Documentos relacionados
Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

RECURSO ESPECIAL Nº RS (2003/ )

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Esses, em síntese, os fatos de interesse.

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Transcrição:

Página 1 de 5 Superior Tribunal de Justiça Revista Eletrônica de Jurisprudência Imprimir RELATOR : MINISTRO BENEDITO GONÇALVES EMENTA TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. IPTU, TAXA DE COLETA DE LIXO E LIMPEZA PÚBLICA E TAXA DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA. ESTADO ESTRANGEIRO. IMUNIDADE ABSOLUTA EM MATÉRIA TRIBUTÁRIA. RECURSO ORDINÁRIO PROVIDO EM PARTE. 1. Preconizam os arts. 23 da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas e 32 da Convenção de Viena sobre 2. O Estado estrangeiro goza de imunidade de jurisdição do Estado em matéria tributária. Precedentes do STF e do STJ. 3. Verba honorária reduzida em razão do valor atualizado da execução e da extinção do processo ter sido decidida em sede de exceção de pré-executividade, incidente simplificado que dispensa produção de prova. 4. Recurso ordinário provido em parte. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, dar parcial provimento ao recurso ordinário, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Francisco Falcão, Luiz Fux, Teori Albino Zavascki e Denise Arruda (Presidenta) votaram com o Sr. Ministro Relator. Brasília (DF), 05 de março de 2009(Data do Julgamento) MINISTRO BENEDITO GONÇALVES Relator RELATOR : MINISTRO BENEDITO GONÇALVES RELATÓRIO

Página 2 de 5 O SENHOR MINISTRO BENEDITO GONÇALVES (Relator): Trata-se de recurso ordinário interposto pelo Município do Rio de Janeiro, com lastro no art. 105, inciso II, alínea c, da Constituição Federal, contra sentença exarada pelo Juízo Federal da 1ª de Execuções Fiscais da Seção Judiciária do Estado do Rio de Janeiro, que, em sede de exceção de pré-executividade, reconheceu a imunidade tributária do Estado estrangeiro executado, para extinguir a execução fiscal pela qual são cobrados o IPTU, a Taxa de Coleta de Lixo e Limpeza Pública e Taxa de Iluminação Pública do prédio em que funciona o Consulado da Federação Russa, relativo ao exercício de 1986, e condenar o município exequente em honorários advocatícios de R$ 3.000,00. Em suas razões recursais (fls. 168 178), o exequente alega, em síntese, que o ordenamento jurídico brasileiro adotou a teoria de imunidade relativa, que, por ser aplicável apenas aos atos de gestão, não isentaria os estados estrangeiros dos tributos advindos dos bens imóveis adquiridos como se particulares fossem. Aduz, ainda, que a verba honorária foi fixada em patamar excessivo, comportando redução. Contra-razões às fls. 183 191. O Ministério Público Federal opinou pelo não-provimento do recurso (fls. 246 250). É o relatório. EMENTA TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. IPTU, TAXA DE COLETA DE LIXO E LIMPEZA PÚBLICA E TAXA DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA. ESTADO ESTRANGEIRO. IMUNIDADE ABSOLUTA EM MATÉRIA TRIBUTÁRIA. RECURSO ORDINÁRIO PROVIDO EM PARTE. 1. Preconizam os arts. 23 da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas e 32 da Convenção de Viena sobre 2. O Estado estrangeiro goza de imunidade de jurisdição do Estado em matéria tributária. Precedentes do STF e do STJ. 3. Verba honorária reduzida em razão do valor atualizado da execução e da extinção do processo ter sido decidida em sede de exceção de pré-executividade, incidente simplificado que dispensa produção de prova. 4. Recurso ordinário provido em parte. VOTO O SENHOR MINISTRO BENEDITO GONÇALVES (Relator): Conforme relatado, o município recorrente busca reformar a sentença que extinguiu a execução fiscal, ao argumento que os tributos cobrados (IPTU, Taxa de Coleta de Lixo e Limpeza Pública e Taxa de Iluminação Pública), derivados de atos de gestão (compra de imóvel), não estão abrangidos pela imunidade tributária do Estado estrangeiro. Sucessivamente, pugna pela redução da verba honorária arbitrada. Preconizam os arts. 23 da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas e 32 da Convenção de Viena sobre Artigo 23: 1. O Estado acreditante e o Chefe da Missão estão isentos de todos os impostos e taxas, nacionais, regionais e municipais, sobre os locais da Missão de que sejam proprietários ou inquilinos, excetuados os que representem o pagamento de serviços específicos que lhes sejam prestados. 2. A isenção fiscal a que se refere este artigo não se aplica aos impostos e taxas cujo pagamento, na conformidade da legislação do Estado acreditado, incumbir às pessoas que contratem com o Estado acreditante ou com o Chefe da Missão. Artigo 32:

