MÓDULO 2 PROCESSO DE TRABALHO COLABORATIVO EM SAÚDE MENTAL NA ATENÇÃO PRIMÁRIA CELINA RAGONI DE MORAES CORREIA / CAROLINA CARDOSO MANSO

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Transcrição:

MÓDULO 2 PROCESSO DE TRABALHO COLABORATIVO EM SAÚDE MENTAL NA ATENÇÃO PRIMÁRIA CELINA RAGONI DE MORAES CORREIA / CAROLINA CARDOSO MANSO GABARITO DAS QUESTÕES NORTEADORAS QUESTÃO NORTEADORA 1: Histórias como essas são comuns no contexto das Equipes de Saúde da Família, diante de situações tão complexas é natural que a equipe fique em dúvida em como manejá-las. Deste modo, é possível solicitar apoio matricial de profissionais de outras especialidades para auxiliar na construção do cuidado. O que é apoio matricial? Quando solicitá-lo e quais equipes podemos acionar? Na sua resposta deve conter: 1- Matriciamento ou apoio matricial é uma metodologia para a gestão do trabalho, trata-se de um novo modo de produzir saúde em que duas ou mais equipes, num processo de construção compartilhada, criam uma proposta de intervenção pedagógico-terapêutica por meio da construção de um cuidado colaborativo. 2- Seu objetivo é, por meio da integração entre distintos saberes e especialidades, ampliar as possibilidades de realizar-se a clínica ampliada, a construção de vínculo, a continuidade e a integralidade do cuidado entre equipe de referência, equipe de apoio, usuário e sua família, propondo uma referência ao longo do tempo e evitando encaminhamentos desnecessários. 3- Definição de equipe de Referência e Equipe de Apoio.

4- O apoio matricial em saúde mental pode ser solicitado para diferentes tipos de equipes, como por exemplo: equipes de Saúde mental de um serviço especializado, como as dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e as dos Ambulatórios de Saúde Mental ou, ainda equipes do Núcleo de Apoio a Saúde da Família (NASF). 5- O matriciamento pode ser solicitado em diferentes situações, tais como: nos casos em que a equipe de referência sente necessidade de apoio da saúde mental para abordar e conduzir um caso que exige, por exemplo, esclarecimento diagnóstico, estruturação de um projeto terapêutico e abordagem da família; quando se necessita de suporte para realizar intervenções psicossociais específicas da atenção primária, tais como grupos de pacientes com transtornos mentais; para integração do nível especializado com a atenção primária no tratamento de pacientes com transtorno mental, como, por exemplo, para apoiar na adesão ao projeto terapêutico de pacientes com transtornos mentais graves e persistentes em atendimento especializado em um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) e quando a equipe de referência sente necessidade de apoio para resolver problemas relativos ao desempenho de suas tarefas, como, por exemplo, dificuldades nas relações pessoais ou nas situações especialmente difíceis encontradas na realidade do trabalho diário. QUESTÃO NORTEADORA 2: Na situação narrada, a equipe de saúde da família decide solicitar o apoio matricial da equipe de NASF que trabalha no território da unidade de saúde. Do seu ponto de vista, que profissionais poderiam ser acionados levando em conta o relato do caso? Um dos pontos fundamentais do matriciamento é a troca de saberes. Pensando nisso quais saberes poderiam ser articulados nessa discussão?

Na sua resposta deve conter: 1- Os profissionais matriciadores em saúde mental na atenção primária podem ser: psiquiatras, psicólogos, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, assistentes sociais e enfermeiros com formação em saúde mental. 2- O Matriciamento se apoia nos conceitos de núcleo e campo apostando na efetividade da troca de saberes. O núcleo demarcaria uma certa identidade do saber, já o campo, seria um espaço de limites imprecisos em que as disciplinas e profissões se integram. No matriciamento, esta integração ocorre na busca de uma clínica ampliada e na aposta de que outros profissionais, que não os especialistas em saúde mental podem manejar situações relacionadas a tal campo de conhecimento. Assim, os saberes relacionados à saúde mental incluindo, a escuta, o suporte, a avaliação, a intervenção psicossocial, o diagnóstico psiquiátrico entre outros, se articulariam a saberes relacionados a diabetes, saúde da criança, saúde do idoso e entre outros, promovendo a troca de aprendizado e um cuidado mais integral e menos fragmentado. QUESTÃO NORTEADORA 3: O processo de matriciamento requer a estruturação de novas tecnologias para sua implementação. Essas intervenções constituem-se de ações de tecnologia leve, segundo o conceito de Mehry e Onocko (1997). Algumas intervenções desse tipo têm sido desenvolvidas na prática assistencial em unidades de atenção primária do SUS. Assim, é importante definirmos: quais os instrumentos do processo de matriciamento e o que caracteriza uma interconsulta?

