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Transcrição:

Revista Iberoamericana de Tecnología Postcosecha ISSN: 1665-0204 rebasa@hmo.megared.net.mx Asociación Iberoamericana de Tecnología Postcosecha, S.C. México Goulart, Carolina; Loy, Flávia Saraiva; Galarça, Simone Padilha; Giovanaz, Marcos Antônio; Malgarim, Marcelo Barbosa; Fachinello, José Carlos EVOLUÇÃO DO ÍNDICE DA E COLORAÇÃO DA EPIDERME DE MANGAS DA CULTIVAR TOMMY ATKINS Revista Iberoamericana de Tecnología Postcosecha, vol. 14, núm. 1, 2013, pp. 8-13 Asociación Iberoamericana de Tecnología Postcosecha, S.C. Hermosillo, México Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=81327871003 Como citar este artigo Número completo Mais artigos Home da revista no Redalyc Sistema de Informação Científica Rede de Revistas Científicas da América Latina, Caribe, Espanha e Portugal Projeto acadêmico sem fins lucrativos desenvolvido no âmbito da iniciativa Acesso Aberto

EVOLUÇÃO DO ÍNDICE DA E COLORAÇÃO DA EPIDERME DE MANGAS DA CULTIVAR TOMMY ATKINS Goulart, Carolina 1 ; Loy, Flávia Saraiva 1 ; Galarça, Simone Padilha 1 ; Giovanaz, Marcos Antônio 1 ; Malgarim, Marcelo Barbosa 1 ; Fachinello, José Carlos 1 1 Universidade Federal de Pelotas, Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel, Departamento de Fitotecnia, Programa de Pós Graduação em Agronomia Fruticultura de Clima Temperado, Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil. E- mail: carolina.goulart@yahoo.com.br Palavras chaves: Mangifera indica L., espectroscopia, colorimetria. RESUMO A mangicultura é a segunda maior cultura tropical, sendo a manga (Mangifera indica L.) um dos frutos mais consumidos no mundo. A cultivar Tommy Atkins é a variedade mais cultivada no Brasil, pela sua alta produtividade. Objetivou- se com o presente trabalho avaliar de evolução da coloração de frutos de manga da cultivar Tommy Atkins, através de espectroscopia e colorimetria. Foram utilizadas frutos de manga da cultivar Tommy Atkins, provenientes do Vale do São Francisco, PE, Brasil, adquiridos no centro de distribuição da cidade de Pelotas, RS. Os frutos foram separados por classe, de forma visual e posteriormente através do índice DA que é obtido por um espectrofotômetro portátil. A coloração da epiderme ( Hue), foi avaliada com colorímetro por meio do sistema CIE LAB (utilizando os parâmetros L, a* e b*). O índice DA e a evolução da coloração de fundo foram avaliados em três períodos, na caracterização das classes (0 h); após 48 horas e por fim após 72 horas, com a finalidade de avaliar a maturação dos frutos em condições ambientes (± 20 ºC). Como resultados obtidos observa- se que através do índice DA e da colorimetria feita na epiderme dos frutos é possível separar os frutos em classes de maturação e avaliar a evolução da cor durante 72 horas de armazenamento. EVOLUTION OF THE DA INDEX AND EPIDERMIS COLOR OF MANGOES OF THE CULTIVAR TOMMY ATKINS Key - words: Mangifera indica L., spectroscopy, colorimetry. ABSTRACT The mangicultura is the second largest tropical culture, and the mango (Mangifera indica L.) one of the most consumed fruits in the world. The Tommy Atkins variety is the most widely cultivated in Brazil, due to its high productivity. The objective of this study was to evaluate the evolution of color fruit mango cultivar Tommy Atkins, by colorimetry and spectroscopy. Were used mango cultivar Tommy Atkins, from the Vale do São Francisco, Pernambuco, Brazil, acquired in the distribution center of the city of Pelotas, RS. The fruits were separated visually, and then by class through the DA index which is obtained by a portable spectrophotometer. The color of the epidermis (Hue ) was measured with a colorimeter using the CIE LAB (using the parameters L, a * and b). The DA index and the of background coloration was assessed in three periods, the characterization of the classes (0 h), after 48 hours and finally after 72 hours, in order to evaluate the fruit maturation at ambient (± 20 C). The results obtained shows that by colorimetria and DA index made in the skin of the fruit can be separated into classes of fruit ripening and assess the color development for 72 hours of storage. INTRODUÇÃO A mangicultura representa a segunda maior cultura tropical, sendo a manga (Mangifera indica L.) um dos frutos mais consumidos no mundo, na forma in natura ou como polpa, suco, néctar, doce e geleia. (Santos- Serejo, 8 Rev. Iber. Tecnología Postcosecha Vol 14(1):8-13