Página 3 de 5 1. Os locais consulares e a residência do chefe da repartição consular de carreira de que for proprietário o Estado que envia ou pessoa que atue em seu nome, estarão isentos de qualquer impostos e taxas nacionais, regionais e municipais, excetuadas as taxas cobradas em pagamento de serviços específicos prestados. 2. A isenção fiscal prevista no parágrafo 1º do presente artigo não se aplica aos impostos e taxas que, de acordo com as leis e regulamentos do Estado receptor, devam ser pagos pela pessoa que contrate com o Estado que envia ou com a pessoa que atue em seu nome. Em razão disso, consoante apontado pelo Parquet, "vem prevalecendo na jurisprudência pátria a tese de que a imunidade do Estado estrangeiro em matéria tributária configura-se como absoluta, de sorte que não há como a execução fiscal subsistir" (fl. 248). Confira-se a jurisprudência do Supremo Tribunal no tocante ao reconhecimento da referida imunidade em sede de execução fiscal: CONSTITUCIONAL. IMUNIDADE DE JURISDIÇÃO. EXECUÇÃO FISCAL PROMOVIDA PELA UNIÃO CONTRA ESTADO ESTRANGEIRO. CONVENÇÕES DE VIENA DE 1961 E 1963. 1. Litígio entre o Estado brasileiro e Estado estrangeiro: observância da imunidade de jurisdição, tendo em consideração as Convenções de Viena de 1961 e 1963. 2. Precedentes do Supremo Tribunal Federal: ACO 522-AgR SP e ACO 634-AgR SP, rel. Min. Ilmar Galvão, Plenário, 16.9.98 e 25.9.2002, DJ de 23.10.98 e 31.10.2002; ACO 527-AgR SP, rel. Min. Nelson Jobim, Plenário, 30.9.98, DJ de 10.12.99; ACO 524 AgR SP, rel. Min. Carlos Velloso, Plenário, DJ de 09.05.2003. 3. Agravo não provido. (ACO-AgR 633 SP, Rel. Min. Ellen Gracie, Tribunal Pleno, DJe 21 6 2007). Ação Cível Originária. 2. Execução Fiscal contra Estado estrangeiro. Imunidade de jurisdição. Precedentes. 3. Agravo regimental a que se nega provimento (ACO-AgR 645 SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, Tribunal Pleno, DJe 16 8 2007). Imunidade de jurisdição. Execução fiscal movida pela União contra a República da Coréia. É da jurisprudência do Supremo Tribunal que, salvo renúncia, é absoluta a imunidade do Estado estrangeiro à jurisdição executória: orientação mantida por maioria de votos. Precedentes: ACO 524-AgR, Velloso, DJ 9.5.2003; ACO 522-AgR e 634-AgR, Ilmar Galvão, DJ 23.10.98 e 31.10.2002; ACO 527-AgR, Jobim, DJ 10.12.99; ACO 645, Gilmar Mendes, DJ 17.3.2003 (ACO- AgR 543 SP, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, Tribunal Pleno, DJ 24 11 2006). Nesse mesmo sentido, julgando recentemente processos idênticos ao presente, pronunciaram-se a Primeira e Segunda Turmas do STJ: RECURSO ORDINÁRIO - EXECUÇÃO FISCAL - IPTU - TAXA DE COLETA DE LIXO E LIMPEZA URBANA - TAXA DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA - ESTADO ESTRANGEIRO - IMUNIDADE JURISDICIONAL. Pacífico o entendimento nesta Corte de que a imunidade jurisdicional dos Estados estrangeiros deve ser afastada apenas quando em discussão matérias de ordem estritamente privada, como as questões trabalhistas ou de responsabilidade civil. Tratando-se de questões de direito público, como no caso, em que se discute matéria tributária, deve prevalecer a prerrogativa institucional. Precedentes. Recurso ordinário improvido (RO 71 RJ, Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, DJe 12 12 2008). PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. RECURSO ORDINÁRIO EXECUÇÃO FISCAL. ESTADO ESTRANGEIRO. TAXAS DE LIMPEZA E ILUMINAÇÃO PÚBLICA. IMUNIDADE FISCAL. IMUNIDADE DE JURISDIÇÃO. CONVENÇÕES DE VIENA, DE 1961 E 1963. 1. Os Estados estrangeiros gozam de imunidade de jurisdição e tributária, com esteio, respectivamente, nos arts. 23, da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas, e 32, da Convenção de Viena sobre Relações Consulares, estando, assim, isentos do pagamento de tributos que recaiam sobre seu patrimônio ou lhes sejam exigidos pela prestação não individualizada de serviços. Precedentes: RO n.º 49 RJ, Rel. Min. José Delgado, DJU de 07 11 2006; RO n.º 46 RJ, Rel. Min. Francisco Peçanha Martins, DJU de 13 02 2006; RO n.º 45 RJ, Rel. Min. Castro Meira, DJU de 28 11 2005; RO n.º 35 RJ, Rel. Min. Teori albino Zavascki, DJU de 05 08 2004. 2. É indevida a cobrança de taxas de limpeza e iluminação pública, porquanto declaradas inconstitucionais em razão da ausência de especificidade. 3. Recurso ordinário desprovido (RO 43 RJ, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJ 8 11 2007). Entretanto, quanto à verba honorária, melhor sorte socorre ao recorrente. Os honorários advocatícios em desfavor da Fazenda Pública são arbitrados mediante juízo de equidade (art. 20, 4º, do

