MANEJO NUTRICIONAL EM FLORESTAS DE EUCALIPTO EM ÁREAS COM DÉFICIT HÍDRICO

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Transcrição:

MANEJO NUTRICIONAL EM FLORESTAS DE EUCALIPTO EM ÁREAS COM DÉFICIT HÍDRICO Ronaldo Luiz Vaz de Arruda Silveira RR Agroflorestal 11 de setembro de 2018

1. Potencial Produtivo do sítio - como determinar? 2. Filosofia RR para recomendação de adubação 3. Produtividade em função da adubação e clima 4. Estratégia de manejo nutricional para áreas de déficit hídrico

1. Potencial Produtivo do sítio como determinar? Produtividade = função do clima, material genético, práticas silviculturais e fertilização Fatores que aumentam a capacidade do sítio de forma econômica genético e nutricional Água? Práticas para evitar a perda da capacidade produtiva do sítio = controle do mato, formiga e preparo do solo adequado Práticas para aumentar a capacidade produtiva do sítio = Fertilização e material genético adequado Antes adubarmos o que devemos saber? Real capacidade produtiva do sítio, a qual não é estática e sim dinâmica, tendo forte relação com o clima (altitude e precipitações)

Produtividade Produtividade Potencial do Eucalipto Atual Fatores redutores : Ervas daninhas, pragas e doenças Atingível Fatores limitantes : Água e Nutrientes Potencial Fatores definidores : Genótipos e Clima (Temperatura, Radiação 0 25 50 75 100 125 150 175 m 3 /ha/ano

Perdas de Produtividade - genética Distúrbio fisiológico região do sul da Bahia Clone altamente suscetível ao distúrbio fisiológico Clone medianamente suscetível ao distúrbio fisiológico Clone resistente ao distúrbio fisiológico IMA (m 3 /ha/ano) 90 80 70 60 50 40 30 64,3 76,7 44,9 70,9 31,9 52,6 56,1 20 10 0 I144 I224 H15 H13 GG100 HC1528 VM01 Clones IMA de clones de eucalipto aos 4 anos após plantio na região de Igrapiúna/BA (precipitação anual de 2.340 mm)

Perdas de Produtividade déficit hídrico Brasilândia Bocaiúva

Perdas de Produtividade Pragas e Doenças Material suscetível ao percevejo bronzeado (Thaumastocoris peregrinus) Material resistente ao percevejo bronzeado (Thaumastocoris peregrinus)

Perdas de Produtividade demais fatores Preparo de solo profundidade e estrondamento Solos adensados (alto teor de silte) e local da camada de impedimento 40-50 cm solos arenosos 80-120 cm solos adensados na região Sul da Bahia - Ripper Localização do adubo Muito profundo (> 30 cm)- atraso no arranque Superficial (< 20 cm) queima por salinidade Tempo entre subsolagem e plantio x fixação de P Heterogeneidade replantio tardio (> 30 dias) Mato competição (plantas daninhas, broto ladrão e brotação remanescente) Desbrota tardia (realizada com mais de 3,0 m de altura) Adubação (dose, época e forma de aplicação) Escolha de material genético não adaptado às condições edafoclimáticas

2. Filosofia da RR para recomendação de adubação Altitude (< 500 m) Produtividade dos clones Precipitação (m³/ha/ano) Alta Média Baixa < 1.000 mm 40 35 25 1.000-1.500 mm 50 45 35 > 1.500 mm 60 50 45 Altitude (500-800 m) Produtividade dos clones Precipitação (m³/ha/ano) Alta Média Baixa < 1.000 mm 45 40 30 1.000-1.500 mm 55 50 40 > 1.500 mm 65 55 50 Altitude (> 800 m) Produtividade dos clones Precipitação (m³/ha/ano) Alta Média Baixa < 1.000 mm 50 45 35 1.000-1.500 mm 60 55 45 > 1.500 mm 70 60 55 Fertilidade do solo associada ao clima e potencial produtivo do clone Doses dos Nutrientes Flexionar a adubação em função da expectativa de produtividade Nível crítico no solo em função da expectativa de produtividade (clima e genética)