2005). A cultivar Tommy Atkins é a variedade mais cultivada no Brasil, em virtude de sua alta produtividade e resistência ao transporte, favorecendo sua exportação para mercados consumidores distantes, por via marítima (Bleinroth, 1994). De acordo com Alves et al. (2002), os indicadores físicos como índices de colheita para manga são baseados, em sua maioria, em características relacionadas à forma e ao aspecto do fruto, que podem ser percebidas visualmente sem o emprego de métodos destrutivos, tais como: formato do ombro, textura e brilho da casca, entre outros. Quanto a coloração da casca nem todos os frutos mudam de cor durante o amadurecimento, porém esta é uma das características mais associadas ao ponto de colheita e maturação para consumo (Tucker, 1993). A época, a velocidade e a intensidade da mudança variam entre espécies e entre cultivares de uma mesma espécie (Kays, 1991). As alterações mais representativas ocorrem em nível de degradação da clorofila. Apesar do mecanismo exato desta degradação ainda não esteja totalmente entendido, supõe- se que a molécula de clorofila seja solubilizada das membranas dos tilacóides do cloroplasto para o estroma, onde é oxidada (Tucker, 1993). Simultaneamente à degradação de clorofila, pode haver síntese de outros pigmentos em alguns frutos (Kays, 1991; Tucker, 1993; Wills et al., 1998). Neste sentido, de acordo com Medlicott et al. (1992), as mudanças na coloração da manga, se devem à degradação da clorofila e síntese de carotenóides (carotenos, licopeno e xantofilas) e flavonóides (antocianinas). Os métodos utilizados para a determinação de parâmetros de maturação e qualidade em frutas envolvem processos que, na maioria dos casos são destrutivos. Neste sentido o desenvolvimento de técnicas alternativas que permitam a determinação dos atributos de qualidade dos frutos, de forma precisa e não destrutiva, são de extrema importância. Uma das técnicas não destrutivas que podes ser utilizada é a espectroscopia Vis/NIR que tem sido utilizada para o desenvolvimento de um índice de maturação das frutas a partir do teor de clorofila. Este índice de maturação é calculado com base na Diferença de Absorbância (DA) entre dois comprimentos de onda próximos do pico de absorção da clorofila- a (Índice de Diferença de Absorbância - índice DA) (Noferini et al.,2009). O índice DA é obtido por um espectrofotômetro portátil denominado DA- meter (Turoni/Itália), e pode ser estimado como a diferença entre os valores de absorbância medidos em 670 e 720nm (Noferini et al.,2009) e possibilita a medição a campo do ponto de maturação,pois é um equipamento portátil. A coloração dos frutos pode ser medida por colorimetria, através de um aparelho chamado colorímetro (Almeida, 1995) que utiliza a técnica de avaliação das cores refletidas pelos objetos e através de uma célula fotossensível e um medidor indicam em escala numérica, uma leitura que é representada por L (brilho), a (variação da seção vermelha a verde do espectro de luz) e b (variação da seção amarela ao azul do espectro de luz) (Leão e Peixoto e Vieira, 2006). Objetivou- se com o presente trabalho avaliar de evolução da maturação de frutos de manga da cultivar Tommy Atkins, através de espectroscopia e colorimetria. MATERIAIS E MÉTODOS Foram utilizadas frutos de manga da cultivar Tommy Atkins, provenientes do Vale do São Francisco, PE, Brasil, adquiridos no centro de distribuição da cidade de Pelotas, RS, as quais se apresentavam em diferentes graus de maturação. Analisou- se um total de 90 frutos (3 caixas do mesmo lote). Em cada fruta foi analisado o índice DA, através do espectrofotômetro portátil o DA meter (Turony/ Italy), as leituras foram padronizada Rev. Iber. Tecnología Postcosecha Vol 14(1):8-13 9

