UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA

Documentos relacionados
RELATÓRIO DE CAMPO - GEOMORFOLOGIA II

Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. Departamento de Geografia. FLG Geomorfologia II

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO RELATÓRIO DE CAMPO GEOMORFOLOGIA II. Profa. Dra. Bianca Vieira. Olívia Ibri Thaís Montagna Tavares

RELATÓRIO DO TRABALHO DE CAMPO VALE DO PARAÍBA MUNICÍPIOS DE JACAREÍ, SÃO JOSÉ DOS CAMPOS E TREMEMBÉ - SP UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA

RELATÓRIO DE TRABALHO DE CAMPO

03/06/2017 TRABALHO DE CAMPO VALE DO PARAÍBA MUNICÍPIOS DE JACAREÍ, SÃO JOSÉ DOS CAMPOS E TREMEMBÉ - SP

19 e 21/05/2016 TRABALHO DE CAMPO VALE DO PARAÍBA MUNICÍPIOS DE JACAREÍ, SÃO JOSÉ DOS CAMPOS E TREMEMBÉ - SP

Clima controlados por massas equatoriais e tropicais, climas tropicais, alternadamente, secos e úmidos

FACULDADE DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA

GEOGRAFIA - 1 o ANO MÓDULO 07 ESTRUTURA GEOLÓGICA BRASILEIRA

O que é tempo geológico

CLASSIFICAÇÃO DO RELEVO BRASILEIRO. Prof.º Elves Alves

GEOLOGIA GERAL E DO BRASIL Profº Gustavo Silva de Souza

Estrutura Geológica e o Relevo Brasileiro

O relevo e suas formas MÓDULO 12

Geologia e relevo. Bases geológicas e Classificação do relevo

BRASIL: RELEVO, HIDROGRAFIA E LITORAL

O que é tempo geológico

Geologia do Brasil. Página 1 com Prof. Giba

Estrutura Geológica e o Relevo Brasileiro

Universidade de São Paulo Curso de Geografia - FFLCH Disciplina de Geomorfologia II - Professora Drª Bianca Carvalho Vieira

Orogênese (formação de montanhas): o choque entre placas tectônicas forma as cordilheiras.

Relevo e Geologia do Brasil. Willen Ferreira Lobato

Geologia e Relevo do Brasil. Matheus Lemos

GEOMORFOLOGIA GERAL E DO BRASIL

ESTRUTURAS E FORMAS DE RELEVO

GEOGRAFIA - 1 o ANO MÓDULO 06 GEOLOGIA E RECURSOS MINERAIS

DISCIPLINA: GEOMORFOLOGIA ESCULTURAL E APLICADA - GB 060. PROF. DR. LEONARDO JOSÉ CORDEIRO SANTOS

Geomorfologia do relevo brasileiro. Prof. Vanessa Cristina de Sousa

7ºs anos Professor Daniel Fonseca

GEOLOGIA E GEOMORFOLOGIA:ESTRUTURA GEOLÓGICA, TIPOS DE ROCHAS E RECURSOS MINERAIS. MÓDULO 04 GEOGRAFIA I

1. (UEL) De acordo com a classificação do relevo brasileiro proposta por Jurandyr Ross, o estado do Paraná apresenta, grosso modo, três unidades de

Geografia. Estrutura Geológica do Brasil. Professor Luciano Teixeira.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ SETOR DE CIÊNCIAS DA TERRA DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA GEOMORFOLOGIA BÁSICA E ESTRUTURAL - GB 128 TEMA 1

ESTRUTURAS E FORMAS DE RELEVO

Conteúdo: Aula 1: As formas do relevo. A importância do estudo do relevo. A dinâmica do relevo. Aula 2: Agentes externos que modificam o relevo.

Decifrar as formas. Nesta aula, vamos acompanhar o trabalho

Geologia e Geomorfologia na Gestão Ambiental. Aula 2. Organização da Aula. Dinâmica Interna da Terra. Contextualização. Margens Continentais

GEOLOGIA E GEOMORFOLOGIA: AGENTES EXTERNOS MÓDULO 07

GEOGRAFIA PROF. CARLOS 1ª SÉRIE ENSINO MÉDIO

ESTRUTURA INTERNA DA TERRA CROSTA

GEOLOGIA GERAL PROF. ROCHA

GEOGRAFIA 6 ANO ENSINO FUNDAMENTAL PROF.ª ANDREZA XAVIER PROF. WALACE VINENTE

Compartimentação Geomorfológica

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE FILOSOFIA LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA GEOMORFOLOGIA II FLG