Maior produtividade Maior acúmulo de nutrientes Maior dependência da fertilidade do solo ou adubo CUB em diferentes níveis de produtividade Potencial Produtivo (m 3 /ha/ano) Nutrientes 30 40 50 60 g/m 3 N 1431 1284 1182 1088 P 96 86 80 75 P 2 O 5 219 198 184 171 K 760 670 611 557 K 2 O 916 808 736 671 Ca 1537 1417 1332 1252 Mg 324 297 279 261 S 210 188 174 161 B 4,3 4,0 3,8 3,5 Cu 1,7 1,6 1,6 1,5 Fe 25,3 23,8 22,7 20,9 Mn 36,5 35,5 34,9 32,1 Zn 5,9 5,6 5,4 4,9 Fonte: UFV modificada Quanto mais produtiva a floresta Mais eficiente Menos Nutriente para produzir 1 m 3 de madeira

IMA e eficiência de conversão em madeira de clones de eucalipto em função de diferentes precipitações Clones Precipitação (mm/ano) 900 1200 1400 900 1200 1400 IMA (m 3 /ha/ano) Eficiência de conversão (mm/m 3 ) IMA (m 3 /ha/ano) Média Eficiência de conversão (mm/m 3 ) 321 20 42 66 45 28 21 43 31 1249 13 40 61 69 30 23 38 41 1280 11 31 56 69 39 25 33 44 1341 11 39 42 82 31 33 31 49 1407 30 71 30 17 51 24 1423 28 39 32 39 34 36 Média 19 44 56 55 31 26

Quais seriam então as eficiências dos clones utilizados? Clima precipitação x evapotranspiração (altitude) quantos mm de chuva para produzir 1 m 3 de madeira Precipitação (mm/ano) Clones 900 1200 1400 Eficiência de conversão 321 45 28 21 1249 69 30 23 1280 69 39 25 1341 82 31 33 1407 30 17 1423 32 39 Média 55 31 26

Quais seriam então as eficiências dos clones utilizados? Nutrição quantos kg de nutrientes para produzir 1 m 3 de madeira? Híbrido Clone N P P 2 O 5 K K 2 O Ca Mg kg de N/m Kg por 3 de m 3 madeira UR x --- I-224 1260 71 162 596 718 1326 231 UR x --- I-060 992 68 156 619 746 856 209 UR x --- I-144 1192 78 180 681 820 928 261 UR x --- I-225 1238 68 155 581 700 976 213 UR x --- I-044 1241 80 183 735 886 1000 246 Média 1184 73 167 640 771 1028 232 UR x GR HC-249 1391 75 173 613 738 931 214 UR x GR HC-232 1133 79 181 655 789 1058 267 UR x GR HC-373 1272 83 190 654 788 967 302 UR x GR HC-257 1187 84 192 630 759 1023 288 UR x GR HC-344 1318 98 223 698 841 1056 331 UR x GR HC-289 1406 103 237 760 915 1058 323 Média 1278 85 195 658 793 1024 282 UR x (CA x GR) HCT-041 1014 82 189 693 835 1207 306 UR x (CA x GR) HCT-027 1168 87 200 693 836 840 248 UR x (CA x GR) HCT-037 1197 70 160 749 902 1069 256 Média 1116 80 183 710 855 1051 273 Média geral 1211 80 184 668 805 1023 264

Produtividade N P P 2 O 5 K K 2 O Ca Mg S kg de nutrientes por ha IMA 30 301 20 46 160 193 323 68 44 IMA 40 360 24 55 188 226 397 83 53 IMA 50 414 28 64 214 258 466 98 61 IMA 60 457 31 72 234 282 526 110 67 Estamos fertilizando para que nivel de produtividade? Prdutividade K (0-40 cm) mmol c /dm 3 mg/dm 3 IMA 20 0,72 28 IMA 30 1,02 40 IMA 40 1,20 47 IMA 50 1,37 53 IMA 60 1,50 59 Quantidade de K 2 O a ser aplicada (kg/ha) 500 400 300 200 100 0-100 -200-300 -400 30 40 50 60 70 Não Aduba 35 82 12-200 -129-59 -270-317 -36-106 -177-247 -318-365 199 105 247 153 Aduba -500 0,00 0,25 0,50 0,75 1,00 1,25 1,50 1,75 2,00 2,25 2,50 K no solo (mmolc/dm 3 )