sendo realizadas em 4 pontos na parte dorsal dos frutos. Utilizaram- se as médias obtidas entre as leituras para agrupar os frutos em três classes, baseando- se na classificação de Assis, (2004) e Betemps, (2011). Classe 1: frutos com índice DA > 1,5, equivalentes as categorias 1,2 e 3 de Assis, (2004) e as categorias 1 e 2 de Betemps, (2011); Classe 2: frutos com índice DA 1,5 a 1,0, equivalente a categoria 4 de Assis, (2004) e a categoria 3 de Betemps, (2011); Classe 3: frutos com índice DA < 1,0, equivalente a categoria 5 de Assis, (2004) e a categoria 3 e 4 de Betemps, (2011); O índice DA e a evolução da cor de fundo foram avaliados em três períodos, na caracterização (0 h); após 48 horas e por fim após 72 horas, com a finalidade de acompanhar a maturação dos frutos em condições ambiente (± 20 ºC). Avaliações: Coloração da epiderme: Avaliou- se a coloração da epiderme ( Hue), com colorímetro Minolta 450, por meio do sistema CIE LAB (utilizando os parâmetros L, a* e b*); Índice DA: O índice DA é obtido através do espectrofotômetro portátil marca DA meter Turoni - Itália. Os feixes de luz são emitidos em comprimento de onda de 670 nanômetros (visível) e 720 nanômetros (infravermelho), onde o aparelho obtém os sinais de interactância (I) e de absorbância (A) das frutas e o cálculo do índice se baseia, de acordo com a Noferini et al., (2009), na lei de Beer (A = log10 I- 10) a ser calculado como: IDA = A670 - A720. Índice DA é uma patente pertencente a Universidade de Bolonha / Itália (2005). O equipamento consiste de uma fonte de luz composto de seis LEDs, posicionados em torno de um fotodiodo. Três LEDs diodo emitem comprimentos de onda de 670nm e outros três de comprimento 720nm. Os frutos são submetidos à luz de curta duração com duas fontes monocromáticas e dentro de cada um, a quantidade de luz remetidos a partir do fruto é capturada e medida pelo fotodiodo central. A luz recebida, em seguida, é convertida em um "Adc conver- ter ("analógico digital co- inversor ") e elaborada por um micro- controlador para o cálculo do índice de DA (Costa et al., 2010). O delineamento utilizado no experimento foi completamente casualizado em esquema fatorial 3x2 (3 classes x 2 períodos), para a análise estatísticas de dados foi utilizado analise de variância e posteriormente teste de médias (Tukey, p>0,05), usando o programa WinStat versão 2.0 (Machado e Conceição, 2002). RESULTADOS E DISCUSSÕES Através das médias do índice DA, obtidas nos frutos, foram feitas classes de maturação, baseados na classificação de Assis, (2004) e Betemps, (2011). Os frutos foram divididos em três classes (figura 1). Assim pode- se avaliar frutos homogêneos conforme a maturação. Estudos realizados em pêssegos por Ziosi et al., 2008 e maçãs por Mcglone et al., 2002 também relataram a divisão dos frutos com base no índice apresentando diferenças sobre os parâmetros de qualidade como no tempo de colheita como na vida útil desses frutos. No momento da caracterização os frutos apresentavam as variáveis índice DA e coloração da epiderme (ºHue) nas três classe de maturação, diferenciada, variando a coloração de fundo de verde a amarelo, conforme a tabela 1. O fato de ter- se as frutas em diferentes classes de maturação, pode ser explicada pela decomposição estrutural do pigmento clorofila que ocorre devido vários fatores que atuam 10 Rev. Iber. Tecnología Postcosecha Vol 14(1):8-13

individualmente ou em conjunto durante o processo de maturação (Chitarra e Chitarra, 2005). Figura 2: Índice DA nas três classes de maturação de mangas Tommy Atkins durante os períodos de armazenamento de 48 e 72 horas. Letras maiúsculas comparam as barras de mesma cor pelo teste de Tukey, 5% de probabilidade de erro. ns= não significativo para o fator períodos. Figura 1: Três classe de maturação de manga Tommy Atkins. Tabela 1: Caracterização dos frutos de manga Tommy Atkins no momento da compra, quanto a Índice DA e coloração da epiderme (ºHue). Classes Índice DA Coloração da Epiderme (ºHue) Classe 1 1,91 A 104,76 A Classe 2 1,34 B 93,54 B Classe 3 0,53 C 83,09 C Médias seguidas de mesma letra maiúscula na coluna não diferem significativamente pelo teste de Tukey com probabilidade de erro de 5%. Após os períodos de armazenamento de 48 e 72 horas, o Índice DA não apresentou diferença estatísca entre esses dois períodos, mas diferiu significativamente entre as classes, e em relação à caracterização. Em relação à caracterização, o índice DA diminuiu em todas as classes. O maior índice DA continua- se verificando para a classe 1 e o menor para a classe 3 (Figura 2). Para a variável coloração da epiderme (ºHue) foram feitas avaliações após os dois períodos de armazenamento 48 e 72 horas e assim como o índice DA observa- se que não houve diferença significativa entre os períodos de armazenamento, a diferença estatísca ocorreu apenas entre as classes 1 e 3 variando a coloração do verde ao amarelado conforme foram amadurecendo (Figura 3). Mudanças no ângulo (ºHue) quanto à tonalidade pode assegurar diferença de coloração entre frutos maduros e frutos imaturos, principalmente quando confirmado com alto coeficiente de determinação e, em mangas, o fruto deve ser colorido, porque a cor verde é associada a frutos imaturos (Lucena, 2006). CONCLUSÃO Através do índice DA e da colorimetria feita na epiderme dos frutos foi possível separar os frutos em classes de maturação e avaliar a evolução da maturação durante 72 horas de armazenamento. REFERÊNCIAS Almeida, C. 1995.Determinação da firmeza e cor do tomate (Lycopersicum esculentum Rev. Iber. Tecnología Postcosecha Vol 14(1):8-13 11