Atividade 14 Exercícios Complementares de Revisão sobre Geologia Brasileira

A GÊNESE DO RELEVO. GEOMORFOLOGIA (estudo do relevo) FORMAÇÃO DA TERRA (1) FORMAÇÃO DA TERRA (3) FORMAÇÃO DA TERRA (2) ORIGEM DO UNIVERSO

Relatório de Campo Geomorlogia II

GEOLOGIA GERAL PROF. ROCHA

Difratometria por raios X

GEOMORFOLOGIA I. Professor: Diego Alves de Oliveira 2017

RELEVO BRASILEIRO: Continental e submarino. Prof. Esp. Franciane Borges

Geografia 1ª série E.M. - Estrutura geológica da Terra, tipos de rocha e recursos minerais

COMPARTIMENTAÇÃO GEOMORFOLÓGICA DO ESTADO DE SÃO PAULO E A FORMAÇÃO DO PLANALTO DE MARÍLIA-SP

COLÉGIO 7 DE SETEMBRO DISICIPLINA DE GEOGRAFIA PROF. RONALDO LOURENÇO 1º ANO CAPÍTULO 05 ESTRUTURA GEOLÓGICA

AS ROCHAS E OS SOLOS MÓDULO 12

Roteiro de estudos para recuperação trimestral

é a herança para os nossos filhos e netos com a sua atmosfera rica em oxigénio, permite-nos respirar com a camada de ozono, protege-nos das radiações

1) (ENEM-2006) Para responder as questões 1 e 2, analise o quadro a seguir, que esquematiza a história da Terra.

BRASIL: RELEVO, HIDROGRAFIA E LITORAL

Estrutura geológica, relevo e riquezas minerais da Amazônia 1. Estrutura geológica, relevo e riquezas minerais na Amazônia Professor : Rubenilton

GEOMORFOLOGIA. Conceitos básicos

A GÊNESE DO RELEVO. GEOMORFOLOGIA (estudo do relevo) FORMAÇÃO DA TERRA (1) FORMAÇÃO DA TERRA (2) FORMAÇÃO DA TERRA (3) ORIGEM DO UNIVERSO

GEOGRAFIA. Solos. Prof ª. Ana Cátia

GEOLOGIA GERAL E DO BRASIL Profº Gustavo Silva de Souza

PROCESSOS OCEÂNICOS E A FISIOGRAFIA DOS FUNDOS MARINHOS

Os mapas abaixo apresentam duas formas de divisão do relevo brasileiro, resultado de conceitos geomorfológicos distintos.

GEOGRAFIA - 1 o ANO MÓDULO 10 CLASSIFICAÇÕES DO RELEVO BRASILEIRO

GEOGRAFIA - 3 o ANO MÓDULO 25 O RELEVO BRASILEIRO

Estruturas geológicas e formas do relevo Brasileiro. Professora: Jordana Costa

Conceito de Relevo. Internas ou endógenas: constroem o relevo. Externas ou exógenas: desgastam, modificam e modelam o relevo.

CARACTERIZAÇÃO DA DINÂMICA DA PAISAGEM GEOMORFOLÓGICA SOBRE A PORÇÃO SUL DA BACIA DO ALTO PIABANHA DO DISTRITO SEDE DO MUNICÍPIO DE PETRÓPOLIS-RJ

Geografia Ensino Médio, 2º Série A estrutura geológica do Brasil e sua relação com a formação do relevo

CAPÍTULO 02 Estrutura Geológica, Relevo e Hidrografia.

Fatores de Formação do Solo. Unidade III - Fatores de Formação do Solo

Geografia Física Geral Agentes Internos. Prof. Diego Moreira

GEOMORFOLOGIA E AS FORÇAS ATUANTES NA DINÂMICA DA TERRA MÓDULO 26 LIVRO 2 PÁGINAS 132 A 138

GEOGRAFIA. Prof. Daniel San.