IMA (m 3 /ha/ano) 3. Produtividade em função da adubação e clima Adubação Talhão N P 2 O 5 K 2 O Ca Mg S Operacional kg/ha B Cu Zn Operacional 1456/MN463 6,6 60 127 367 65 6 5,0 0,0 0,0 60 50 Operacional Pesquisa 53,1 Pesquisa 1456/MN463 171 82 216 587 104 13 8,3 1,0 3,5 IMA do clone MN463 aos 84 meses na fazenda Campo Alegre na região de João Pinheiro em função da tecnologia de adubação plantio dezembro de 2003 40 30 20 43,2 2000 1800 1600 1400 1200 1000 1.664 1.860 1.583 Período do experimento 1.091 1.495 1.430 1.463 1.404 1.058 1.201 1.007 1.190 1.313 10 0 0 12 24 36 48 60 72 84 Idade (meses) 800 600 Chuva total de 10811 mm 400 200 1 ano abaixo de 1.400 mm 0 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Média de 1544/ano

mm/ano IMA (m 3 /ha/ano) Adubação Talhão/Clone N P 2O 5 K 2 O Ca Mg S B Cu Zn kg/ha Operacional 3839/MN463 7 60 67 367 65 6 7 0 0 Pesquisa 3839/MN463 99 90 189 1101 195 27 8 2 3 70 60 50 Operacional Pesquisa 66,4 IMA do clone MN463 aos 86 meses na fazenda Vargem Grande na região de Bocaiúva, em função da tecnologia de adubação plantio novembro de 2003 40 30 20 44,8 1600 1400 Período do experimento 10 0 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 1200 Idade (meses) 1000 800 600 400 200 Chuva total de 8.103 mm 1 ano abaixo de 1.000 mm Média de 1.143/ano 0 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Anos

mm/ano IMA (m 3 /ha/ano) IMA (m 3 /ha/ano) 70 60 Operacional Pesquisa 66,4 50 45 40 50 35 40 30 20 44,8 30 25 20 15 10 10 0 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 Idade (meses) 5 0 VM6 VM1 MN304 VM5 VM4 MN224 MN463 MN144 Clones 1600 Total de 8.103 mm 1 ano abaixo de 1.000 mm Média de 1.143/ano 1400 1200 1000 800 600 Período do experimento Total de 6.815 mm Média de 950 mm/ano 3 anos com menos de 800 mm/ano 400 200 0 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Anos

80 70 60 Alta Restrição hídrica Baixa Restrição hídrica IMA (m 3 /ha/ano) 50 40 30 20 10 0 40 60 80 100 Adubação para os níveis de demanda (m 3 /ha/ano) Produtividade obtidas em anos anteriores não puderam ser repetidas devido à crise hídrica

mm/ano IMA (m 3 /ha/ano) Adubação Talhão/Clone N P 2 O 5 K 2 O Ca Mg S B Cu Zn kg/ha Operacional 75 Operacional Pesquisa 61,3 Operacional 1456/MN463 6,6 60 151 477 84 5,5 5,0 0,0 0,0 Pesquisa 1456/MN463 99 90 189 880 156 27 6,0 2,0 3,0 60 45 50,4 IMA do clone MN463 aos 86 meses na fazenda Itapoã na região de Curvelo, em função da tecnologia de adubação plantio novembro de 2003 30 15 2000 1800 1600 1400 1200 1000 800 600 400 1.426 1.875 Período do experimento 1.570 1.608 1.322 942 1.437 1.578 1.032 1.326 630 1.258 1.259 0 0 6 12 18 24 30 36 42 48 54 60 66 72 78 84 90 Idade (meses) Chuva total de 10.449,1 mm 1 ano abaixo de 1.300 mm 200 0 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Anos Média de 1.312 mm/ano

IMA( m³/ha/ano) IMA (m³/ha/ano) Parcelar ou não parcelar as adubações de cobertura? 65 60 Plantio em janeiro/2007 55 50 45 40 35 30 25 20 T1 (cob. em dez/07 e mar/08) T2 (toda cob. em dez/07) T3 (toda cob. em mar/08) T4 (cob. em dez/07 e out/08) Tratamentos Coberturas 2ª 3ª Cobertura 1 dez/07 mar/08 350 kg/ha de 18-00-18 400 kg/ha de 15-00-30 2 dez/07 350 kg/ha de 18-00-18 400 kg/ha de 15-00-30-3 - mar/08 350 kg/ha de 18-00-18 400 kg/ha de 15-00-30 4 dez/07 out/08 350 kg/ha de 18-00-18 400 kg/ha de 15-00-30 15 0 10 20 30 40 50 60 70 80 Idade (meses) 1ª cobertura igual para todos : 125 kg/ha de 20-00-15 + B IMA do clone MN463 nos tratamentos de parcelamento N e K, na fazenda Patagônia, região de João Pinheiro, aos 74 meses após o plantio 60 50 40 30 52,6 53,8 55,7 54,3 2000 1800 1600 1400 1200 1000 1.664 1.860 1.583 1.091 Período do experimento 1.495 1.430 1.463 1.404 1.058 1.201 1.007 1.190 1.313 20 800 10 600 400 0 T1 (cob. em dez/07 e mar/08) T2 (toda cob. em T3 (toda cob. em dez/07) mar/08) Tratamentos T4 (cob. em dez/07 e out/08) 200 0 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