Na sua resposta deve conter: 1- A interconsulta caracteriza-se por uma ação colaborativa entre profissionais de diferentes áreas. Existem diversas modalidades de interconsulta, que vão desde uma discussão de caso, por parte da equipe ou por toda ela, até as intervenções, como consultas conjuntas e visitas domiciliares conjuntas. As interconsultas objetivam a construção de uma compreensão integral do processo saúde e doença ampliando e estruturando a abordagem psicossocial, além disso, facilita a troca de conhecimentos, sendo este um instrumento potente de educação permanente. A interconsulta tem como objetivo específico a estruturação do projeto terapêutico singular (PTS) cujo conceito e principais aspectos para a construção serão descritas adiante. 2- Além da interconsulta, outros instrumentos do processo de matriciamento podem ser destacados, tais como: consulta conjunta, visita domiciliar conjunta, contato a distância (uso do telefone e outras tecnologias de comunicação), genograma e ecomapa. QUESTÃO NORTEADORA 4: Durante a situação narrada a equipe de referência e equipe de apoio decidiram montar um Projeto Terapêutico Singular com objetivo de organizar as ações que seriam realizadas por todos. Na sua opinião quando é necessário a montagem de um PTS e em que medida ele auxilia na qualificação do cuidado? Quais seriam os principais pontos a serem incluídos no PTS do caso em questão? Na sua resposta deve conter: 1- A montagem de um PTS é geralmente realizada para as situações mais complexas. Esta é uma ferramenta de organização do cuidado cuja construção pressupõe a necessidade de maior articulação entre os

2- profissionais e a utilização das reuniões de equipe como um espaço coletivo e sistemático de encontro, reflexão, discussão, compartilhamento e coresponsabilização das ações. Desta maneira a sua confecção auxilia na qualificação do cuidado. 3- Os principais pontos a serem incluídos no PTS são: diagnóstico e análise situacional; definição de ações e metas; divisão de responsabilidades e reavaliação. É importante que as estratégias de intervenção sejam construídas levando em consideração abordagens biológicas, farmacológicas, psicossociais e familiares. É necessário incluir, também, o sistema de saúde, as redes comunitárias e o trabalho em equipe. QUESTÃO NORTEADORA 5: Quem faz o Que? Qual o papel dos diferentes atores da rede de cuidados? A sua resposta deve conter: 1- Principais redes para o matriciamento: Rede de serviços em saúde: RAS e RAPS. RAS: As Redes de Atenção à Saúde são arranjos organizativos de ações e serviços de saúde, de diferentes densidades tecnológicas que, integradas por meio de sistemas de apoio técnico, logístico e de gestão, buscam garantir a integralidade do cuidado. RAPS: A Rede de Atenção Psicossocial (estabelece os pontos de atenção para o atendimento de pessoas com problemas mentais, incluindo os efeitos nocivos do uso de crack, álcool e outras drogas.