Tipos e classificação FORMAÇÃO DOS SOLOS

ESTRUTURA GEOLÓGICA,RELEVO E HIDROGRAFIA

ESCALA GEOLÓGICA

3 Material Material Utilizado

RELEVO - Picos. Pico da Neblina 2994 metros Pico 31 de março 2972,66 metros

CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DO LOCAL - GEOMORFOLOGIA

Relevo Brasileiro. Professora: Jordana Costa

7. o ANO FUNDAMENTAL. Prof. a Andreza Xavier Prof. o Walace Vinente

INTRODUÇÃO À GEOTECNIA (TEC00249)

Estrutura Geológica do Planeta

Estrutura geológica e formas de relevo. Professora: Jordana Costa

Estrutura Interna da Terra

Geografia do Brasil - Profº Márcio Castelan

é a herança para os nossos filhos e netos com a sua atmosfera rica em oxigénio, permite-nos respirar com a camada de ozono, protege-nos das radiações

ELEMENTOS DA GEOLOGIA (II)

2 Área de Estudo Meio Físico Localização e características gerais

Universidade Metodista de Angola Faculdade de Engenharia Departamento de Construção Civil

GEOGRAFIA DO BRASIL Relevo e Solo

Transcrição:

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA Comentado [A1]: NOTAS: INTRODUÇÃO: 1,0 DESENVOLVIMENTO: 7,0 CONSIDERAÇOES E BIBLIOGRAFIA: 0,5 FIGURAS E MAPAS: 1,0 NOTA FINAL: 9,5 Observações: o relatório está muito bem estruturado e escrito. Alguns problemas quanto à cotação as figuras no texto. Elas sempre devem ser indicadas. Além disso faltam as referências citadas no texto e não apresentadas no item referencias bibliográficas Parabéns!!!!!. RELATÓRIO DE CAMPO: JACAREÍ, SÃO JOSÉ DOS CAMPOS, TREMEMBÉ Mariana Oliveira Mariane Braga Rubia Polido Thais Gonçalves Viviane Souza SÃO PAULO 2016

INTRODUÇÃO O presente relatório visa apresentar os resultados do trabalho de campo no Vale do Paraíba, mais precisamente na Bacia do Taubaté, em visita a três cidades: Jacareí, São José dos Campos e Tremembé, componentes de uma região que no Cenozóico foi submetida ao movimento da placa Sul Americana que soergueu em relação a placa de Nazca. O Rifte continental do Sudeste do Brasil (RCSB) ocorreu devido os movimentos de epirogênese que provocaram soerguimentos e afundamentos da placa, resultando em fossas que vão de Curitiba (PR) a Niterói (RJ), numa extensão de 800km, direcionadas de sudeste a nordeste. Somado aos eventos diastróficos, temos a ação de paleoclimas do Paleógeno e do Neógeno que foram responsáveis pelo modelado atual da região e da mudança de sedimentos arenosos, no anterior paleoclima semiárido, para sedimentos areno-siltosos e por vezes argilosos, com a passagem de um paleoclima mais úmido, constituindo na Formação Resende rios entrelaçados e depósitos estratificados, na Formação Taubaté leques aluviais com a presença de afluentes abandonados e na Formação Tremembé um ambiente lacustre, todas circunscritas no Grupo Taubaté. Temos nessas áreas a ocupação humana e suas atividades econômicas relacionadas com oao uso deste solo e de sua formação rochosa. Em áreas de planícies das quais predominam a morfoestrutura de graben e hemi graben é possível ver o plantio de arroz em solos muito férteis em que há milhares de anos existiam rios e também as atividades extrativistas da Santa Fé, voltada ao comércio de argila Ilita-Montmorilonita, proveniente do folhelho muito característico da região. Comentado [A2]: É necessário citar a fonte Comentado [A3]: fonte?

PARADA I - Jacareí Coordenadas: x:389900; y: 7423900 TODA FIGURA DEVE SER CITADA NO TEXTO E COLOCADA POSTERIORMENTE AO MESMO. A FIGURA TEM UMA FUNÇÃO EXPLICATIVA NO TEXTO. A parada inicial ocorreu em Jacareí no Vale do Paraíba, onde estivemos de frente ao rio Parateí (a localização pode ser observada pela marcação em vermelho no mapa acima). Neste ponto, formado no período Cretáceo a partir de episódios de rifteamento e reativação de falhas (zona de cisalhamento) sucessivos que se estendem até o Rio de Janeiro. É possível fazer o estudo de duas geomorfologias estruturais: geomorfologia processual dos episódios tectônicos que o formaram, explicados abaixo: A gênese e evolução do vale estão vinculadas à evolução tectônica da margem Atlântica da Plataforma Brasileira, que teve início provavelmente entre o Jurássico e o Cretáceo Superior, com o soerguimento da atual Serra do Mar, intenso fraturamento e abundante vulcanismo. Na fase mais recente, o soerguimento de um sistema de rifts deu origem às bacias sedimentares marginais do Planalto Atlântico, como a Bacia de Taubaté e seu prolongamento para SW, onde se instalou o Vale do Parateí. A fossa tectônica que se aloja a Bacia de Taubaté começou a se delinear no Oligoceno, e seu afundamento acentuou-se