IMA (m³/ha/ano) mm/ano Floresta pouco produtiva no 1º ciclo precisa ser reformada? 70 60 50 Sem Corretiva (40³/ha/ano) Sem Corretiva (60³/ha/ano) Com Corretiva (40³/ha/ano) Com Corretiva (60³/ha/ano) Sem corretiva ciclo anterior Com corretiva ciclo anterior 49,4 44,3 2000 1800 1600 1400 1200 1000 1.506 1.184 1.241 1.339 1.664 1.860 1.583 1.091 1.495 1.430 1.463 1.404 1.058 1.201 1.007 40 30 20 40,5 39,7 35,7 24,2 800 600 400 200 10 24 36 48 60 72 84 Idade (meses) 0 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 Anos Total de 11.469 mm Média de 1.434 mm/ano IMA de 24,2 m 3 /ha/ano Total de 10.149 mm Média de 1.268 mm/ano IMA de 35,7 m 3 /ha/ano Qual a real causa da menor produtividade?

4. Estratégia do manejo nutricional para áreas de déficit hídrico Fonte de cálcio e corretivos Objetivos Fornecer Ca, Mg e S Uso de calcário calcítico ou gesso deve estar associado a fonte extra de Mg Aumenta a decomposição da matéria orgânica maior disponibilidade de N, P e S. Diminui a fixação de fósforo efeito positivo em solos muito argiloso Forma e época de aplicação Mais próximo do plantio e maiores teores de argila maior dependência do PRNT do calcário e menor efeito imediato Preferencialmente em área total e antes do plantio Relevo permitir - incorporação é bem vinda ajuda na solubilização e também colocar Ca + porofundo Florestas em reforma ou condução aplicar antes do corte, 3-4 meses de chuva (evitar aderência no tronco danos nos equipamentos de corte) Aplicação tardia de calcário realizada após a cobertura com K resulta em deficiência de Mg e Ca

Cloreto de K Calcário dolomítico KCl CaCO 3 e MgCO 3 Nutriente fornecido K Ca e Mg Solubilidade em água Alta Baixa Mobilidade no perfil do solo Móvel Ca (baixa) e Mg (média) Absorção pela planta Rápida (K + ) Lenta (Ca +2 ) e Média (Mg +2 ) Translocação na planta Móvel Imóvel (Ca) e Móvel (Mg) Deficiência visual de Mg cada dia mais frequente principalmente na condição de brotação Minas Gerais - Região de Três Marias/MG - Brotação Zn 20 15 N P Mn 10 5 K Fe 0 Ca Cu Mg B S

IMA (m 3 /ha/ano) 50 45 40 35 AEC 1528 AEC 224 41 36 33 35 43 46 47 30 25 26 20 15 10 5 0 Testemunha 400 kg de sulfato de magnésio 400 kg de magnesita 400 kg de sulfato de amônio + 400 kg de magnesita Incremento médio anual do clone HC 1528 e I224 nos diferentes tratamentos de adubação corretiva com Mg, N e P aos 84 meses de idade na região de Itamarandiba/MG (60% de argila, 900-1000 m de altitude e 1.100 mm/ano) A aplicação corretiva de Mg aumenta em 20% via sulfato e 32% via óxido. A aplicação de N com Mg aumenta em 20% o IMA em relação a aplicação isolada de Mg. A aplicação de N e Mg aumenta em 53% o IMA em relação à testemunha Resposta diferenciada dos clones A deficiência de Mg tem se tornado frequente nos plantios de eucalipto

O que fazer para melhorar o fornecimento de Ca e Mg? Quando possível incorporar calcário dolomítico Uso de fontes mais solúveis combinadas Gesso ou Sulfurgran como Fonte de S Óxidos de Ca e Mg em relação aos carbonatos Volume de madeira produzido em função da aplicação ou não de gesso e do clone de eucalipto Fonte: Mariño (2016)