2-Rede Intersetorial: é compreendida como uma relação reconhecida entre uma ou várias partes do setor saúde com uma ou várias partes de outro setor que atuam em um tema visando alcançar resultados de saúde de uma maneira mais efetiva, eficiente ou sustentável do que poderia alcançar o setor saúde agindo por si só. O NASF, por exemplo, pode ser estratégico no desenvolvimento da articulação intersetorial, permitindo as equipes conhecer melhor a rede em diferentes campos. Destacam-se serviços territoriais formais, como os Centros de Referência da Assistência Social (CRAS) e os Conselhos Tutelares, tais como os recursos comunitários informais. 4- As articulações e arranjos entre as redes de serviços em saúde podem ocorrer através da construção de parcerias entre diferentes setores e segmentos sociais como: educação, saúde, cultura, esporte, lazer, empresas privadas, organizações não-governamentais (ONGs), fundações, entidades religiosas, as três esferas de governo, organizações comunitárias, dentre outros. São articulações necessárias para o desenvolvimento de ações com o foco na promoção e prevenção à saúde, além da busca pela atenção integral. 5- Mudança da lógica de encaminhamento (referência e contra referência), para interações de apoio matricial e co-responsabilização e o trabalho em rede e partir da construção do projeto terapêutico. 6- Relação entre matriciamento, projeto terapêutico singular e rede de cuidados. QUESTÃO NORTEADORA 6: Quais as particularidades da RAPS e onde ela se encontra com a RAS? 1- A RAPS tem como objetivos gerais a ampliação do acesso à atenção psicossocial da população em geral, a promoção de vínculos das pessoas com transtornos mentais e com necessidades decorrentes do uso de crack,

2- álcool e outras drogas e suas famílias aos pontos de atenção e a garantia da articulação e integração dos pontos de atenção das redes de saúde no território qualificando o cuidado por meio do acolhimento, do acompanhamento contínuo e da atenção às urgências. 3- Os principais componentes da RAPS são: Atenção Básica em Saúde: Unidade Básica de Saúde; Núcleo de Apoio a Saúde da Família; Consultório de Rua; Apoio aos Serviços do componente Atenção Residencial de Caráter Transitório; Centros de Convivência e Cultura. Atenção Psicossocial Estratégica: Centros de Atenção Psicossocial nas suas diferentes modalidades. Atenção de Urgência e Emergência: Sala de Estabilização; UPA 24 horas e portas hospitalares de atenção à urgência /pronto socorro/ Unidades Básicas de Saúde. Atenção Residencial de Caráter Transitório: Unidade de Acolhimento; Serviço de Atenção em Regime Residencial. Atenção Hospitalar: Enfermaria especializada em hospital geral; Serviço Hospitalar de Referência (SHR) para Atenção às pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas. Estratégias de Desinstitucionalização: Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT); Programa de Volta para Casa (PVC). Estratégias de Reabilitação Psicossocial: Iniciativas de Geração de Trabalho e Renda; Empreendimentos Solidários e Cooperativas Sociais. 4- Os Núcleos de Apoio a Saúde da Família NASFs devem atuar em parceria com as equipes especializadas de saúde mental, facilitando a integração da atenção básica com os CAPS, organizando o fluxo e processo de trabalho.

5- Devem, a partir das demandas identificadas no trabalho atuar de forma integrada à Rede de Atenção à Saúde e seus serviços além de outras redes sociais e comunitárias. QUESTÃO NORTEADORA 7: Tecendo a rede. Após a leitura da situação descrita realize o mapeamento da rede de cuidados seu município. A partir daí, aponte que outros recursos poderiam ter sido utilizados na condução desta situação ou apresente que outras possibilidades de ação poderiam ser realizadas partindo do contexto de seu município. 1- A construção da rede de cuidados deve levar em consideração as necessidades dos usuários na construção do projeto terapêutico, indo para além da rede de serviços de saúde e da rede de saúde mental. Incluir elementos da rede intersetorial (articulação com a escola e com o CRAS, por exemplo) e da rede de apoio (família, cuidados comunitários informais) a partir dos elementos dos casos e de acordo com a realidade local. 2- Para refletir sobre um modelo de criação de rede de cuidados, acesse o texto Tecendo a rede a partir do cuidado a uma adolescente usuária de crack grávida em uma área de risco (BRASIL. Ministério da Saúde. Conselho Nacional do Ministério Público. *Atenção psicossocial a crianças e adolescentes no SUS*: tecendo redes para garantir direitos. Brasília: Ministério da Saúde, 2014. 60 p. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/atencao_psicossocial_criancas _adolescentes_sus.pdf>.acesso em: 28 abr. 2016. )