no Terciário superior. (Almeida, 1975 apud Coltrinari et al 2011) Almeida, 1975) (Lylian Coltrinari, Paulo Nakashima, José P. de Queiroz Neto - 1982) Assim como a dos episódios paleoclimáticos, em que se evidencia a formação de rochas sedimentares de estratificação cruzada de sedimentos assentados por diagênese. Primeiramente, temos um paleoclima semiárido, com elevadas temperaturas e baixa umidade, compondo camadas de sedimentos mais grossos. Posteriormente, a mudança para o paleoclima de característica mais úmido possibilitou uma estratificação de sedimentos mais finos. Comentado [A4]: Frase incompleta O seguinte croqui foi desenvolvido com base na observação do local: Perfil Topográfico do Vale Médio do Rio Parateí. Autoria própria. Comentado [A5]: EXCELENTE!!!!! Neste ponto observamos o Platô de Santa Isabel (formado principalmente por rochas cristalinas do Pré-Cambriano), seguido de hemi graben e horst de formação mais recente (Terciário) e predomínio de rochas sedimentares, decorrentes de processo de tafrogênese. Apresenta rochas altamente diaclasadas e fraturadas, principalmente rochas ígneas e metamórficas, além de relevos colinosos modelados no Terciário Superior. (Coltrinari et al, Nakashima, Queiroz Neto, 1982). A Formação Resende é composta pelo hemi graben e pelo horst, este último é constituído de migmatito, classificado como rocha metamórfica. Com a Comentado [A6]: Citação que não tem no item referencias

presença de minerais como biotita, caulinita (secundário) e outros minerais silicosos. Sobre a bacia do Parateí, pode-se afirmar que se formou em momentos diferentes de deposição: o primeiro, entre o Eoceno e o Oligoceno Superior, associado a formação de rios entrelaçados com sistema de deposição deltaica, típica de climas semiáridos, evidenciando que fora um momento de paleoclima. Isso explica a estrutura sedimentar cruzada que forma solo com muitos argilomineirais. Já sobre a bacia do Paraíba, a presença de minerais pouco intemperizados, como a esmectita, é marcante. Pela observação do solo é possível apreender que este se encontra atualmente em ambiente redutor pela presença de alta umidade e material com cores em preto, lilás e cinza, como pode ser observado na imagem abaixo: Figura? descrição da figura (legenda) Fonte: Autoria própria. Entretanto, existem camadas arenosas, associado ao paleoambiente árido, calmo e de baixa energia, passando por camadas areno-siltoso com a mudança para o ambiente úmido, rico em óxido de ferro em sua porção superior.

Também foi encontrado esmectita (argila 2:1), o que indica um intemperismo parcial, além de alta concentração de caulinita, indicando que o solo sofreu intensa exposição. A argila 2:1 tem alto poder de absorção de água, se expandindo quando realiza tal processo. A contínua expansão e contenção devido a quantidade de água presente e processos antrópicos como a retirada da vegetação para pasto são fatores que contribuem para a erosão do solo. As diferentes deposições encontradas podem ser explicadas pelas fases de transbordamento do rio, o que permite com que os sedimentos mais grossos sejam depositados próximos a área fonte (sedimentos proximais) e os mais finos sejam depositados mais distantes da área fonte (sedimentos distrais).a seleção do material depositado é um indício da influência dos rios entrelaçados no sistema deltaico, indicando um recorte espacial e temporal das deposições e eventos ocorridos no local. Comentado [A7]: OK PARADA II - São José dos Campos Coordenadas: x: 416905; y: 7438012. A segunda Parada realizada referia-se ao seguimento central da Bacia do Taubaté, marcada pelo encontro do terreno cristalino com o sedimentar. A teoria apresentada pelos professores demonstra que a evolução do relevo desenvolveuse por processos geoquímicos denominado transformação isovolumétrica, em que