Densidade de raízes finas por biomassa (Ø 3 mm) ao longo do perfil do solo, em plantios de Eucalyptus com 59 meses de idade, de acordo com a presença ou ausência de gessagem e do clone de eucalipto Fonte: Mariño, 2016

IMA projetado para 7 anos (m 3 /ha/ano) 50 45 46,2 40 35 37,3 30 25 26,7 20 15 10 5 0 Sem Calcário Com Calcário Com Calcario + Gesso IMA projetado do clone I144 para 7 anos após o plantio em função da aplicação de calcário e gesso na região de Três Marias/MG (solo arenoso 20,5% de argila e 1.250mm/ano) A aplicação de calcário aumentará IMA em cerca de 40% A aplicação de gesso na presença do calcário aumenta a produtividade em 24% A aplicação de calcário + gesso aumenta a produtividade em 73% em relação à testemunha

IMA (m³/ha/ano) 50 48,6 48 46 47,2 46,9 48,4 47,5 47,1 46,0 44 43,3 45,3 42 Calcário Escória 40 0 1000 2000 3000 4000 5000 Dose (kg/ha) IMA do clone I144 aos 85 meses em função da doses de calcário dolomítico e escória de siderurgia na região de Curvelo (solo argiloso, 670 m de altitude e 1050 mm/ano) Resultado similar entre silicato e carbonato A aplicação corretiva proporcionou aumentos de 10-12% no IMA

Adubação de plantio Objetivos Fornecer nutrientes de menor mobilidade no perfil do solo (P, Cu e Zn) aplicação em profundidade e próximo as raízes. Fornecer parte da demanda de N, K e do B 50 a 70% da dose total Uso de adubos de liberação controlada dose única no plantio ou adubação de plantio + 1 cobertura aos 12-18 meses - Ótimos resultados com o fornecimento de todo N no plantio e 1 cobertura só com KCl - Maior arranque da floresta com fechamento rápido das copas diminuindo a matocompetição e o uso de glifosato (fitotoxicidade) - A lixiviação de N e K é pequena quando comparadas às culturas anuais mesmo em solo arenoso volume de raízes de absorção até 80 cm de prof. - Maiores doses de N e K no sulco atrasar a adubação de cobertura ou até retirar facilitando a programação operacional Fornecer P solúvel (reduz limitação de P no arranque) potencializa o uso dos demais nutrientes, principalmente N Sugestão de manejo para área de déficit hídrico Adubar para demanda de IMA 30-35 no plantio e depois ir ajustando as coberturas em função das precipitações ao longo do período aproveitar as oportunidades Flexionar a adubação em função do clima expectativa de produtividade

Importante Localização do adubo dose total e concentração de NK e B na formulação Alta dose de N e K - maior profundidade de aplicação (> distância da raiz/adubo) Subsolador com 2 saídas em profundidades diferentes Exemplo 1 15 cm superfosfato simples ou 06-30-06 30 cm NK (15-00-30) ou NPK (20-05-20) Exemplo 2 350 kg de 10-30-10 15 cm 100-150 kg/ha 30 cm 200-250 kg/ha Uso de coveta a decisão é mais operacional que técnica

Subsolador 2 saídas maior eficiência e operacionalidade 1ª saída a 20 cm de profundidade 2ª saída a 35 cm de profundidade

500 400 300 200 100 0 PRECIPITAÇÃO (mm) 2014 2015 2016 MÉDIA Média Periodo 638 mm Média Histórica 1140 mm JAN FEV MAR ABR MAIO JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Fatos Relevantes: 2014 e 2015 chuvas foram 50% da média. Em 2016 chuva de 530 mm em Janeiro. Tratamentos 28,0 25,9 Dose dos nutrientes N-P-K (kg ha -1 ) Plantio Cobertura Total N P 2 O 5 K 2 O N P 2 O 5 K 2 O N P 2 O 5 K 2 O Plantio: N-P-K Convencional A Coberturas: 2 N-P-K 45 90 65 60 30 195 105 120 258 Convencional B 50% N-K com Polyblen no plantio 46 125 125 - - - 46 125 125 C 75% N-K com Polyblen no plantio 78 122 183 - - - 78 122 183 D 100% N-K com Polyblen no plantio 119 119 227 - - - 119 119 227 37,5% N-K com Polyblen no APERAM plantio - IMA + (m³/ha/ano) 12 meses 18 meses 24 meses 30 meses 36 meses E 58 116 87 33-105 91 116 37,5% N-K com Polyblen em 1 192 cobertura 20,1 18,2 19,2 19,6 20,3 20,4 17,5 17,9 17,5 17,9 9,5 8,4 8,9 8,5 9,1 6,4 5,7 5,7 5,1 6,1 27,4 28,3 28,8 A Op: 105 N 120 P2O5 260 K2O B 50% NK com Polyblen no plantio C 75% NK com Polyblen no plantio D 100% NK com Polyblen no plantio E 37,5% NK com Polyblen no plantio + 37,5% NK com Polyblen em uma cobertura