Mill) visando o estabelecimento de correlações entre medidas sensoriais e físicas ao longo do tempo de maturação. Campinas, 102f. Dissertação (Mestrado) - Faculdade de Engenharia Agrícola, Universidade de Campinas. Alves, R. E.; Filgueiras, H. A. C.; Menezes, J. B.; Assis, J. S. De; Lima, M. A. C. De; Amorim, T. B. F.; Martins, A. G. 2002.Colheita e pós- colheita. In: Genu, P. J. de C.; Pinto, A. C. de Q.(Ed.). A cultura da mangueira. Brasília, Embrapa Informação Tecnológica, cap. 17, p. 381-405. Assis, J.I.S. 2004. Cultivo da mangueira. Petrolina: Embrapa Semiárido, Disponível em: http://sistemasdeproducao.cnptia.embrap a.br/fonteshtml/manga/cultivodamangu eira/ colheita. htm>. Acesso em: 5 agos. 2012. Betemps, D.L.; Fachinello, J.C.; Galarça, S.P. 2011. Espectroscopia do visível e infravermelho próximo (vis/nir) na avaliação da qualidade de mangas Tommy Atkins. Rev. Bras. Frutic., Jaboticabal - SP, Volume Especial, E.306-313, Outubro 2011. Bleinroth, E. W. (Coord.) et al. Tecnologia de pós- colheita de frutas tropicais. 2. ed. rev. Campinas: ITAL, 1992. cap. 1, p. 1-18. (Manual Técnico, 9). Chitarra, M.I.F.; Chitarra, A.B. 2005. Pós- colheita de frutos e hortaliças: fisiologia e manuseio. Lavras: ESAL/FAEPE, 735 p. Costa G.; Noferini, M.; Bonora, E. 2010.Metodi innovativi di gestione dei frutti nella fase post- raccolta - Metodi non distruttivi per valutare la qualità dei frutti. Edito da Regione Emilia- Romagna Servizio Sviluppo del Sistema Agroalimentare Assessorato Agricoltura. 200p. p.17-38- Bologna/ Italia, Kays, S. J. 1991. Postharvest physiology of perishable plant products. New York: AVI Book, 532 p. Leão. D. S.; Peixoto, J. R.; Vieira, J. V. 2006. Teor de licopeno e de sólidos solúveis totais em oito cultivares de melancia. Journal Bioscience, v. 22, n.3, p.7-15. Lucena, E. M. P. de; Silva Júnior, A.; Campelo, I. K. M. 2000. Caracterização físico- química da manga (Mangifera indica L.), variedade Tommy Atkins, em diferentes estádios de maturação. In: Congresso Brasileiro De Ciência E Tecnologia De Alimentos. Resumos. Sociedade Brasileira de Ciência e Tecnologia de Alimentos, v. 2, p. 5.246. 2000. Machado, A.; Conceição, A. R. 2002. Programa estatístico WinStat Sistema de Análise Estatístico para Windows. Versão 2.0. Pelotas: UFPel. Mcglone, V.A.; Jordan, R.B.; Martinsen, P.J.; 2002. Vis/Nir estimation at harvest of pre and post- storage quality indices for Royal Gala apple. Postharvest Biology and Tecnology 25, p. 135-144. Medlicott, A. P. et al. 1992. Measurement of color changes in ripening bananas and mangoes by instrumental, chemical and visual assessments. Tropical Agriculture, Trinidad, v. 69, n. 2, p. 161-166. Noferini, M.; Fiori, G.; Farneti, B.; Costa, G. 2009. Impiego di um índice non distruttivo per determinare la correta época di raccolta Del fruto di actinidia chinensis. In: MACFRUT 2009. Osborne, B.G. 2000. Near infrared spectrocospy in food analysis. BRI Australia Ltd, North Ryde, Australia. Copryright. Wiley, New York, pp.1-14 Chapter 1. Santos- Serejo, J. A. 2005. Classificação e descrição botânica. In: Pereira, M. E. C.; Fonseca, N.; Souza, F. V. D. (Eds.). Manga: o produtor pergunta, a Embrapa responde. 1. ed. Brasília: Embrapa Informação Tecnológica, cap. 1, p. 15-17. Tucker, G. A. 1993. Introduction. In: Seymour, G. B.; Taylor, J. E.; Tucker, G. A. Biochemistry of fruit ripening. London: Chapman & Hall, p.1-51. Turoni, da. Meter controlla la qualità della frutta. Disponível em: 12 Rev. Iber. Tecnología Postcosecha Vol 14(1):8-13

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