temos a frente de alteração marcada pela lixiviação das bases e alteração dos minerais. A água confinada transforma os minerais primários em secundários e as fraturas permitem a passagem da água que lixivia as bases, restando apenas os minerais menos solúveis, estes responsáveis pela sustentação do relevo. Tais fatores são os responsáveis pelas discordâncias estratográficas, o que interfere na circulação da água e consequente mudança no relevo, que sofre pelo abatimento devido aà perda de volume do material e consequentes descontinuidades geológicas e migração vertical da água. A formação do Planalto Santa Catarina, formada pelo mesmo processo geológico, sofreu rebaixamento pela migração lateral da água devido a maior dissecação do relevo em descontinuidade de falhas. A linha de seixos apresentada na imagem e no perfil abaixo é decorrente de deposição fluvial de um dos afluentes do rio Paraíba e tal processo de surgimento destes cascalhos possuem várias teorias, sendo uma delas baseada na origem paleoclimática: um clima mais seco no final do Pleistoceno teria causado o abandono de um dos afluentes do rio meândrico presente na região, em decorrência disso, tornou-se fundo de rio e as linhas de seixos assentaram-se conforme as oscilações do lençol freático. Linha de seixos. Fonte: Autoria própria

Perfil do solo realizado a partir da observação do local. Fonte: Autoria própria PARADA III - Tremembé Coordenadas: x: 444732; y:7461981 Numeração na figura, legenda

A geomorfologia analisada na terceira parada tem sua influência marcada pelos processos de orogênese que foi submetida a Plataforma Sul-americana, iniciados no Mesozóico e encerrados no Cenozóico. Em decorrência disso, o Cinturão Orogenético do Atlântico foi submetido a epirogênese, formando arqueamentos e afundamentos orientados em fossas denominadas Rift Valley, das quais formou o graben do Vale do Paraíba e as escarpas da Serra da Mantiqueira e da Serra do Mar, ambas de formação cristalina, que o cercam. A origem do rio Paraíba do Sul está associada a migração lateral do meandro pela neotectônica do Terciário, no sentido da Serra da Mantiqueira, em que temos a formação de folhelhos em decorrência de um ambiente de sedimentação lacustre em paleoclima úmido. A sedimentação do folhelho por diagênese possibilitou neste ambiente a constituição de escamação muito fina (lama), denominada parirasco e a formação de malgas, composta de minerais de calcita e dolomita (Figura?). A fossilização de animais como peixes, ratos, mamíferos do Terciário e coprólitos, que são fezes de animais fossilizadas, podem ser encontradas em porções da rocha. O solo local apresenta alta concentração de argiloesmectita e uma camada de folhelho, como pode ser observado na imagem e no perfil abaixo: Numero da Figura, legenda Fonte: Autoria própria

Perfil do solo baseado em observação do local. Fonte: Autoria própria Sobre a hidrologia, os interflúvios presentes são mais largos e mais suaves se comparados aos da formação Resende e Pindamonhangaba. O processo de erosão e deposição fluvial ocasiona o abandono de alguns meandros pelo rio, os quais posteriormente são, muitas vezes, utilizados para a agricultura que necessite de áreas alagadas, como o plantio de arroz, sendo que tal processo por vezes é realizado intencionalmente para este propósito. O local em que temos essa paisagem pertence a Sociedade Extrativa Santa Fé, que existe desde 1944 e retira bentonita (ou arorofo) do folhelho em até 20 metros de profundidade. A bentonita é um material transformado do folhelho em argila Ilita-Montmorilonita. É utilizado para a fabricação de cimento, óleos, massas e betume. É rica em potássio, magnésio, ferro e cálcio graças as condições restritas lacustres desencadeadas pelos processos tectônicos já citados. Ao final do trabalho de campo foi solicitada a elaboração de um perfil da Serra da Mantiqueira até a Serra do Mar, destacando que a paisagem possibilitava a observação destas duas serras, o qual pode ser observado na imagem abaixo:

Figura? Legenda? Perfil genérico Serra da Mantiqueira - Serra do Mar. Fonte: Autoria própria CONCLUSÃO Este relatório apresentou todas as informações coletadas no trabalho de campo da matéria de Geomorfologia II, realizado no dia 19 de maio de 2016. Em todas as três paradas foi possível observar as características dinâmicas de cada modelado que apresentam em suas formas descontinuidades ocasionadas por diferentes processos combinando a litoestrutura, agentes escultores e paleoambientes, desde a gênese do relevo e que continuam atuando na alteração das formas. Na primeira parada, no médio Vale do Rio Parateí, foram coletadas informações sobre a formação deste modelado no Cretáceo, sobre sua morfologia com o contato de rochas cristalinas e sedimentares (sedimentos do Grupo Taubaté) entre: O Platô de Santa Isabel, ao norte, pertencente à Unidade Morfoestrutural do Cinturão Orogênico do Atlântico e Unidade Morfoescultural do Planalto Atlântico (subunidade Planalto de Jundiaí), e o sistema de colinas na Unidade Morfoescultural da Depressão do Médio Paraíba ao sul, pertencente à Unidade Morfoestrutural das Bacias Sedimentares Cenozoicas/Depressões Tectônicas. (VIEIRA, Bianca C.; VILLELA, Fernando N.) Quanto ao solo foi possível observar que este se encontra em ambiente redutor pela presença de alta umidade. A partir da observação e confecção do

croqui do perfil topográfico foi possível observar a diferença de altitude dos modelados, o movimento galopante do Platô de Santa Isabel que colabora para o desenvolvimento do hemigraben. Na segunda parada, em São José dos Campos foi possível observar novamente sedimentos do Grupo Taubaté, no entanto em uma outra posição, no seguimento central da Bacia, onde foi possível levantar informações acerca da evolução do relevo por processos geoquímicos através da lixiviação das bases e do confinamento de água, assim através da perda de volume do material que sustenta a forma houve um rebaixamento progressivo na forma, um abatimento do relevo por processos geoquímicos. Na terceira parada, na Mineração Santa Fé, localizada no município de Tremembé foram levantadas informações acerca da morfologia atual e da gênese do modelado. Desta maneira, as aulas teóricas forneceram as informações necessárias para que em campo fossem observadas e identificadas as formas destes modelados, ressaltando a relação entre a forma atual e o processo de gênese e alteração ao longo do tempo geológico. E também a intrínseca relação entre as diferenças litológicas e estruturais com as diferenças climáticas. Além da estrutura que revela as características dos materiais terrestres das formas, assim olhando as formas atuais é possível reconhecer processos geomorfológicos que causaram as modificações na superfície terrestre, e mais que isso observar as formas como estruturas dinâmicas que continuam a ser esculpidas e modificadas. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CASSETI, V. Elementos de Geomorfologia. Editora da UFG, Goiânia, 137 p. 1994. Comentado [A8]: Não foi citado no texto COLTRINARI, Lylian; NAKASHIMA, Paulo; DE QUEIROZ NETO, José Pereira. Evolução quartenária do vale médio do rio Parateí, Estado de São Paulo - Brasil. Revista do Departamento de Geografia, v. 3, p. 7-19, 2011. IBGE INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Folha São José dos Campos - SF-23-Y-D-II-1. São Paulo: IBGE, 1973. Escala 1:50.000.

IBGE INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Folha Santa Isabel - SF-23-Y-D-I-4. São Paulo: IBGE, 1984. Escala 1:50.000. IBGE INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Folha Tremembé - SF-23-Y-B-V-4. São Paulo: IBGE, 1988. Escala 1:50.000. RICCOMINI, Claudio; SANT ANNA, Lucy G.; FERRARI, André L. Evolução geológica do Rift continental do Sudeste do Brasil. Geologia do continente Sul-Americano: evolução da obra de Fernando Flávio Marques de Almeida, p. 383-405, 2004. ROSS, Jurandyr L. Sanches. Geografia do Brasil. 6ª Edição, 2ª reimpressão. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 549 p. 2014. SOCIEDADE EXTRATIVA SANTA FÉ - <http://www.esantafe.com.br/index.html>, Acesso em 2016. VERDADE, F. C. et al.solos da Bacia de Taubaté (Vale do Paraíba): levantamento de reconhecimento. Séries monotípicas, suas propriedades genético-morfológicas, físicas e químicas. Boletim técnico do Instituto Agronômico do Estado de São Paulo. Vol. 20, nº 4. Campinas, 280 p. 1961. Comentado [A9]: Não foi citado no texto VIEIRA, Bianca C; VILLELA, Fernando N. J. Caderno de Campo - Trabalho de Campo nos municípios de Jacareí, São José dos Campo e Tremembé - SP.