados são identificados quanto à existência de substâncias contaminantes Coleta pública é diferenciada Frequência da coleta pública A capacidade volumétrica do saco - 8,93% 1/2 da capacidade volumétrica do saco - 26,79% 2/3 da capacidade volumétrica do saco - 39,29% 1/3 da capacidade volumétrica do saco - 23,21% Sim - 42,86% Não - 57,14% Sim - 16,07% Não - 83,93% Diária - 66,07% Outros - 21,93% Não informou - 12% ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 5
Veículo utilizado na coleta pública Na coleta interna os resíduos sépticos são separados dos assépticos Como é feita a coleta interna Os R.S.S recebem tratamento prévio antes do transporte interno Tipo saveiro com cabine em fibra de vidro 0% Tipo basculante - 16,07% Tipo baú - 16,07% Tipo baú com trator - 10,71% Tipo compactador - 28,57% Não informou - 12,5% Sim - 51,79% Não - 48,21% Saco e manual - 73,21% Carrinho fechado - 1,79% Balde plástico com tampa - 19,64% Outros - 3,57% Não informou - 1,79% Esterilização em autoclave - 10,71% Processos químicos - 3,57% Nenhum tratamento - 67,86% Não informou - 12,5% Outros - 5,36% Existe tratamento prévio para os R.S. dessas unidades Autoclavado e lançado na rede coletora de esgoto - 8,93% Incinerado no próprio local - 1,79% Nenhum tratamento - 75% Não informou - 8,93% Processo químico - 5,35% Os R.S.S. comuns gerados em áreas endêmicas recebem Esterilização a vapor (autoclave) - 10,71% Incineração - 5,36% Nenhum tratamento - 67,86% Não informou - 12,5% Produtos químicos- 3,57% Tratamento dado aos resíduos do setor de radiografia Nenhum tratamento - 53,57% Produtos químicos - 1,79% Não informou - 44,64% Produção diária Até 20 litros - 28,57% De 21 a 40 litros - 16,10% De 41 a 60 litros - 0% De 61 a 80 litros - 0% De 81 a 100 litros - 0% Não respondeu - 55,32% ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 6
CONCLUSÃO Através dos resultados obtidos pode-se ter as seguintes conclusões parciais: CLÍNICAS E CONSULTÓRIOS ODONTOLÓGICOS Entre as Clínicas e Consultórios Odontológicos questionados até o momento nota-se que produzem os mais diferenciados tipos de resíduos. A maioria dos estabelecimentos afirmou não possuir plano de gerenciamento. Entretanto a maioria, acondicionam de acordo com a NBR 9.190 da ABNT, todavia quando refere-se à capacidade volumétrica do saco plástico utilizado na fonte geradora, estes estabelecimentos não seguem a norma supracitada. Não existe tratamento para os resíduos sólidos dos serviços de saúde, seja resultante do setor de radiografia ou das áreas endêmicas Grande parte das pessoas encarregadas da coleta pertencem à própria. O destino final para grande parte dos resíduos sólidos gerados é o Lixão do Róger, esta prática causa sérios problemas ambientais, sanitários e sociais. Logo, a partir dos dados levantados junto aos 2 (dois) tipos de estabelecimentos (Clínicas Veterinárias e Clínicas Odontológicas), no município de João Pessoa, pode-se verificar o desconhecimento de grande parte dos profissionais da área de saúde quanto aos resíduos sólidos produzidos, formas de acondicionamento, coleta, seu tratamento e/ou destino final dos mesmos. Também foi verificada a ausência de uma fiscalização rigorosa dos órgãos ambientais competentes. A Resolução CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente de 05/93, dispõe que cabe aos estabelecimentos prestadores de serviços de saúde o gerenciamento de seus resíduos sólidos, desde a geração até a disposição final, de forma a atender aos requisitos ambientais e de saúde pública (Art. 4 ). E, que cabe aos órgãos de controle ambiental e de saúde competentes, mormente os partícipes do Sistema Nacional do Meio Ambiente SISNAMA, a aplicação desta resolução, cabendo- lhes a fiscalização pertinente, inclusive a medida de interdição de atividades (Art. 21 ). CLÍNICAS E CONSULTÓRIOS VETERINÁRIOS Entre as Clínicas e Consultórios Veterinários podemos observar que a maioria desses estabelecimentos não acondicionam os resíduos produzidos como a NBR 12.808 da ABNT preconiza. Quanto a coleta, grande parte não a realiza de acordo com as recomendações da NBR 12.810 da ABNT. Quanto ao tratamento, também grande parte não o tratam, ou seja, esses resíduos são dispostos no lixão do Roger ou em terrenos particulares, acarretando em uma série de transtornos de ordem social, ambiental e sanitária. A maioria dos Consultórios e Clínicas Veterinários não seguem as Normas Brasileiras da ABNT e a resolução CONAMA 05/93 em vigor. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas NBR-9.190 Sacos plásticos para acondicionamento de lixo. 1993. 2. NBR-10004 Resíduos sólidos de serviços de saúde. 1987. 3. NBR-12807 Resíduos de serviços de saúde. 1993. 4. NBR-12808 Resíduos de serviços de saúde. 1993. 5. NBR-12809 Manuseio de resíduos de serviços de saúde. 1993. 6. NBR-12810 Coleta de resíduos de serviços de saúde. 1993. ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 7
7. NBR-13055 Sacos Plásticos para Acondicionamento de lixo Determinação da capacidade volumétrica 1993. 8. NBR-13056 Filmes plásticos para acondicionamento de lixo Verificação da Transparência.1993. 9. BERTUSSI FILHO, L. A. Curso de Resíduos de Serviços de Saúde : Gerenciamento, Tratamento e Destinação Final. Apostilha do Curso de Lixo Hospitalar da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental ABES. Curitiba. 1994. 60p. 10. BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução n 5 de 05 de agosto de 1993. Diário Oficial da União, Brasília, 31 ago. 1993. Seção 1. 11. BRASIL. Ministério da Saúde. Manual de Controle de Infecção Hospitalar. Brasília. 1983. 123 p. 12. CETESB Caracterização de Resíduos Hospitalares. São Paulo. 1978. 13. FERMAGEO. Projeto dos resíduos dos serviços de saúde do município de Curitiba; versão final. Curitiba. 1993. 101p. 14. RIO DE JANEIRO. Comissão Nacional de Energia Nuclear. Resolução CNEN-NE 6.0.5. Gerência de Rejeitos radioativos em instalações radiativas. Diário Oficial da união. Brasília, 17 dez. 1985. P. 15132.Seção I. 15. SÃO PAULO. Secretaria do Estado de Saúde. Centro de Vigilância Sanitária. Subsídios para organização de sistemas de resíduos em serviços de saúde. São Paulo. 1989. 27 p. 16. SCHALCH, V. Curso: Resíduos Sólidos: Operação, Manutenção e Gerenciamento. Maceió. 227 p. 1991. ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 8