Curso de Capacitação em Bullying Segundo pesquisa do Instituto Cidadania e da Fundação Perseu Abramo, a violência é o tema que mais preocupa os brasileiros entre 15 e 24 anos (55% do total), à frente de emprego (52%) e da Educação (17%). A pouca importância relativa dada à própria formação evidencia o descompasso entre o ensino e o "mundo lá fora". Segundo Ana Paula Corti, pesquisadora da Ação Educativa, de São Paulo, "a questão está muito presente no horizonte das gerações mais novas, mas as escolas não a incorporaram como fonte de intervenção pedagógica". O desconforto em relação ao assunto é fácil de entender. Trazer os temas do medo e da agressividade na sala de aula (bullying) não parece combinar com o papel construtivo e pacificador do universo escolar. (fonte: educarparacrescer.abril.com.br) O termo bullying surgiu na Noruega, na década de 80, e é originário da palavra inglesa bully, que quer dizer ameaçar, intimidar, amedrontar, tiranizar, oprimir, maltratar. O primeiro a relacionar a palavra ao fenômeno foi Dan Olweus, professor da Universidade da Noruega. Ao pesquisar as tendências suicidas entre adolescentes, Olweus descobriu que a maioria desses jovens tinha sofrido algum tipo de ameaça e que, portanto, bullying era um mal a combater. Um fenômeno até então considerado corriqueiro e normal na maioria das escolas, foi a partir dos anos 90 considerado um problema grave. Por meio de comportamentos exclusivos e principalmente de agressões físicas praticadas por alunos ou grupos de alunos de dentro de colégios, pesquisadores e psicólogos determinaram o fenômeno não como um ato corriqueiro mais sim como um fenômeno de perseguição e com sérias seqüelas nos alunos
perseguidos. O bullying exige atenção de pais e educadores. Com o apoio financeiro da Petrobras e em parceria com o Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística e a Secretaria de Educação do Município do Rio de Janeiro, a ABRAPIA (Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e Adolescência) realizou uma pesquisa no período de novembro e dezembro de 2002 e março de 2003, através de questionários distribuídos a alunos de 5ª a 8ª série, de 11 escolas, sendo 9 públicas e 2 particulares. Alguns resultados dessa pesquisa estão divulgados abaixo. A íntegra foi publicada no livro Diga Não ao Bullying, editado pela ABRAPIA em 2003 e de autoria de Aramis Lopes Neto e Lucia Helena Saavedra. Principais informações desta pesquisa: A idade média da população avaliada foi de 13,47 anos. Houve um pequeno predomínio do sexo masculino (50,5%) sobre o sexo feminino (49,5%). Dos 5.482 alunos participantes, 40,5% (2217) admitiram ter tido algum tipo de envolvimento direto na prática do bullying no ano de 2002, seja como alvo do bullying e/ou como autor. Mais de 40,5% admitem ter praticado ou ter sido vítimas de bullying; 2.000 entrevistados, 49% estavam envolvidos com a prática 22% eram vítimas, 15% agressores, e 12%, vítimas agressoras;
Esses dados permitem aferir informações que são semelhantes com as estatísticas internacionais e mostram um perfil: as vítimas são tímidas, de ambos os sexos, possuem alguma característica marcante, tanto comportamental como física (grupos raciais, comportamentos peculiares, obesidade ou baixa estatura, por exemplo), possuem, em média, 11 anos e não reagem contra a gozação. Já os agressores têm entre 13 e 14 anos e gostam de mostrar poder, por isso, costumam serem líderes de seu grupo de amigos e, em muitos casos, foram mimados pelos pais e a maioria é constituída por meninos (60%). O bullying é um tema atual ao qual todo profissional deve estar atento. Professores, pais e coordenadores pedagógicos, hoje, devem saber avaliar uma brincadeira mais agressiva ou outro tipo de comportamento a fim de prevenir o bullying e evitar assim vitimas desse processo. OBJETIVO Compreender a relevância do fenômeno bullying, suas causas e conseqüências nocivas à saúde física, mental e na aprendizagem dos envolvidos. Favorecer o conhecimento da realidade escolar e o processo de identificação, diagnóstico e encaminhamento de envolvidos, de forma ética e profissional. Oferecer estratégias psicopedagógicas de intervenção e prevenção do comportamento bullying.
PÚBLICO ALVO Profissionais da área da Educação, tais: Professores, Diretores, Serventes, Supervisores. Pais, familiares, cuidadores de crianças. BENEFÍCIOS Ao optar por esta capacitação os participantes terão possibilidades de: Participar de um encontro onde há um ambiente propício para um diálogo aberto sobre a violência dentro e fora da escola, tendo em vista a busca de ações de prevenção e redução destes conflitos já que isto só dificulta as relações entre professores e alunos e traz reflexos negativos à aprendizagem; Aprender técnicas que permitam rapidamente identificar sinais característicos das vítimas deste comportamento agressivo; Conhecer métodos e processos que podem ser integrados dentro das instituições de ensino tendo como meta contribuir para ações que visam minimizar e reduzir a violência. METODOLOGIA DE ENSINO Exposição interativa com apresentação de estudos de casos.
PRÉ-REQUISITOS Não há pré-requisitos. MATERIAL DIDÁTICO Apostila fornecida com os slides do curso e espaço para as anotações CONTEÚDO PROGRAMÁTICO O curso deverá cobrir os seguintes tópicos: 1. Definições e histórico. Agressões físicas e verbais. Comportamento. Intervenções 2. Panorama mundial e brasileiro Casos noticiados e conhecidos no mundo. Panorama do problema no Brasil. 3. O desenvolvimento de comportamentos agressivos Comportamento e conseqüências do comportamento agressivo. Agressores. Interações e modelos agressivos. 4. Personagens do bullying / características / como identificar possíveis personagens / conseqüências. Variáveis de controle de comportamento. Alvos do bullying. Como identificar vítimas e alvos.
5. Estratégias de prevenção / intervenção. Serviços de denúncia. Reflexões sobre a violência. 6. Papel da família, sociedade e governo Papel da escola e sociedade para evitar o problema. Agrupamento. 7. Cyberbullying: um fenômeno sem rosto. Métodos usados por agressores na rede (internet). Como evitar provocações. 8. Conclusão Conclusão do estudo do bullying. Reflexões sobre o assunto. CARGA HORÁRIA A carga horária é de 8 horas.