Página 4 de 5 CPC). Para esse mister, o magistrado não está adstrito a nenhum critério específico, e pode, para tanto, adotar como parâmetro o valor da condenação, da causa, ou, ainda, quantia fixa. No caso concreto, considerando o valor atualizado da execução, em torno de R$ 1.500,00 (CZ$ 63.379,61 em 28 05 1991), e a extinção do processo em razão de questão de ordem pública (imunidade de jurisdição) reconhecida em sede de exceção de pré-executividade, incidente simplificado que dispensa produção de prova, entendo que a fixação dos honorários em R$ 1.200,00, corrigidos a partir deste decisum, é suficiente à justa remuneração do advogado. Ante o exposto, dou parcial provimento ao recurso ordinário a fim de reduzir a verba honorária para R$ 1.200,00, corrigidos a partir deste decisum. É como voto. ERTIDÃO DE JULGAMENTO PRIMEIRA TURMA Número Registro: 2009 0008326-0 RO 82 RJ Números Origem: 19911200129494 200751015146988 2707791 PAUTA: 05 03 2009 JULGADO: 05 03 2009 Relator Exmo. Sr. Ministro BENEDITO GONÇALVES Presidente da Sessão Exma. Sra. Ministra DENISE ARRUDA Subprocuradora-Geral da República Exma. Sra. Dra. RAQUEL ELIAS FERREIRA DODGE Secretária Bela. MARIA DO SOCORRO MELO ASSUNTO: Execução Fiscal AUTUAÇÃO CERTIDÃO Certifico que a egrégia PRIMEIRA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão: A Turma, por unanimidade, deu parcial provimento ao recurso ordinário, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Francisco Falcão, Luiz Fux, Teori Albino Zavascki e Denise Arruda (Presidenta) votaram com o Sr. Ministro Relator. Brasília, 05 de março de 2009

Página 5 de 5 MARIA DO SOCORRO MELO Secretária Documento: 862502 Inteiro Teor do Acórdão - DJe: 19/03/2009