Adubação de cobertura Objetivos Fornecer nutrientes de maior mobilidade no perfil do solo (N, K, S e B) - As fontes de N, K, S e B são solúveis em água - São nutrientes com maior velocidade de absorção Doses As doses devem variar em função da fisiologia da planta K atua no controle osmótico e no transporte dos fotoassimilados para o tronco - necessidade aumenta com a maior IAF e déficit hídrico Variar as relações N/K nas adubações de cobertura em função do estágio de crescimento e déficit hídrico Dose ajustada em função da expectativa de produtividade no transcorrer do período

25 20 Folha Percentual em relação a biomassa total (%) 20,20 Folha Quantidade (t/ha) 15 10 5 0 5,20 5,40 5,20 4,50 4,40 3,40 2,20 0 1,2 anos 2,5 anos 4,5 anos Pre-corte Percentual de folhas em relação a biomassa total e a quantidade de folhas em um clone de E. urophylla em função da idade na região de Itatinga/SP 85% da biomassa total de folhas aos 7 anos já ocorre aos 12 meses Quando adubar com N? Crescimento vegetativo maior dose no sulco de plantio

Funções Potássio nutriente mais importante para déficit hídrico junto com boro - Controle de abertura e fechamento de estômatos maior eficiência no uso da água - Aumenta a resistência das plantas ao déficit hídrico, geadas, ataque de pragas e doenças Mais K - aumenta turgor das células guardas Com K Sem K

IMA (m 3 /ha/ano) Boro junto com K ajudam a aumentar a resistência ao déficit hídrico Demanda nutricional de cada clone é importante fator genético 38 36 máxima produção 34 32 30 máxima produção 28 26 24 22 MN463 VM1 y = -0,4936x 2 + 5,1604x + 22,271 R² = 0,9702 y = -0,3348x 2 + 2,381x + 29,878 R² = 0,9934 20 0,0 2,5 5,0 7,5 Dose de boro (kg/ha) Incremento médio anual dos clones MN463 e VM01 aos três anos de idade de eucalipto nas diferentes doses de boro na região de Bocaiúva/MG (solo argiloso 60% de argila e 1058 mm/ano) (Fonte: VM)

IMA (m 3 ha -1 ano -1 ) 45 40 y = 21,695 + 0,1996x- 0,0005x 2 R 2 = 0,98 35 30 25 20 15 0 30 60 90 120 150 180 210 240 Dose de K 2 O (kg ha -1 ) Produtividade aos 6,5 anos de idade na região de Itamarandiba/MG em função das doses de potássio na condição de 1ª rotação em solos com baixo teor de K trocável Fonte: Faria et. al (2002)

Adubação foliar com boro e outros micros Objetivos Fornecer micronutrientes (B, Cu, Mn e Zn) com ênfase para o boro Relação direta entre seca de ponteiro e deficiência de boro Fornecer parte da demanda de micronutrientes via folha até os 3 anos Fornecer pequenas doses de potássio visando melhorar o controle estomático e aumentar a resistência ao déficit hídrico

Considerações finais Melhorar fornecimento de cálcio, magnésio e enxofre incorporação ou fontes mais solúveis Maiores doses de N e K no sulco - adubação no sulco para atender uma demanda inicial de IMA 30-35 Flexionar as adubações de cobertura em função das precipitações anteriores que geram a expectativa de produtividade futura Redução da adubação de cobertura colocar todo N no sulco de plantio e fazer coberturas com KCl + B ou em solos muito arenosos (10-00-30 + B) Uso de adubos de liberação controlada dose única no plantio risco em função das precipitações futuras Uso de adubos de liberação controlada sugestão de dose no plantio para IMA 30-35 + 1 cobertura com KCl (solo com mais MO) ou NK (solo arenoso pobre em MO) caso as precipitações do período permitam uma expectativa de produtividade maior que IMA 30-35 Atenção especial para K e B ajustando as doses em função do clima e da expectativa de produtividade

OBRIGADO